Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 19
Adeus, Óculos!


Notas iniciais do capítulo

Hey, amores! :3
Eu disse que postaria entre sábado à tarde e domingo à noite, mas, como meus compromissos para hoje foram cancelados, então eu acabei achando tempo para postar agora enquanto assisto Supernatural! :3
Esse capítulo ficou, na minha opinião, A COISA MAIS FOFA DO MUNDO!
Pelo menos até o final... MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!
Não vou mais enrolar! Até porque sei que estão ansiosos!
P.O.V do Nico! :3
Enjoy it! ;)



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Nico

 

Foi uma surpresa para todos que um mês tivesse se passado sem nenhum mísero ataque. Por um mês, eu pude ter uma vida (mais ou menos) normal. A não ser pelos treinos exaustivos de Thalia, Katie e Isabelle.

Porém, havia valido à pena. Eu agora sabia manusear Umbra com perfeição. Adagas e arcos viraram coisas facílimas de se manusear. Eu praticamente brincava com as sombras. Segundo Isabelle, já havia aprendido toda a Umbracinese (também, né: oito horas por dia apenas treinando... Qualquer um vira profissional assim!). Meus poderes de Necromante evoluíram ao ponto de eu poder me comunicar com os mortos. Só precisava de uma oferenda, um cântico (nem me pergunte como é. Juro que fico completamente apagado nessa parte!) e BUM!: Um Whats App versão Necromante prontinho para ser usado!

Sem falar nos treinos de magia com Katie. Eu, que sempre fui um fã de Harry Potter e qualquer coisa que envolvesse magia, fiquei mais do que animado para aprender. E agora sabia mais de 3 mil feitiços diferentes e, de brinde, um pouco da língua dos anjos, que não era tão complicada assim porque, segundo Thalia, eu já tenho sangue de anjo, o que só facilita o aprendizado.

E meu relacionamento com Thalia estava cada vez mais profundo, envolvendo até mesmo mãos dadas em caminhadas e tudo mais. O fato de a casa dos Stoll ter três quartos era bom para que eu pudesse dormir com ela todas as noites (só dormir mesmo, mentes maliciosas!). Ainda não havíamos avançado. E eu gostaria de entender por quê. Talvez ainda fosse o seu medo, impedindo que ela seguisse em frente. Nunca havíamos brigado por causa disso, mas eu queria que ela percebesse que eu não a machucaria. Eu nunca a machucaria.

No momento, eu havia acabado de sair de uma luta de esgrima contra Thalia. A primeira que eu havia ganhado (para quem pensa que não é nada demais, é porque nunca lutou contra Thalia. É como jogar a última fase do jogo mais difícil do mundo no modo Expert!). Subi as escadas até um dos quartos, onde tomei um longo banho. Os dias de treino eram alternados: um dia eu treinava meus poderes, no outro eu tinha aulas de magia e, no outro, aprendia a usar armas. Oito horas por dia, todos os dias. Eu não tinha folgas nem nos finais de semana! Isso se eu não mencionar os dias em que Thalia me pegava de surpresa para uma luta!

— Muito bem, Nico. – Thalia elogiou depois que eu terminei de tomar banho e de me vestir. – Foi ótimo hoje.

Sorri levemente. Thalia também havia tomado banho, a julgar pelos cabelos molhados. Tinha um pequeno corte na bochecha, que estava cicatrizando. Toquei o corte, vendo que Thalia não fez nenhum protesto.

— Desculpe por isso... – Pedi. Thalia riu.

— Não se preocupe, Nico. Fiz pior com você durante os treinos.

— Fez mesmo. – Concordei, fazendo com que ela risse novamente, dessa vez junto comigo. Ficamos por um tempo em silêncio até que Thalia se pronunciou.

— Vamos ver Supernatural?

Ri baixo.

— Você viciou nessa série, não é?

Thalia fez bico.

— Já estamos na quarta temporada, Nico! Eu quero ver o que vai acontecer! O Sam vai mesmo matar Lilith?

Ri novamente e dei-lhe um selinho.

— Quer descobrir?

Seu bico deu lugar a um sorriso maravilhoso.

[...]

— Como assim?! Acabou?!

Ri ao ver a expressão confusa de Thalia.

— Acabou... Essa temporada. – Falei. Thalia me encarou fixamente e em silêncio enquanto eu guardava o DVD de volta no Box. Na verdade, ela vinha direcionando olhares fixos para mim há uma semana já. Não que eu não gostasse. Para falar à verdade, eu amava ser observado por Thalia. Mas o modo que me olhava, como se estivesse pensando, me deixava curioso. – Tenho o Box da quinta aqui. O que acha de...

