Fallen From The Sky escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Pois é, amores! Cheguei com outro capítulo! Aposto que estão enjoados de mim!
Bem, essa fic, como disse nas notas da história, é uma das primeiras versões da fic Thalico - My Angel. Mas não será exatamente igual! Até porque fiz algumas alterações!
Quero agradecer à Marih Yoshida e Mily, que foram as primeiras a me apoiarem para postar essa fic! Agradecimentos também às minhas amigas no grupo do Whats, que aprovaram a ideia!
Bem, esse é só o prólogo! E o primeiro cap está em andamento!
Enjoy it! ;)



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Nico acordou com o som ensurdecedor de seu despertador.

Não sabia o que faria se não fosse aquele pequeno aparelho. Dormiria um dia inteiro se lhe fosse permitido.

Nico levantou-se preguiçosamente, arrastando-se como um morto-vivo até o chuveiro. Ele teve um sobressalto e proferiu uma dezena de palavrões quando a água gelada chocou-se contra seu corpo.

Seu banho fora tão curto quanto seu sono. Não durara nem cinco minutos. Ele se olhou no espelho. Os cabelos negros e molhados que iam até pouco acima dos ombros estavam grudados em sua testa e em seu rosto. Os olhos negros estavam quase se fechando.

Ele xingou a si mesmo quando notou que estava quase dormindo em pé. Depois caminhou até o quarto e pegou a primeira coisa que viu em seu guarda-roupas: uma simples camiseta preta e seus jeans escuros.

Nico calçou seus tênis All Star de cano baixo, pegou seu skate ao lado da cama, jogou a mochila sobre os ombros e desceu as escadas.

Para variar, seu pai não estava em casa. Apenas sua meia-irmã se encontrava na cozinha, comendo uma torrada.

– Bom dia, Hazel... – Murmurou preguiçoso.

As diferenças entre Nico e Hazel eram marcantes. Nico era alto e pálido, como se nunca houvesse visto o sol. Seus cabelos e olhos negros contrastavam de maneira bela com a pele clara. E, por mais que Nico insistisse que não ficava bonito, os óculos contribuíam para deixá-lo mais atraente.

Já Hazel era baixa e tinha pele cor de café. Seus cabelos cacheados e escuros contrastavam de maneira tão bela com os olhos dourados que Nico compreendia porque Frank, namorado de sua irmã, amava falar daqueles olhos.

É... Talvez a única coisa em que eram parecidos fosse o fato de ambos nascerem na Itália.

– Bom dia, Nico... – A mais nova sorriu e abraçou seu irmão. – Feliz aniversário!

Nico revirou os olhos e a encarou.

– Nem começa.

Ela sorriu compreensiva.

– Você vai se atrasar pra aula.

Nico bufou baixo e dirigiu-se à porta, subindo em seu skate e indo até a escola.

Thalia acordou com um guarda entrando em seu quarto no palácio, avisando-a que seu café da manhã estava na mesa.

Ela espreguiçou-se, já disposta, e agradeceu ao guarda. Depois levantou-se, caminhando até a banheira de água quente, tomando um longo banho.

Ela saiu da banheira, vestindo um simples vestido branco de um ombro só. Detestava usar vestido. Mas eram as regras. Sendo quem ela era, não podia desrespeitá-las. Resolveu, como sempre fazia, observar seu reflexo no grande espelho enquanto escovava seus cabelos negros. Tão longos que desciam até um pouco acima de sua cintura. Os olhos azuis tão elétricos que pareciam ter raios dentro. Suas sardas, vistas por poucos como um defeito, a deixavam mais bela. E Thalia adorava se sentir bela. Seus lábios vermelhos como sangue eram desejados por todos os homens que a viam, porém seu coração nunca pertenceu a nenhum. Era fechado. De aço. Ela resolveu protegê-lo depois de suas decepções.

Thalia colocou suas sandálias e caminhou até a porta, pegando, discretamente, seu arco no caminho. Ela o colocou nas costas e usou magia para ocultá-lo. Se seu pai a visse sentada à mesa com um arco, teria um ataque.

