Filha do medo escrita por Evil Maknae


Capítulo 12
O final.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas e-e

Sim, este aqui é o esperado final revelativo (palavra inventada) Não direi mais nada, apenas:

~Boa leitura~

(Agradecimentos lá embaixo)



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Clarisse Shadows... Shadows... Sombras, sombria... O nome nunca me pareceu tão irônico.

Quem diria que eu seria filha de Agramon?

Filha? Posso chamar assim? Ele só me fez brotar, pensando nos benefícios para ele. A forma humana é apenas mais uma das inúmeras outras em que eu poderia assumir. Não tenho forma original. O medo é apenas uma ilusão, um sentimento, o qual pode se assumir qualquer estado.

Aimee, Barbara e Philip vieram aqui mais cedo, me explicaram tudo, e então prometeram me tirar daqui o quanto antes. Imagino como eles tenham descoberto tudo isso. Para mim, seria a ultima coisa imaginável, e se eu estivesse no lugar de um deles, eu não correria o risco de soltar o filho do Medo.

Mas por outro lado, fazia todo sentido. O desprezo de Otto, as Timores se transformando e crescendo ao meu redor, o Alarme tocar quando eu passava em sua frente, o Medo se comunicando comigo na floresta... Com tanta coisa acontecendo, eu poderia apenas aceitar que eu sou o mal em forma de gente.

Eu sou horrível. Eu sou um Medo.

Suspiro e me apoio na janela, esperando ver a mesma cena monótona de sempre: Iluminados treinando, passando, conversando, mas em vez disso, vejo fogo. Toda Base em chamas, sendo consumida. Fumaça subia de todos os chalés e construções. Tudo estava com um ar pesado. Entro em pânico e tento puxar o máximo de ar possível, pois a fumaça logo tomaria conta daqui, mas então, lembro de que não preciso respirar.

Tento localizar Philip, Barbara e Aimee, mas a correria dos Iluminados não me permitia ver nada. Todos gritavam. Como eu não havia percebido antes?

A esta altura, chalés desabavam, as arvores eram consumidas por chamas e mais gente tentava fugir, mas... Mas não conseguiam. Cada vez que tentavam ultrapassar dos limites da Base, eram lançados de volta para trás, como se um campo de força invisível tivesse sido feito ali.

Não entendia mais nada; a causa do incêndio, a barreira e a correria. Entro em pânico novamente, com o pensamento de que ia morrer incendiada, mas me disseram que eu era imortal. Um pequeno consolo.

De repente, a porta reforçada da cela explodiu, e então pude visualizar Barbara, Philip e Aimee, que haviam aberto a passagem com chutes. Corro para sair logo e pedir satisfação, mas eles apenas pedem para eu correr, seguindo-os. Faço o que pedem, e logo, paramos, no meio da Base. Ninguém pareceu se importar comigo, porque todos estavam olhando algo mais poderoso e mais forte.

Algo que poderia destruir tudo, sem se esforçar.

Não sei como, mas igual um pressentimento, soube que aquele era Agramon.

Arregalo os olhos ao ver o demônio no telhado de um chalé em chamas. Ele assumia a forma humana. Andava lentamente, por cima do fogo, sem se esforçar para se equilibrar. Sorria com desdém ao ouvir gritos e rezas. Quando me localizou, desceu de lá com um salto habilidoso.

–- Filha, aqui está você. – Ele sorriu e foi até mim. Sua voz me dava calafrios. – Devo dizer que esperava mais de você... Poderia escapar daquela cela sozinha. Não tem ideia de seu poder, e... Não sabia que crescia como uma humana.

Fico boquiaberta. Não consigo me mexer, por causa do pavor. Que irônico: um medo sentindo medo.

–- E vocês? – Ele pergunta, se direcionando a meus amigos. – Ajudaram ela? Queriam escapar? – Ele ergueu a voz e olhou para a multidão, que observava tudo – Querem escapar? Pois saibam que não conseguirão. As barreiras demoníacas os impedem. – Ele riu.

Todos se calaram, como se estivessem esperando uma sentença de morte.

–- Então? – Ele pergunta para mim. – Já se decidiu?

Ninguém pareceu entender, exceto Otto, que me olhava apavorado.

–- Não sei do que está falando. – Rosno.

–- Se juntar a mim, criança. Deseja governar o mundo, ou lutar contra mim? – Ele disse, ainda sorrindo.

–- É esse seu plano? Fazer-me existir só para destruir tudo? – Pergunto, irritada.

–- Não é um plano. É uma escolha. Não fui eu quem a fiz existir, mas sendo um Medo, você se torna minha propriedade.

–- Não.

–- Não o quê?

