Filha do medo escrita por Evil Maknae
Notas iniciais do capítulo
Olá, pessoas e-e
Esse é meio que especial, e eu excluí várias vezes e refiz. Ainda acho que não está tão bom quanto queria, mas acho que deu para entendeu... POV Aimee (õ( ~prevejo POVs de Barbara e Philip também~
~Boa leitura~
Rodeei a Base de Clarisse por um tempo, em busca de qualquer pensamento ou teoria dentro de minha própria mente que pudesse servir de resposta. Não estava fácil, havia muitos pontos a serem questionados, e mesmo depois de horas tentando liga-los, não havia resultado do qual eu pudesse me basear.
Minha cabeça estava a ponto de explodir, nada fazia sentido.
Tentei, por alguns minutos, esquecer tudo isso. Pensar em um jeito de soltar Clarisse e armar um bom plano de fuga, esvaziar a cabeça, mas com tudo acontecendo, era impossível.
Barbara me disse que ia falar com Clarisse, pois ela precisava fazer algumas perguntas – e ver como ela estava –, e me pediu para me ocupar, pesquisar ou tentar achar respostas nas entrelinhas da situação, mas com Otto vigiando cada passo meu ficava um pouco pior.
Lembrava-me exatamente o que tinha acontecido após toda situação, o velho apenas nos soltou e nos mandou ficar longe do “monstro” – creio que se referia a Clarisse – e nos ocupar, porque logo iríamos voltar para nossas respectivas Bases, sem citar nada do ocorrido.
Esse era o problema.
Não poderia abandonar Clarisse assim.
Não sem lutar.
____ // ____
Tive a ideia de procurar indícios do protocolo 0211 e seus princípios no escritório de Otto, então, para isso, precisaria de que alguém o distraísse, para eu entrar e sair de lá em segurança.
Deixei Barbara cuidando dessa parte, e quando estava tudo sob controle dela, entrei sorrateiramente no local proibido.
Primeiramente, revi a batalha que ocorreu mais cedo na minha cabeça, ao olhar para seu cenário. Segundamente, ataquei a escrivaninha do velho, em busca de papéis ou documentos sobre o citado protocolo.
Ao abrir as gavetas, revirei tudo lá dentro, lendo sem muito cuidado, procurando palavras-chave. Papéis sobre a economia da Base voavam e cartas da Clave (grupo que controlava as ações dos Iluminados, como juízes e presidentes) eram jogadas sem cuidado no chão. Nada, nada e nada.
Soltei alguns palavrões de frustração e logo percebi que minha mão, que ainda revirava a terceira gaveta da mesa, esbarrou em algo sólido. Joguei tudo que me impedia de localizar o item sólido e duro sem cuidado no chão, e então me lembro de ter que arrumar tudo mais tarde e esconder indícios de presença ali. Mais palavrões frustrados saem. Quando finalmente todos os papéis inúteis e pastas verdes estavam fora do compartimento, visualizei uma espécie de botão, preso em uma caixinha cinza, que provavelmente fazia algum mecanismo se mover.
Antes de ver o que aconteceria ao pressionar, guardei tudo que eu havia jogado antes em suas respectivas gavetas rapidamente.
Ao apertar o pequeno botão vermelho, ouvi ruídos baixos e quase imperceptíveis. Aparentemente nada de mais.
Olhei ao redor, em busca de mudanças na sala e logo percebi; a estante grande e cheia de livros de época vitoriana de Otto havia se recolhido por trás da parede em que era presa e aberto passagem para uma escadaria íngreme, que descia até o subterrâneo.
Olhei ao redor, ainda abismada, para checar se havia alguma presença indesejada. Nada. Arrumei toda papelada novamente e corri para dentro da passagem secreta.
Logo que entrei, a parede da direita possuía três pequenas alavancas; Fechar, Luz, Destruir. Tudo bem. Tinha tudo que eu precisava se caso desse algo errado. Puxei a primeira, a que era responsável pelo fechamento e a segunda, pela luz. Ambas funções foram imediatas. Luzes se acenderam e a estante voltou a seu lugar.