– Bom dia. – Pronunciou-se enquanto descia as escadas até a grande mesa localizada no centro do Salão de Cristal.

Zeus, lider dos céus e seu pai, sorriu ao vê-la. Sempre bela aos seus olhos. E ele esperava que ficasse assim para sempre.

Thalia era muito parecida com seu pai. Ambos tinham os cabelos negros (com centenas de fios grisalhos, no caso de Zeus) e os olhos azuis.

Porém, Thalia não se parecia com o irmão mais velho, Jason, que se encontrava ao lado do pai. Enquanto ela tinha cabelos negros, ele tinha cabelos louros. Cortados num corte militar, apesar de Thalia insistir que seu irmão os deixasse crescer. Ele tinha a pele bronzeada e nenhum resquício de sardas. Apenas os olhos de ambos eram iguais. Azuis.

À direita de Jason, encontrava-se Piper, sua namorada e quase noiva. À esquerda do loiro, a comandante das Tropas Júpiter, Reyna, sua melhor amiga.

Piper era extremamente bela. A mais bela entre as jovens naquele lugar, na opinião de Thalia. Ela tinha a pele bronzeada e longos cabelos cor de chocolate. Os olhos eram como um caleidoscópio, mudando de cor entre verde, azul e castanho. Lindos, na opinião dos filhos de Zeus.

Reyna também era linda. Mas não era o tipo de garota que todo homem cobiçaria, talvez porque nenhum deles ousava chegar a dois metros de sua espada. Ela tinha olhos cor de obsidiana e cabelos igualmente escuros. Nunca perdera uma batalha sequer.

– Bom dia, filha. – Zeus lhe sorriu. Um sorriso que foi retribuído pela filha.

Piper lhe dirigiu um aceno com a cabeça. Jason sorriu radiante e Reyna ergueu sua taça de prata, saudando-a.

Thalia sentou-se à mesa entre seu irmão mais velho, Apolo, e sua comandante, Artemis e logo começou a comer.

– Precisa estar bem alimentada para hoje. – Artemis a encarou. – Estamos pensando num ataque surpresa.

Desde dois anos atrás, os anjos entraram em guerra contra os Renegados, anjos que se voltavam para as artes das trevas. Uma guerra que Thalia pretendia finalizar, já que concluíra seu treinamento de combate. Ninguém a desafiava com uma espada. Poucos a derrotavam com adagas. Lanças eram um de seus pontos fortes. Mas, se colocassem um arco nas mãos de Thalia, ela mataria todos os inimigos no caminho sem errar um único alvo.

– Esse ano... Essa guerra acaba. – Prometeu. Seu irmão mais velho sorriu.

– Esse é o espírito.

Nunca em sua vida Nico pensou que matemática seria interessante.

Ou melhor, que seu sono na aula de matemática seria interessante. Era incrível para seus amigos que ele dormisse durante a maioria das aulas (ele tinha suas exceções) e tirasse notas excelentes.

Em seus sonhos, Nico caminhava por um corredor inteiramente feito de cristal. Ele vinha tendo esse sonhos há meses. E, sempre que chegava ao final do corredor, via uma porta.

Dessa vez ele estava decidido. Iria abrir a porta. Correu o máximo que podia.

Mas, assim que alcançou a maçaneta, um estrondo lhe acordou.

Nico levantou num pulo, assustando-se com o rosto assustador e enrugado da Sra. Dodds, sua professora mais odiada.

– Não pense que só porque é seu aniversário que terá preferência, Nicholas...

Antes que terminasse de falar, Nico a interrompeu.

– A conta está errada. Aquele quatro é negativo e o resultado é 2,5, não 3.

A professora caminhou até o quadro e verificou sua conta. Depois fuzilou Nico com o olhar e corrigiu seus erros, colocando as informações do garoto, que botara um sorriso no rosto.

– Saia da sala agora.

Nico arregalou os olhos.

