Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 26
Fiz o Pior Acordo da Minha Vida


Notas iniciais do capítulo

Oi, amorecos! :3
Sabiam que eu amo muito vocês? Assim, meu amor por vocês é incrivelmente grande! Amo muito, muito, muito vocês! :3
Sim, vocês não vão gostar do que encontrarão lá em baixo! MUAHAHAHAHAHAHAH! *cof* *cof*
Bem, não vou dizer mais nada! MUAHAHAHAHAHAH! *cof* *cof*
Fiquem com o cap!
P.O.V do nosso Necromante favorito! ^-^
Enjoy it! ;)
Ou melhor...
CHOREM! MUAHAHAHAHAHAHAH! *cof* *cof*



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Nico

 

Acordei no meio da madrugada. Thalia estava dormindo, mergulhada num sono profundo. Ainda era possível ver algumas trilhas de lágrimas em seu rosto. Porém sua expressão era serena. E possuía até mesmo um pequeno sorriso. Sorri com isso e afaguei seu cabelo, vendo-a dormir. Eu não conseguiria voltar a dormir. Tinha certeza disso.

Por fim, suspirei e, tomando todo o cuidado do mundo para não acordar Thalia, levantei-me, sorrindo levemente ao lembrar que ela estava com a minha camiseta e eu apenas de jeans pretos. Sorri levemente e, mesmo descalço, caminhei para fora do quarto. Precisava de um pouco de ar puro.

Atravessei a sala, vendo que não havia ninguém ali. Continuei minha caminhada até a porta da frente, que eu abri sem muitas dificuldades (sério: será que Calipso não se preocupa com ladrões não? Apesar de acreditar que ninguém seria louco de se embrenhar na floresta apenas para roubar um chalé aparentemente simples). Saí do chalé e sentei-me no último degrau da pequena escada que havia na entrada. Suspirei, fitando o céu estrelado. Era realmente maravilhoso se afastar da cidade grande durante a noite e observar o céu, totalmente limpo e coberto de inúmeras estrelas. Sorri novamente com isso.

Ao ver as estrelas, pensei em Thalia. Em como estava arrasada e em como havia despejado toda a sua dor pelas lágrimas. Não só pela sua preocupação com sua família, mas também por sua mãe, pelo que passou, pela infância que perdeu apenas treinando para virar uma guerreira, por Jason, pela sua preocupação comigo. Ela deixou que tudo se esvaísse pelas lágrimas e eu fiquei ali: abraçando-a pelo máximo de tempo que pude. Assim como ela sempre fazia quando eu desabava.

Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi passos. Ergui o olhar e me levantei apressadamente, pegando Umbra, quando vi Luke em minha frente.

— Calminha, Necromante... – Ele ergueu as mãos. Tinha um pequeno sorriso de canto. – Eu não trouxe um exército e não vim para atacar... Vim para conversar.

Encarei-o por um longo momento, ainda direcionando Umbra para ele. Eu poderia matá-lo. Nada iria me impedir. Mas eu sabia que ele esperaria pelo ataque e se defenderia. Aí eu é que levaria a pior.

Por fim, baixei Umbra, mas não a guardei. Observava cada movimento de Luke. O menor movimento brusco culminaria no fim da sua vida.

— Diga. – Falei num tom de voz que não acordasse quem quer que estivesse dormindo. Luke sorriu.

— Depois de muito tempo tentando te atacar, te manter inconsciente e até mesmo te matar, Nicholas... Eu percebi que tudo o que precisava fazer era negociar. Um simples negócio. Uma simples troca de favores. Mas fui estúpido demais para saber. Para perceber que toda a resposta para o meu problema estava num simples frasco... – Luke levou a mão ao bolso e tirou de lá um pequeno frasco, que continha uma única gota de sangue. Arregalei os olhos. Eu sabia a quem pertencia. Não porque era uma gota de sangue num frasco, mas porque eu sentia. Luke riu debochadamente ao ver minha reação. – Gostou? Eu consegui com Akhlys. E tudo em troca de duas mortes por envenenamento. Não tenho muito problema em sacrificar Renegados. – Ele sorriu. – Basta uma gota disso aqui... – Do outro bolso, Luke tirou um conta-gotas, que possuía um líquido negro e viscoso em seu interior. – Que você poderá dar adeus à sua namorada!

— Não se atreva a machucá-la... – Ergui Umbra e comecei a caminhar até Luke, mas, como um aviso, o conta-gotas foi erguido acima do frasco. Gelei na hora e Luke riu novamente. Rosnei de ódio. – O que você quer?

Ele riu mais uma vez.

— Não é óbvio? – Questionou, se aproximando. – Eu quero que se renda, Nicholas di Angelo. Eu quero que se entregue para que eu possa matá-lo. Afinal, esse sangue... Essa simples gota de sangue... Salvou a sua vida. E, agora, você vai retribuir o favor... Vai afastar sua namorada do perigo e, ao mesmo tempo, vai morrer, como sabe que deveria ter morrido. – Luke parou não muito longe de mim. – A escolha é sua.

