Sons of Theolen escrita por Live Gabriela


Capítulo 9
Drico - O Fim do Caminho




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Drico estava no quintal de uma casa não muito grande de madeira, após alguns instantes a observando reconheceu como sendo a casa onde passara a infância. Era um lindo dia ensolarado, conseguia ver sua mãe, uma bela moça de cabelo castanho, acenando para ele da janela. Ele acenou de volta e se virou para trás. Estava agora em cima de um pequeno palco se apresentando numa taverna. Uma garota, que ele havia visto algumas vezes por lá, sorria para ele. Ela tinha a pele morena e os cabelos castanhos bem escuros cortados na altura dos ombros. Seus olhos, brilhantes, eram como duas ameixas pretas de tão negros que eram. Ele havia parado de tocar a música e estava descendo do pequeno palanque enquanto pensava "Nossa, ela está tão linda hoje... Será que eu deveria falar com ela? Não... Ela com certeza têm um namorado.” Então Drico olhou na direção da garota, meio envergonhado, procurou por anéis, pulseiras e até colares de compromisso, mas não achou nada. Sentiu grande felicidade, mas a disfarçou, não queria parecer bobo. Então foi até a mesa dela.

Sentou ao seu lado e os dois começaram a conversar, ficando ali por um tempo até fecharem a taverna e se despedirem do lado de fora do local. O bardo sentia-se o cara mais sortudo de toda Theolen. Voltou para dentro da taverna com um sorriso de orelha a orelha até um subido frio tirá-lo de seu rosto. Notou que estava encharcado e que o local era todo escuro. Então viu uma luz fraca que o iluminou a vastidão do subterrâneo à sua frente. Deu um passo para trás e se virou na esperança de sair dali e voltar para a taverna, mas se deparou apenas com o nada. Foi quando sentiu um calafrio, logo vários esqueletos apareceram e foram em sua direção. Drico correu empurrando-os no caminho, mas tropeçou em uma mão que saiu do chão e segurou seu pé. Ele estava caindo quando de repetente...

Drico abriu os olhos assustado. Estava suado e ofegante, seu coração acelerado só se acalmou quando ele olhou em volta e viu que não havia nada por perto além de uma pequena fogueira e o paladino.

— Está tudo bem? – perguntou Steve.

Drico retomou o ar que lhe faltava e engoliu um pouco de saliva.

— Tá, eu só tive um sonho ruim – respondeu nervoso.

— Está pronto para continuar a viagem?

Drico fez que sim com a cabeça e logo eles pegaram seus equipamentos e continuaram rumo à superfície. Drico ficou quieto por alguns minutos pensando sobre seu sonho, então voltou a falar:

— Hey, Steve, você tá aqui em baixo há bastante tempo, né?

— Sim, perdi a conta no que acredito ter sido a terceira semana. É difícil saber quando é dia ou noite aqui embaixo já que não temos o sol.

— É isso eu notei, mas... Você sente falta de alguém?

Steve olhou para Drico e depois fitou o chão, como se estivesse vendo além dele.

— Sim – respondeu olhando agora para o meio-elfo – Você sente?

Drico fez que sim com a cabeça.

— Sinto falta da minha mãe. Ela deve estar preocupada comigo, eu mando uma carta toda semana pra ela, dizendo onde eu estou e o que estou fazendo. – ele sorriu levemente – Sinto saudades de casa.

— É... Eu também sinto.

— Sabe, vendo agora onde eu estou, fico pensando como eu não aproveitei tudo o que eu tinha. Sabe, tinha essa garota que ia à taverna que eu trabalhava, ela sempre pedia suco de maça e ficava lendo um livro enquanto eu tocava minhas músicas. Eu nunca tive coragem de falar com ela e agora, bom, isso pode nunca acontecer... - lamentou cabisbaixo.

— Hey, não fique assim. Está falando como se não fosse sair daqui. Já perdeu a fé, assim tão rápido?

— Não... – disse Drico sorrindo – Desculpe, eu gosto de fazer um pouco de drama. Mal habito da profissão, eu acho. Mas é que não dá pra evitar pensar em como as coisas seriam diferentes se eu não tivesse caído naquele buraco – olhou para o chão.

