Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 27
"Volta pra Mim..."


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! Postei rápido né? :3
É porque eu sou má, mas nem tanto! Não ia deixar vocês sofrendo tanto! :)
Trago aqui mais um cap para chorar muito! Tenho certeza de que vão amar/chorar! :')
Realmente espero que gostem do cap!
Vou me mudar para um abrigo melhor ainda depois desse cap!
P.O.V da Thalia!
Enjoy it! ;)



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Thalia

 

Gritei o mais alto possível quando vi Nico desaparecer. Estava apoiada na barreira. E fui ao chão assim que ela sumiu, soluçando encolhida ali. Eu chorava alto. Sem esconder. Sem me preocupar com quem estivesse observando. Sem me importar com os passos que vinham de dentro do chalé.

— Thalia! – Jason veio em minha direção, segurando meus ombros e levantando-me de modo que estivesse de frente para ele. Solucei alto e agarrei sua camiseta com força, sem conseguir parar de chorar. Era minha culpa. Eu devia tê-lo protegido. Se Nico não tivesse se ferido, eu não precisaria oferecer meu sangue. Foi culpa da minha fraqueza. E, agora, ele morreria por causa de uma mísera gota de sangue! – O que houve, Lia? Fale comigo...

Solucei mais alto.

— N-Nico... – Comecei. Os outros se tumultuaram ao meu redor quando pronunciei o nome de Nico, ainda soluçando. – Ele se foi, Jay... Ele fez um acordo com Luke... Ele se entregou para me manter viva... Mas... – Solucei novamente. – Mas eu não vivo sem ele!

— Ele o quê?! – Percy arregalou os olhos. Depois veio até mim. – Thalia, diz que é mentira, por favor... Diz pra mim que ele não se entregou para Luke... Que ele não vai morrer.

Neguei lentamente, sem conseguir parar de chorar. Eu não podia deixá-lo morrer. Não queria perdê-lo, mas não sabia onde ele estava. Isabelle soluçou de onde estava. Era o pior de todos os momentos da minha vida. Eu não queria acreditar que aquilo estava acontecendo. Não queria acreditar que perdi Nico. Que ele morreria. Por minha causa.

— Eu podia... – Comecei, sendo sacudida por um soluço. – Eu podia tê-lo trazido até Calipso... Para curá-lo... Mas eu o levei para Akhlys! Eu sou estúpida! A culpa é minha!

— Shh... – Jason afagou meu cabelo. – Não é culpa sua, Thalia... Nenhum de vocês possui culpa. Nico se sacrificou por você, mas não é tarde demais.

Ergui o olhar para encará-lo. Ainda não conseguia parar de chorar.

— C-como assim?

Jason segurou meu rosto entre suas mãos.

— Levante-se... Vista-se e pegue suas melhores armas. Nós iremos até lá. E nós vamos salvar Nico. – Ele depositou um beijo em minha testa. – Eu prometo. Por mais que não me agrade ver vocês juntos, eu quero ver você sorrir.

Solucei baixo, sorrindo levemente. Depois o abracei com força e me levantei. Ainda tinha tempo. Eu ainda podia resgatar Nico e desfazer a bagunça que fiz. Meu sangue já havia sido descartado. Não havia nada que Luke pudesse usar para chantagear Nico.

— Vamos... – Chamei os outros para dentro. Respirei fundo. Eu não podia me dar ao luxo de chorar. Não naquele momento. – Izzy... – Chamei. – Chame a Sra. O’ Leary. Sendo filha de quem você é, sei que consegue invocar os cães.

— Sra. Quem? – Isabelle ergueu as sobrancelhas, confusa.

— O cão do inferno que segue Nico. Ela pode farejá-lo.

Isabelle assentiu. Virei-me para Calipso.

— Preciso de um meio de transporte rápido. Menos para Jason, Isabelle e Katie, que podem voar.

Calipso assentiu e olhou para as árvores. Um longo e doce assovio foi emitido e seis lindos cavalos surgiram entre as árvores. Um deles era um pouco maior que os outros e branco. Este se aproximou de mim, abaixando-se numa espécie de reverência. Sorri e afaguei seu focinho. Depois caminhei para dentro, tirando a camiseta de Nico e trocando-a por uma regata preta. Coloquei meus jeans pretos e a jaqueta por cima. Peguei meu arco ao lado da cama e verifiquei, usando magia, se minha lança estava comigo. Olhei para os céus. Com toda certeza, choveria hoje.