Antes que eu completasse, Thalia me puxou para um beijo. Calmo, mas, ainda assim, maravilhoso. Era ótimo beijar Thalia. Juro que não havia nada melhor do que beijá-la. Eu poderia fazer isso todos os dias sem me cansar.

Puxei Thalia para perto enquanto aprofundava o beijo cada vez mais. Ela apenas sorria, brincando com meu cabelo ou tocando meu rosto.

Perdi a noção do tempo mais uma vez. Thalia sorriu ao me encarar. O sorriso mais lindo que eu já havia visto. Mas tinha certeza de que, se eu falasse isso para ela, viraria um pimentão em questão de segundos.

Mais uma vez, agradeci mentalmente o fato de estarmos numa casa com três quartos. Senão não estaríamos ali, naquele quarto do último andar. Juntos.

— Nico... – Thalia murmurou, insegura. – Quero me entregar a você. Quero me unir a você.

A princípio, fiquei confuso, tentando entender o que Thalia quis dizer. Quando compreendi, não pude evitar corar. Mas assenti. Thalia estava pronta.

Segurei a barra de sua camiseta e, levemente, deslizei-a para cima. Sorri levemente ao ver seu sutiã de renda preta. Apesar de estar morrendo de medo de fazer tudo errado.

Thalia retribuiu meu sorriso, tirando minha camiseta devagar, apreciando um abdômen trabalhado nas corridas dos valentões da escola e nos treinos exaustivos da morena de olhos azuis. Ela mordeu o lábio inferior ao fita-lo, uma atitude completamente sexy.

Sorri maliciosamente, deitando a nós dois na cama e posicionando Thalia debaixo de mim. Claro, como todo virgem de carteirinha, eu havia lido sobre o sexo. Porém no livro não dizia nada sobre sua vergonha e seu medo de ser um completo idiota.

Thalia riu ao ver meu rosto vermelho, dando-me um selinho.

— Ei... – Chamou em voz baixa. – Relaxa, Nico... Só deixe rolar...

Sorri com sua frase e beijei-a de novo, amassando mentalmente a lista de "Dicas Para Não Fazer Merda Na Primeira Vez" enquanto procurava pelo fecho do seu sutiã.

Thalia sorriu quando, entre beijos, consegui encontrar o fecho do seu sutiã. Assim que a peça se perdeu no meio do quarto, pude fitar seus seios. Nem grandes, nem pequenos demais. Eram perfeitos para ela. Thalia corou levemente quando, hesitante, levei minhas mãos aos seus seios. Ela sorriu, vermelha, e me beijou.

E eu deixei rolar... Talvez aquele tenha sido o primeiro de muitos momentos que teríamos, mas não deixou de ser maravilhoso. E, mesmo que, no dia seguinte, ela não me quisesse mais, eu me lembraria. Me lembraria de como nos encaixamos perfeitamente. De como aquele momento foi especial para nós dois.

De como eu estava começando a amar Thalia Grace.

— Não sabe como isso foi importante para mim... – Ela sussurrou, deitada sobre meu peito. – Obrigada por esperar, Nico.

Sorri levemente, dando-lhe um selinho.

— Fico feliz que tenha enfrentado aquele medo... – Afaguei seus cabelos. – Machuquei você?

Thalia negou com um sorriso.

— Estou bem.

Sorri novamente e a beijei.

— Fico feliz que esteja... – Inclinei-me e peguei a calcinha de Thalia, vestindo-a com a mesma. Depois peguei minha boxer no pé da cama, vestindo-me em seguida. Não contive um terceiro sorriso ao ver Thalia bocejar e depositei um beijo demorado no topo de sua cabeça. – Durma bem, Lia...

Ela sorriu enquanto caía, aos poucos, num sono profundo.

— Eu... – Murmurou. – Eu acho que te amo, Nico...

Arregalei os olhos ao ouvi-la dizer o que disse, mas, quando a olhei, Thalia já estava dormindo. Apenas sorri uma última vez e puxei o edredom, nos cobrindo mais.

— Eu acho que correspondo, Thalia...

[...]

Acordei de manhã. Pelo menos, pelo estado do céu através da janela, estava de manhã. Bocejei e sorri ao ver Thalia dormindo tranquilamente, coberta pelo lençol até acima dos seios.