– Só porque eu te corrigi? Isso não é justo!

– Você vai sair da sala porque estava dormindo durante a aula e não estava prestando atenção.

– Legal... Eu não estava prestando atenção e você é quem errou a conta!

– Já chega! Tenho certeza de que sua mamãe passa a mão na sua cabeça e diz que você está certo... – Aquelas palavras feriram Nico de maneira quase violenta. – Eu não sou sua mãe. E, se fosse...

– CALE A BOCA! – Alterou-se, erguendo-se da cadeira. – VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR DA MINHA MÃE!

– ABAIXE SEU TOM DE VOZ COMIGO, GAROTO! EU TENHO TODO DIREITO DE FALAR DA SUA MÃE, QUE, PELO JEITO NÃO TEM TE EDUCADO DIREITO!

Nenhum aluno, exceto Annabeth Chase, percebeu que as luzes da sala piscaram.

– MINHA MÃE MORREU, VELHA ESTÚPIDA! E EU QUERIA QUE VOCÊ MORRESSE TAMBÉM!

Antes que a professora respondesse com outro grito, todas as luzes da sala de aula estouraram, deixando o ambiente escuro, já que ficava nos andares de baixo. Meninas gritaram e se desesperaram. Leo Valdez se jogou no chão, dizendo algo como "sai, coisa ruim!". Os meninos que se sentavam no fundo comemoraram, dizendo que não teria aula.

E Nico não permaneceu de pé. Tombara no segundo seguinte e todas as vozes pareceram distantes para ele, bem como algumas lanternas, cujas luzes perderam o foco à medida que tudo se escurecia para o garoto.

Thalia sentiu uma perturbação enquanto andava pelos corredores de cristal do palácio. Como se houvesse um Renegado por perto.

Os Renegados eram extremamente parecidos com os anjos. A única coisa que os diferenciava era o fato de os Renegados possuírem dentes afiados e garras tão afiadas quanto. Seus olhos tornavam-se inteiramente negros e sombrios.

– Filha... – Ela ouviu a voz de Zeus. – Preciso falar com você.

Apesar de estranhar a urgência na voz de seu pai, Thalia caminhou até as portas duplas do aposento de Zeus e Hera, fechando-as atrás de si.

– O que houve? – Ela sentou-se numa extremidade da grande cama. Hera encontrava-se na grande penteadeira, escovando os grandes cabelos castanhos.

– Thalia... Descobrimos uma forma de vencer a guerra.

A mais nova naquele ambiente arregalou os olhos.

– Onde está? Como é? O que é?

– Não é o que, querida... – Hera dirigiu-lhe um sorriso doce. – É quem.

– Quem? – Thalia o encarou. – Onde está?

– Nossa última esperança está na Terra, Thalia... Você precisa encontrá-lo.

Mas, antes que Thalia perguntasse, uma explosão sacudiu o local.

– O que foi isso?! – Perguntou ao se equilibrar.

No mesmo momento, Artemis entrou no quarto.

– Renegados! Eles nos atacaram de surpresa! – Ela encarou a mais jovem. – Thalia, vista sua armadura! Temos uma batalha para vencer!

Thalia assentiu e, depois de abraçar seu pai, afirmando que ficaria bem, correu para seu quarto.

– Tropas de Artemis! – Chamou, já com a sua armadura. O arco estava em suas costas e ela levava uma espada na cintura e uma lança na mão. Ninguém em sã consciência ousaria cruzar seu caminho. – Comigo!

Várias garotas trajando armaduras prateadas se levantaram prontamente e seguiram Thalia para a batalha.

Thalia nem imaginava que aquela batalha mudaria seu destino de uma vez por todas.

Após passar vinte minutos na enfermaria, meia hora na diretoria e duas horas na detenção, Nico subiu em seu skate e saiu devagar pelos corredores, refletindo sobre o ocorrido na sala. Não era a primeira vez que discutia com a Sra. Dodds e alguma coisa paranormal ocorria.

