Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 5
Temos Um Ferido


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! :3
AI MEU HERMES! DUAS RECOMENDAÇÕES?! ESTÃO AMANDO A FIC TANTO ASSIM?!
Lenna Di Angelo e SenhoritaDiAngeloS2, obrigada pelas recomendações! Vocês são lindas! :3
Sobre o cap, acredito que ele esteja muito grande. Acho que estou amando escrever capítulos grandes em FFTS. Tomara que continue assim, porque estou amando! :3
Bom, aqui descobriremos outro poder da nossa querida Isabelle. Assim como encontraremos uma nova personagem e meus leitores vão querer me matar com esse final.
Bem, amo vocês, apesar de tudo! Então não me matem! :3
Primeiro P.O.V da Lia! :3
Enjoy it! ;)



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Thalia

— COMO ASSIM ELE MORRE?! – Percy se exaltou.

— Assim, o veneno percorre o corpo dele lentamente e, quando chegar ao coração, adeus, Anjo da Terra. A guerra acabou! Os Renegados venceram! – Isabelle gesticulava enquanto falava, como sempre fazia quando perdia a paciência ou quando estava nervosa.

— Izzy! – Repreendi. – Parece que está se referindo a Nico como se ele fosse uma arma!

Isabelle respirou fundo. Nico tossiu em meus braços e eu não contive o impulso de olhar para ele. Estava mais pálido do que já era. Tinha uma aparência doentia no rosto.

— Quanto tempo? – Annabeth soluçou baixo antes de encará-la.

Isabelle chegou ao meu lado e verificou o ferimento com cuidado para não piorar o estado de Nico.

— De três a quatro dias. – Murmurou com pesar. – Já vi inúmeros anjos sofrerem com o veneno do Sangue de Demônio. É horrível.

— Precisamos de uma cura! – Annabeth se levantou. Nico mexeu-se devagar e gemeu baixo de dor.

— Conheço uma pessoa, mas não é confiável. – Lembrei. – Ela conhece todos os venenos e o antídoto para cada um deles, mas seus preços são altíssimos.

— Quem é ela? – Leo finalmente se pronunciou.

— O nome dela é Akhlys. – Isabelle me encarou. Havia lembrado também.

— Quem? – Leo fez careta para o nome.

— Ela tem conhecimento sobre qualquer veneno. Pode te envenenar apenas com o seu sangue. Não importa a que distância você esteja.

Leo arregalou os olhos enquanto eu erguia Nico com a ajuda de Percy, levando-o até o veículo vermelho de Leo.

— E vamos confiar nessa mulher?

— Temos outra escolha? – Eu o encarei de volta.

— Bem... – Começou Isabelle. – Podemos ir até Luke e pegar o antídoto com ele. Com certeza será muito agradável. Tenho certeza de que ele nos dirá “oh, eu envenenei o Anjo da Terra? Desculpem, não foi por querer. Tomem o antídoto e que os anjos os protejam!”.

Leo bufou para ela e virou-se.

— Vamos logo falar com a doida venenosa.

Com a ajuda de Percy e Annabeth, deitei Nico no último banco. Depois me sentei lá, pois ele poderia precisar de ajuda.

Isabelle subiu também e sentou-se ao meu lado. Nico repousava serenamente. A cabeça apoiada em meu colo. Ele tossiu outra vez e não contive o impulso de afagar-lhe os cabelos negros e macios. Senti meu rosto esquentar quando percebi que não só ele, mas eu também estava gostando daquilo.

— Sabe o que é pior? – Nico disse num murmúrio quase inaudível. Eu o encarei.

— O que é pior?

— O pior... – Ele tossiu, espirrando um pouco de sangue e um veneno negro. Sangue de demônio. – É que eu vou mesmo morrer para uma espada chamada Mordecostas.

Sorri, apesar do vazio que atingia meu coração. Como ele, naquele estado tão frágil, tão perto da morte, conseguia achar alguma coisa que lhe fosse cômica?

— Como você consegue?

— O quê? Como consigo não perder a piada? – Ele tossiu novamente. – Não quero que minha última lembrança antes de morrer seja de todos ao meu redor chorando. Quero partir vendo sorrisos, mesmo que entre lágrimas, nos rostos de todos.

— Muito bonito... – Isabelle comentou ao meu lado. – Querer partir tendo como última lembrança sorrisos sinceros. Talvez você não seja um mortal estúpido como todos os outros.

