Fairy Tail - Blue Tale escrita por Letícia de Aquário


Capítulo 5
Capítulo 5




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Essa história aconteceu há muitos anos atrás, aconteceu em uma cidade no Norte extremamente gelado. Essa história aconteceu nove meses antes do ataque do demônio Deliora à essa cidade, quando Blue e Gray ainda eram crianças.

– Puxa, o papai me mandou pegar mais lenha nessa nevasca! – Reclama Gray, com um pequeno monte de gravetos nas costas e andando devagar. – Ele é um preguiçoso, podia fazer isso ele mesmo.

Gray estava voltando para sua casa quando começou a ver o que parecia ser uma silhueta de alguém vindo em sua direção, não dava para ver direito por causa da nevasca que estava começando a ficar mais forte. Então, poucos segundos depois, alguma coisa trombou de frente com Gray, o fazendo cair no chão e derrubar todos os seus gravetos.

– Ei! Olha só o que você fez! – Diz Gray, chateado e olhando para o chão.

– Desculpa...eu...não vi...você... – Dizia a pessoa misteriosa.

Gray percebeu que era a voz de uma menina, e quando olhou para ela viu que era uma criança assim como ele. Ela parecia estar assustada e com frio, ela não estava usando um casaco.

– Ei! Você está bem? – Diz Gray, um pouco preocupado.

– Não...por favor me leva com você! – Pede a menina, desesperada.

Gray, sem muita escolha, levou a garota para sua casa. Lá, os pais de Gray foram muito gentis com a menina. Eles deram comida e roupas quentes para ela, e, ao verem que ela estava assustada, decidiram não perguntar nada para ela. Gray sugeriu que ela dormisse na casa dele até a nevasca passar, ela concordou e foi dormir no mesmo quarto de Gray, mas nenhum dos dois conseguiu pregar o olho, então decidiram conversar.

– Hum...o meu nome é Gray Fullbuster. – Começa Gray, meio tímido. – Qual é o seu?

A menina não respondeu nada, então ele decidiu mudar de assunto.

– Os meus pais são legais né? Os seus são assim também? – Pergunta Gray, meio nervoso.

– Não sei...eu nunca conheci os meus. – Responde a menina, triste.

– Sinto muito... – Diz Gray, envergonhado e triste.

– Pode continuar a falar, não se preocupe. – Diz a menina.

– Bem...então, onde você mora? – Pergunta Gray, novamente.

– No orfanato da cidade. – Responde a menina, friamente.

– E lá é legal? – Pergunta Gray, com mais esperanças.

– Não, é horrível. – Responde a menina, com raiva.

Depois dessa resposta, Gray cobriu sua cabeça com o cobertor de tanta vergonha. Tudo que ele perguntava ele recebia uma resposta ruim, ele já estava desistindo e indo dormir quando ouviu uma leve e baixa risadinha. Na mesma hora ele tirou a coberta da cara e viu que a menina estava sentada e olhando para ele, com a mão na boca.

– Você riu por que? – Pergunta Gray, surpreso e envergonhado.

– Você é um pouco tapado, não é? – Pergunta a menina, rindo baixinho.

– “Tapado”? E-eu não sou tapado não! – Responde Gray, irritado e mais envergonhado ainda.

Os dois riram um pouco juntos depois dessa, e isso fez o clima entre os dois melhorar. Gray já estava mais à vontade para continuar a fazer mais perguntas.

– Por que você estava correndo hoje? Estava fugindo de alguém? – Pergunta Gray, curioso.

– Eu...estava atrás do meu cachorro. – Responde rapidamente a menina.

– Mentirosa! – Diz Gray, apontando e rindo da menina.

– C-como você sabe? – Pergunta a menina, irritada e envergonhada.

– Quando você respondeu minha pergunta, a sua cara estava triste demais pra ser compatível com a resposta. – Responde Gray, ainda rindo. – Além disso, você demorou demais pra responder algo bem simples.

– Hunf, seu pirralho atrevido! – Diz a menina, rindo um pouco. – Tá bem, já vi que não dá para mentir pra você. Eu estava fugindo da velha dona do orfanato.

– Por que? – Pergunta Gray.

– Porque ela é uma bruxa! Ela é muito malvada comigo, só por eu ser a única menina de lá, ela me prende no quarto e sempre me coloca para fazer coisa que me machucam. – Responde a menina, com raiva. – Além disso, quando ela está brava ela sempre desconta em mim. Às vezes eu consigo fugir de lá por um tempo, assim como hoje, mas eu tenho que voltar sempre, porque eu ainda sou criança e não tenho para onde ir.

– Não tem nenhum amigo lá? – Pergunta Gray, sério.

– Não, ela me deixa separada das outras crianças. – Responde a menina, triste.

– Então eu vou ser o seu primeiro amigo! – Diz Gray, sorridente e de pé em cima da cama.

– O que? – Pergunta a menina, surpresa.

– Estou dizendo que vou ser o seu primeiro amigo! Eu posso brincar com você sempre que quiser, e podemos usar minha casa de esconderijo para as suas fugas. – Responde Gray, animado.

A menina, inconscientemente, abriu um enorme sorriso no rosto e começou a chorar.

– Porque está chorando? Eu disse algo errado? – Pergunta Gray, preocupado.