Ele ainda se deslocava preguiçosamente pelo pátio quando algo empurrou bruscamente seu skate para trás, fazendo-o tombar no chão. Seus óculos caíram, deslizando até os pés de seu agressor.

Nico não ficou surpreso ao reconhecer os rostos borrados de Sherman, Mark e James, meio-irmãos de sua amiga, Clarisse La Rue.

– Ora, ora, ora... Se não é o nosso amigo di Angelo.

– di Angelo, James? – Mark deu um sorriso debochado. – Pensei que o nome do nosso amigo era diAbo...

Os três garotos riram enquanto Nico se erguia sobre os joelhos e tateava o chão, procurando seus óculos.

– Oh, olhem só... A toupeira perdeu os óculos! – Sherman desferiu um pequeno chute, forte o suficiente para desequilibrar Nico. – Está procurando isso? – Nico viu a imagem turva do pé de Sherman erguido sobre um pequeno borrão preto.

– Não faça isso... – Pediu. A voz estremecendo.

Sherman apenas riu e esmagou os óculos sob seu pé. O som das lentes de vidro quebrando fez com que Nico tivesse uma vontade quase incontrolável de chorar enquanto os três garotos davam risos de deboche.

– Vai pra casa, toupeirinha! – Zombou James, usando o pé para empurrar a cabeça de Nico de encontro ao chão, fazendo-o sentir dor. – Ah, você não sabe cavar um buraco?

Os outros dois riram, aprovando. Como sempre, já que James era o líder dos três.

E o que mais gostava de ferir Nico, zombando o garoto de tantos nomes horríveis que ele sentia tristeza.

– Me deixem em paz... – Pediu em voz baixa, segurando o choro.

– Devíamos chamar um exorcista, garotos... – Zombou Mark. James riu em concordância e chutou o skate de Nico para Sherman, que o quebrou em dois com a ajuda de Mark.

– Não tenho água benta, mas espero que refrigerante resolva... – Zombou James, virando uma lata de refrigerante sobre Nico, encharcando-o por completo.

– Olhem! – Mark tirou da mochila de Nico um livro. – Aposto que é um livro de magia negra! – Zombou.

– Ah não! – James arrancou várias páginas do livro e rasgou a capa. – Acho que eu estraguei o livro do diAbo.

Nico conteve um soluço com todas as forças. Não ia ter outro apagão e ferir mais alguém. Até porque, da última vez que fizera aquilo, Sherman, Mark e um James de olho roxo o espancaram quase até que desmaiasse.

– Vai chorar? – Brincou Mark. – Chora pra gente, bebezinho! Chora! Chama a mamãe!

– ME DEIXEM EM PAZ! – Tudo se passou num borrão para Nico. Ele só se lembrava dos três garotos jogados no chão. Dois semiconscientes e um apagado. E o que mais o assustara fora o fato de os celulares de Mark e Sherman estarem partidos ao meio. James, que estava inconsciente, tinha uma hematoma na testa, como se, assim como Nico, houvesse batido com a cabeça no chão. Os livros e cadernos dos três estavam rasgados e com as páginas espalhadas pelo chão. E os três estavam cobertos por um líquido que, por estar sem os óculos, Nico não pôde identificar.

Nico assustou-se ao vê-los daquela forma e saiu correndo, levando os restos de seus óculos, de seu livro e de seu skate.

Sem skate, sem óculos, sujo, assustado e com as páginas do seu livro em mãos, Nico entrou em casa.

– Nico? – Sua irmã mais velha, Bianca, arregalou os olhos ao vê-lo. – Meu deus! O que houve com você? – Ela tocou o ponto que Nico batera no chão, arrancando do irmão mais novo um pequeno gemido de dor. – Que galo é esse? O que houve com você?

– Eu estava andando de skate e bati numa pedra. Nada demais. – Mentiu.

– Uma não! – Ele ouviu a voz de Percy, que descia acompanhado de Hazel. – Três pedras, chamadas James, Mark e Sherman! – Ele caminhou até o primo. – Já estou cansado disso! Pare de mentir para mim porque eu sei o que eles fazem! Hazel já os viu fazerem! Annabeth também!