— Para a sua informação... – Leo gritou do banco do motorista. – Tem um mortal estúpido ouvindo aqui!

— Não falei com você, duende!

— Duende? Olha só quem fala, pardal!

Ela respirou fundo, contendo a raiva.

— Não briguem agora... – Nico tossiu. – Agora não é hora de brigar.

— Não faça esforço. – Pedi. – Descanse.

Apesar de (tentar) protestar, Nico suspirou e fechou os olhos, descansando suavemente.

— Então... – Começou Percy em voz baixa. – Essa mulher... O que ela tem de tão perigoso?

Encarei Izzy, que assentiu e respirou fundo.

— Akhlys tem seus poderes alimentados por uma coisa chamada véu da morte. Cada vez que alguém morre de maneira trágica, essa morte alimenta o véu. Porém, as mortes por envenenamento, já que são o principal domínio dela, praticamente incham o véu de tão fortes que são para ele.

— Então... – Começou Annabeth. – Ela, talvez, deixe Nico morrer...

— Porque a morte do anjo da Terra daria a ela e ao véu poderes suficientes para destruir uma cidade. – Completei. Annabeth arquejou baixo e arregalou os olhos.

— Tomara que tenhamos o que ela pedir em troca. – Leo estacionou em frente a um hotel. Estava de tarde. O sol do meio-dia iluminava as ruas.

Com a ajuda, dessa vez, de Isabelle, desci Nico e deixei que ele se apoiasse em mim, porém, contrariando meus pensamentos, Nico se levantou.

— Estou um pouco melhor. Posso andar sem parecer um bêbado.

Sorri e assenti, ficando próxima dele para o caso de ocorrer algo.

— O que vocês desejam?

Usando magia, fiz dólares (acredito que, segundo Nico, é assim que se chama) surgirem em meu bolso.

— Queremos quartos. Dois para casal e dois para solteiro.

A atendente checou algumas coisas, depois nos encarou.

— Infelizmente, só temos quartos para casal.

Isabelle a encarou. Os olhos arregalados.

— Você não está pensando que eu...

— Pode ser. Quero três quartos de casal.

— É O QUÊ?!

Encarei Isabelle de maneira repreensiva.

— Izzy. É só uma noite de sono. Você não vai namorar. – Revirei os olhos.

— Mas sou todo seu, se você quiser, señorita. – Leo sorriu de modo galanteador, levando um tabefe (é assim que se chama?) de Isabelle.

— Você vai dormir no chão! No sofá! Na banheira ou em qualquer lugar longe de mim!

Leo ergueu as mãos e subiu, rindo. Percy e Annabeth pegaram uma chave e subiram de mãos dadas, deixando eu e Nico para trás.

Ele me encarou e subiu as escadas, segurando o corrimão com força para não cair. Eu estava logo atrás dele, para o caso de um colapso ou de um desmaio.

— Quarto 505. – Murmurei. Nico riu baixo. – Qual o problema?

I’m going back to 505. If it’s a seven hour flight or a forty-five minutes drive. — Cantou. – In my imagination you’re waiting lying on your side… With your hands between your thighs.

Não pude evitar admirar sua voz. Nico realmente cantava bem. Mais um ponto que posso acrescentar à lista de coisas que não sabia sobre ele.

— Que música é essa?

505. Arctic Monkeys.

— Macacos do Ártico? E desde quando macacos cantam?

Nico deu um riso fraco, tossindo um pouco no final.

— Não no sentido literal. É o nome da banda. O nome do grupo, sabe?

— Sei o que é uma banda, Nico... Não sou tão desatualizada a respeito da Terra assim, ok?

Ele apenas sorriu.

— Vou te mostrar algumas músicas deles.

Sorri e continuei a subida até o quarto 505. Nico abriu a porta e entrou primeiro. Entrei logo depois e deixei sua mochila sobre a cama.

— Antes de me mostrar, você precisa de um banho. A água gelada pode retardar o veneno, já que demônios não reagem muito bem ao gelo.

— Eles morrem?

— Não, mas são repelidos. Claro que a água fria não vai repelir o sangue de demônio, mas vai retardá-lo um pouco.

Nico assentiu e caminhou até o banheiro, pegando uma troca de roupa na mochila e uma toalha. Depois caminhou até o banheiro.

— Se eu precisar de ajuda...

— É só chamar. – Sorri.

— Mesmo que você entre e me veja pelado? – Nico enrubesceu. Ri.

