Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 10
Explodi Um Hotel


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY, AMORESSSSSS!
Gente! Levei um trabalhão para conseguir terminar esse cap! Mas valeu muito a pena! :3
QUEM QUER NICO REVOLTS? QUEM QUER DRAMA? QUEM QUER BEIJOOOOOO?! :3 :3 :3 :3 :3
O capítulo está GIGANTE, assim como meu amor por vocês, seus lindos! :3
Espero que gostem! :3
P.O.V do nosso querido virgem inseguro! Nikito! :3
Enjoy it! ;)



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Nico

Tudo o que consegui fazer foi gritar o mais alto que eu consegui. Senti as lágrimas insistindo em descer e não as contive.

Caí de joelhos, soluçando alto. Thalia havia sido levada. Katie e Isabelle estavam feridas. Não acreditei que aquilo estava acontecendo. Primeiro eu perdi Bianca. Agora eu corria o risco de perder Thalia. E eu, sendo um idiota, como sempre, não tive coragem de dizer a ela o que eu sentia.

Avistei Leo e Travis, trazendo Katie e Isabelle inconscientes. Disparei naquela direção e tirei, da minha mochila, a garrafa de néctar, colocando, devagar, um gole na boca de cada uma.

Isabelle acordou primeiro. Ela tossiu por um longo momento antes de perceber que se apoiava em Leo. Ela o encarou por um momento, depois notou que estava com seus cabelos negros cacheados outra vez. Leo sorriu de canto.

– Você fica linda assim.

Isabelle revirou os olhos.

– Estou bem... – Ela se levantou com a ajuda de Leo. – Obrigada.

Katie tossiu levemente nos braços de Travis, abrindo os olhos devagar.

– Pelos anjos... – Ela gemeu baixo de dor no colo do namorado. – Está tudo doendo...

– Não faça esforço... – Pediu Travis. Olhei para trás e vi Percy, Annabeth e Connor conversando, talvez procurando uma maneira de arranjarmos um meio de transporte. Talvez procurando uma maneira de resgatar Thalia. Eu gostaria de saber.

– Assim que você estiver recuperada, seguiremos em frente. – Isabelle caminhou até o lado de dentro do hotel. Frustrado e confuso, resolvi segui-la.

– Como assim, seguiremos em frente? – Questionei, seguindo-a. Isabelle virou-se para me olhar.

– Vamos falar com Dionísio. Precisamos saber como você terá suas asas.

– Não! – Protestei. – E Thalia? Vamos deixá-la nas mãos daquele desgraçado?!

– Ela se sacrificou para salvar você. Não deixaremos que tenha sido em vão.

– Vai deixá-la para trás? – Recuei dois passos, chocado demais para dizer mais alguma coisa.

– Não podemos arriscar, Nico... – Ela tentava manter sua voz firme. Eu podia perceber aquilo. – Eu também quero resgatá-la. Ela é como uma irmã para mim. Mas Thalia me fez prometer... – Isabelle respirou fundo. – Que, se eu tivesse que escolher entre a vida dela e o destino dos anjos, eu deveria deixá-la morrer.

Cerrei os punhos, encarando fixamente as costas de Isabelle, que não se virou para me olhar.

– Você prometeu... – Rosnei. – Mas eu não prometi...

– Nico... – Ela virou-se para me chamar, mas eu já havia saído de lá, caminhando até Katie.

– Sabe rastrear Thalia? Ou ela fez você prometer que a deixaria morrer também?

Katie levou um momento para compreender.

– Nico, eu não acho...

– Travis e Connor vão ficar aqui. Eu não vou envolvê-los. Não vou envolver nenhum dos outros. – Encarei Percy. – Vão para New York. Eu vou salvar Thalia. E eu não vou ser impedido.

– Nico, você não acha que, indo até lá...

– Luke sabe que Travis e Connor estão conosco. Se a mãe deles tentava escondê-los dele, é porque Luke os quer em seu exército. Ele não vai me matar enquanto eu não revelar o destino de vocês a ele.

– Nico... – Annabeth me chamou. – Quero falar com você... A sós.

Annabeth me puxou para um canto reservado, deixando os outros discutindo sobre o que seria feito.

– O que você quer? – Perguntei, apoiando-me no portão.

– Nico... E se Luke ameaçar Thalia? E se ele ameaçar matá-la em sua frente se você não disser a ele o que ele quer ouvir?

Touché!

– Por que está me fazendo essa pergunta? – Perguntei, apesar de saber a resposta.