Percy poderia ser confundido facilmente com um primo de Nico (o que, na verdade, ele era). Eles tinham os mesmos cabelos negros como piche, apesar de os cabelos de Nico serem mais escuros. Porém Percy tinha os olhos verde-mar e a pele bronzeada.

– Eu já disse que estou bem! – Reclamou Nico. – Que droga!

– Até quando você vai mentir sobre isso? Até estar num quarto de hospital ou num caixão?

– Não exagere, Percy. Duvido muito que eu morra por isso.

– Quando eu me refiro ao caixão, não quero dizer que a culpa é deles. Muitas pessoas passaram pelo mesmo que você e se mataram porque acharam que era uma solução.

– Se você acha que eu estou sofrendo bullying, relaxa. – Nico subiu as escadas. Precisava de um banho para tirar o refrigerante do corpo.

– Até quando ele vai mentir para si mesmo? – Hazel o encarou.

– Até ele perceber que isso não vai parar até que ele fale com alguém.

Nico os ignorou e entrou no banheiro, tomando um longo banho quente, esfregando quase com força a sujeira de seu corpo. Ele levou, pelo menos, vinte minutos no banho para conseguir tirar toda aquela sujeira. Assim que saiu, vestiu uma roupa simples e deixou sua mochila e o livro e o skate destruídos sobre a cama. Depois abriu a gaveta de sua cômoda e encontrou um par de óculos reserva, exatamente igual ao par anterior. A armação era preta e tinha um belo contraste com seu rosto.

Quando desceu as escadas, Percy já estava pronto. Eles foram juntos e em silêncio até o carro do Jackson, conversando sobre assuntos banais no caminho para o trabalho na lanchonete do Sr. D.

Percy preferiu não falar sobre os três filhos de Ares. Sabia que o assunto faria com que Nico fechasse a cara. E a última coisa que iria querer era seu primo irritado no trabalho.

Então não pode evitar se sentir feliz quando Nico riu de uma piada qualquer que ele fizera. Depois da morte de Maria di Angelo, a coisa mais rara de se ver no rosto do primo era um sorriso sincero.

– Prontos para um longo dia de trabalho? – Leo Valdez sorriu à porta quando eles chegaram. Era o melhor amigo de Nico e Percy. Os três trabalhavam juntos naquela lanchonete desde que tinham 15 anos.

Leo tinha feições de um elfo. Só que latino. Seus cachos pretos haviam crescido desde a última vez que os cortou, prometendo a si mesmo que nunca mais cortaria seus “cachos queridos”. Os olhos eram cor de café. Ele tinha pele bronzeada e orelhas pontudas. Nico e Percy nunca o viram sem um sorriso no rosto. Quando ele e Percy se juntavam, era impossível não arrancar, de todos, uma pequena risada.

– É... – Percy sorriu, entrando primeiro. – Ao trabalho!

Nico suspirou e entrou logo depois.

Diante dos gritos de batalha de sua comandante, Thalia nunca se sentira tão incerta sobre o fim da batalha que travava. O número de Renegados que praticamente se lançavam sobre as tropas de Ártemis parecia ser quase infinito. E Thalia não sabia até quando aguentaria os ataques.

Jason passou ao seu lado, voando rapidamente enquanto seguia as tropas de Reyna até as linhas de frente. E Thalia teve de se conter para não impedi-lo de ir para o meio da carnificina. Por mais que soubesse que seu irmão era um ótimo lutador e um guerreiro poderosíssimo, ela tinha certeza de que mesmo seu poder sobre os céus não seria suficiente contra todos os Renegados.

Ela xingou a si mesma mentalmente ao notar que estava se distraindo no meio da batalha. A escuridão da noite e a chuva a impedia de ver direito. Os Renegados escolheram o momento perfeito para enviar um ataque. A maior fraqueza de Thalia era o escuro.