— Se cubra e me chame.

Nico riu também, apesar da vermelhidão, e entrou no banheiro.

Quando ouvi o barulho do chuveiro, peguei seu celular na mochila. Já havia visto um celular antes. E já mexi em um. E, mesmo que não tivesse mexido, eu aprendo rápido.

Depois de muitas falhas, consegui usar aquela coisa de maneira adequada e fui na opção músicas. Depois selecionei a playlist (palavra estranha) de Arctic Monkeys. Fiquei escutando algumas músicas enquanto Nico tomava um banho demorado. Mas me senti muito atraída por uma. Fui ver seu nome e o anotei mentalmente para não me esquecer.

Quando ouvi uma boa quantidade de músicas da playlist, Nico saiu do banheiro. Estava já com a sua camiseta. Eu estava indo em uma outra playlist. Green Day.

— E aí? – Nico sorriu. – Gostou de Arctic Monkeys?

— São bons. – Sorri, ouvindo a primeira música. Boulevard of Broken Dreams. – Mas essa banda parece ser boa também.

— Green Day é uma das minhas favoritas. – Nico sentou-se ao meu lado. – Depois escute American Idiot e Stray Heart.

— Mais alguma?

— Ouviu Fluorescent Adolescent?

Assenti.

— Gostei muito dela.

Nico sorriu e calçou os tênis.

— Então... Onde vamos almoçar? – Ele me encarou. Sorri.

— Acho que deve ter um... Um...

— Restaurante? – Nico tirou algumas coisas da mochila, deixando-as no quarto.

— Isso! Restaurante! Obrigada.

Nico apenas sorriu.

[...]

— Finalmente! – Isabelle jogou as mãos para o alto. – Onde vocês estavam?

— Nico foi tomar um banho frio. – Falei, seguindo-a até a van vermelha de Leo. – Vai ajudar com o veneno.

Isabelle fez um som de compreensão e assentiu.

— Vou guiar aquele idiota pelo caminho ou a gente se perde.

— Vamos a um restaurante primeiro e depois voltaremos aqui.

Ela assentiu. Depois caminhou até o banco da frente e entrou.

— Bem, conheço um restaurante aqui perto.

— Qualquer um serve. Desde que tenha comida. De preferência, nada que tenha cafeína para beber. A cafeína pode acelerar o processo.

Leo assentiu e parou em frente a um restaurante.

— Acho que esse aqui vai servir. – Disse enquanto estacionava o veículo. – Já comi aqui. É muito boa a comida.

Assenti e ajudei Nico a descer. Ele ajeitou os óculos em seu rosto pálido e, no momento, com aparência doentia.

Assim que entramos, uma mulher nos levou até nossa mesa.

— Teremos dinheiro para pagar?

Encarei Isabelle, cujas asas estavam escondidas. Ela era a única que conseguiria executar algum feitiço sem se descarregar e, devido ao estado de Nico, a última coisa que eu iria querer era ficar cansada e sem forças para lutar.

Isabelle revirou os olhos e resmungou algo sobre mortais e sua fome por dinheiro. Depois tirou do bolso pedaços de papel do tamanho de cédulas.

Quando os soprou, os pedaços de papel transformaram-se em dólares. Ela sorriu vitoriosamente e os guardou do bolso.

— O que desejam beber?

— Refrigerante para todos, menos para mim. – Pediu Nico. – Eu quero um suco de... – Ele encarou o cardápio e resmungou algo sobre as pessoas se esquecerem das romãs. – Pode ser de morango.

— Já sabem o que vão comer?

Nico encarou o cardápio.

— Estamos com pressa, então pode ser uma lasanha.

O garçom assentiu e saiu. Encarei Nico que parecia aliviado por não estar de pé. Talvez lhe causasse mais dores do que estar sentado.

— Tudo bem? – Perguntei. Ele apenas sorriu e assentiu.

— Vou melhorar.

Alguns minutos depois, o garçom chegou com uma grande travessa da qual saía um cheiro maravilhoso. Um segundo chegou até a mesa com as bebidas. Nico mal terminara de consumir a comida em seu prato e empalideceu.

Ótimo! Não eram demônios inferiores! Quanto mais forte o demônio, mas rápida é a reação do veneno!

— Acho que preciso ir vomitar... – Murmurou.

— Vai lá. – Eu o encarei. Nico levantou-se e caminhou da maneira mais normal que pôde até o banheiro. – Preciso ir ao banheiro também. Estou estressada.