— É normal pensar quais rumos nossas vidas teriam tomado se tivéssemos feito outras escolhas – olhou para frente – Eu mesmo já considerei várias vezes como minha vida teria sido diferente se eu não tivesse aceitado seguir o caminho da espada.

— Você? – perguntou Drico franzindo o cenho e mexendo a cabeça para trás – Nunca achei que alguém como você pensasse nisso. Quero dizer, você é um dos guerreiros mais famosos desse mundo.

— Sim, mas já questionei minha posição algumas vezes. No passado principalmente – confessou. – Pensava que talvez eu pudesse não fazer o que fui destinado a fazer, que pudesse levar uma vida simples em Theolen, talvez com uma família, um trabalho comum...

— Então se arrepende de não ter feito isso? De ter seguido outro caminho? – o jovem o olhou preocupado.

— Não – respondeu Steve com orgulho e um sorriso em meio a barba cheia – De modo algum. Minha vida não é fácil, admito. Não são todos que suportariam o fardo de ser o Escolhido. De ser um dos Doze de Theolen, mas minha responsabilidade vai muito além do que os desejos infantis de um antigo eu. O mundo precisa de mim como sou agora. Precisa que eu lute e cumpra meus deveres, e é o que farei sempre. Sem medo ou arrependimentos – disse e se virou para o bardo. – Devemos sempre seguir em frente. Lembre-se disso - Apoiou a mão sobre o ombro do meio-elfo.

 Drico olhou para o paladino com os olhos cintilando e assentiu com a cabeça. Ele era uma pessoa inspiradora e o bardo podia sentir a honestidade e o prazer no que o homem dizia. Steve Leon era realmente um herói, não como as lendas o retratavam, era muito maior do que isso, e ele estava muito feliz de poder conhecer alguém tão honrado.

Os dois então continuaram caminhando. Viajaram por horas e horas seguidas, que por vezes pareciam ser vários dias, e talvez o fossem, por aquelas terras. Pararam para descansar dividindo histórias, dormiram nos mais mórbidos lugares, enfrentaram esqueletos e aranhas gigantes e continuaram seu caminho até finalmente chegarem aos limites do subterrâneo.

Uma gigantesca parede se erguia por quilômetros para cima e para os lados e nessa parede estava uma porta que levava a uma escada. Eles subiram os degraus e saíram em um local idêntico ao que estavam anteriormente, nem por isso, desistiram. Com o tempo perceberam uma pequena mudança no cenário. Casas, extremamente antigas e pouco conservadas formavam uma cidade ao longe.

— Aquilo ali é mesmo uma cidade? – perguntou Drico com o nariz levemente franzido e a boca semi-aberta tentando enxergar melhor.

— Sim – respondeu Steve.

Drico reparou no tamanho das casas. Elas não eram pequenas, mas tinham um aspecto bem rígido, geométrico, típico de construções anãs. Não achou que fosse encontrar ruínas daquela raça ali, e sim mais para o norte na Escarpa de Thorrun.

— Uau... – disse impressionado - Nós deveríamos dar uma olhada?

— Não tenho certeza se é seguro – respondeu Steve.

— Hum... – Drico coçou o queixo com pouquíssimos pelos de sua barba por fazer – Você não pode esticar sua mão e fazer a mágica pra saber se tem esqueletos lá? Funcionou da ultima vez.

Então Steve o fez. Esticou a mão em direção as casas e em seguida a colocou na cabeça fechando os olhos com força. Sentira uma leve dor de cabeça.

— Ahr... Esse lugar inteiro é amaldiçoado. Sinto muito mal por aqui.

Drico ficou encarando-o sem entender direito o que aquilo queria dizer.

— Há alguns dias eu venho percebendo que essa terra, o próprio chão, tem algo muito ruim – continuou Steve.

— Como assim?

— Bem, eu normalmente consigo identificar auras malignas. Consigo sentir quando alguém ou algo mal está por perto. Mas este lugar é confuso, é como se todo o subterrâneo fosse maligno. É difícil distinguir criaturas perante a essa força, esse mal tão grande.