Peguei a camiseta de Nico e encontrei os outros, já vestidos. Isabelle estendeu a mão e as sombras se condensaram, formando a tão querida Sra. O’ Leary, que decidiu ficar visível. Segurei a camiseta de Nico e me aproximei dela.

Você pode encontrá-lo? – Perguntei na língua dos anjos. A Sra. O’ Leary se aproximou e farejou a camiseta, abanando levemente o rabo ao sentir o cheiro de seu “dono”. Depois uivou. Encarei os outros. As asas de Isabelle, Jason e Katie surgiram. – Vamos. Montem em seus cavalos.

Aproximei-me de meu cavalo, agora com o devido equipamento de montaria. Depois vi enquanto Isabelle e Katie auxiliavam os outros, com a exceção de Percy e Annabeth, que, aparentemente, já tinham experiência com montaria.

Assim que todos estavam devidamente posicionados, Isabelle deu a ordem e a Sra. O’ Leary latiu, começando a caminhar. Encarei Calipso.

— Muito obrigada por tudo, Caly.

Ela sorriu.

— Disponha, Thalia. Encontrarei vocês assim que for possível.

Assenti e dei uma ordem ao cavalo, que relinchou e empinou, o que foi um sinal para que Sra. O’ Leary disparasse na direção da qual, aparentemente, vinha o cheiro de Nico. Logo em seguida, os cavalos dispararam, seguindo o cão de perto. Jason, Katie e Isabelle nos vigiavam por cima, sobrevoando o local à procura de qualquer sinal de Nico ou demônios e Renegados.

A corrida foi longa. Durou quase duas horas. Ainda disparávamos atrás da Sra. O’ Leary quando o cão parou, virando-se para nós. Os cavalos pararam logo depois. Parecia que todos os animais daquele local sabiam que era necessário fazer silêncio.

Esperem aqui... – Disse aos cavalos. Depois afaguei o pelo do cão do inferno. – Obrigada, Sra. O’ Leary. Eu juro que trarei Nico de volta. Cuide dos outros aqui fora.

O cão latiu, sentando-se. Sorri levemente e encarei os outros.

— Uma fábrica abandonada... – Leo observou. – Se conseguir entrar, posso fazer o sistema de iluminação voltar a funcionar. Como toda fábrica, ela deve ter um sistema de irrigação. – Ele encarou Percy, que fechou os olhos, sentindo a água ao redor. Depois assentiu. – Como eu dizia... Preciso apenas que alguém consiga fazer um ritual para “abençoar” a água. Assim, eu ativo os sistemas de irrigação e...

— E faz água benta jorrar pelo local. – Concluí por ele. Depois sorri. – Você é mesmo brilhante, Leo! Isabelle realmente sabe escolher o homem da vida dela!

Isabelle corou violentamente e cruzou os braços, sendo imitada por Leo. Sorri de canto.

— Concentre-se. – Pediu Isabelle, tentando mudar de assunto.

Assenti, voltando à postura séria.

— Izzy, ajude Leo a chegar aos sistemas e dar um jeito de fazer tudo funcionar. Jason, abençoe a água. Katie, isole a área da fábrica. Os Stoll ficam aqui com a Sra. O’ Leary, porque, se Luke vir vocês, teremos um problemão.

Travis e Connor assentiram.

— E nós? – Questionou Percy. – Eu e Annie.

— Precisarei da ajuda de vocês para entrar. Depois eu sigo. Porque não quero que Luke machuque mais ninguém.

Percy e Annabeth assentiram. Jason levantou voo e Katie logo depois.

— Vamos. – Chamou Isabelle, segurando o pulso de Leo e desaparecendo nas sombras.

Sem a menor delicadeza, chutei as portas com força, abrindo-as e surpreendendo os demônios que guardavam aquele corredor.

— Vocês me tiraram uma pessoa muito importante... – Peguei meu arco, matando o primeiro demônio que se aproximou. – E eu vim buscá-lo de volta!