Isabelle deu de ombros, mas puxou, lentamente, do bolso das calças pretas que usava, uma adaga, revelando que estava de olho em qualquer ameaça.

Entrei no banheiro e apoiei-me na pia, tentando normalizar a respiração. Eu estava nervosa. Agora que descobri que o sangue não era de um demônio inferior, tínhamos muito pouco tempo. Nico estava cada vez mais fraco. Concentrei minha audição. Eu podia ouvi-lo vomitar no banheiro masculino ao lado. Aquilo só fez meu desespero aumentar. O banheiro estava vazio, então pude ouvi-lo sussurrar algo parecido com sangue. Se ele estava vomitando sangue, então o veneno já estava acelerando.

— Nunca pensei que te encontraria aqui. – Ouvi uma voz e pulei de susto, fazendo minha lança (se o Renegado morreu, não é mais dele. Além disso, achado não é roubado e eu a achei no corpo inerte dele) surgir em minha mão.

Uma garota me observava. Estava atrás de mim. Pude reconhecê-la pela aparência asiática.

Drew... – Rosnei. – Eu não havia matado você?

Ela riu debochadamente. Eu a encarava pelo espelho.

— Sim, você pensou que me matou. Mas seu ex namoradinho, Luke... – Ela sorriu. – Bem, ele me achou e perguntou se eu não queria participar de seu exército.

— Então você é uma Renegada agora.

Drew riu. Apesar de ser uma Renegada, tinha a mesma aparência de antes. Bela como todo anjo deveria ser. Não estava com a pele pálida e coberta de cicatrizes. Os olhos não estavam vermelhos e nem completamente negros. Os cabelos caíam perfeitos pelas costas, exceto por uma pequena mecha branca.

— Aposto que quer saber como mantive intacta a coisa que mais venero, minha beleza. – Ela sorriu. – Não foi fácil. Tive que sacrificar muitos anjos para conseguir encher este amuleto de poder. – Ela indicou o colar preto que usava. Magia negra. – Mas não estou aqui para falar de mim.

Finalmente, virei-me para encará-la. Ela tinha um pequeno punhal prateado na mão.

— Luke me ordenou que levasse você viva. Já que o Anjo da Terra não tem muito tempo restante. – Drew ergueu o punhal, contemplando a lâmina. – Mas acredito que ele vai me agradecer eternamente se eu levar seu coração ainda pulsante e coberto de sangue. Ele vai me agradecer por ter tido o prazer de te matar lenta e dolorosamente. De todas as formas que você mais teme. Até porque, por me tirar a minha beleza, você merece isso.

Drew atacou primeiro. Desviei no último segundo, fazendo seu punhal se chocar contra o espelho, espalhando cacos de vidro em todas as direções.

Drew rosnou e o punhal cresceu até se transformar numa espada de aço. Ela ergueu a lâmina e me atacou novamente. Bloqueei seu golpe com a minha lança e a chutei, fazendo-a cair. Drew riu debochadamente e levantou-se numa velocidade surpreendente, segurando meu rosto com força, a ponto de cravar as unhas cobertas por um esmalte rosa em meu rosto. Senti meu sangue descer por lá.

— Ah, já ia me esquecendo... – Ela sorriu. – O amuleto também aumenta minhas habilidades.

Drew me lançou com força contra uma das cabines. A força foi tanta que atravessei a parede e, consequentemente, o espelho do banheiro masculino. Ouvi alguns palavrões e um pequeno gemido de dor. Mas talvez o gemido tenha sido meu.

Gemi mais alto quando tirei, devagar, um enorme caco de vidro cravado em minha perna direita. Olhei em volta e vi Nico encolhido num outro canto do banheiro, assustado.

— Thalia! – Ele veio devagar até mim. – O que houve?

Tossi, tentando me apoiar num dos braços. Sem sucesso.

— Uma Renegada... Vá avisar os outros.

Mas o som de uma explosão, vinda do lado de fora do banheiro, seguida de gritos, indicava que as pessoas do lado de fora estavam bem cientes do ataque.

— Thalia, querida! – Drew sorriu enquanto entrava. Nico ergueu-se fracamente e se colocou em minha frente, tirando Umbra do bolso e fazendo Drew arregalar os olhos ao ver a lâmina negra. – Umbra... Então você realmente a encontrou. Que incrível. – Ela sorriu cruelmente. – Pena que não é em você que estou interessada, lindinho.