Drico, boquiaberto, levantou as sobrancelhas tentando entender o que Steve dizia, mas para ele aquilo não fazia sentido algum. Sentir auras, ver criaturas más, não era algo que conseguia entender, mas ele balançou a cabeça concordando com o paladino do mesmo jeito.

— Certo... Então você não vê ninguém lá? É isso?

— Bom, não agora, mas talvez eu não tenha percebido a presença de algum ser por estar escondida no meio dessa energia maior, se for o caso seria muito fácil sermos emboscados na cidade do que aqui em campo aberto. É melhor seguirmos em frente sem muito barulho.

Drico assentiu com a cabeça e eles continuaram caminhando sobre a planície enevoada. Horas se passaram e o meio-elfo ficava cada vez mais cansado. Steve caminhava no mesmo ritmo de quando havia começado, ele era extremamente resistente, já o bardo mal podia sentir seus pés. Olhou então para a cidade ao longe, paralela a seu caminho, e tentou imaginar o que havia acontecido ali para estar tudo em estado tão decrépito. Ele sentiu um medo crescer dentro de si, uma dúvida alimentada pela escuridão daquele lugar sombrio. Então desviou o olhar e pensou que enquanto Steve estivesse ali para ajudá-lo nada ruim aconteceria.

Mais algum tempo se passou até que eles chegaram a uma velha árvore. Era grande e retorcida no meio da terra deserta, não parecia ter mais vida. Drico estava a alguns poucos metros atrás de Steve, seu passo estava reduzido, pois estava cansado demais. Pensava em alguns momentos em parar, mas a ideia de sair de lá o motivava a seguir em frente, até que alcançou o paladino que estava parado olhando para a árvore.

— Estamos chegando – disse ele.

— Sério? – Drico sorriu e Steve assentiu com a cabeça.

O meio-elfo mal conseguia acreditar que estava próximo de sair daquele lugar maldito. Começara a planejar as histórias que iria contar, as músicas que iria compor, o que iria fazer e para onde iria. E assim mais um par de horas se passou.

Steve seguia incansavelmente à frente, tinha em mente que deveria levar Drico até a saída em segurança, deveria protegê-lo e agora seu objetivo estava quase completo.

— Garoto – chamou Drico e o mesmo se aproximou. – Vê aquela porta? – disse apontando para cerca de dois quilômetros à frente. – É sua saída.

— Graças aos céus! – exclamou Drico com um sorriso no rosto – Mal posso esperar para sair daqui! Tudo o que eu quero é voltar para casa.

— Fará isso em breve – disse Steve sorrindo.

Drico estava tão contente que abraçou Steve, tinha os olhos marejados de tanta felicidade, finalmente seu pesadelo acabaria.

— Obrigado Steve! – disse soltando-o – Nem acredito que conseguimos! Olha pra isso, estamos tão perto! Nossa, acho que quando eu voltar para Theolen vou deitar numa praça e ficar lá, só sentindo a grama e o sol. Depois vou comer alguma coisa bem gostosa, sim, o sanduíche suíno daquela taverna com o cara da perna de madeira, sabe onde é?

Steve deu uma risada brevemente e respondeu que não conhecia o local. Os dois então continuaram andando em direção à porta.

Drico começou a divagar sobre as coisas que faria assim que voltasse para Theolen pensando no conforto de uma boa noite de sono numa cama de verdade, em como chamaria a garota da taverna para sair, o que escreveria na carta para sua mãe...

— É tanta coisa pra fazer... – disse ele - E você Steve, qual vai ser a primeira coisa que vai fazer quando chegar lá?

— Não irei com você.

— Como assim? – o entusiasmo de Drico foi se esvaindo aos poucos.

— Eu devo completar minha missão. Não irei embora até acabar com o mal dessas terras, mas não se preocupe ficarei bem e vou com você até a saída.

— Você não pode estar falando sério.

— Sinto muito, mas terá de seguir sozinho para Theolen.

Steve continuou andando olhando para frente. Seus lábios pressionados demonstravam sua vontade de voltar para casa, mas ele deveria ficar ali.

