Contra o destino escrita por iamlblaurabia


Capítulo 5
Um passado que deixou cicatrizes


Notas iniciais do capítulo

Amorecos cá estou eu com mais um capítulo, "demorei" porque as ideias não surgem toda hora e eu estava em semana de prova. Mas estou fazendo de tudo para conciliar essa minha rotina louca com a dedicação para com a fic. Espero que gostem do capítulo... antes de postar minha prima teve o privilégio de ler e ela disse que gostou demais (estou confiando kkkkk). Beijoques e boa leitura! Vejo vocês nas notas finais...
P.S: até agora esse foi um dos capítulos que mais exigiu de mim.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642276/chapter/5

Durante o último verso da música olhei para Jin, e nossos olhares se encontraram, foi uma sensação calorosa e acolhedora ao passo que era perceptível em seu olhar angústia, talvez fosse impressão minha, mas ele não parecia tão feliz assim.

Quando terminei a música, relaxei o braço que segurava o microfone e SeokJin sorriu discretamente para mim. Os jurados agradeceram pela minha apresentação e disseram que o resultado sairia em duas semanas, logo, eu reverenciei todos eles, e sai da sala. Esperei por Soon Deok para pegar minha bolsa que eu tinha deixado com ela e óbvio que para agradecê-la também.

Assim que tudo terminou, fui ao banheiro para ligar para minha prima, chamou, chamou, chamou e chamou, mas nada dela atender, então eu coloquei o celular ao lado da minha bolsa na bancada da pia para que eu pudesse fazer o número um. Ao sair da cabine olhei para o relógio em meu pulso e me assustei com a hora, já passava das 13 horas e eu ainda tinha que passar na faculdade para entregar um trabalho, e não podia me atrasar para o jantar com minha família. Lavei as mãos, peguei minha bolsa e sai correndo.

O campus da faculdade ficava a uma hora dali, e eu ainda tinha que almoçar, mas acabei decidindo ir primeiro  até o campus e depois comer qualquer besteira em algum lugar.

— Putz! Desse jeito vou me atrasar completamente... - falei comigo mesma super aperreada enquanto dividia a atenção dos meus olhos entre o relógio e a avenida para ver se vinha algum ônibus.

Pode acreditar, já fazia quase uma hora que eu estava naquela parada, passava ônibus para todo canto da Coreia, menos para onde eu ia. Foi aí que eu decidi ir para a estação de metrô, torcendo para que o metrô para o meu destino ainda fosse sair, só que como meu dia estava maravilhoso ele tinha saído cinco minutos antes de eu chegar na estação e até a saída do próximo eu tinha que esperar por mais 20 minutos. Então, eu resolvi tentar ligar novamente para a minha prima, para avisar que provavelmente eu ia me atrasar para o jantar. Mas quem disse que eu achei meu celular?! Hoje realmente não era o meu dia. Depois de tanto pensar, lembrei que coloquei ele na bancada da pia, quando fui ao banheiro, e sai tão apressada que nem lembrei dele. 

— Eu não acredito nisso! - falei pensando alto - Vou ter que voltar lá... que dia Lis, que dia!

Sem mais alternativas, e como eu realmente precisava do meu celular naquele momento resolvi voltar a BIG HIT para pegá-lo, sem falar que era mais fácil eu ir lá já que estava perto, do que sair da minha casa que ficava a 40 minutos dali para buscá-lo outro dia.

Estranhamente ou não, quando entrei na empresa de entretenimento não fui barrada pelo segurança como antes, ele apenas me cumprimentou sem me interrogar sobre o que eu vim fazer. Então, sem perder tempo, algo que eu já não tinha, peguei o elevador e corri até o banheiro e para minha surpresa meu celular não estava lá. Coloquei a mão na cabeça desesperada sem saber o que fazer. O jeito era perguntar ao segurança se alguém entregou a ele, ou avisar que eu perdi meu celular no banheiro, mas quando eu estava passando pela sala em que eu fiz o teste ouvi "One Shot", coincidentemente era a mesma música que  aqueles dançarinos profissionais estavam dançando em uma academia no dia que eu cheguei na Coreia. Impulsivamente resolvi espiar, e meus olhos se arregalaram quando eu vi quem estava dançando aquela música.

