Contra o destino escrita por iamlblaurabia


Capítulo 1
Fazer o quê...


Notas iniciais do capítulo

Heyy amorecos... Sou louca para escrever uma fic que envolva o K-Pop e tals, mas sempre deixo as ideias no papel. Dessa vez resolvi postar e espero que vocês gostem...



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— Mãeeee! - eu gritava em meio aos soluços por causa do choro intenso. - Tudo menos a Coreia, por favor!!

— Lis realmente me desculpa filha, mas eu não posso fazer nada. Agora com a morte de seu pai eu não tenho escolha a não ser retornar para perto dos meus pais. Viver aqui não vai ser fácil.

— Porque não? Nós temos uma casa, você tem o seu emprego, eu a minha escola, meus amigos, NÓS TEMOS UMA VIDA AQUI.

— Eu sei meu amor... - ela parou de empacotar as caixas para vir até mim - Mas viver aqui não está mais sendo fácil para mim, só suportei tudo isso até agora por causa de seu pai, no momento eu realmente não aguento mais, faz 15 anos que eu não vejo a minha família. A vida na Coreia é bem melhor, as faculdades e escolas também, ouvi falar que o curso de publicidade é um dos mais valorizados por lá.

— Mas mãe... - eu até entendo ela, mas é inaceitável para mim, por mais que eu tente.

— Por favor filha, só me obedeça dessa vez, falta pouco para você fazer 18 anos. Aliás, eu acabei me esquecendo de contar que a Ha Ni também vai com a gente...

— O QUÊ??? - fiquei pasma, Ha Ni é minha prima e melhor amiga, uma irmã praticamente, nascemos no mesmo dia e desde sempre vivemos juntas, até que ela se mudou para os Estados Unidos no ano retrasado e me abandonou aqui no Brasil. Sua mãe (irmã da minha mãe), morreu quando ela tinha 2 anos e meio, então minha mãe se tornou responsável por ela. - Você está brincando, não é?

— Imaginei que sua reação fosse essa, mas estou falando sério. Quando falei para ela que vamos retornar para a Coreia ela disse que também queria ir, que estava com saudades de nós e de toda a família.

— Aigoo... - não sei o que fazer, mas também tenho que pensar na minha mãe. - Está bem, vamos embora, porém só estou fazendo isso por você e porque a Ha Ni vai. 

— Obrigada meu amor! Juro que você não vai se arrepender. - ela sorria irradiante.

— É o que vamos ver mãe, é o que vamos ver... - pensei.

Perdi meu pai há alguns meses, ele tinha câncer pancreático, mas só descobriu quando já estava em estado terminal, e nunca nos contou, disse que não queria que sofrêssemos por ele. Vivia por aí se contorcendo de dor, mas quando perguntávamos o quê era ele dizia que não era nada, só uma leve indigestão. Até que um certo dia, quando eu estava na escola treinamento para o campeonato de dança, me deram a notícia de que ele tinha falecido, aquele foi o pior dia da minha vida, nesse momento estamos vivendo os piores momentos.

Por isso que minha mãe quer ir embora, para não olhar ao redor e lembrar do meu pai, fazer as coisas sem a ajuda dele, para ela dói, ele foi o primeiro amor da vida dela. Apesar de a dor não diminuir quando nos mudarmos, a minha mãe terá sempre na memória os momentos felizes. É normal eu sempre chegar em casa e ela estar abraçada com uma roupa dele chorando. Aceitei me mudar, principalmente por ela, não quero vê-la assim a vida inteira, porque para mim é diferente olhar para uma roupa do meu pai, sentir o cheiro dele me faz sentir como se ele estivesse ali nos protegendo. Mas vamos lá, ver no que isso vai dar...

~Três semanas depois~

Chegou o tão temido dia da viagem. Estamos indo pela última vez ao cemitério onde meu pai está enterrado para seguirmos rumo ao aeroporto. Ainda não me acostumei a viver sem ele, às vezes quando preciso de alguma coisa, ou até mesmo quando chego em casa e falo "Pai, mãe estou em casa!", mas aí a ficha caí e eu lembro que ele não está mais aqui.

— Eu sinto muito a sua falta... – falei olhando para a foto do meu pai sobre o túmulo com as lágrimas caindo. – Promete que você sempre vai estar lá nos protegendo, não importa em qual lugar do mundo estivermos? –as lágrimas se intensificaram. – Eu te amo muito pai...

Despedidas nunca são fáceis, ainda mais quando você não pode abraçar aquela pessoa ou lhe dizer o quanto você a ama. Nos retiramos de lá com o coração na mão.

— Não se preocupa meu amor, vai dar tudo certo! – minha mãe me abraçou forte e limpou as lágrimas que escorriam em meu rosto.

Assim que chegamos no aeroporto, já fomos fazer o check-in e despachar as malas, faltava uma hora para o nosso voo ser anunciado mais ou menos.

— Sério que vamos passar 22 horas viajando? - perguntei fazendo bico para minha mãe.

— Passa rápido, se você se entreter num instante passa.

De cinco horas da tarde nós vamos sair de São Paulo no voo da KLM, com destino a Amsterdã o que dá exatamente 10 horas de viagem, em seguida mais uma hora para pegar a conexão e por fim mais 11 horas de voo até a Coreia do Sul. Eu definitivamente odeio ficar parada, me dá agonia, sempre penso que poderia estar dançando, mas já que não tenho escolha vou aproveitar para escrever, ler e escutar música. Vamos nos encontrar com Ha Ni no aeroporto de Amsterdã, o que será maravilhoso, pois assim essa viagem vai acabar passando mais rápido.


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Notas finais do capítulo

E aí? Espero que tenham gostado... Estou totalmente aberta a críticas e sugestões... Beijinhos!