Annabeth me encarou fixamente. Os olhos cinza-tempestade fuzilando os meus.

– Deixe de se fazer de besta, Nico! Eu sei que você gosta dela! Dá pra ver no seu olhar!

Baixei o olhar. Annabeth sabia como eu estava me sentindo naquele momento. Solucei baixo e senti seus braços me envolverem com firmeza.

– Eu não posso... – Solucei. – Não posso perdê-la, Annie. Eu não posso perder mais nenhuma pessoa importante para mim.

– E você não vai, Nico. Eu vou te ajudar a resgatá-la. Percy também vai. E Isabelle cuida de Leo, Travis e Connor.

– Pobre Isabelle... – Brinquei entre meus últimos soluços. Annabeth riu baixo.

Sorri quando nos separamos. Annabeth retribuiu meu sorriso e caminhamos de volta até os outros. Isabelle já estava lá. Pela aparência, havia chorado. Ela e Leo conversavam baixo e Leo a amparava. Dava para ver no olhar dele que o latino solteirão fora, finalmente, fisgado. Sorri. Ele merecia encontrar alguém a quem amar.

– Bem... – Pronunciei-me. – Katie, Percy, Annabeth e eu vamos resgatar Thalia. Isabelle, você vai ficar e proteger Leo, Travis e Connor.

Isabelle assentiu.

– Sigam em frente. – Disse Katie, estendendo um amuleto para Isabelle e tirando mais cinco do bolso, entregando um para mim, um para Percy e um para Annabeth. Ela colocou um dos dois últimos no pescoço e colocou o último no meu bolso. – Se nós não aparecermos em uma hora, destrua o amuleto.

Isabelle assentiu, colocando o amuleto.

– Para que servem? – Perguntou Percy.

– São amuletos de localização e teleporte. Assim que encontrarmos Thalia, o amuleto nos teleportará para o mesmo local onde se encontra o amuleto principal. Porém, se falharmos, Luke pode usar o amuleto para chegar até Isabelle e sequestrar Travis e Connor.

– Por isso o prazo de uma hora? – Perguntou Percy. Katie assentiu.

– Vamos em frente então. – Falei, colocando a mochila nas costas. Katie se despediu de Connor com um abraço e de Travis com um (desnecessário) beijo.

– Cuidado... – Ele pediu. Katie sorriu e se afastou.

– Vamos. Thalia não tem muito tempo. Posso rastreá-la usando magia.

Assentimos e Katie se concentrou. No segundo seguinte, as nuvens baixaram, se modificando e formando uma espécie de trilha ao tocarem o chão.

– Vamos. – Katie foi na frente. Caminhei ao seu lado enquanto Percy e Annabeth vinham logo atrás.

Seguimos a trilha por um longo caminho assustadoramente silencioso. Nenhum monstro surgiu para nos atacar. Aquilo não era normal. Eu sabia que alguma armadilha nos esperava.

E estava certo.

Caminhamos por mais dez minutos antes que a trilha se dissolvesse. Olhei para frente e fitei um enorme hotel abandonado, cuja entrada era guardada por dezenas de Renegados e demônios. Eu nem ligava. Tirei Umbra do bolso, transformando-a rapidamente numa espada, e ataquei. Katie veio na mesma velocidade e Percy e Annabeth ficaram na retaguarda.

– Matem todos! – Ordenou um Renegado. O líder da panelinha, provavelmente. – Menos o Necromante! Octavian disse que Luke o quer vivo, assim como a garota!

Ele sabe onde ela está...

Cobri-me de fúria naquele instante, querendo alcançar aquele Renegado e parti-lo ao meio.

Cravei a lâmina de Umbra no chão, fazendo crescer uma enorme fenda, para a qual inúmeros Renegados foram puxados.

– Lee! – Um dos Renegados chamou o líder. – A espada!

Lee olhou fixamente para a lâmina negra de 90 centímetros em minha mão e arregalou os olhos.

Umbra... Então os boatos são verdadeiros.

Rosnei alto de ódio, partindo para cima dos Renegados restantes entre eu e Lee, que virou-se para correr para dentro do Hotel.

– PARE AÍ AGORA! – Concentrei-me e consegui projetar uma sombra sólida, que puxara Lee para fora. Percy e Annabeth mataram os dois últimos Renegados e Katie agarrava um ferido pelo tornozelo. Caminhei até Lee e agarrei a gola da sua camisa, erguendo seu rosto com violência. – ONDE ELA ESTÁ?!