– Há Há! Você é mesmo um tapado, Gray. – Diz a menina, rindo e enxugando as lágrimas. – É que essa é a primeira vez que eu me sinto feliz de verdade.

– Pode parar de me chamar de “tapado”, sua... – Diz Gray, irritado. – Não dá pra me dizer seu nome?

– Eu vou falar, mas não quero que você me chame por esse nome! – Diz a menina, apontando o dedo para Gray, como se estivesse dando bronca.

A menina disse seu nome verdadeiro para Gray, e ele não entendia o motivo da menina não gostar do nome.

– Ué? Qual é o problema? É um nome até bem boniti-

A menina jogou, na mesma hora, seu travesseiro na cara de Gray.

– Nem termine essa frase! Eu já disse que você não pode me chamar assim! – Diz a menina, irritada. – A bruxa do orfanato foi quem me deu esse nome...por isso eu não gosto dele!

– Ai ai ai...por um lado é um nome fofo demais pra você. – Diz Gray, se sentando na cama e jogando o travesseiro de volta para a menina. – Mas então, como eu te chamo?

– Hum, você tem um nome de uma cor....inventa um assim pra mim também! – Diz a menina.

– “Cor”? Como assim? – Pergunta Gray, confuso.

– Seu nome significa “cinza” seu tapado! – Diz a menina, de pé no colchão. – Vai, olha bem pra mim e pensa em um nome!

– Isso eu sei! E para de mandar em mim! – Retruca Gray, envergonhado.

Gray olhou a menina de cima a baixo por um bom tempo, a menina já estava cansada de ficar em pé quando Gray decidiu o nome.

– Que tal “Blue”? – Pergunta Gray, feliz.

– “Azul”? Porque? – Diz a menina, confusa.

– Os seus olhos são azuis, é um azul claro, mas é bem bonito! – Responde Gray. – Gostou?

– Sim... – Responde Blue, envergonhada e toda vermelha. – Obrigada, Gray!

– Ou prefere “Red”? Sua cara está toda vermelha agora! – Diz Gray, inocentemente.

– Gray, você é tapado mesmo! – Grita Blue, jogando o travesseiro no amigo outra vez.

Gray e Blue se tornaram amigos assim. Desde então, eles sempre se encontravam para brincar e conversar. Os dois se tornaram melhores amigos. E Blue tinha conseguido, pela primeira vez, ter um amigo de verdade e sentir tanta felicidade. Eles se viram todos os dias, por nove meses, exceto em um. No dia em que Deliora atacou a cidade, Blue não tinha fugido do seu quarto. Ela teve sorte. Quando o ataque começou, ela se escondeu dentro do armário, e, mesmo quando o orfanato desabou, ela sobreviveu dentro do armário sem ferimentos graves. Ela estava assustada e um pouco machucada quando saiu do armário, ela havia passado o dia do ataque inteiro escondida no armário. Quando saiu, ela andou pelos destroços da cidade, procurando alguém vivo.

– VELHA! PESSOAL! – Gritou Blue, chorando enquanto andava. – GRAY!

Ela gritou as mesmas três palavras várias vezes, na esperança de encontrar alguém vivo na cidade. Ela continuou andando e gritando, na direção da floresta que ficava bem ao lado da cidade. A Blue não sabia que Gray havia sido encontrado por Ur e Lyon, os futuros mestre e companheiro de Gray, e que estavam andando na direção oposta à da floresta.

Blue andou e gritou por muito tempo, já estava de noite quando ela caiu na neve de cansaço. Ela estava prestes a desmaiar, quando viu dois pés bem na sua frente. No mesmo instante, ela se esforçou para erguer a cabeça e ver quem era: Era um homem jovem, ele parecia imponente e olhava para Blue com um olhar de desprezo. O homem se agachou, sorriu e começou a conversar com Blue.

– Você é uma sobrevivente do ataque de Deliora? – Pergunta o homem.

– “Deliora”? – Repete Blue, confusa e fraca.

– O demônio que destruiu a cidade atrás de você. – Responde o homem, apontando para a cidade destruída. – E então? Você era de lá?

– Sim... – Responde Blue.

– Você tem família e amigos? – Pergunta o homem.

– Não...não mais. – Reponde Blue, triste.

– Ótimo. Gostei dos seus olhos, garota. – Diz o homem, com um sorriso. – Você parece não ter mais esperanças nesse mundo em que vivemos. Meu nome é Maguma, qual é o seu?

– Blue... – Responde Blue.

– Blue, venha comigo. Nós dois, que perdemos as esperanças nesse mundo, vamos encontrar o que procuramos no mundo que o Lorde Zeref vai criar. Um mundo onde ninguém mais vai morrer, um mundo onde dor e sofrimento não existem...um mundo onde só os fortes existirão! – Diz Maguma, estendendo sua mão para Blue.

Blue havia perdido tudo, ela não tinha família, não tinha cidade natal, perdeu o lugar que tinha para voltar, perdeu seu único amigo e perdeu sua felicidade. Ela segurou a mão de Maguma, acreditando em suas palavras. Maguma a segurou em seus braços e a levou com ele.

– Vamos nos fortalecer...vamos juntar mais seguidores...vamos criar uma guilda e vamos dedicar nossas vidas ao mundo que o Lorde Zeref irá criar! – Diz Maguma, seguindo em frente, para a escuridão, com a pequena Blue em seus braços.


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