Nico rosnou e tentou atacá-la. Drew bloqueou o golpe, tirando a espada de suas mãos.

— Não vou deixar você feri-la! – Avisou. Drew riu debochadamente e agarrou sua garganta, erguendo Nico a alguns centímetros de chão.

— E como, pequeno anjo envenenado, você vai me impedir?

Apesar de estar sufocando, Nico sorriu.

— Te distraindo...

Drew assumiu uma expressão confusa, distraindo-se por tempo suficiente para que eu lhe desse uma rasteira, fazendo-a cair e derrubar Nico, que tossiu.

Ergui minha lança e quase atingi Drew. Sua espada voltou a ser um punhal e ela desferiu um golpe, fazendo um corte profundo em meu braço. Larguei a lança. Drew sorriu e ficou sobre mim, prendendo meus braços com os joelhos. Nico gritou e tentou vir até mim. Estava muito ferido.

— Agora... Fique bem parada... Acredito que fazendo um corte no lugar certo, eu consigo tirar seu coração com mais facilidade.

Gemi baixo em desespero e debati-me. Drew ergueu o punhal. Fechei os olhos com força.

Então a porta se abriu subitamente e eu abri os olhos a tempo de ver Percy se jogando sobre Drew. Ela rosnou alto e tentou se livrar do moreno. Ele estava com a vantagem. Pude ver uma espécie de amuleto em seu pescoço também. A joia no centro do amuleto era azul. Isabelle trouxe amuletos?

Nico conseguiu alcançar Umbra e a usou para se recuperar dos ferimentos. Ele se aproximou de mim e me ajudou a levantar da maneira que pôde. Levantei-me até estar sentada e o encarei.

— Obrigada...

Nico apenas sorriu de canto, apesar da palidez e aparência doentia.

— Você está bem?

Assenti, levantando-me com certa dificuldade e o ajudando a fazer o mesmo.

Drew conseguiu se livrar de Percy e se levantou, avançando em minha direção. Nico colocou-se em minha frente e, antes que Drew conseguisse golpeá-lo, arrancou o amuleto de seu pescoço.

Uma luz vermelha muito forte ofuscou minha visão. Fechei os olhos com força e, quando os abri, vi a verdadeira forma de Drew. A pele branca era coberta de cicatrizes e marcas. Os olhos não eram completamente negros, e sim completamente vermelhos e ardentes como chamas. As roupas foram substituídas por uma longa capa negra, cujo capuz escondia os cabelos negros.

— Devolva isso! – Rosnou. Nico jogou o amuleto no chão e, antes que Drew o pegasse, atravessou a joia usando Umbra.

Até eu pude sentir o poder que Umbra retirou do amuleto conforme este se dissolvia até restar uma poeira negra. Drew gritou de ódio e avançou sobre Nico, porém uma sombra jogou-se sobre ela. Isabelle.

Isabelle puxou das sombras sua espada de lâmina transparente e atacou Drew, que rosnou e a atacou de volta.

Isabelle! Zeus sabe que está aqui?! – Até sua voz havia mudado. Era agora arrastada e rouca, quase como o sibilar de uma cobra.

— Claro que sabe! Mandou-me aqui para acompanhar Thalia em sua missão! – Ela sorriu. – O que me deu certa vantagem. Adoro matar Renegadas ridículas que ousam se sentir superiores à Herdeira dos céus! – Isabelle ergueu sua lâmina. – Ou a mim!

Antes que Drew erguesse seu punhal, Isabelle atacou-a, atingindo seu braço direito. Drew gritou de dor e tentou golpeá-la. Quase conseguiu. Isabelle bloqueara o golpe com perfeição.

Drew tentou atacá-la outra vez. Isabelle deu um salto perfeito e foi parar atrás de Drew, pressionando a lâmina transparente contra sua clavícula.

— Tem mais alguém aqui?! – Rosnou. Drew apenas sorriu e encarou Nico.

— Ele fez o ótimo serviço de soar o alarme ao destruir a joia. Acho que meu exército deve chegar... – Seu sorriso tornou-se cruel. – Agora!

Agora a explosão do lado de fora foi mais alta ainda. Mais gritos ecoaram.

— Percy! – Chamou Isabelle. – Vá ajudar os outros!

Percy assentiu e saiu correndo porta afora.