– Acha que estou assustado? – Lee tremia. Eu sabia que ele estava tremendo.

Rosnei e encarei fixamente o Renegado ferido perto de Katie. Lembrei que Isabelle estava me falando um pouco sobre Umbracinese enquanto esperávamos Thalia sair do Hotel.

Imagine a sombra como parte de você. Dê um comando e ela obedecerá.” Aquela explicação parecia estranha quando a ouvi, mas, agora, fazia todo sentido do mundo para mim.

Encarei o Renegado ferido à minha frente e imaginei uma pequena sombra formando-se em seu interior. Expanda. Ordenei. Senti-a crescer ali. O Renegado gritou de dor, fazendo Lee arregalar os olhos e estremecer. Expanda.

O Renegado gritou uma última vez e eu desviei o olhar quando seu corpo explodiu em pedaços minúsculos. As sombras em seu corpo haviam reduzido seus órgãos internos a pó. Sangue se espalhou pela cena e em meu rosto.

– Está assustado agora? – Sorri cinicamente. Lee engoliu em seco. – Quer que o mesmo aconteça com você?

Ele negou em desespero.

– E-eu digo! Eu levo você até lá! – Choramingou. – Só não me mate... Por favor, não me mate...

Sorri satisfeito e o levantei, posicionando-o em minha frente.

– Está sentindo um incômodo no seu estômago agora, Lee? – Empurrei-o para frente, fazendo-o caminhar. – Se eu sentir que tomamos o caminho errado, eu vou explodir seu estômago. Sabe o que acontece quando eu explodir seu estômago?

Lee negou, caminhando em silêncio.

– Bem, você morre lentamente conforme o líquido ácido do seu estômago se espalha pelo seu corpo e mata você de dentro para fora... – Aproximei-me. – Se você nos levar para o caminho errado, o que eu acredito que você não fará... É o que acontecerá com você...

Lee engoliu em seco e virou à direita. Eu esperava que aquela mentira durasse. Lee não sabia que eu só podia ter usado aquele poder uma vez a cada dia, segundo Isabelle.

– Espero que saiba o que está fazendo... – Katie sussurrou perto de mim.

Continuamos o caminho por um longo corredor, que dava para uma escadaria. Lee desceu os primeiros degraus e olhou para trás, para ver se o seguíamos. Fiz um sinal para que continuasse a descida até parar em frente a outro longo corredor, que deveria ser um estacionamento, mas, no lugar onde deveriam estar as vagas dos carros, haviam celas. Várias delas estendendo-se até o fim do imenso corredor.

– Eu não posso passar daqui. – Informou Lee. – E eu juro que não sei onde ela está!

Eu o encarei fixamente.

– Já fez sua obrigação. Agora suma da minha frente.

Lee saiu correndo no mesmo segundo.

– Deixou ele escapar? – Percy ergueu as sobrancelhas. – Por que não explodiu ele também?

– Lee não sabia, mas eu só podia fazer aquilo uma vez. O que vale é o medo que você provoca...

Percy ia dizer algo, mas um grito de dor e agonia cortou o ar. E eu o reconheci no mesmo instante.

– Thalia!

Ignorei os avisos de Katie, dizendo para que eu fosse devagar. Eu não iria perder tempo sabendo que cada segundo perdido era um segundo a mais de dor para Thalia. Eu não permitiria que isso acontecesse.

Assim que cheguei ao final do corredor, onde Thalia estava, vi Octavian colocando uma adaga coberta de sangue sobre uma mesa. Saltei para trás de um pilar e espiei.

– E isso foi apenas o mínimo, querida... Espere só até Luke chegar... – Octavian sorriu cruelmente. – Por falar nisso, irei avisá-lo que você está aqui e não quer me dizer onde seu namorado está.

– Prefiro morrer a causar a morte de Nico.

Octavian apenas riu, se afastando.

– Veremos até quando você vai insistir nisso.

Encolhi-me atrás do pilar quando Octavian passou pelo mesmo, caminhando até a saída. Ouvi Thalia soluçar e me contive. Se eu fosse enquanto Octavian ainda estivesse no corredor, eu não conseguiria salvá-la.

Ouvi a porta do estacionamento ser fechada com um estrondo e corri até a cela onde Thalia se encontrava, semiconsciente e soluçando. O rosto tinha alguns vários cortes. Os pulsos estavam presos por correntes acima de sua cabeça. A ponta de seus pés descalços e igualmente feridos tocava o chão coberto de fuligem e sangue.

