Filha do medo escrita por Evil Maknae


Capítulo 8
Regeneração.


Notas iniciais do capítulo

Oi :3

Demorei né? Culpem a autora de Os instrumentos mortais :v

~Boa leitura~



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Era pra eu dizer que tive uma ótima noite de sono com minha equipe/amigos.

Mas eu não tive. Primeiramente, a barraca só possuía dois lugares (ainda ficava bastante apertado) e sem delongas, tivemos que decidir quem dormiria ali naquela noite. Discussão vai, discussão vem, decidimos que Aimee e Barbara iam ficar ali e eu e Philip íamos dormir sob as estrelas e insetos.

Segundamente, o que era uma linda noite com o céu cheio de diversas estrelas, se tornou, de repente, uma enorme tempestade. E quem estava na barraca com impermeabilização não era eu.

Murmurei palavrões e me arrastei até uma árvore.

A esta hora, Aimee e Barbara deviam estar aconchegadas enquanto eu tentava dormir abaixo da copa de uma árvore.

Avistei Philip, ainda na chuva com seu sono pesado monstruoso. Ou deixava-o ali, ou eu ajudava. Com meu coração extremamente bondoso (quase sempre) resolvi ir até onde ele deitava e sacudi-lo até despertar.

–- Philip! Acorda, sua anta! – Continuava chamando, mas parecia inútil. Como alguém poderia dormir na chuva e numa noite fria como essa?

Depois de algum tempo, ele finalmente abre os olhos verdes e me olha com confusão.

–- O que foi? – Ele questionou, talvez anestesiado com o sono e não percebendo a chuva.

–- Está chovendo, se não percebeu ainda.

–- E daí? – Ele estava de olhos semicerrados, ainda causados pelo sono.

–- E daí que você está nela.

Ele parou para pensar um pouco. Olhou para o céu e se levantou ligeiramente, se abrigando na mesma árvore que eu. Cinco segundos depois, ele volta a dormir como se nada tivesse acontecido.

–- De nada. – Revirei os olhos e logo, acho que adormeci também.

________ //________

–- Acorda, sua... Boboca! – Alguém estava me sacudindo e me chamando. Devido ao sono, ignorei os gritos e continuei de olhos fechados.

–- Fala sério, “Boboca”? – Era a voz de Barbara – Aimee, que tipo de xingamento é esse?

–- Quis ser menos agressiva.

–- Isso seria impossível. – Abri os olhos finalmente, claramente incomodada com o barulho da discussão e percebendo que ainda estava escuro.

–- Clarisse, você tem que ver isso! – Ela exclamou.

Levantei-me e olhei para a árvore onde até então eu estava apoiada.

A atmosfera sombria e um clima tenso surgiram quando percebi que era uma Timores Lignum.

–- Mas que diabos...? – Perguntei indignada.

–- Exatamente! Não estava aqui antes! Será que se transformou? – Aimee bombardeia as falas, se enrolando um pouco.

–- Isso seria possível? – Eu perguntei e ambas olhamos para Barbara.

–- Não olhem para mim, eu não sei de nada!

Ficamos um tempo observando tudo e imaginando o que poderia ter acontecido. De vez em quando, Barbara lançava alguns olhares expressivos para Aimee, como se fosse um código delas. Devia ser imaginação minha, então achei melhor ficar calada. Sem nem imaginar o que a Timores Lignum fazia ali, resolvi mudar de assunto.

–- Onde está Philip?

–- Foi buscar gravetos para a fogueira. – Barbara respondeu, saindo do transe.

–- Não é melhor irmos rápido? Não podemos ficar muito tempo aqui. – Duvidei da ideia.

–- Não, ainda não. Existem regras para isso. Agora são... Cinco da manhã. Só podemos dar continuidade às dez. – Barbara respondeu.

–- Não sabia disso, mas tudo bem.

Philip chegou depois de alguns minutos, colocando cuidadosamente os galhos no pequeno cercado onde jazia a fogueira que fora apagada pela chuva. Aimee tirou do pescoço um cordão, escondido dentro de sua camisa e logo percebi que ela possuía uma pederneira como pingente.

–- Aimee, quantos objetos escondidos você ainda possui? – Perguntei, me lembrando da faca presa em sua cintura, de ontem.

–- Você nem imagina. E não me disseram nada sobre objetos proibidos. – Ela sorriu e pegou a mesma faca da qual eu me referia para fazer fricção contra a barrinha de magnésio.

Depois de algumas tentativas, as faíscas saíram e finalmente os galhos pegaram fogo. Todos ficaram papeando até algo me atravessar.

Quando disse atravessar, foi literalmente.

De imediato, coloco a mão onde senti uma pontada, na barriga e vejo sangue. Muito sangue. Meu sangue e a ponta de uma faca, que logo é retirada das minhas costas, dilacerando minha pele e rasgando meu interior.

Não consegui gritar, porque o ódio veio à tona, saquei a espada da bainha e virei para trás, ferida, mas não derrotada. E sem enxergar quem fizera isso, apenas golpeei por todas as direções, cega pela raiva e sedenta pela ira da batalha.

Finalmente acertei algo e caí no chão logo em seguida.

________ //________

Abri os olhos e me levantei rapidamente, ainda sentindo a adrenalina da batalha. Malditos hormônios.

Respirei e tentei me controlar. Foquei minha visão novamente e vi todos me observando e um corpo no chão.

–- Clarisse, você está bem? – Aimee perguntou, claramente nervosa.

Olhei para minha barriga, onde a faca tinha acertado. Estava enfaixada.

–- Que merda acabou de acontecer? – Perguntei indignada.

–- Ataque. Equipe adversária. Parece que eles queriam eliminar alguns inimigos. – Barbara respondeu, cuidadosamente, como se não quisesse me irritar.

–- E fui eu quem fez aquilo? – Apontei para o corpo feminino no chão.

–- Não se lembra? – Barbara perguntou.

Neguei com a cabeça.

–- Seus olhos ficaram inteiramente pretos e seu corpo parecia flutuar, você estava lutando como o próprio deus da guerra. – Aimee comentou, assustada.

Arregalei os olhos. Não me lembrava disso, apenas da sensação.

–- Quem era ela? – Perguntei, me preocupando com o acontecido.

–- Leslie Bullock. Do seu acampamento. Vimos nos documentos dela. – Barbara respondeu.

Nunca pensei que Leslie faria esse tipo de coisa por uma competição (nem eu faria isso).

Agora havia entendido porque Barbara não queria me irritar.

Eles estavam com medo.

E após alguns segundos, resolveram perguntar:

–- Você tem certeza de que está bem? A ferida parece bem feia. – Philip finalmente fala algo.

–- Não sinto nada. – Por curiosidade, tirei as faixas brancas que enrolavam meu ferimento. Apesar de todo sangue ali, não havia ferida nenhuma. O que antes era um horrível corte, não era mais nada.

Apenas minha pele.


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Notas finais do capítulo

Gente, sério, agora entenderam né? *Peguem as pistas não sutis* :v

Obrigada por ler e até o próximo :3



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