Filha do medo escrita por Evil Maknae


Capítulo 11
Agramon


Notas iniciais do capítulo

PARABÉNS PARA MIM QUE ESTÁ MAIS VELHA HOJE (Õ( -q

Escrevi rápido, mas resolvi postar só hoje, para não sobrecarregar os leitores e tals e-e


Esse aqui é POV da Barbara, vocês irão entender no final....

~Boa leitura~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642537/chapter/11

*Maryse Shadows, 17 anos atrás*

Querido diário,

É bom desabafar às vezes – mesmo que para um objeto inanimado –, então, vejamos por onde eu devo começar...

Irei contar desde inicio. Na época que eu ainda estava na Base. Por ali o clima estava tenso; o que era uma animada Base de uma família de convívio era agora um local onde as pessoas olhavam de soslaio para mim. Podia ser minha imaginação, eu pensara, mas não era. Acabei descobrindo isso mais tarde.

Diversos Iluminados já haviam dado os pêsames para minha pessoa, apenas agradeci, para tentar me enturmar em algo que eu não entendia. Será alguém que teria morrido? Ewan? Não. Eu teria sido informada caso a morte de meu namorado em uma missão tivesse ocorrido.

Passei o dia como sempre passávamos, com experiências, pesquisas, discussões, tínhamos até feito um planejamento de derrubar a maioria de Timores Lignum, esperávamos apenas que o projeto fosse avaliado e aceito. Um mundo onde ninguém sentia medo era algo revolucionário.

Mais tarde, o diretor, Otto me chamou para seu escritório. Entrei normalmente ali, visualizando a ampla sala arejada com louvor, imaginando se um dia poderia fundar minha própria Base, apesar de trabalhar com a ciência.

Ele enrolou bastante, dava para perceber, mas enfim chegou ao assunto; Eu ia portar o objeto que possivelmente ia nos destruir ou se aliar a nossa raça, foi o que ele disse. A principio não entendi, mas logo que mandou um homem entrar, com a “coisa”, eu passei a sentir que algo ali estava extremamente errado. O homem forte que entrou, segurava com cuidado, pedaços de pano, envolvendo algo. Era uma cena engraçada; como um gigante cuidando da porcelana da avó, com cuidado, para não prejudicar nenhuma peça.

Ele se curvou para mim, que estava sentada em frente a Otto até então, e me pediu para levar logo aquilo. Vi o que havia envolvido de panos e tomei-os no colo; uma criança. Não era normal, obviamente. Seus olhos eram todos preenchidos de negro. Nenhuma parte branca ou colorida, tudo preto. Arregalei os olhos, me surpreendendo com a criança. O que poderia ser aquilo?

Otto dissera que Agramon havia mexido seus peões. Um deles era a coisa. Agramon, o demônio-chefe dos medos não havia sido ameaça durante um bom tempo. Fiquei preocupada, afinal era um grande poder que ele tinha em mãos.

Otto me deu uma casa na cidade. Deu-me instruções e me deu a criança. Eu ia cuidar dela e me certificar que nada de anormal seja apresentada a ela. Apenas uma criança Iluminada. Um filhote de nós. Ele disse que era assim que um sorteio funcionava; havia chance de todos da Base serem escolhidos, mas fui eu quem levou a “sorte”. Eu estava surpresa e inconformada, além de tudo.

Agramon, o demônio do medo (não exatamente um demônio, o vemos como um medo qualquer, mas bem maior e mais poderoso), planejava algo muito grandioso. Havia mandado a criança para cá, para um possível plano, mas ninguém entendia qual. E eu não entendia como se havia gerado a criança. Otto disse que ele, o demônio não fez essa parte. Os Iluminados compartilhavam o mesmo medo involuntário: falhar em sua tarefa. Vindo de todos esses Iluminados, nasceu Clarisse, como decidi chama-la.

O assunto foi abafado após alguns meses para nosso próprio bem. A criança devia crescer normalmente.

Ewan decidiu me apoiar nessa pequena batalha, mas não casamos. Preservei meu nome Shadows e nomeei a criança. Ewan vivia conosco. Se eu parasse de pensar que ela era a filha do Medo, até parecíamos uma família normal. Com o tempo, os olhos dela assumiram um aspecto natural e passei a vê-la como uma descendente de mim, talvez eu até a amava. Mas havia um problema; conforme foi crescendo, precisávamos manter Timores Lignum para sua sobrevivência, ela se alimentava de sua energia constante do Medo. Meu projeto fora por água abaixo assim como minha participação na Base. Passei a trabalhar como cientista em uma universidade perto de casa, ganhando uma quantia boa enquanto cuidava de Clarisse. Quando completou três anos (uma semana atrás) ela tinha algumas recaídas. Às vezes flutuava ou voltava a ter os olhos todos negros. Apenas ignorava e a deixava longe de Otto e longe dos olhares curiosos dos Iluminados.

Ele tentara mata-la. Diversas vezes, até aceitar que Agramon pensou bem em fazê-la imortal. Ela resistia a cortes, a fogo, e a tudo. Tinha uma capacidade de regeneração impressionante, que despertava meu interesse em estudá-la e relacioná-la com as Timores. Mas decidi que era melhor não. Ela era minha filha, uma criança normal e tudo que eu havia feito até hoje fora protegê-la, porque apesar de ser filha do Medo, não minha, eu a amava.

____ //_____

Aimee finalizou a leitura quando achou que já tínhamos explicações o bastante. Ficamos um bom tempo observando e raciocinando, tentando engolir tudo. Era difícil, Clarisse Shadows, ser um plano de Agramon. Já havia ouvido falar nele, mas era assunto que a Clave preferia manter oculto, para evitar o pavor. E devo dizer; a mãe dela, Maryse, foi corajosa o bastante até hoje.

–- N-nós precisamos saber qual é o plano de Agramon e o que Clare tem a ver com isso. – Gaguejou Philip.

–- Simples: Clarisse é o plano. – Eu disse, cerrando os punhos para esconder o tremor.

–- Mas o que ela poderia fazer? – Aimee perguntou. – Ela é bem controlada. Não se juntaria á Agramon, se é esse o plano.

–- Não sabemos. – Philip disse. – Talvez após ela souber de tudo isso, sinta raiva, ódio, tristeza, não sei, e se junte á ele, para reprimir os sentimentos.

–- É de Clarisse que estamos falando! – Gritei, me descontrolando. – Eu sei, a conhecemos faz pouco tempo, mas parece que faz anos, querendo ou não, ela é importante para todos nós. O sonho dela é ascender o nome da família, e eu devia saber que só aquilo, a mãe dela sentir medo, não os excluiria tanto. Portar a filha do Medo fez isso, e Otto a desprezava daquele jeito exatamente por isso. Por ter medo dela, só não admitia.

–- Só os veteranos sabiam disso, por isso os Iluminados da Base a adoravam. – Aimee completou. – Também explica as Timores envolvendo a cela dela.

Assenti.

–- Só tem mais uma coisa: quem vai contar isso a ela? – Perguntei.

Todos se entreolharam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou? Odiou? Sugestão? Duvida?

Obrigada pela leitura e até o próximo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Filha do medo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.