Malditos!

Ela avançou sobre um inimigo, golpeando-o fortemente com a espada. Este lhe devolveu o golpe, fazendo um corte um tanto profundo em seu ombro esquerdo. Thalia sibilou baixo de dor e avançou com mais força, cravando sua espada no coração de seu adversário. Lutava tão ferozmente que foi um choque para todos os anjos quando ela travou ao ver Luke ali. Ela sabia que Ele o havia mandado como uma arma secreta. Ele sabia que ela travaria ao reconhecer aquele que foi seu parceiro nas batalhas. Seu melhor amigo.

Seu (quase) futuro noivo.

Ela ficou por tanto tempo em choque que não defendeu a tempo o golpe que um Renegado descrevera atrás dela, abrindo um talho profundo em sua asa direita. Thalia gritou de dor e desespero ao sentir a perda de altitude. Ela estava caindo. Velozmente. A armadura absorveria seu impacto, mas, com certeza, pela imensa altura em que se encontrava, a perda de energia de sua armadura seria tão grande que ela se dissolveria, deixando-a desprotegida e vulnerável.

Que escolha ela tinha? Ou morreria ali, deixando todos os que precisavam de sua proteção, ou faria o máximo para sobreviver. Ela se lembrou das palavras de seu pai antes de serem surpreendidos pelo ataque surpresa...

"Nossa única esperança está na Terra, Thalia... Você precisa achá-lo."

Mas quem? Quem eu devo achar?

Foi a única coisa em que pensou. Era a única coisa que ocupava seus pensamentos até que encontrasse o chão. O impacto fora tão forte que Thalia perdeu os sentidos no mesmo momento. Em questão de segundos, tudo ficou turvo e, em seguida, escuro.

Nico pegou sua jaqueta no armário enquanto esperava Percy parar de falar com Annabeth. Francamente, se fosse para os dois conversarem assim, a dois metros de distância um do outro, Nico não teria outra escolha senão empurrar o primo para cima da "amiga".

– Percy... – Chamou. – O turno acabou. Outra pessoa vai atender Annabeth. Não vou esperar você se trocar. - Avisou.

Dioniso se aproximou do garoto.

– Já pode ir, Nicholas...

O garoto deu um pequeno salto ao ouvir um trovão. Que ótimo!

Estava chovendo e ele não tinha carro. E Nico tinha certeza de que Percy não o ouvira e nem sairia tão cedo. Não enquanto a conversa com Annabeth parecesse mais importante.

– Obrigado, Sr. D... – Agradeceu enquanto puxava o capuz da jaqueta para proteger-se da chuva.

Nico colocou a mochila nos ombros e saiu da lanchonete, meio andando, meio correndo debaixo da chuva, quando algo chamou sua atenção. O garoto correu até o gramado, à aproximadamente, dez metros de sua casa, e olhou melhor.

Uma luz brilhante percorria o céu chuvoso em câmera lenta. Nico achou que era uma estrela cadente, mas estrelas cadentes passavam rápido. E não pareciam estar caindo exatamente em cima de sua cabeça.

Em cima de sua cabeça?

Quando percebeu que o misterioso objeto vinha em sua direção, Nico disparou até um carro estacionado do outro lado da rua, rolando por cima do capô vermelho brilhante e se escondendo.

O impacto produzira um baque surdo tão alto que Nico tapou os ouvidos enquanto um vento forte sacudiu seus cabelos.

Quando seus ouvidos pararam de zunir, Nico levantou-se e caminhou até a enorme cratera, que, por algum milagre ou por sorte, não danificara sua casa.

Quando chegou à base da cratera, surpreendeu-se com o que viu.

Não era um objeto.

Era uma garota.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Querem que eu continue? Querem que eu apague e esqueça tudo? Digam para mim! :3
O próximo cap está em andamento!
Mark, James e Sherman não vão parar por aí! Tenho certeza de que vocês se irritarão muito mais com esses três desgraçados!
Até o próximo cap!
Bjoks! *3*