–- Não quero ser um peão num jogo de xadrez. E nem um jogo bem elaborado isso é! Fala sério, você só veio para cá quando soube que eu havia me revelado. Não tinha nada na manga, nem um plano B, tinha?

–- Meu plano B é te matar caso não aceite. – Ele joga de volta.

–- Qual é, já tentou matar um Medo? Eles nunca morrem, apenas voltam para o interior de seu dono. São sentimentos, Agramon. Você não pode fazer isso.

–- Eu criei todos eles. Estou nesse mundo desde o inicio dos tempos. Você não tem ideia do que sou capaz.

–- Eu passei dias naquela cela, você não tem ideia do que a raiva pode fazer comigo.

–- Sim, eu tenho. Também tenho ideia de que, se eu te acertar no coração com essa lâmina aqui – Ele tirou uma espada da bainha presa em seu cinto, ela era prateada brilhante, parecia ter sido feita de mortos. –, você vai voltar para o interior de todos esses idiotas aqui. – Ele apontou para os Iluminados. – Você irá deixar de existir, de qualquer forma, e para voltar, demorará cerca de cem anos. Isso já aconteceu antes. Ele, o antigo filho do Medo, escolheu ficar contra mim. Escolheu ser Iluminado. Ele desapareceu, e você, você é essência dele.

Fico em silencio, pensando em quantos Filhos do Medo já lutaram contra ele.

–- Isso ocorre há milênios, pensa que eu não sei lidar? Você está redondamente enganada. Essa lâmina é feita da alma de Iluminados. Prendi a alma deles aqui. Até onde sabemos, eles não sentem medo, suas almas são feitas da pura coragem. Coragem mata o medo, Clarisse.

Então ele tinha sim um plano B.

Ele tinha tudo isso planejado desde sempre.

Mas eu, no improviso, funcionei melhor.

Com movimentos rápidos, pego a espada da coragem das mãos dele. Ele se surpreende, e não tem tempo de fazer algo, então, aponto para seu suposto coração. Encosto a lâmina que aparentava ser fria em seu peito. Ele arregala os olhos.

–- Coragem mata o medo... Pai.

Enfio a lâmina de vez em seu coração, sem pensar duas vezes. Ele grita, e com uma nuvem de fumaça negra, seu corpo some, junto com todo seu fogo e barreira. Tudo pareceu ter voltado ao normal, exceto pelos chalés ainda queimados e algumas arvores derrubadas.

Olho para a multidão, sem saber ao certo o que esperar. Todos me olham surpresos, como se a cena não passasse de um flash de sonho distante.

Erguendo a espada, digo:

–- Senhores. Eu sou o Medo.

____ //_____

Até que a reconstrução da Base foi rápida; alguns dias e tudo voltou ao normal.

Bem, quase tudo.

Agora, eu ocupava a posição de demônio do Medo, já que o sentimento não pode deixar de existir.

Pesquisando um pouco, descobri que eu poderia viver muitos, muitos anos, podendo governar, em paz junto com os Iluminados por milênios.

Mas não pretendia fazer isso, digo, não ia governar para sempre.

Quando a próxima prole do medo existir, irei ensinar a ele o básico para controlar tudo. E assim, ia se tornar meu sucessor, e ele faria o mesmo. Todos fariam, afinal.

Ia começar um governado a partir dessa regra, e a Clave pareceu aprovar.

A parte mais difícil pareceu ser imaginar meus amigos e colegas, morrendo, e eu, continuando imortal, com aparência de dezenove anos.

Mas eu podia aguentar.

Precisava aguentar.

Matei Agramon com facilidade, o mínimo que deveria fazer, é isso.

Eu vivia em uma casa na mesma floresta em que ficava minha antiga Base.

Abandonaria tudo para um novo sonho e dever.

Mas sempre poderia receber visitas; minha família havia sido a primeira. Minha mãe pediu desculpas pelas mentiras e meu pai apenas sorriu daquele jeito triste dele.

Barbara e Aimee se mudaram para essa Base. Gostaram da atmosfera animada daqui...

E Philip... Bem, Philip preferiu ficar longe de toda essa realidade, mas prometeu visitas.

Agora, não só aceitei quem eu sou, como iniciei uma revolução, em nome dos Iluminados e em nome do Medo.

A inimizade, apesar de um sentimento, não existia mais.


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Notas finais do capítulo

Então, foi bom, ruim? Sem sal?

Eu sei, eu sei que não foi a melhor das fanfics, e que foi bem curta, mas eu adorei escrevê-la. Via mais como uma diversão...
Eu queria dizer obrigada, a todos que leram, comentaram e foram gentis comigo... Agradeço demais por gastar seu precioso tempo na minha história e-e Espero que tenha valido a pena, assim como valeu para mim.

Mais uma vez, obrigada por ler.


Beijos,
Amanda.



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