Tirei Umbra do bolso e arrebentei as correntes, o que fez com que Thalia quase tombasse de bruços se não houvesse sido amparada por mim.

– Thalia... – Sussurrei, transformando Umbra num cilindro novamente e colocando-a no bolso. Aninhei Thalia em meu colo e não contive as lágrimas ao vê-la daquela maneira. – Fala comigo, por favor, Lia... Fala comigo... – Solucei. – A culpa é minha... Eu deveria estar aí. Não você. – Puxei-a de encontro ao meu peito, afagando seus cabelos. Ficamos naquele silêncio, cortado apenas pelos meus soluços, por um longo momento. Até que Thalia tossiu, fazendo com que eu me afastasse e a encarasse.

– Nico... – Sussurrou quando parou de tossir, abrindo os olhos devagar. – Não... Devia ter vindo.

– E abandonar você aqui? – Solucei. – Nunca...

Thalia sorriu fracamente. Puxei-a para perto e a abracei. Fracamente, ela me abraçou de volta, escondendo o rosto machucado em minha camiseta, sujando-a de fuligem e sangue, coisa com a qual eu nem me importava.

– Que gracinhas! – Ouvi a voz de Luke e tive um sobressalto, olhando para trás.

Luke estava armado e acompanhado de um pequeno grupo de Renegados. Reconheci Lee entre eles. Seis dos Renegados seguravam Percy, Annabeth e Katie.

– Luke! – Rosnei. – Deixe-os em paz!

Luke riu debochadamente.

– Acha mesmo que sou como meu exército? Acha que vou tremer diante de você apenas porque você é o tão temido Anjo da Terra e Necromante? – Ele riu novamente. – Não seja ridículo!

Luke desembainhou Mordecostas-Que-Não-Morde e colocou-se em posição de ataque. Cuidadosamente, coloquei Thalia no chão, ignorando seu pedido de não ir lutar contra Luke, e tirei Umbra do bolso novamente, colocando-me em posição de ataque também.

– Pode vir, Cicatriz! – Sorri de canto. Luke rosnou e atacou primeiro. Defendi o golpe na mesma hora. Eu realmente estava melhorando. Não parecia mais uma criancinha segurando uma espada de madeira. Sorri ao me sentir forte quando fiz um corte na palma de Luke, que gritou e deu um passo para trás. Ele gritou algo numa língua que eu não conheci e esperei pelo golpe, mas percebi tarde demais que não foi a mim que ele fora direcionado.

Thalia gemeu alto de dor, pressionando as têmporas. Depois tombou de joelhos, já que estava de pé.

– Thalia! – Virei as costas para Luke e encarei Thalia. – Está tudo bem?

Mas Thalia não teve tempo de responder. Senti algo golpear minhas costas e gemi alto de dor. Luke havia me chutado por trás. Ele usou o cabo da espada para golpear minha nuca e eu tombei de bruços. Thalia gritou.

– Vamos tentar mais uma vez... – Luke encarou Octavian, que agarrou meu cabelo com uma das mãos. A outra ele usou para pressionar uma adaga contra minha garganta.

– NÃO! – Thalia quis vir até mim, mas, como um alerta, a adaga foi pressionada com mais força. Ela soluçou baixo. Percy se debateu, tentando escapar.

– Diga para mim onde estão meus irmãos... – Luke se aproximou. – Ou ele morre.

– Não diga, Thalia... – Falei num fio de voz. – Ele vai me matar de qualquer maneira.

– Não faça isso... – Pediu Thalia. – Eu já disse que não sei onde eles estão!

Gemi de dor quando a adaga foi pressionada com mais força. Um filete de sangue desceu pelo meu pescoço.

– A verdade, Thalia...

– Por favor... Não o machuque... – Thalia soluçou. Luke deu um riso debochado. – Por favor...

– Não sabe como é cômico ver a grande herdeira dos céus, a mais temida guerreira entre os anjos, chorando dessa maneira por um rapaz. – Ele riu baixo. – Se eu não ganho a informação... O que eu ganho?

Thalia soluçou, depois respirou fundo e levantou-se, retirando a jaqueta preta que usava. Ela subiu alguns centímetros da camiseta e Luke sorriu cruelmente. Arregalei os olhos quando notei o que ela estava fazendo.

– Thalia... Não...

Ela me encarou. Uma expressão triste passou pelo seu rosto.