— Boa sorte... – Drew riu. Depois golpeou Isabelle, livrando-se dela. – Vão precisar! Não durarão um segundo contra todos os Renegados e demônios lá fora! – Ela nos encarou. – Nem posso acreditar que foi tão fácil distrair vocês antes de ordenar o ata...

Antes que Drew terminasse de falar, ouvi o som de uma lâmina atingindo-a. Drew olhou para baixo a tempo de ver a lâmina de Isabelle atravessando seu peito.

— Cale a boca, Renegada! – Rosnou Isabelle enquanto o corpo de Drew tombava para frente. Ela limpou o sangue que espirrara em sua roupa e nos encarou. – Tive uma ideia... E espero que funcione.

Nico a encarou conforme Isabelle retirava sua luva esquerda e abaixava-se ao lado de Drew.

Odeio fazer isso. – Reclamou enquanto tocava sua pele.

Aos poucos, a pele de Isabelle se modificou, assumindo a mesma aparência da pele de Drew. Seus olhos ficaram inteiramente vermelhos. Os cabelos ganharam alguns cachos. As roupas transformaram-se na mesma capa longa. Nico arregalou os olhos.

— C-como...

— Tenho a habilidade de absorver temporariamente os poderes, lembranças, habilidades, traços de personalidade e características físicas de uma pessoa apenas com o toque. – Ela olhou-se no espelho. – Céus! Estou horrível! – Disse no mesmo tom que Drew usaria. Depois sacudiu a cabeça. – Merda. Que garota chata. Passado sem graça.

Nico ainda não acreditava. Apenas sorri de canto. Depois ergui os pulsos.

— Precisa nos disfarçar também.

— Thalia... Tem certeza?

— Vou ficar bem, Izzy.

Isabelle revirou os olhos.

— Querida, eu crio armas, não algemas! – Ela sacudiu a cabeça com o “querida”. – Posso tentar.

Isabelle se esforçou. No segundo seguinte, grilhões surgiram nos meus pulsos e nos de Nico. Isabelle transformou Umbra num cilindro novamente e a colocou no bolso de Nico. Respirei fundo, evitando olhar para as correntes de aço.

— Pronto. Vamos.

Caminhamos até a saída. Mantive-me ao lado de Nico. Não era a primeira vez que grilhões prendiam meus pulsos. Sacudi a cabeça ao me lembrar daqueles momentos horríveis.

— Renegados! – Isabelle/Drew gritou. – Juntem os demônios e retirem-se! Eu cuidarei dos restantes!

— E Isabelle? – Um dos Renegados a encarou.

— Está morta. Eu a derrotei. – Ela sorriu. – Achou realmente que eu seria estúpida a ponto de deixá-la viva? Retirem-se! Agora!

O Renegado assentiu e chamou as tropas novamente. Um dos demônios estava quase matando Leo Valdez quando se retirou do ambiente. Isabelle, ainda na forma de Drew, suspirou aliviada.

— Desgraçada! – E não conseguiu desviar de Leo, que lançou-se sobre ela. Nico abriu a boca para falar algo e eu dei-lhe uma cotovelada discreta. Ele percebeu meu sorriso de canto. Seria engraçado.

Leo estava a ponto de golpeá-la quando a aparência de Isabelle voltou ao normal. O branco sumiu de sua pele, que voltou a ser, como sempre, linda. O latino gritou surpreso e pulou para trás.

— Mas... Mas... Você era ela! Ela não matou você e você matou ela! Mas como você pode ser ela se ela matou você? Ah, dios mio! Isso só está piorando!

Ri baixo enquanto os grilhões se dissolviam, deixando-me aliviada de não vê-los novamente. Nico me encarou.

— Você está bem?

Sorri e assenti.

— Vou ficar.

Ouvimos um riso e nos viramos. Dez Renegados nos encaravam dos fundos.

— Muito esperta, Isabelle. Eu deveria ter adivinhado que faria isso. – O mesmo Renegado que questionara sobre o paradeiro de Isabelle estava lá. Encarando-nos. – Como fui estúpido em ordenar a retirada.

— Não mais do que foi voltando! – As asas de Isabelle surgiram e ela lançou-se sobre ele, golpeando-o com uma adaga que tirara das sombras. Os restantes lançaram-se sobre nós.

Nico ergueu a espada e, utilizando o poder do amuleto que a lâmina sugara, conseguiu forças para lutar. E eu sabia que era uma questão de tempo até esse poder se esvair e Nico tombar devido ao veneno.