Inclinei-me para pegar meus óculos e os coloquei, vendo, absolutamente, nada. Tirei os óculos e esfreguei os olhos. Era como enfiar a cara por duas horas numa lupa gigante. Olhei em volta e estranhei. Eu enxergava tudo perfeitamente bem!

— Nico? – Thalia bocejou baixo. Depois sorriu ao me ver. – Bom dia...

Sorri de volta e dei-lhe um selinho.

— Bom dia... – Sorri.

— Tudo bem? Parecia confuso.

Meu sorriso cresceu. Estendi meus óculos para Thalia.

— Não preciso mais deles! Minha miopia sumiu!

Thalia levantou-se num pulo, corando levemente ao lembrar da noite anterior. Sorri outra vez. Não havia coisa mais fofa que a timidez de Thalia.

— Pelos anjos, Nico! – Ela me abraçou, sorrindo. – Você está evoluindo!

Sorri de volta.

— Então eu fui de Pichu para Pikachu?

Ela me olhou, confusa.

— O que?

Ri baixo. Havia me esquecido de que Thalia não assistira Pokémon.

— Depois eu explico.

Ela sorriu. Depois se levantou.

— Podemos tomar um banho?

Encarei-a, sentindo meu rosto esquentar.

— Você quer dizer... Banho... Eu... E você... Nus? Tomando banho? Juntos?

Thalia riu alto, abraçando-me.

— Acho que depois de ontem... – Ela me encarou. – Não teremos esse problema, não acha?

Sorri ao encará-la e dei-lhe um selinho, assentindo em seguida enquanto caminhávamos até o banheiro, livrando-se das poucas peças de roupa que usávamos.

[...]

— E os óculos, di Angelo? – Percy sorriu quando desci as escadas. Devolvi seu sorriso.

— Não preciso mais deles. – Falei, deixando a caixinha dos meus óculos sobre a mesa da cozinha. Katie e Isabelle entenderam na hora, sorrindo.

— Parabéns, Nico! – Katie me abraçou. – Está evoluindo!

— Está quase lá! – Isabelle sorriu de onde estava. Ouvimos passos e Leo desceu as escadas.

— Então, pelo jeito... – Eu poderia jurar que Leo diria algo sobre minha evolução (cara, me sinto um Pokémon falando isso!), mas fui surpreendido pelo que veio a seguir. – Sexo faz bem para a vista.

No mesmo instante, senti como se houvesse acabado de enfiar minha cara num ferro de passar ligado. Thalia estava igualmente vermelha, apesar de sorrir.

— C-como... – Comecei, vermelho. – Como sabia?

No mesmo instante, os outros ali se entreolharam. Katie e Isabelle trocaram um sorriso. Depois abraçaram Thalia. Nunca iria entender porque diabos anjos comemoram sua primeira transa.

— Bem... – Leo sorriu maliciosamente. – Levantei no meio da madrugada e percebi que, para variar, você não estava no quarto. Eu estava indo para a cozinha para beber um copo d’água quando passei pela porta do quarto de vocês... Ouvi o suficiente.

Thalia, que ainda estava meio vermelha, mas radiante, encarou Leo.

— Pervertido. – Disse antes de segurar meu pulso e sentar-se ao meu lado num lugar à mesa. – Vamos tomar um café e depois treinamos mais.

— Hoje não era para ser eu? – Questionou Katie. Thalia a encarou de volta.

— Ontem Nico escapou do treino porque me venceu na esgrima, Katie. Eu acho que está na hora de certo necromante aprender a usar um par de sai.

Assoviei, animado.

— Então eu vou virar um necromante ninja? Cara, que louco!

Thalia revirou os olhos, apesar de sorrir levemente. Katie e os outros riram baixo.

Não só eu estava treinando, como os outros também. Os poderes de alguns, principalmente Percy e Leo, estavam surgindo, fazendo com que eles os treinassem um pouco. Todos treinavam esgrima, só que com duas horas diárias a menos do que eu, o injustiçado que tem que treinar oito horas por dia.

Porém, aquele dia não foi como os outros. O café da manhã foi normal. Terminamos de comer e eu subi as escadas para escovar os dentes (o que? Sou um exemplo de higiene!). Levei cerca de dez minutos no banheiro. Depois caminhei até a garagem, onde Thalia me esperava.

— Oi. – Sorri. Ela devolveu meu sorriso.

— Oi, Nico. – Thalia caminhou até mim e me deu um selinho. – Como se sente?

— Eu ia perguntar isso para você... Por causa de ontem e tudo mais...

Thalia sorriu de canto.