– Sinto muito... – Sussurrou. Depois voltou a encarar Luke. – É isso o que você ganha, Luke... Se deixá-lo viver. – Ela respirou fundo. – Meu corpo.

Luke riu de maneira cruel.

– Não sabia que ele era tão importante assim para você... Para ter a coragem de me oferecer seu corpo em troca da vida dele... – Ele riu novamente. Depois encarou os Renegados. – Levem-nos daqui. Tranquem as saídas e me deixe a sós com esses dois. – Seu olhar foi dirigido a Octavian. – Acorrente-o.

Tossi quando a adaga foi afastada. Octavian me arrastou até a parede oposta, onde me prendeu por correntes, para que eu não interferisse. Forcei as correntes ao máximo. Não consegui arrebentá-las.

Luke caminhou até Thalia, fazendo-a deitar no chão frio. Thalia soluçou baixo e fechou os olhos. Ele estava mesmo fazendo aquilo? Ele iria me forçar a ver tudo e não poder fazer nada?

Luke sorriu cruelmente, deslizando as mãos pelo corpo de Thalia, indo para debaixo de sua camiseta. Thalia soluçou baixo novamente.

– Sabe que, quando estiver satisfeito, vou descartar você como um brinquedo inútil, não sabe? – Luke tocou seu rosto. – Prometo que guardarei esse momento nosso. O meu momento de conquista. – Ele se aproximou de seu rosto. Debati-me nas correntes, tentando ir até Luke e matá-lo lentamente. – Como você é ingênua, Thalia... Sabe que vou matá-lo de qualquer maneira, mas ainda tenta salvá-lo. – Ele segurou seu rosto com força e eu contive minhas lágrimas. – Ele vai assistir tudo, Thalia. E, antes de matar você, eu o matarei. Em sua frente. Para ouvir você gritar.

Thalia abriu os olhos arregalados e tentou desferir um soco contra o rosto de Luke, que segurou seus pulsos com força.

– Vai desistir agora?

Thalia se debateu, tentando escapar de Luke. Ele apenas riu e agarrou sua garganta e bateu sua cabeça contra o chão, deixando-a desnorteada. Luke sorriu satisfeito e arrancou a camiseta de Thalia.

E eu apenas gritava.

– THALIA! – Solucei alto. Fendas gigantescas cresceram ao meu redor. As sombras no local se tornaram densas. Luke, assustado, me encarou. Depois tirou, das vestes, uma adaga, lançando-a em minha direção.

Antes que eu fosse atingido, uma mão esquelética segurou a arma a milímetros do meu rosto.

Centenas de esqueletos ergueram-se do chão no segundo seguinte. Luke levantou-se, agora eu via o medo em seu rosto e isso me deixava mais do que satisfeito. Um sorriso cruel surgiu em meu rosto enquanto todos os esqueletos atacavam de uma vez só, atingindo Luke não só com golpes de espada, mas também com socos. Dois deles arrebentaram as correntes que me prendiam e eu corri até Thalia, que estava semiconsciente. Ainda tinha ferimentos em seu rosto. Sangue corria do ponto de sua cabeça que Luke batera no chão. Arranquei minha jaqueta, depois a camiseta, que usei para vesti-la. Coloquei de volta a minha jaqueta e subi o zíper até o final.

Peguei Thalia em meus braços e assoviei, chamando os esqueletos, que largaram um Luke inconsciente no chão.

– Aguente firme, Lia! Eu vou tirar você daqui!

Em resposta, Thalia apenas gemeu baixo. Disparei pela porta. Invocar aqueles esqueletos me deixou fraco demais para uma viagem pelas sombras. Eu tinha que confiar em meu senso de direção. Segurei Thalia com mais firmeza e disparei pelos corredores.

Os esqueletos vinham logo atrás de mim, protegendo minha retaguarda. Assim que saí, pude ver que uma carnificina ocorria do lado de fora. Canos estourados projetavam-se para fora das paredes. Água se espalhava por todo o lugar. Vinhas enormes haviam destruído o ambiente, abrindo completamente o teto. Vários Renegados haviam sido atravessados pelos canos e pelas vinhas. Percy e Katie matavam tudo ao seu redor sem hesitar. Procurei por Annabeth e a encontrei massacrando alguns demônios em outro canto do local.

– Nico? – Percy me encarou. É impressão minha ou aquela água toda foi causada por ele? – Ela está bem?

– Por pouco tempo! – Olhei em volta, ainda com Thalia nos braços. – Temos que sair daqui! Agora!

