Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 24
Exorcizei o Meu Cunhado


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! :3
Desculpem pela demora... Estava com problemas para terminar o cap! E eu garanto: valeu à pena! O final ficou muito lindo (e engraçado ao mesmo tempo)! *u*
Bem, não sei se vou conseguir postar outro cap até segunda que vem porque vou estar em semana de provas/tortura! T^T
Bem, espero que gostem tanto quanto eu gostei! :3
P.O.V do nosso necromante favorito! ^-^
Enjoy it! ;)



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Nico

 

— O quê?! – Encarei Akhlys, confuso. – A manticora é sua?

Akhlys, com um movimento, fez surgir uma rede, que prendeu o monstro ao chão. Os outros finalmente saíram do carro (pelos anjos, o que estavam fazendo lá enquanto eu me ferrava aqui fora?!) e caminharam até nós. Sra. O’ Leary ainda estava em minha frente, rosnando para a loira maluca que surgiu não sei de onde.

— Não exatamente... – Ela caminhou até a cauda do monstro, puxando um dos espinhos sem o menor problema. – Mas o veneno é meu. Há anos eu estou procurando por isso, mas os demônios e Renegados vêm capturando todas as manticoras e aprisionando-as. – Ela afagou o pelo do monstro que quase enfiou um espinho envenenado na minha cara. – Pobrezinhos... Sendo escravizados para as experiências de Luke e Cronos...

— Experiências? – Questionei. – Por quê?

Akhlys sorriu levemente e me encarou.

— Bem... Eles estão tentando fazer o mesmo que eu: encontrar um veneno tão poderoso que não tivesse cor, cheiro e pudesse matar qualquer coisa. Claro, sem antídotos.

— Mas para que eles vão querer isso? – Thalia chegou ao meu lado depois de usar os trapos do seu vestido (que ainda estava em minha mochila) para enfaixar o seu ferimento. Akhlys a encarou com um sorriso de canto bem cruel.

— Eles? – Perguntou em tom de deboche. – Para matar Zeus.

Thalia arregalou os olhos e arquejou alto, levando uma das mãos à boca. Suas pernas fraquejaram e eu a segurei antes que caísse.

— Não pode ser verdade... – Ela disse. Depois encarou Akhlys. – E como eles fariam isso?

Akhlys riu alto.

— Alteza, vocês possuem muitos espiões entre vocês. Alguns infiltrados... E outros possuídos. Os demônios apenas aguardam para o momento certo. Para o momento de atacar e destruir o exército de Zeus de dentro para fora. – Ela sorriu. – Está bem desatualizada quanto aos planos de Cronos. Esse plano começou a entrar em ação quando você caiu na Terra. Afinal, todos sabem que uma de suas maiores vantagens é reconhecer um anjo ou um mortal possuído mesmo que não haja vestígios.

Thalia ofegou, levando as mãos aos cabelos. Estava tentando se concentrar. E meu ódio por Akhlys apenas aumentou conforme ela falava de maneira provocativa, como se lhe contentasse o fato de Zeus e todos os anjos lá em cima correrem um risco, claramente nos dizendo que devíamos nos apressar. Enquanto eu não tivesse minhas asas, Thalia não teria como ajudar sua família.

— Já chega! – Rosnei. Akhlys me encarou com desdém. – Você não percebe que não está nos ajudando em nada?!

— Em nada?! – Ela ergueu uma sobrancelha. – Escute aqui, seu mortal imundo... Eu salvei a sua vida inútil.

— Colocando outra vida em risco! – Devolvi. Akhlys deu de ombros.

— Uma vida por outra vida... É um preço justo.

— Eu vou matar você! – Comecei a caminhar até Akhlys, mas Thalia segurou meu pulso. A feiticeira riu alto e, com um gesto, afastou Thalia de mim.