— Wow! Eu nunca imaginei que você tivesse habilidades para a dança. - falei entrando na sala e batendo palmas quando o garoto terminou sua performance.

— Acho que todos pensam isso... - SeokJin respondeu me olhando surpreso - As pessoas normalmente acham que eu apenas existo no BTS e não sou um bom cantor ou dançarino.

— Mas eu acho que elas assim como eu, estão completamente enganadas. 

— A senhorita por acaso está procurando por isso? - ele perguntou com meu celular em suas mãos.

— Como você sabia? - perguntei abismada.

— Quando a reunião com os demais jurados acabou, eu demorei um pouco para sair da sala, e quando passei pelo banheiro escutei um celular tocando, já que não tinha mais ninguém por aqui, resolvi verificar. - ele disse entregando o aparelho em minhas mãos.

— Muito obrigada! Eu fiquei louca quando percebi que tinha deixado ele aqui, e mais louca ainda quando vi que ele não estava mais no banheiro.

— Por um acaso, só por um acaso, eu adicionei meu número no seu Line. - ele falou inocentemente.

— Oi?! - falei sem entender.

— Na verdade eu gostei de você, mesmo sem te conhecer direito, acho que você é o tipo de pessoa que não vê interesse nas pessoas, desde aquele dia que você esbarrou em mim eu me senti alguém normal, foi a primeira vez que alguém falou comigo sem querer se aproveitar de mim. - eu ri calorosamente para ele.

— Acho que podemos ser amigos! - algo me dizia que ele precisava de mim, algo me dizia que ele não tinha em quem se apoiar e passava por dificuldades - Também gostei de você, de alguma forma acho que podemos nos dar bem.

— No fim acho que meu destino está colaborando, desde aquele dia eu achei que nunca mais ia te ver, Lis.

— SeokJin eu não sou muito de acreditar em destino, mas depois de todo o sufoco que eu passei quando acabou o teste, para depois acabar aqui novamente atrás do meu celular acho que talvez ele exista.

Apesar de ser uma conversa de “recém-amigos”, o clima começou a ficar estranho, foi nesse momento que faltou energia. Sim, literalmente faltou energia no prédio.

— Um segundo, que eu já vou ligar a lanterna do meu celular. – falei tranquilamente, enquanto vasculhava pelo meu celular.                

Quando finalmente consegui ligar a lanterna me espantei com o que vi, Jin estava sentado no chão aos prantos, as lágrimas corriam desesperadamente pelas suas bochechas, e ele se abraçava com força.

— O que você tem? Está machucado? – perguntei desesperada enquanto sentava ao seu lado.

Em um minuto fui capaz de pensar inúmeras besteiras, como “será que ele tropeçou bem na hora que faltou energia e quebrou a perna?!”. Se eu não estivesse tão aperreada teria pensado “mas a dor de uma perna quebrando é tão grande que a pessoa grita loucamente”, só que na hora você não sabe como agir e seus pensamentos ficam atordoados imaginando o pior.

— Sua perna está machucada? Onde está doendo? – perguntava esperando uma resposta, rezando para que não fosse o pior.

— Você é a primeira pessoa que me vê nesse estado, e apesar de não estar bem, ainda me sinto envergonhado. – o garoto finalmente me respondeu entre soluços.

— Fala pra mim, o que você tem...

— Na verdade... eu tenho um trauma. – ele respondeu me encarando.

— Então você não está machucado? – perguntei angustiada.

— Não...

— Ufa! – falei deixando meu corpo relaxar e colocando a mão no coração.

— Desculpe te assustar... mas eu realmente tenho um trauma, que minha acompanha desde quando eu tinha 5 anos. – Jin falava enquanto deixava claro a sua tristeza, nesse momento eu vi que a coisa era realmente séria e me posicionei para escutá-lo – A minha mãe e meu pai nunca se deram muito bem depois que eu vim ao mundo, era comum eu ver eles brigarem, ainda mais quando a minha mãe ia cuidar de mim e ele dizia que ela nunca lhe dava atenção, era como se o meu nascimento tivesse estragado o casamento deles. Mas foi em um certo dia que tudo piorou, minha mãe saiu para trabalhar e me deixou com meu pai, e como eu era muito inocente nunca via maldade nele, pedi, pedi e pedi para ele brincar comigo, só que ele estava assistindo seu adorado jogo de futebol.