– Vocês não vão a lugar nenhum! – Ouvi a voz de Octavian. Ele rosnava de ódio e caminhava em nossa/minha direção. – Não vão sair daqui até que estejam mortos!

– Cai dentro, loira oxigenada de farmácia! – Passei Thalia para Percy e tirei Umbra do bolso.

Octavian rosnou e partiu para cima. Ignorei a fraqueza que sentia em todo meu corpo e bloqueei o golpe. Ele rosnou e tentou me golpear outra vez. Bloqueei o golpe de novo e o golpeei de volta. Octavian rosnou de dor quando a lâmina de Umbra rasgou sua pele.

– Maldito Necromante! – Octavian tentou me golpear outra vez. – Vou matá-lo lentamente!

– Não se eu matar você antes! – Descrevi um perfeito arco com a espada, quase cortando a garganta de Octavian, mas ele se abaixou antes do golpe.

Octavian rosnou de ódio e avançou em minha direção. Estava prestes a ser esfaqueado quando um esqueleto surgiu não sei de onde e bloqueou o golpe antes da hora.

– Boa! – Elogiei quando o esqueleto golpeara Octavian, fazendo um corte em seu rosto. Saltei e, utilizando seu ombro ossudo (claro que é ossudo! O bicho é só osso!), acertei o rosto de Octavian com um chute em pleno ar. Porém, antes que eu aterrissasse, algo agarrou a gola da minha camiseta e eu fui arremessado de encontro ao chão com força.

Olhei para cima e reconheci Luke, coberto de fúria. Gritei de dor quando sua adaga atravessou meu ombro. Ouvi Thalia me chamar, mas não pude vê-la.

– Eu adoraria te matar agora, Anjo da Terra... – Ele pisou com força sobre meu peito. Meu ar faltou. Luke pressionou seu pé com mais força. – Mas não posso fazer isso agora... Você tem algo que eu quero... – Seu olhar pousou em Umbra, que estava em minha mão. – Quando eu obtiver Umbra, eu vou matar você. Da forma mais lenta possível. – Ele se aproximou. – E farei com que ela assista. Farei com que a última coisa que você ouça sejam os gritos dela. – Luke sorriu cruelmente. – Então, eu a torturarei. E vou matá-la também. E você não poderá fazer nada.

– Deixe-a em paz! – Rosnei. Luke riu debochadamente.

– Ou o quê? O que você vai fazer? – Luke continuava na mesma posição. Eu não conseguia respirar direito. Minha respiração era pesada. – Vai me matar?

– Ele não! – Ouvi uma voz feminina. Isabelle? – Eu vou!

Uma silhueta feminina lançou-se sobre Luke. Um salto de uma bota de couro atingiu seu maxilar com força, fazendo-o cair. Tossi quando recuperei meu ar. Olhei para cima e vi a mão estendida de Isabelle, coberta por uma luva preta de couro.

– Mas... Você prometeu que...

– Que se tivesse que escolher entre Thalia e o destino dos anjos, eu a deixaria morrer. Mas ninguém lembrou que o destino dos anjos e Thalia podem depender um do outro!

Sorri, aceitando sua ajuda para me levantar.

– Por que a demora?

Foi a vez de Isabelle sorrir.

– Leo não estava conseguindo escolher o veículo ideal. Mas achamos o veículo perfeito.

Antes que eu perguntasse, o som alto de um motor cortou o ar. A parede do local foi completamente destruída e um enorme veículo adentrou o lugar. Ri quando o reconheci.

– QUEM QUER PASSEAR NO TRAILER DO TIO LEO? – Um elfo latino sorridente surgiu na janela, atropelando todos os Renegados e demônios no caminho. Annabeth e Katie riram, subindo no Trailer primeiro.

– Percy! – Chamei. – Passe Thalia para mim!

Percy passou Thalia para meus braços e subiu. Eu já estava subindo no trailer quando Octavian surgiu não sei de onde e tirou Thalia de mim. Gritei e saltei do trailer no mesmo momento em que Leo deu a ré.

– Nico! – Chamou Isabelle.

– Vão! Alcançamos vocês!

Leo, relutante, saiu do local, parando o veículo do lado de fora. Eles iam esperar.

Encontrei Octavian forçando Thalia a ficar de pé. Uma adaga foi pressionada contra seu rosto. Os demônios e Renegados formaram um círculo. Luke, que estava com a marca do salto de Isabelle no rosto, se encontrava logo atrás de Octavian.