Me matar? Meu caro, ninguém pode matar a portadora do véu da morte. Eu posso te matar quando quiser e como quiser. Eu posso brincar com você o quanto eu quiser... – Ela arremessou algo em minha direção e eu percebi tarde demais que era um dos espinhos da manticora. Senti dor e tombei de joelhos no segundo seguinte, cuspindo sangue. Thalia gritou e quis vir em minha direção, mas Akhlys a impediu, caminhando até mim e me empurrando até que eu estivesse deitado de costas. Senti o seu salto contra meu peito, mas não enxergava quase nada. Era como se eu estivesse míope novamente. – Meu caro Necromante... Há centenas de venenos muito piores que sangue de demônio. E, desde que tenha um dentro de você... Eu posso brincar com eles o quanto eu quiser... – Ela riu. – O que acha disso? – Seu rosto se aproximou de mim. – Agora... Que tal um veneno de basilisco misturado a sangue de centauro?

Senti a dor aumentar e, em seguida, gosto de sangue. Akhlys se afastou de mim e eu ergui-me até estar de joelhos, cuspindo todo o sangue que pude. Minha visão estava escura. Eu não via nada. Ela riu novamente e, no segundo seguinte, meus pulmões pararam de funcionar. Tentei puxar o ar, o que aumentou a dor em meu peito. Minha voz não saía. Os sons ao meu redor começaram a ficar confusos. Sra. O’ Leary rosnava alto. Senti minha própria vida se esvair do meu corpo cada vez mais rápido conforme Akhlys fazia surgir, em meu corpo, diversos efeitos de venenos diferentes.

— PARE! – Ouvi a voz de Thalia, carregada de ódio. Espadas foram desembainhadas. Ouvi Akhlys rir alto e estalar os dedos.

Tossi quando minha visão retornou aos poucos, assim como meu ar. Meu corpo inteiro doía. Pelo sangue em minhas mãos, eu cravara as unhas nelas, numa tentativa de ignorar a dor.

— Isso é só uma pequena fração de meu poder, Necromante. – Ela abaixou-se ao meu lado. – Tem sorte de eu não matá-los. E mais sorte ainda porque levarei a manticora comigo, senão eu juro por todos os anjos que vocês estariam mortos. E eu o faria sofrer tanto que você desejaria nunca ter me ameaçado. – Seu olhar foi para Thalia, que, de um segundo para o outro, já estava se abaixando ao meu lado. – Passar bem, alteza. Não se esqueça de que seu tempo está se esgotando.

Com um movimento, Akhlys desapareceu numa névoa esverdeada. Ofeguei quando ela desapareceu e senti Thalia me apertar mais contra meu corpo. Fracamente, segurei sua mão contra meu rosto, sentindo-a afagar meu cabelo.

— Você é um idiota, sabia? – Ela disse em voz baixa. Ri fracamente. – Compreendo sua raiva, Nico... Mas não faça isso novamente. Akhlys é a última pessoa no mundo que você vai querer ameaçar. – Ela beijou meu rosto. – Eu fiquei com tanto medo quando te vi naquela situação...

— Está tudo bem... – Consegui sussurrar.

— Shh... – Sussurrou. – Você precisa dormir, Nico. Descanse.

Aconcheguei-me em seu colo, ouvindo o som de sua voz enquanto caía no sono aos poucos.

[...]

Acordei com dor de cabeça. As paredes do lugar onde eu estava eram de madeira. Acho que estava em uma espécie de chalé. Levantei-me devagar, sentindo dor nas costelas, e encontrei Thalia deitada ao meu lado, dormindo levemente. As trilhas pelo rosto deduziam que ela havia chorado. Provavelmente preocupada com seu reino e com seu pai. Vê-la daquela maneira fazia com que eu me sentisse profundamente culpado. Culpado por não ter evoluído o suficiente. Culpado por estar sendo um fracasso. Culpado por não ter ganhado minhas asas. Por não ter poder suficiente. Por estar sendo um peso morto inútil.

— Nico? – Ouvi a voz de Thalia e virei-me para vê-la. Tão linda. Contrariava totalmente todos os livros de contos de fadas, que sempre contavam a história de uma princesa em perigo. Thalia podia ser uma princesa, mas nunca estaria em perigo. Eu a estava atrasando. – Graças aos anjos você está bem! – Ela sorriu e me abraçou. – Seu louco! Onde estava com a cabeça quando ameaçou a feiticeira mais perigosa de todas?!

Sorri levemente, abraçando-a de volta.

— Até parece que não me conhece, Grace... – Falei, ainda abraçando-a. – Louco e suicida são meus nomes do meio. Eu sou o cara que ri do perigo e da morte.