Era óbvio que eu escolheria Thalia. Com toda certeza eu escolheria salvá-la. Não importava o preço. Desde que ela estivesse viva e bem, eu não teria com o que me preocupar. Baixei o rosto, apertando o botão na base de Umbra e fazendo-a voltar a ser um cilindro. Depois o ergui para encarar Luke.

— Duas condições... – Falei. Ele sorriu, vitorioso. – Primeira: vai destruir o frasco...

— Vou destruí-lo assim que ter certeza de que não vai escapar. – Disse, guardando o conta-gotas. – Qual a segunda?

— Vai deixar que eu me despeça de Thalia.

Luke riu debochadamente. Depois me encarou, se aproximando.

— Você tem cinco minutos... Se eu desconfiar de que está tramando alguma coisa, nada vai me impedir de matar sua namoradinha durante seu sono. Nem mesmo você.

Suspirei, assentindo. Não demonstraria medo. Não demonstraria nada. Caminhei até a casa e, silenciosamente, abri a porta do quarto em que eu e Thalia estávamos, vendo-a ainda dormindo.

Suspirei baixo e afaguei seus cabelos, dando-lhe um selinho.

— Eu te amo, Thalia... – Sussurrei. – E eu sinto muito.

Levantei-me, caminhando lentamente para fora quando ouvi a voz de Thalia.

— Sente muito pelo quê? – Perguntou, abrindo levemente os olhos. – Está chorando?

Neguei lentamente.

— Eu estou bem, Thalia... – Sorri. – Volte a dormir, principessa... Está tarde.

— Nico... – Ela começou, mas eu já havia fechado a porta e estava caminhando pela sala até ouvir os passos de Thalia atrás de mim. – Nico, o que está fazendo?!

Virei-me para vê-la.

— Por favor, Thalia... Volte para o quarto.

Ela me encarou, sem entender o que estava havendo.

— Nico, me diga o que está acontecendo...

Segurei seu rosto entre minhas mãos e beijei-a.

— Eu te amo, Thalia.

Ela negou lentamente, seguindo-me até a saída e arregalando os olhos ao ver Luke.

— Não! – Thalia tentou correr em minha direção, mas sombras sólidas a mantiveram presa na porta de casa. – Nico, por favor... – Ela soluçou. – Não faça isso, por favor...

Sorri levemente ao encará-la.

— Eu sinto muito... – Falei. Ela negou, soluçando mais alto. Virei-me para Luke. – Estou pronto. Não irei fugir.

Luke sorriu satisfeito e ergueu o frasco, fazendo questão de que Thalia visse a razão de eu estar partindo, depois o jogou contra uma árvore, fazendo o vidro se estilhaçar e a única gota de sangue se perder entre a grama e o tronco da árvore.

— Então vamos... Não quero perder a diversão. – Ele me encarou. – Os pulsos, por favor.

Olhei para Thalia uma última vez, deixando uma única lágrima escapar. Ela negou em desespero, soluçando alto. Virei-me para Luke e ergui meus pulsos, vendo um par de algemas negras surgir ao redor deles. Senti meus poderes sendo completamente neutralizados e as sombras soltaram Thalia, que quis correr em minha direção, mas Luke criou uma barreira entre nós.

— Luke, por favor... – Ela implorou, soluçando. – Não o machuque... Deixe-o ir...

Luke apenas sorriu cruelmente enquanto começávamos a desaparecer.

— Adeus, Grace.

A última coisa que pude ouvir antes de sentir um puxão e ser levado para longe daquele lugar foi o grito de Thalia, carregado de tristeza e dor.

    

Olhei em volta, vendo um local que lembrava uma fábrica antiga, aperfeiçoada para que parecesse um complexo de celas. Pelo menos no andar em que estávamos. Luke inspirou profundamente.

— Se eu soubesse que seria tão simples, teria feito isso antes... – Ele riu. Depois virou-se para mim. – Eu vou fazê-lo sentir dor, Nicholas... Muita dor. E não me refiro à dor psicológica... Me refiro à dor física!

Apesar de estar destruído por dentro, tentei dar um sorriso debochado.

— Quero ver você tentar!

Luke riu debochadamente. Depois fez um sinal e dois Renegados vieram em nossa direção. Cada um deles segurou um braço meu e eu fui arrastado por uma série de corredores e escadas até uma grande sala redonda, com duas estacas de metal colocadas lado a lado. Um círculo feito com sangue se encontrava ao redor das estacas, equidistantes do centro do círculo. Um pouco à frente das estacas, se encontrava um grande recipiente da cor negra. Velas que emitiam uma sinistra luz avermelhada foram postas ao redor do círculo e uma pintura, também feita com sangue, estava atrás das duas estacas e do círculo. A pintura era o suficiente para que eu soubesse o que aconteceria. Era o ritual que passava a posse de Umbra para outro. Basicamente, a vítima era amarrada de modo que ficasse de joelhos. Um pulso preso a cada estaca. Sua própria espada trespassaria seu corpo de modo a fazer sua ponta tocar o recipiente. O sangue da vítima deslizaria pela lâmina até o recipiente, que se encheria. Era uma morte muito lenta. E muito dolorosa. Engoli em seco, mas não deixei que Luke notasse. Pude ver, na outra extremidade da sala, uma garota morta. Não parecia ter mais do que quinze anos. A garganta estava cortada. E eu soube de onde vinha o sangue.