– Então faremos diferente... – Octavian deslizou a lâmina pelo rosto de Thalia. – Que tal eu matá-la em sua frente? Que tal se eu esfaqueá-la até seu coração parar de bater? E você não poderá fazer nada!

– Tire as mãos dela! – Antes que eu disparasse em sua direção, Luke veio parar atrás de mim e segurou meus braços. – Thalia!

Octavian sorriu cruelmente, erguendo a adaga.

– Eu disse... – Contive um soluço, baixando o rosto. Uma energia descomunal percorreu minhas veias. – TIRE AS MÃOS DELA!

Então aconteceu. O chão abaixo de nós se abriu completamente. Uma explosão sacudiu o local. Sombras solidificadas saíram de todos os cantos, agarrando todos os Renegados no caminho e puxando-os para a escuridão. Formas parcialmente invisíveis começaram a circular o local. Fantasmas. Luke fora arremessado contra uma parede, o que me deixou livre.

Sentindo uma raiva descomunal que nunca pensei que sentiria, caminhei até Octavian, que ainda segurava Thalia sobre um minúsculo pedaço de chão. Pude ver o medo em seu rosto pálido.

– V-você a quer? – Ele estremeceu, olhando em meus olhos. Será que eu estava tão assustador assim? – T-tome! – Octavian soltou Thalia, que usou suas poucas forças para apoiar-se no chão. Ela me encarava com os olhos azuis arregalados. Para a própria Thalia Grace arregalar os olhos ao me olhar, eu devia estar extremamente assustador.

Ergui Umbra e Octavian engoliu em seco. Não tinha para onde correr. Um sorriso, tão cruel quanto o sorriso de Luke, surgiu em meu rosto no momento em que descrevi um arco com a lâmina negra. Octavian emitiu um som de engasgo e levou a mão à garganta, que começou a sangrar.

– Agora sufoque e engasgue até morrer... – Foi tudo o que eu disse antes de transformar Umbra novamente num cilindro e pegar Thalia em meus braços. Octavian, ainda engasgando, caiu de joelhos. Eu mal via o que estava fazendo. Minha raiva estava agindo por mim. As sombras dentro do hotel não paravam de se expandir.

No mesmo momento em que pisei fora do Hotel, as sombras já não tinham mais para onde ir e o local explodiu. Os Renegados sobreviventes, inclusive Luke, voaram para longe de lá. Uma fraqueza descomunal tomou meu corpo. Caí de joelhos, sentindo dores por todo o meu corpo. Ouvi Thalia me chamar novamente, assim como o som do motor de Leo.

Então, tudo se escureceu.

[...]

Acordei com dor. Muita dor de cabeça. Olhei para cima, fitando um teto de madeira escura. Eu estava com outra roupa: uma camiseta branca e jeans claros. Roupa clara demais! Minha jaqueta preta estava inteira, pendurada na cabeceira da cama em que eu me encontrava. Eu ia me levantar, mas alguém me impediu, colocando a mão sobre meu peito.

– Não faça esforço, Nico... – Reconheci a voz de Thalia e olhei para o lado. Ela tinha poucos cortes, já cicatrizando, pelo rosto, agora limpo. Seu cabelo estava preso num rabo de cavalo e ela usava outras roupas: uma regata vermelha e shorts jeans claros. – Usou muita energia ontem. Precisa descansar.

– Thalia... – Foi tudo o que consegui pronunciar. Toquei seu rosto com uma das mãos, deslizando o polegar por um corte, que cicatrizava devagar. – Você está... Bem.

– Estou... – Ela sorriu.

– Onde...

– Leo dirigiu até New York. Estamos na casa dele.

Então nós voltamos...

– Eu estou bem... Já posso me levantar. – Encarei Thalia.

Ela sorriu levemente. Usei os braços como apoio e Thalia deixou eu me levantar.

– Não devia ter ido até lá.

Neguei devagar.

– Não podia deixar você lá.

– Mas você podia ter morrido.

– Um simples “obrigada” já basta. – Retruquei. Thalia bufou.

– Nico, só estava dizendo que...

– Que eu deveria deixar você morrer? É isso? Você diz que eu sou importante para você, mas já parou para pensar que você pode ser importante para mim? – Encarei-a. – Será que você não se importa com o que eu sentiria se você morresse?! Você não se importa em machucar as pessoas que gostam de você?! Acha que ninguém vai sentir sua falta se você morrer?! – Senti as lágrimas queimarem e não tive forças para contê-la. – Eu não podia... – Solucei. – Não podia perder você também. Eu perdi minha mãe. Perdi Bianca. Deixei Hazel para trás e posso nunca mais vê-la... Não posso perder você também!