Ela riu baixo, me abraçando com mais força do que antes.

— Você é realmente um idiota... – Sussurrou. Depois olhou em meus olhos, percebendo a tristeza que eu escondia neles. – O que houve?

Tentei negar a princípio, mas Thalia cruzou os braços, me encarando com um olhar sério, o que me fez suspirar alto.

— Me perdoe, Thalia... – Pedi quase num sussurro. – Me perdoe...

— Pelo que? – Thalia se aproximou de mim novamente. – O que houve, Nico?

Solucei baixo.

— É minha culpa que você ainda esteja aqui... – Falei. – Se não fosse por mim, você já estaria lá em cima. Já estaria ajudando seu pai. Eu não queria te atrasar, Thalia... Eu não queria que sua família corresse perigo assim...

Thalia negou devagar, se aproximando de mim e me abraçando com força enquanto eu tentava, em vão, parar de chorar.

— Não pense assim, Nico... – Sussurrou. – Não é culpa sua...

Abracei-a de volta, soluçando baixo sobre seu ombro. Thalia afagava meu cabelo, numa tentativa de me consolar.

— Por favor, Thalia, me perdoe...

Ela negou devagar, ainda afagando meu cabelo.

— Nico... Não. É. Culpa. Sua... – Ela disse, se afastando para me olhar nos olhos. – Não se culpe por isso, Nico... Por favor... – Thalia secou as lágrimas que deixei escapar usando os polegares. – Eu te amo.

Sorri entre as últimas lágrimas e a beijei, puxando-a com força para perto de mim.

— Eu também te amo. – Falei quando nos separamos. – Mesmo que insista que não foi culpa minha, me perdoe.

Thalia sorriu levemente, me abraçando com força e deitando a nós dois na cama.

— Está tudo bem... – Sussurrou. Ficamos em silêncio por um longo momento antes que eu percebesse que não fazia a menor ideia de onde estávamos.

— Onde estamos? – Perguntei. Thalia ergueu os olhos para me encarar.

— Depois que você apagou, seguimos por um longo caminho e fomos atacados. Vários demônios apareceram de surpresa, assim como Renegados. – Ela suspirou. – Então uma feiticeira apareceu. – Thalia notou que eu ia me levantar e me acalmou. – Não se preocupe... Ela não é como Akhlys. É uma amiga. O nome dela é Calipso e essa é a casa dela.

Assenti levemente, voltando a relaxar sobre a cama. Thalia sorriu levemente, apoiando o queixo em meu peito para me encarar. Sorri levemente e a puxei para um beijo, que, certamente, viraria algo mais.

[...]

— Seus safados... – Foi a primeira coisa que Leo disse quando eu e Thalia chegamos à simples cozinha que havia lá. – Sabiam que essas paredes não são à prova de som, meus caros?

Thalia, assim como eu, corou levemente. Dei a língua para Leo e encarei a garota que se encontrava perto do fogão.

— Vai se ferrar, Valdez. – Notei que a garota havia voltado seus olhos amendoados para mim. – Ah... Oi.

Ela sorriu de canto.

— Olá. Meu nome é Calipso, mas Thalia já deve ter contado isso.

Assenti levemente.

— Ela contou sim. – Falei. – É um prazer te conhecer.

— Eu é que digo, anjo da Terra. – Calipso caminhou até mim. Depois me estendeu um copo, do qual não saía um cheiro muito agradável. Ela riu baixo ao notar minha careta. – Sei que não tem um cheiro bom. Mas vai apagar qualquer vestígio de qualquer substância que Akhlys tenha colocado em você.  Só quero que saiba que o sabor é pior ainda.

Engoli em seco e bebi, num gole, todo o conteúdo do copo, fazendo uma careta devido ao sabor amargo. Calipso riu baixo, pegando o copo de volta enquanto eu tentava conter a ânsia de vômito.

— Que delícia... – Ironizei. Os outros riram. – Agora com licença... Preciso ir ao banheiro. Estou fedendo a cadáver. – Realmente, eu precisava de um banho depois de rolar na terra e quase ser morto por uma manticora.

— Vai tomar banho? – Leo perguntou enquanto eu ia até a porta que Calipso me indicou.