Tirei minha lança e ataquei o primeiro Renegado que veio em minha direção. Não durou nem cinco segundos. Parti para o próximo enquanto Nico ainda se concentrava em seu adversário. Isabelle ainda lutava contra o mesmo Renegado. Ele devia ser um dos tenentes de Luke.

— Por que não desistem? Só precisamos da Grace! Sabemos que o Anjo da Terra está para morrer!

Nico não se alterou. Continuou focado em sua luta.

— Desistir é fácil demais! – Isabelle sorriu enquanto atravessava seu coração com a adaga. Ele gemeu de dor por alguns segundos antes de tombar. Os Renegados restantes, aproximadamente cinco, contando o que Nico enfrentava, hesitaram por tempo suficiente para que fossem atacados.

Nico quase matara o Renegado que enfrentava, porém ele foi mais rápido, desviou do ataque e o atacou de volta. Nico bloqueou o golpe com a espada e recuou alguns metros para trás, caindo de joelhos devido ao veneno.

Antes que o Renegado o matasse, Nico ergueu a lâmina e cravou-a no chão. Uma rachadura espalhou-se por todas as direções, engolindo três dos Renegados restantes, incluindo aquele que quase o matou.

No segundo seguinte, Nico tombou, inconsciente. Corri até lá para ajudá-lo e o ato quase custou-me a vida. Um dos dois Renegados lançou-se sobre mim. Debati-me, quase desesperada. Meus pulsos foram amarrados atrás das costas. Tentei escapar novamente.

— Abaixe-se! – Ouvi Isabelle gritar. Joguei-me no chão no momento em que uma sombra sólida lançou-se sobre o Renegado, sufocando-o até a morte.

Infelizmente, o ato distraiu Isabelle por tempo suficiente para que o último Renegado retesasse a corda do arco que levava ao máximo.

— Izzy! – Gritei, apesar de saber que era tarde. Isabelle virou-se. Não teria tempo de desviar.

Foi tudo rápido demais. Usando magia, consegui criar um portal que nos levasse para a van. Uma luz forte ofuscou minha visão e, por um momento, tudo ficou escuro.

Abri os olhos. Todos estavam nos fundos da van de Leo. Percy e Annabeth tossiam. Nico estava inconsciente no banco de trás. Procurei em desespero por Isabelle enquanto Percy desamarrava minhas cordas.

Ela estava no banco, ofegante, mas não havia vestígios de ferimentos em seu corpo. Ela virou-se para mim. Os olhos arregalados.

— Precisamos de cuidados médicos. Agora!

Fui até ela pelo curto espaço na van e arregalei os olhos.

Ao final, tínhamos um ferido.

Leo Valdez estava no chão da van. Pálido, com a flecha do Renegado atravessando-lhe o abdômen.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Akhlys vai nos ajudar ou atrapalhar? Nico não consegue perder a piada nem mesmo envenenado. Leo e Izzy não se dando tão bem assim (apesar de o nosso querido boy on fire cometer um ato suicida para salvá-la :3). Thalia aprendendo nossas palavrinhas durante sua narração, hehe! :3 Nico citando uma das melhores músicas de Arctic Monkeys e Thalia levando o nome para o sentido literal (ri muito com essa parte). Nico não fica muito sexy cantando? Sim ou claro? Thalia adquirindo seu clássico e bom gosto musical :3 Momento Thalico no quarto (será que a Thalia estava pensando no Nico nu? Com certeza ou obviamente?)
E a Drew? O que acharam do pouco tempo que ela passou entre nós? Vadia, desgraçada ou vadia desgraçada? E o Nico aprendendo um pouco mais sobre seus poderes e os de Umbra? O que acharam?
E, por fim, Leo. Pessoalmente, eu adorei fazer esse drama e acabar o cap assim? Tenho certeza de que querem me matar! Por isso estou no meu querido abrigo! :3
Bem, fico por aqui! Ainda hoje, teremos cap de Kiss Of A Vampire e... adivinhem...
MISGUIDED GHOSTS VOLTARÁ PARA ALEGRAR SEUS CORAÇÕES!
E eu sei, leitores de MBC, eu estou devendo uma fic nova, mas o caso é que eu estou com muito medo. É a minha primeira fic de outra saga. Minha primeira Sanubis e eu tenho medo de não atingir minha meta e de não ser aprovada pelos leitores! #prontofalei!
Postarei em breve, queridos! :3
Bjoks! *3*