— Foi a melhor noite da minha vida. – Seu sorriso aumentou. E eu vi, pela décima vez, como ela ficava linda com os olhos brilhando daquela maneira. – Obrigada.

Sorri novamente.

— Não precisa me agradecer. – Beijei-a novamente. – Foi a melhor noite da minha vida também.

Ficamos por longos minutos nos encarando. Eu já estava atento, preparado para o caso de Thalia me atacar do nada.

Porém, ela não teve tempo de começar o treino, pois, no segundo seguinte, a parede à nossa direita explodiu, fazendo com que destroços voassem, principalmente, em nossa direção. A explosão fora tão forte que nos arremessou contra a parede oposta.

Tossi, tentando me levantar, mas alguém chutou com força meu estômago antes que eu o fizesse. Perdi o fôlego. Olhei ao redor e vi Thalia, que estava inconsciente. Um ferimento sangrava em sua têmpora.

— Olá, Necromante! – Ouvi a voz de Scarlet, que agarrou minha garganta com força. Ofeguei quando senti minhas costas se chocarem contra a parede dura. O ar me faltou. Ergui uma das pernas, atingindo-a com um chute no estômago. Scarlet tossiu e se afastou.

— Olá, vadia ruiva! – Tirei Umbra do bolso. Scarlet rosnou e veio em minha direção. Mas bloqueei seu golpe com perfeição. O ódio nos olhos de Scarlet me assustava. Mas tentei não demonstrar isso.

Aproveitei seu momento de distração e coloquei-me à frente de Thalia, que ainda não havia acordado. Enquanto ela estivesse inconsciente, eu a manteria protegida. Controlei as sombras, colocando-as ao redor de Thalia, como um escudo.

— Acha que vai protegê-la? Isso é tão... – Scarlet tentou me atingir com outro golpe. – Estúpido! Saiba que eu também sei controlar as sombras, querido!

Com um movimento, Scarlet desfez as sombras ao redor de Thalia, que já não estava lá. Sorri desafiadoramente.

— Viagem pelas sombras, querida! Está tão habituada a voar que não aprendeu?

Scarlet rosnou e conseguiu me acertar com um golpe, fazendo um corte não muito profundo em meu braço direito. Gemi de dor e soltei a espada. Scarlet riu debochadamente e, com um chute, me derrubou. A ponta da lâmina escarlate foi pressionada contra a minha garganta.

— Não o mate! – Ouvi a voz de Luke. – Preciso dele vivo.

Scarlet revirou os olhos, como se a ideia de me deixar viver fosse repugnante.

— Sim, senhor. – Disse a contragosto. Depois saiu do caminho.

Luke sorriu debochadamente quando me viu.

— Então você evoluiu... – Começou. – Acha que é o suficiente?

Ele viu que eu estava tentando caminhar até Umbra e a chutou, afastando-a de mim. Depois pisou com força sobre meu pulso direito e fez um movimento brusco, torcendo-o (ou quebrando-o, porque doeu pra cacete). Gemi alto de dor.

— Tão fraco... – Zombou Scarlet. Luke riu em concordância e, por um momento, senti-me no colégio novamente, com James, Sherman e Mark me perseguindo. Zombando. Dizendo o quanto eu era fraco e fracassado.

Afastei essas lembranças. Não iriam ajudar em nada no momento.

O olhar de Luke foi para um Renegado, que havia acabado de entrar.

— Dê um jeito de imobilizá-lo. Tente não quebrar nada. A não ser que seja extremamente necessário.

Quebrar?!

— E sem desmembrar. – Scarlet completou o que Luke começara a dizer. – Luke precisa dele inteiro.

DESMEMBRAR?!

AI MEU ANJO! SOCORRO!

Concentrei-me ao máximo. Minha mão direita era inútil no momento, mas eu aprendi a usar, pelo menos, uma arma com a esquerda. Respirei fundo e sorri ao sentir as sombras, discretamente, formarem a adaga de lâmina negra na qual eu estava pensando.

Assim que o Renegado ficou próximo o suficiente, fiz um arco usando a adaga, cortando sua garganta. O Renegado tossiu e engasgou, caindo de joelhos. Levantei-me da maneira que pude e o chutei, derrubando-o de uma vez.

Direcionei meu olhar para Luke, ainda segurando a adaga, pingando sangue escuro. Tão escuro que parecia preto.