— Não, vou soltar um barro. – Ironizei. – Claro que vou tomar banho, Valdez.

Isabelle riu baixo ao lado de Leo, que mostrou a língua para mim.

— Não vai entupir a privada se for soltar um barro!

Vaffanculo, Valdez!

— Sem palavras de baixo calão na minha residência! – Alertou Calipso. – Para a sua informação, Nicholas... Feiticeiras falam todas as línguas existentes no mundo. Então parlo italiano così come voi.

Sorri de canto e entrei no banheiro, fitando uma banheira branca dentro do mesmo. Caminhei até a banheira e a enchi com água quente. Depois tirei a camiseta, voltando a fitar o espelho e gritando quando vi Jason, com os olhos completamente negros, me encarando no reflexo. Virei-me para encará-lo e fui jogado contra a parede oposta. Tossi quando atingi o chão e tateei meu bolso à procura de Umbra, encontrando á a alguns centímetros de mim. Estendi meu braço para pegá-la e Jason pisou com força sobre meu pulso. Gemi de dor.

— Jason! O que está... – Antes que eu terminasse, Jason pisou sobre meu peito, quase me sufocando. – Pare com isso, que droga!

Ele está possuído, seu estúpido!

Tossi, tentando me levantar. Ouvi a voz de Thalia e, em seguida, a porta foi aberta e Jason a encarou, com raiva. A porta se fechou novamente e, dessa vez, se trancou.

— O que estão fazendo?! – Ela me encarou.

— Estamos transando! – Ironizei. Thalia revirou os olhos. – O que acha que estamos fazendo? Eu estou tentando sobreviver a esse louco! – Desviei de um soco de Jason e Thalia avançou sobre ele, segurando seu pulso e chutando-o bem entre as pernas. Jason ofegou, curvando-se para frente, e Thalia tombou quando seu irmão lhe bateu bem no rosto. Rosnei e avancei sobre ele, levando um lindo soco e sendo jogado contra a parede. Jason desembainhou sua espada e ergueu a mesma. A ponta voltada para meu peito. Prendi a respiração e Thalia pegou sua lança, avançando sobre o irmão. Jason bloqueou seu golpe e a derrubou. – Thalia! – Tentei me levantar e ir até ela, mas era como se um peso estivesse sobre mim.

— Faça alguma coisa! – Ela disse, segurando a lâmina a centímetros de seu peito.

— Eu tenho uma ideia, mas pode não funcionar!

Thalia me encarou, chutando Jason numa tentativa de afastá-lo. Depois gritou quando a lâmina cravou-se em seu braço.

— Por favor, funcione... – Pedi para mim mesmo, buscando a frase em minha cabeça. - Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incursio infernalis adversarii, omnis legio, omnis congregatio et secta diabolica... – Arregalei os olhos quando vi Jason se alterar. Está funcionando?!Ergo, draco maledicte et omnis legio diabolica, adjuramus te ... Cessa decipere humanas creaturas, eisque æternæ perditionìs venenum propinare... — Continuei. Vendo Jason vir em minha direção. Tentei me levantar e Jason ergueu a espada. Mas Thalia se jogou sobre ele.

— PARE COM ISSO! – A voz de Jason ecoou pelo banheiro. – EU VOU MATAR VOCÊ!

Jason jogou Thalia contra a parede e veio em minha direção. Agarrando meu cabelo e pressionando uma lâmina contra a minha garganta.

— Nico! – Thalia chamou.

Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciæ, hostis humanæ salutis... — Continuei, apesar de sufocar. Jason fechou os olhos com força e se afastou, levando as mãos à cabeça. – Humiliare sub potenti manu Dei; contremisce et effuge, invocato a nobis sancto et terribili nomine... quem inferi tremunt... Ab insidiis diaboli, libera nos, Domine. Ut Ecclesiam tuam secura tibi facias libertate servire, te rogamus, audi nos.

Jason gritou, encolhendo-se no chão, e uma aura negra saiu de seu corpo. Tossi e me levantei devagar. Thalia se levantou fracamente e veio mancando até mim. Eu pensei que ela me beijaria, mas levei um lindo tabefe.

— Supernatural, Nico?! Sério?! – Repreendeu.