Desci rapidamente, afim de não deixar Barbara aturando o Diretor. Após alguns segundos de descida, vejo um local grande e plano e iluminado, com chão e teto de concreto. Um daqueles locais que me faziam ficar sem ar. Respirei fundo e tentei esquecer que estava no subterrâneo, e que se eu me trancasse, poderia morrer em dias, devido à falta de ar. Inalei poeira.
Observei melhor; havia várias prateleiras, recheadas de livros e arquivos, dos quais me davam medo. No chão, havia algumas caixas, que quando abertas, também revelaram papéis. Imaginei o tanto de traças e baratas que viviam aqui. Devia ser o paraíso para elas.
Como seria difícil demais abrir todas as caixas e procurar por algo, decidi olhar pelos títulos que as caixas apresentavam escrito em um de seus lados.
Vi a caixa de “registro de aprendizes”, “romances vitorianos”, “Clave” e... “pornografia”.
Perguntei-me até onde a doença desse velho alcançava e passei longe desses títulos.
Parei de procurar quando vi “Shadows” e “Medo”.
Abri ambas as caixas e peguei tudo que havia nelas. Não era muito.
Subi as escadas com dificuldade, e quando cheguei ao topo puxei a pequena alavanca que fechava a passagem.
Como antes, ela se abriu e eu pulei para fora rapidamente. Tentei-me quando avistei a alavanca de autodestruição. Ignorei meus sentidos e apertei o botão da gaveta para o local de fechar, como se nada houvesse acontecido.
Corri para fora, com tudo ainda nos braços, e em frente do escritório, haviam Barbara e Otto. Otto estava de costas para mim, e Barbara em sua frente, cara a cara com o velho. Lancei um olhar para Barbara, do tipo que significava “Pode parar com isso, consegui”. Ela assentiu discretamente e disse mais algumas coisas ao Diretor.
Saí rapidamente, acelerando os passos para chegar ao local combinado se o plano tivesse êxito. Uma pequena clareira, onde Philip também permanecia. Barbara, ele e eu iriamos discutir sobre tudo que eu pudesse ter achado.
Passei por vários trechos de floresta que já havia decorado; uma pedra estranha com formato de gota, um riacho onde corria água cheia de lama e um pequeno perímetro onde haviam, no lugar de árvores normais, árvore do medo. E era exatamente em volta da prisão de Clarisse. Ignorei a pequena sensação de estranheza dentro de mim e continuei caminhando rapidamente.
Cheguei á clareira e logo vi Philip, ainda sentado em um tronco caído e com uma de minhas lâminas, empunhando-a. Ele havia tomado coragem, afinal.
Obviamente, ele percebeu quando cheguei, pois estava ofegante e joguei todas as folhas no chão. Sentei-me no chão, praticamente me jogando na terra molhada. Não me importava. Aparência não é nada se estiver morto.
–- E aí? Achou algo? – Ele perguntou, tão ansioso quanto eu.
–- Não as li ainda. – Em resposta, ele me lançou um olhar curioso. – Tive que correr. E devemos esperar Barbara.
–- Ah, tudo bem. – Ele respirou fundo, tentando conter seja lá qual sentimento estava sentindo.
Logo, Barbara chegou, também corria, e também ofegava. Jogou-se ao meu lado sem dizer nada.
–- Leram? – Barbara perguntou, olhando ansiosa também nossos rostos, em busca de respostas.
–- Não, esperávamos você. – Philip respondeu.
–- Vamos logo. – Ela disse. – Cada um pega um arquivo e lê. Se descobrirem algo relevante, falem.
Assenti, e sem olhar a reação de Philip, peguei a primeira coisa que vi. Uma espécie de caderno, da cor preta, sem título e sem nada. Sem hesitar, abri. Páginas amareladas, sinalizando um livro um tanto velho ou mal conservado, estavam ali. Procurei por um nome ou algo que pudesse me dizer o que era aquilo. Avistei uma caligrafia bonita, no final da segunda página, dizendo “Diário de Maryse Shadows”.
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