Os demônios rosnaram, chamando a atenção dos Renegados, que se voltaram para nós. Um deles deu uma ordem ao outro, de que avisasse Luke. Visualizei o líder. Só preciso chegar até ele.

Antes que aquele Renegado pudesse sair para avisar Luke, armei o arco e minha flecha atingiu perfeitamente a sua cabeça, fazendo-o cair, já sem vida.

O primeiro demônio não teve a menor chance: foi empalado no segundo em que avançou. Percy e Annabeth logo avançaram sobre os outros demônios e Renegados, matando um por um. Eu mal via o que estava fazendo: apenas visava chegar até o líder, que percebia que era o alvo e ria debochadamente, o que aumentou meu ódio.

Foi preciso matar quinze demônios e vinte Renegados para alcançá-lo. Ele desembainhou uma espada e me golpeou, um golpe que eu bloqueei com a lança. Ele rosnou e veio em minha direção novamente, erguendo a espada. No segundo seguinte, usei a outra extremidade da lança para atingir seu olho e, em seguida, atravessei seu ombro direito com a ponta. Ele gritou de dor e foi jogado contra a parede.

— ONDE ELE ESTÁ?! – Questionei, já usando uma pequena descarga elétrica para torturá-lo. O Renegado gritou de dor.

— Eu não sei... De quem está falando...

Rosnei alto de ódio e dobrei a potência da segunda descarga elétrica. O Renegado gritou muito mais alto.

— Eu vou perguntar só mais uma vez, seu verme nojento... – Rosnei. – Onde ele está?

O Renegado engoliu em seco. Depois gritou quando, usando sua própria espada, cortei todos os dedos de sua mão direita. Um por um.

— ONDE. – Soquei-o, eletrizando meu punho propositalmente. – ELE. – Soquei-o mais uma vez. – ESTÁ?!

— TERCEIRO ANDAR! – Ele conseguiu pronunciar entre os gritos de dor. – Ele... Ele está no terceiro andar... A Sala 13... É lá que ele está... Eu juro...

Sorri falsamente.

— Acredito em você. – Coloquei o máximo de carga possível e o encarei. – Mas não preciso mais de você.

Antes que o Renegado ao menos suplicasse, eletrocutei-o até a morte. O cheiro de carne queimada invadiu minhas narinas, mas não me incomodei. Ele iria para onde merecia. Subi as escadas, disparando pelos corredores até chegar ao terceiro andar, já encontrando uma multidão de demônios. Mas, assim que eles notaram minha presença, as luzes se acenderam e uma voz ecoou.

Senhoras e senhores, queimem com esse delicioso banho à moda de Leo Valdez!

No segundo seguinte, os irrigadores funcionaram, jorrando água benta e fazendo com que os demônios gritassem de dor. Encarei Percy e Annabeth.

— Vai lá, Thalia! – Disse Percy. – Cuidaremos deles!

Assenti e disparei pelos corredores, procurando, desesperadamente, pela sala de número 13. Não havia sinal de Luke. E o alívio foi maior do que qualquer outra coisa quando encontrei a porta. Sorri e disparei até ela. Eu conseguira. Salvaria Nico.

A visão foi a pior de todas quando abri a porta e encontrei Nico, de joelhos, com os pulsos presos a duas estacas. Sangue gotejava sem parar de seus lábios e Umbra atravessava seu corpo. A ponta da espada estava no meio de um recipiente quase cheio de sangue.

— Não... – Solucei alto, largando minhas armas. Depois corri até Nico. – Nico! – Toquei seu rosto, frio. Não obtive resposta. Solucei alto e caminhei até estar atrás dele, retirando a espada. Caminhei até o recipiente e o chutei, murmurando algumas palavras em seguida, que fizeram com que o sangue borbulhasse e desaparecesse. Soltei os pulsos de Nico, com as mãos tremendo devido aos meus soluços compulsivos. Depois o segurei quando ele tombou para frente. – Nico, por favor... Não me deixe...

Solucei mais alto quando não obtive resposta. Depois o aninhei em meu colo, abraçando-o com força e soluçando cada vez mais alto.