— Eu falei que talvez não desse certo! – Defendi-me, vendo Jason se levantar, meio zonzo. Vai lá ajudar seu irmão que eu preciso tomar um banho.

Thalia sorriu levemente e me beijou. Depois caminhou até Jason e o ajudou a caminhar até a sala, onde os outros se tumultuaram para saber o que estava acontecendo.

— O que está acontecendo?! – Calipso chegou e olhou em volta. Depois agitou o braço, fazendo o banheiro voltar ao que era antes. – O que vocês fizeram?

— Um ménage bem selvagem. – Ironizei, revirando os olhos. – Jason foi possuído. Thalia está ferida.

Calipso assentiu e foi com Thalia até a sala.

— Acho que é melhor você tomar um banho... – Ela disse. – Vou cuidar de Jason.

Assenti e fechei a porta, sorrindo uma última vez para Thalia antes de, finalmente, tomar meu merecido banho.

[...]

— Isso é demais! – Comemorei, rindo baixo. Depois estalei os dedos, fazendo os esqueletos retornarem, quando Thalia apareceu. – Oi, Lia...

Thalia sorriu levemente. Estávamos na parte de trás do chalé de Calipso. Já fazia umas duas horas desde que eu consegui realizar um ritual de exorcismo com sucesso.

— Oi... – Ela sorriu. – Jason acordou. Eu disse o que aconteceu e... Bem...

Sorri de leve.

— O que?

Thalia sorriu.

— Ele pediu para que eu agradecesse você por ele. – Ela sorriu de canto. – Pediu com uma careta, mas parece que ele pode estar começando a nos aceitar.

Sorri de volta.

— Isso é ótimo. – Falei. Thalia sorriu.

— É ótimo sim... – Ela se aproximou. – Por que estava tão animado?

— Ah... – Sorri, meio envergonhado. – Por nada... É que...

Thalia sorriu levemente, vindo para mais perto.

— Pode falar...

Ri baixo.

— Eu ensinei os esqueletos a dançar... – Ri um pouco mais algo do olhar de Thalia. – É uma música de um vídeo que minha mãe colocava para eu assistir quando eu era criança. Eu simplesmente adorava. Aí remixaram a música e eu ensinei a coreografia para eles. – Ri novamente.

Thalia riu no mesmo tom.

— Posso ver? – Perguntou. – Preciso de algo que me faça sorrir no momento...

Sorri levemente, lembrando-me de como Thalia estava arrasada devido à notícia de Akhlys.

— Claro. – Respondi, pegando meu celular e procurando entre as músicas. Estalei os dedos e meus esqueletos se ergueram novamente. Não me contive ao imitar a professora de dança de Bianca. – Muito bem, crianças... Do começo!

Liguei o celular e sorri, nostálgico, quando a música começou. Thalia ergueu uma sobrancelha. Depois riu baixo quando os esqueletos começaram a dançar.

Eu, com certeza, era a prova viva de que os esqueletos não serviam apenas para brigar. Fui até Thalia e segurei seu pulso. Sabia que ela precisava de algo que a fizesse feliz diante do momento em que estávamos.

— Vem... – Chamei. Ela negou e corou levemente.

— Eu não sei dançar esse tipo de música, Nico... – Ela disse. Ri um pouco mais alto.

— Não precisa saber dançar. – Tranquilizei-a. – É só, ironicamente, mexer o esqueleto. – Brinquei. Ela riu no mesmo tom. – Vem, Thalia...

Thalia, por fim, cedeu e veio dançar comigo no meio dos esqueletos. Não contive meu riso, assim como ela não conteve o dela. Sinceramente: parecíamos dois retardados dançando ali no meio. Mas nada mais importava.

Tudo o que me importava naquele momento de dificuldade era vê-la sorrir.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Já sabiam que o ritual de exorcismo era de Supernatural antes da Thalia repreender o Nico? E a música? Já imaginaram que seria essa? Gostaram desse final tanto quanto eu gostei (*u*)? E a Akhlys? Ficaram com raiva dela?
E vão ficar com raiva de mim se eu disser que estamos nos aproximando da reta final?
E vai passar a raiva se eu disser que tem continuação? *u*
Bem, fico por aqui, amores! :3
Até o próximo!
Bjoks! *3*