— Acha que isso é suficiente? – Luke desembainhou Mordecostas-Que-Não-Morde e caminhou em minha direção, brandindo a espada com violência. Bloqueei o golpe antes que fosse morto e quase caí com o impacto da lâmina de sua espada contra a da minha adaga. Scarlet puxou sua espada de lâmina vermelha da bainha, mas Luke a impediu. – Saia. Cuide de Isabelle. Eu sei como aquela desgraçada gosta de atrapalhar lutas.

Scarlet tentou argumentar, mas Luke estava muito ocupado lutando comigo para lhe dar ouvidos. Ela bufou baixo e levantou voo, logo se encontrando com Isabelle nos céus.

Voltei a me concentrar na luta contra Luke. Ele era bom em quase tudo. E isso era frustrante. Eu precisava pensar em algo.

Visualizei Umbra e ergui minha mão direita, ainda ferida, em sua direção. De um segundo para o outro, a espada já estava em minha mão e eu já a havia usado para aliviar e tentar curar o pulso quebrado. E foi comprovado que funcionou quando bloqueei outro golpe de Luke, dessa vez com a espada. Aproveitei sua proximidade e o ataquei com a adaga, cravando a lâmina em seu ombro. Luke gritou de dor, se afastando de mim.

E, antes que Scarlet me atacasse, Isabelle a segurou, mantendo-a na luta. Mergulhei nas sombras, indo para o quarto, para onde eu havia enviado Thalia, que agora estava acordada, pressionando o ferimento em sua têmpora e olhando ao redor, claramente confusa. Mas um sorriso enfeitou seu rosto quando me viu.

— Nico! – Ela me abraçou. – Que bom que está bem! O que aconteceu?

Sorri levemente, abraçando-a de volta.

— Luke está aqui.

Thalia arregalou os olhos.

— Ele nos encontrou?!

— Encontrou. E trouxe Scarlet junto com ele.

Thalia rosnou baixo de raiva. Sorri compreensivamente e a puxei para mais perto de mim, tentando acalmá-la.

— Está tudo bem, principessa. Eles vão nos encontrar em pouco tempo, então sugiro que avisemos aos outros para sairmos o mais rápido possível, apesar de acreditar que eles devem estar distraídos com Renegados lá em baixo.

Thalia assentiu e guardou as poucas coisas que ficaram no quarto dentro da sua mochila (providenciei uma para ela já fazia um tempinho). Protegi meu notebook e meus amados DVDs usando sombras e fechei a mochila.

Mas, assim que abri a porta, fui surpreendido por uma dor aguda no abdômen. Curvei-me para frente e gemi de dor quando Luke torceu a pequena faca que segurava e se aproximou mais.

— NICO! – Ouvi a voz de Thalia em algum ponto atrás de mim.

— Isso não vai matá-lo, Necromante... – Luke sussurrou próximo ao meu ouvido. Ele torceu mais ainda e cravou a lâmina mais fundo. Fechei os olhos com força. Nada saía da minha boca, a não ser uma respiração falha e um gemido de dor. – Mas vai causar uma tontura e uma inconsciência que o fará parecer morto. Seus batimentos cardíacos vão ficar tão lentos e fracos que nem parecerá que há batimentos. Todos pensarão que está morto. Então, quando eu matá-los, começando por sua namoradinha, vou levar você.

Ofeguei quando Luke me soltou, tirando a faca com ignorância. Senti meu corpo pesar e, em seguida, o chão frio sob meu corpo. Minha visão estava turva, mas pude ver Luke caminhar até Thalia. Ele ia matá-la. E eu estava ali, completamente inútil. Jogado no chão como se todo o treinamento que tive não tivesse valido nada.

Pude ver Luke desferir uma cotovelada contra Thalia, desorientando-a. Tentei chamá-la, mas minha voz não saía de jeito nenhum. Eu não conseguia me mover. A inconsciência tomava conta do meu corpo rapidamente. A substância que estava na faca era como uma mistura de veneno de Kanima misturado com um tranquilizante de dinossauro.

A única coisa que pude ver antes de apagar foi Thalia se levantando. Um lampejo brilhante percorreu o céu, que estava escurecendo.

E o último som que eu ouvi foi um alto e violento trovão.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? O tempo que se passou foi longo, não foi? Será que revelações ou acontecimentos importantes ocorreram nesse período de tempo? E essa primeira vez? Não foi fofa? :3 :3
E o Luke? Estão com raiva dele? Muita raiva dele? O que será que vai acontecer?
E a evolução do Nico? Não foi demais? Agora o caminho até os óculos dele estão livres, Percy! Auhauhauahuah!
Até o próximo, meus caros!
Bjoks! *3*