— Bem vindo ao seu fim, Nicholas. – Ele disse conforme as correntes negras que uniam as algemas em meus pulsos se separavam e se prendiam uma a cada estaca quando fui posicionado exatamente entre as duas. Luke me forçou a ajoelhar, levemente inclinado para frente, quando eu estava novamente preso. – Não sabe como eu esperava por isso! – Disse. – Acredita que, para despertar Cronos, nem era necessário que você morresse? Apenas o seu sangue seria suficiente. Mas, uniremos o útil ao agradável. Você perderá tanto sangue que parte será usada para despertar Cronos... A outra, eu beberei. E Umbra será minha!

— Eca. – Comentei. Luke rosnou e eu senti meu rosto doer quando ele desferiu um soco contra meu maxilar.

— Eu vou arrancar esse sorrisinho do seu rosto! Você verá o que vai acontecer com você!

Luke arrancou Umbra, em forma de cilindro, do meu bolso. Depois a levou até a minha mão, forçando-me a apertar o botão e transformá-la numa espada. Depois se afastou, contornando o círculo com a ponta da espada enquanto repetia palavras numa língua que não reconheci. Mas sabia que envolvia sangue, Umbra, morte, eu, mais sangue e muita dor. Mas não me foquei nas palavras. Apenas pensei em Thalia. Na dor que vi em seus olhos antes de partir. Eu sabia que ela sofreria. Mas estaria viva. Pelo menos era o que eu esperava. Sem a minha presença para atrasá-los, Jason poderia levar Thalia e os outros para a Cidade de Cristal, onde ficariam seguros e longe do perigo. Onde seriam treinados e venceriam a guerra. Eu tinha certeza de que conseguiriam.

Porém, uma lembrança me veio à mente: a lembrança do pesadelo que tive quando explodi a van de Leo. O pesadelo no qual Thalia morria bem em frente ao meu corpo. E, no mesmo momento em que essa lembrança veio, senti uma dor descomunal. Tão grande que não consegui gritar. Apenas ofegar alto. Olhei para baixo, fitando a lâmina negra da minha espada atravessando meu peito de maneira que sua ponta se encostasse no fundo do recipiente. A espada não deixaria que eu morresse tão cedo. Iria passar toda a força vital acumulada nela. Depois sugar a minha e passar de volta aos poucos até que não houvesse mais nada a ser feito. Até que toda a minha vida se esvaísse do meu corpo. Ofeguei repetidas vezes, sentindo gosto de sangue. Luke riu debochadamente e torceu levemente a espada, fazendo-me gemer de dor.

— Eu disse que tiraria esse sorriso do seu rosto! – Ele disse, rindo. Ergui meu olhar para ele e fiz o máximo que pude para colocar um sorriso no rosto.

— Não fez nem cócegas... – Provoquei, com a voz falhando. – Sério, cara... Minha avó, num andador, tortura melhor que você... – Luke rosnou de ódio e caminhou para fora do local.

— Serão três longas horas até que sua própria espada desista de salvar sua vida! – Ele disse, abrindo as portas. – Tenha uma boa morte!

Luke virou-se e bateu as portas com força. Tossi, olhando para baixo e vendo meu próprio sangue gotejar de meus lábios e cair sobre o chão. Mas grande parte deslizava pela lâmina de Umbra, pingando sobre o recipiente e enchendo-o lentamente. Tão lenta quanto minha morte seria. Tentei me consolar, dizendo a mim mesmo que Thalia estava viva e ficaria bem. Jason a protegeria, como todo irmão faz. Como eu fiz por Hazel.

Perdi completamente a noção do tempo em que fiquei lá, agonizando. As algemas me impediam de bloquear a ligação entre eu e a espada. Eu teria que sofrer até o fim. Tossi, sentindo a dor aumentar cada vez mais. Não sabia quanto tempo havia se passado, mas me parecia uma eternidade.

Por fim, cedi à dor e baixei a cabeça, fechando os olhos enquanto implorava para que tudo acabasse o mais rápido possível.


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Notas finais do capítulo

*Via Abrigo Anti-Leitores Revoltados 1.000.000* E aí? Choraram? Estão com raiva? Querem me matar? Querem matar o Luke? Já imaginavam que uma tragédia desse tipo fosse acontecer? Sou má? Sim ou claro? MUAHAHAHAHAHAHAHAH! *cof* *cof*
É isso amores... Fico por aqui! o/
Eu amo vocês, ok? :3
Até o próximo!
Bjoks! *3*