Filha do medo escrita por Evil Maknae


Capítulo 9
Nevermore.


Notas iniciais do capítulo

Oin eue
E aí?
Então, acho que ficou quase obvio, mas ainda vão haver muitas surpresas - espero eu.

Lembrei de Edgar Allan Poe no final, então adicionei uma frase de um conto clássico dele, O corvo (acho que todos conhecem, mas vale lembrar). E então, por isso o título "Nevermore", em português, "Nunca mais. ~O corvo dizia isso para o eu-lírico~.

Este daqui foi curto, mas tem muito conteúdo e muitos acontecimentos :v

~Boa leitura~



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Aimee e Barbara decidiram me levar para a Base. Muito se assustaram ao verem minha pele pálida livre de hematomas e feridas.

Sem pedir minha opinião, disseram, carinhosamente, que era o melhor a fazer por mim agora, porque realmente não haviam entendido a batalha que eu tivera com Leslie Bullock e que se eu ficasse daquele jeito de novo, poderia matar alguém.

Felizmente, a traidora estava bem. Eu apenas a adormeci e a feri, mas foi claramente ela quem havia pedido por este reflexo. Nunca feriria alguém inocente e sinceramente também não sabia o que estava acontecendo comigo.

Interrompendo todas as missões que poderiam ser cumpridas, voltamos até minha Base, onde Philip, por lei era proibido de entrar. Ele ficou á uns metros da entrada, escondido, apenas por precaução.

Ao entrarmos, senti um ar familiar e toda a tensão em meu corpo se foi. Aquele era um lugar onde eu poderia me refugiar.

Fomos recebidas com um lindo olhar feio de Otto (como sempre).

–- Pensei que era para estarem no meio de uma missão. – Ele disse, quase cuspindo as palavras em cima de Barbara, porque ela era mais alta.

–- Diretor-da-Base-do-qual-eu-não sei-nem-quero-saber-o-nome, temos uma emergência. E se você se opuser a isto, vou ter que tomar medidas drásticas. – Aimee disse, desesperada, talvez se referindo ao episódio do qual ela socou o Diretor de sua Base.

Agora que percebi, eu poderia encrencar ambas se as fizessem sentir Medo. Clarisse Shadows, você só serve para desastres.

O diretor, em resposta a Aimee, arregalou os olhos.

–- O que ela quis dizer, Diretor, é que temos um pequeno problema com Clarisse. – Barbara corrigiu a amiga.

Revirei os olhos. Nem era tão grave assim, era?

–- Bem, se estiver ao meu alcance, terei prazer em ajudar. – Ele sorriu para Barbara. Seu sorriso era estranho, quase que assustador.

Ela se assustou ao ver os dentes de Otto.

–- Hum, obrigada, eu acho. – Ela respondeu e se afastou do pequeno espaço que Otto havia permitido entre eles.

–- Então, o que aconteceu? – Ele olhou para mim e de imediato, lançou um olhar ameaçador.

–- Não há algum lugar privado do qual podemos conversar tranquilamente? – Barbara perguntou, evitando olhar para o estranho velho.

Ele propôs seu escritório e logo estávamos lá, sentados, ouvindo Barbara e Aimee contarem tudo o que acontecerá, em detalhes.

Ao ouvir tudo, o rosto de Otto tomou um ar sombrio.

Ele se levantou calmamente e se dirigiu até sua janela, que o permitia captar uma boa visão da Base toda.

–- Protocolo de emergência, 0211 – Ele gritou.

–- Ei, espere, não é para tanto. Só queríamos um conselho... – Aimee ia dizendo.

Arrepiei-me, e controlei o impulso involuntário e inexplicável de pular no pescoço de Otto e o estrangular.

... O número do protocolo era a data de meu nascimento.

O que diabos era esse protocolo?

–- Caladas! Ninguém sai! – Ele grita para Aimee, enquanto ninguém estava pensando em sair.

Uma fração de segundo depois, a porta foi aberta violentamente e vários Iluminados adultos e fortes, com ternos iguais, estavam me cercando, como se eu fosse uma criatura perigosa.

Entrei em pânico, e tentei gritar, mas não havia ar nos meus pulmões para isso.

Barbara e Aimee me olhavam aterrorizadas, como se não entendessem, assim como eu. Eles tentavam me segurar, mas eu me debatia, com raiva. Aimee tentou lutar com eles, em busca de me soltarem, mas com um movimento que contrariou sua idade, Otto corre até ela e a derruba, com facilidade.

Meus pulsos certamente ficariam roxos depois de tudo aquilo, mas eu não pretendia desistir tão fácil. Lutava com as pernas o quanto podia, ignorando o cansaço de ter que me debater tanto.

Com uma pancada na testa, Otto me venceu, e eu acabei cedendo, deixando-os me levar, por curiosidade e por dor.

Eu não entendia por que.

O acontecido não fora nada de grave, eu me descontrolei e minha capacidade de recuperação me permitiu ficar bem... Não é?

...

Não é?

­­­­­­____ //____

E aqui estou eu. Repassando tudo o que aconteceu nos últimos dias. Acabei em uma cela, fechada e escura, com uma única janela.

A cela ficava ali na própria Base. Ela nunca era utilizada, porque nunca tivemos um caso como esse.

Os homens me disseram que eu ia ficar aqui por tempo indeterminado, até se decidirem o que fazer comigo. Quem se decidir, eu me perguntava.

Olho para a única fonte de luz do quarto escuro, frio e úmido. A pequena janela me permitia, quando na ponta dos pés, ver uma pequena parte da Base através de barras de ferro.

O quarto em si, era medonho. Era todo escuro, com um pequeno monte de palha, no qual me disseram para dormir. Na única porta do local, havia uma pequena passagem para serem passadas água e comida (para eles, comida significava apenas pão velho) uma vez por dia.

Se não me engano, fazia três dias que eu estava aqui. Três dias pensando, tentando juntar pistas e ignorando o ronco de meu estômago.

Barulhos alegres vinham de fora. Os Iluminados que haviam ficado, provavelmente estavam se divertindo e ignorando minha existência. Perguntei-me diversas vezes o que havia acontecido com Barbara e Aimee. O que aconteceu em questão de minutos? Fui levada e trancafiada em uma cela de segurança máxima, Aimee foi derrubada por Otto e Barbara provavelmente estava aguentando o assédio de Otto não disfarçado.

E o que será que havia acontecido com Philip?

Tudo havia mudado.

Olho novamente para a janela e não consigo evitar pensar em minha mãe. Ela não foi avisada de tudo isso, provavelmente.

O que poderia ter acontecido comigo? Por que fiquei daquele jeito? Por que me curei tão rapidamente?

Por quê?

Pense Clarisse.

Uma voz não reconhecida ecoou em minha mente.

Pensar... Pensar em quê?

Em como diabos ocorreu tudo aquilo?

Várias ideias já passaram por minha mente nesses três dias. Até em pactos da minha mãe com o demônio enquanto estava grávida.

Mas nada parecia fazer sentido.

Algo me dizia que nunca mais, alguma coisa faria sentido.

Nunca mais.


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Notas finais do capítulo

"[...] E o corvo dizia: 'Nunca mais'. "

Então, gostaram, odiaram? Me deem sugestões do que pode ser melhorado, se precisar.

Obrigada por ler e até o próximo ♥



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