“E como era ‘ofensivo’ lhe ‘perturbar’ durante um jogo, ele simplesmente se levantou do sofá e me puxou pelo cabelo para o meu quarto, ele trancou a porta e me deixou no escuro. Sem nada que eu pudesse fazer, e com medo dele apenas me reprimir eu comecei a chorar, chorei por tanto tempo que acabei pegando no sono. Acordei horas depois inalando fumaça, pude ouvir meus pais brigando, a minha mãe gritava enquanto chorava e dizia ‘O SeokJin! Alguém salve ele por favor!’. Meu pai pedia desculpas desesperadamente, e minha mãe mandava ele fazer alguma coisa. No fim das contas eu acabei desmaiando. Acordei em um hospital respirando com dificuldade, minha barriga ardia e meus pais choravam do meu lado. Quando saí do hospital, meus pais prometeram que iriam viver em harmonia por mim, eu não estava entendendo nada muito bem, só sei que a  partir daí meu pai começou a me tratar bem. Anos depois, descobri que quando minha mãe chegou em casa, meu pai estava bêbado e foi dizer a ela que eu ‘tirei ele do sério’, então ele me trancou no quarto. Ela se revoltou e começou a gritar com ele, ele mais revoltado ainda resolveu jogar a TV no chão, até hoje ninguém sabe ao certo como, mas a casa começou a pegar fogo, e ele logo se alastrou para a porta do meu quarto. Meu pai depois de um tempo resolveu arriscar sua vida para me salvar. No fim das contas ele se mostrou realmente arrependido, e minha mãe como o amava feito uma boba resolveu perdoá-lo. É meio estranho isso, mas sempre que eu me encontro no escuro sinto como se estivesse naquele mesmo quarto, naquele mesmo dia.”

Ao ouvir aquilo eu fiquei atônita, sem reação alguma. Só consegui abraçar ele, pois achei que um abraço valia mais do que qualquer palavra de consolo.

— Muito obrigada por me ouvir e por me oferecer seu ombro amigo. – Jin disse enquanto eu o abraçava.

— Eu realmente não sei o que dizer, mas pode ter certeza que eu sempre vou estar aqui para apoiá-lo. – disse acariciando seu cabelo (sem malícia gente, sem malícia por favor).

A esse ponto, a energia do prédio da BigHit já tinha voltado e Jin estava muito mais calmo. Eu tinha muitas perguntas para fazê-lo, mas achei melhor esperar outra oportunidade, ele já tinha se exposto demais.

— Meu Deus! Já passa das 18 horas. – falei ao lembrar que tinha que ir jantar com minha família – Mil perdões Jin, mas eu estou completamente atrasada.

— Ah é verdade, hoje é seu aniversário e aposto que você tem um compromisso. – ele disse me deixando ainda mais intrigada.

— Como o senhor sabe disso? – perguntei com a sobrancelha franzida.

— Digamos novamente, que eu atendi a ligação da sua prima que sem esperar eu me identificar já foi dizendo “Aniversariante do dia, onde você está?”.

— Só podia ser Ha Ni, a cara dela fazer essas coisas.

— Então, meus parabéns menina que dedicou sua tarde a me escutar. – ele falou me abraçando.

— Meus Deus, que honra eu estou recebendo parabéns do SeokJin do BTS em pessoa. – disse tirando onda da cara dele, o qual riu inocentemente – Agora eu vou embora, senão vão me matar quando eu chegar em casa.

No fim das contas eu cheguei em casa sã e salva, cheguei um pouco atrasada, mas consegui me arrumar. Sem dúvidas esse foi um dos aniversários mais marcantes da minha vida, que acabou às 00 horas quando minha família trouxe um lindo bolo para cantar parabéns para mim e para minha prima. Vocês devem estar se perguntando se Ha Ni foi perguntar detalhes do que aconteceu, e sim ela perguntou, mas eu pedi a ela para que deixasse isso para outro dia. E quanto ao Jin, eu ainda não tive coragem de falar com ele no Line, mas juro que vou conseguir essa coragem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá novamente amorecos... espero que assim como a minha prima tenham gostado do capítulo, e que comentem o que acharam... Beijoques do coração!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contra o destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.