— P-por favor... Por favor... – Afaguei seus cabelos, ainda soluçando. Acabou. Minha vida acabou. Meu mundo desabou. Eu estava sozinha novamente. E Nico não estaria ali por mim. – Eu te amo, Nico... Volta pra mim, por favor... Volta...

Não consegui falar mais nada. Apenas solucei alto. Compulsivamente. Ainda estava abraçada a Nico. E não conseguia parar de chorar. Tudo o que eu passei para nada. Tudo o que passamos... Todos os nossos momentos... Nosso primeiro beijo... Nossa primeira vez... Tudo para que eu o perdesse no final. Abracei-o com força, deitando minha cabeça em seu peito, ignorando o sangue, e desejando, com todas as forças, morrer. Eu trocaria com ele se pudesse. Eu morreria em seu lugar se pudesse. E como queria. Como eu queria morrer no lugar de Nico. Não contive um longo e cortante grito. Trovões ecoaram do lado de fora. Um relâmpago iluminou a janela. Eu soluçava alto, chorando cada vez mais conforme a chuva aumentava.

— Por favor... – Pedi entre meus soluços. – Eu te amo, Nico. Eu te amo mais do que tudo. E eu nunca fui mais feliz em minha vida do que ao seu lado... Por favor, não me deixe agora... Você... Você me prometeu... Que me mostraria o mar... – Solucei mais alto. – Que eu o veria com meus próprios olhos... E eu não consigo viver sem você... Não consigo viver sem as suas piadas estúpidas... Não consigo viver sem rir do seu rosto vermelho toda vez que fica envergonhado... Não consigo viver sem seu riso. Sem seu toque... – Eu não tinha noção do que estava acontecendo ao meu redor. Tudo o que me importava era Nico, morto, em meus braços. – Não consigo viver sem seu beijo. Sem olhar em seus olhos todos os dias e dizer que te amo... E te ouvir dizer que me ama. Eu quero você de volta, Nico... Eu não quero uma vida sem você... Por favor... – Abracei-o com força. A tempestade continuava do lado de fora. – Não me deixe...

Fiquei ali, naquele estado deplorável, soluçando por um longo momento enquanto repousava minha cabeça em seu peito e ouvia as fracas batidas do seu coração...

Espere! Arregalei os olhos, ficando em total e absoluto silêncio até ouvir novamente. Seu coração está batendo!

Eram batidas fracas. Seu coração estava quase parando. Eu precisava salvá-lo, mas Néctar não seria suficiente. Apenas uma coisa seria e eu sabia o que era.

Olhei ao redor, encontrando Umbra e pegando-a em minha mão. Depois segurei a lâmina com força, ofegando quando cortou a minha pele. Depois encaixei o cabo na mão de Nico, sentindo toda a minha força vital ser sugada aos poucos. Não parei. Tentei me manter consciente pelo máximo de tempo possível. Não parei nem mesmo quando Nico ofegou, puxando todo ar que pôde. Seu ferimento se fechava aos poucos conforme todos os ferimentos que eu já havia sofrido retornavam. Seu coração voltava a bater conforme o meu parava. Continuei segurando a lâmina até sentir que ia morrer. Minha pele já havia perdido toda a cor. E eu já havia perdido muito sangue. Nico levantou-se, tossindo. Depois arregalou os olhos, tirando Umbra das minhas mãos, quando me viu.

— Lia... – Começou, segurando-me antes que eu caísse. – O que você fez?

— T-tudo... – Comecei, sentindo fraqueza, mas consegui tocar seu rosto. Nico soluçou, segurando minha mão. – Por você... Eu te amo, Nico...

Era isso. Era esse o preço por amar Nico. Eu morreria para salvar a vida dele. Já deveria esperar que isso acontecesse. Ele soluçou alto, ainda me segurando.

Seu toque foi a última coisa que pude sentir antes que tudo se escurecesse.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Choraram tanto quanto eu? E o final? Querem me matar de novo?
Estou agora no Abrigo Anti-Leitores Revoltados 100.000.000! Espero que ninguém consiga entrar! ^-^
Realmente espero que tenham gostado e chorado tanto quanto eu! :3
Fico por aqui, amores! Nos vemos no próximo! :)
Digam o que acharam! :)
Bjoks! *3*