Não consegui dizer mais nada. Solucei novamente, afundando o rosto nos joelhos. Parecia que eu era o garotinho de seis anos novamente, chamando pela mãe, que nunca mais voltaria para casa.

Senti o toque suave de Thalia em meu rosto e ergui o olhar. Seus olhos estavam marejados, mas ela sorria docemente.

– Você não vai me perder, Nico...

Antes que eu dissesse mais alguma coisa, Thalia levou sua outra mão ao meu rosto e me puxou para um beijo.

Eu sempre soube que, se acontecesse, ela tomaria a iniciativa. Mas nunca imaginei que passaria os primeiros segundos parado feito uma múmia, de olhos arregalados enquanto os lábios de Thalia tocavam os meus.

Saí de meu transe quando ela se afastou, me encarando com uma expressão triste. Parabéns, sua anta míope! Deixe uma garota te beijar e fique parado como uma múmia, como se não tivesse gostado! Stupido!

– D-desculpe... É que eu... – Thalia ia se levantar para sair. TOME UMA INICIATIVA, SEU INÚTIL!

Segurei seu pulso antes que ela saísse. Thalia direcionou seu olhar para mim. Os olhos estavam marejados. Uma pontada de dor atingiu meu peito ao vê-la daquela maneira.

Puxei Thalia para perto e a beijei. A primeira iniciativa útil da minha vida. Ela passou os braços ao redor do meu pescoço e chegou mais perto. Nem foi preciso esperar muito para ser retribuído. Sorri de encontro aos seus lábios e aprofundei o beijo, abraçando-a com força, como se alguém fosse me tirar de lá. Ou tirá-la de mim.

Perdi completamente a noção do tempo. Só percebi em que fase do beijo nós estávamos quando Thalia colocou a mão sobre meu peito. Parei o beijo e notei que eu já não tinha camiseta e estava retirando a sua. Eu estava por cima dela sobre a cama. Seu cabelo agora estava solto e Thalia estava encolhida, como se estivesse com medo. Ela quase foi estuprada, idiota!

– Espere... – Pediu em voz baixa, hesitante. Estava com medo. – Eu não estou pronta ainda...

Eu a encarei por um longo momento, pensando em como Thalia ficava linda daquela maneira. Ela respirou fundo e me encarou, pronta para lutar se fosse necessário. Apenas sorri e dei-lhe um selinho.

– Eu espero... – Toquei seu rosto, fazendo-a me encarar. Os olhos agora brilhando de felicidade e alívio. – Eu espero o tempo que for preciso, Lia.

Ela sorriu, soluçando baixo, e me abraçou com força.

– Obrigada... – Sussurrou. Aconcheguei-me ao seu lado e ficamos por um longo momento em silêncio, encarando a porta. – Eu sabia que havia caído perto de você por algum motivo... – Ela virou-se para me encarar. – De alguma forma, Nico... Estávamos destinados a nos encontrar.

Sorri.

– Sabia que você tinha destruído o quintal do vizinho por algum motivo.

Thalia riu baixo e se aconchegou em meus braços. O momento estava perfeito até Percy adentrar o quarto. Ele sorriu maliciosamente ao nos ver. Pela primeira vez, eu não corei. Apenas me separei de Thalia, assustado com a entrada súbita do meu primo.

– O que houve? – Encarei Percy.

– É o seu pai...

Levantei-me da cama, encarando Percy sem nenhuma cor.

– O que é que tem?

– Ele quer falar com você.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Bem, pelo que vimos aqui, temos Isabelle tentando se fazer de forte e se odiando profundamente por fazer promessas como essa. Ainda bem que nossa querida Izzy achou um jeito de "quebrar" as regras, não é? E esse resgate? Coisinha mais linda, certo? Lizzy está começando a surgir! :3 E aquele Nico Revolts? Gostaram? Amaram? :3
E ESSE BEIJO, MEU DEUS? EU MORRI AQUI QUANDO ESCREVI!
E essa conversa? Onde acham que isso vai dar? Será que vai dar certo?
Só digo uma coisa: algumas revelações surgirão! :3
É isso... Digam o que acharam!
Até o próximo, queridos! :3 :3
Bjoks! *3*



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