Drico sabia que Steve poderia sobreviver, mas era simplesmente loucura ficar. Achava impossível matar todas as criaturas dali, deveria haver milhares delas. Então parou por alguns instantes olhando para o chão pensando num modo de convencê-lo a ir embora, até que notou que o paladino continuava andando e o seguiu. Foi quando sentiu algo prendendo seu pé, fazendo-o tropeçar e cair no chão. O bardo viu uma mão esquelética o segurando e logo quatro outros pares de mãos surgiram, todos saindo do chão.

— Ah! Droga! – exclamou puxando seu sabre.

Steve ouviu Drico e logo se virou, voltou para socorrê-lo enquanto puxava o escudo e sua espada, A Velha Bastarda, da bainha.

Os esqueletos cercaram o bardo e dois deles pularam para cima dele e o prenderam ao chão. Drico puxou o braço de volta e se soltou, ficou de pé novamente, mas foi atingido por um corte de espada na perna direita. Com seu sabre acertou o esqueleto armado, rachando o osso do braço da criatura e derrubando a lâmina de sua mão. Steve se aproximou e segurando a espada com as duas mãos a acertou em um dos esqueletos que haviam segurado Drico, desmontando-o em duas partes.

Logo os dois ouviram alguns murmúrios, mais esqueletos saíram do chão. Drico, distraído com o barulho levou um arranhão nas costas e continuou lutando com os que o haviam segurado, estava determinado a derrotá-los para ganhar sua liberdade. Steve se dirigiu a outra das criaturas e em dois golpes precisos e avassaladores ele a derrotou. Sentiram então a terra tremer e olharam em volta. Drico estava assustado.

Os dois viram parte da terra se erguer em um monte de pó e areia que foi crescendo e por fim se revelou o esqueleto de alguma criatura gigante, com mais de dois metros e meio de altura. Steve ficou indeciso por alguns instantes, mas resolveu terminar de matar os monstros menores para que Drico não ficasse lutando com eles sozinho.

— Hey! Não precisa se preocupar, eu me viro! – disse Drico para Steve, percebendo sua dúvida.

O bardo deu uma cambalhota para trás saindo de perto dos esqueletos e então puxou seu clarinete, tocou onze notas em um ritmo acelerado e a névoa que até então cobria o chão se juntou a sua volta formando uma fumaça que fazia ser mais difícil acertá-lo.

Steve correu para atacar o esqueleto gigante, que logo ele reconheceu como sendo de um Troll, um ser bípede alto e magro, com braços e pernas compridos e desajeitados. A criatura segurava um machado grande e enferrujado em mãos e o golpeou contra Steve, mas ele se defendeu com o escudo. Revidou então com um corte de espada em diagonal quebrando duas costelas da criatura. Enquanto isso cada vez mais mortos-vivos saíam do chão.

Drico segurou firmemente seu sabre enquanto três esqueletos vinham lhe atacar com suas garras, mas graças à névoa que ele criara havia uma área segura para o bardo que confundia as criaturas. Ele então girou seu sabre na mão e o enfiou dentro do crânio do esqueleto que o atacara anteriormente, deixando-o fora de combate.

O meio-elfo ofegante olhou em volta e viu que mais criaturas surgiam da terra a cada segundo. Ele normalmente deveria acertar três ou mais golpes em uma criatura como aquelas para finalmente derrotá-la e sabia que não teria todo esse tempo com uma quantidade tão alta de inimigos. Procurou por algum tipo de cobertura ou local em que pudesse se esconder, mas não encontrou, ele estava no meio do nada.

Steve continuou lutando ferozmente contra o troll e foi atingido apenas uma vez pelo monstro. Dois esqueletos menores estavam se aproximando dele para atacar. Drico viu outros quatro vindo em sua direção, sendo que já estava lutando contra três. Rolou então por entre dois esqueletos e correu para mais perto de seu amigo, sabia que a chance de vitória era maior se estivessem perto um do outro.

Steve viu Drico se aproximar assim como mais inimigos e notou a necessidade de derrubar o maior deles naquele momento. Concentrou-se respirando fundo e lembrou-se de Theolen o que lhe deu mais forças para lutar. Sua espada começou a emanar um brilho branco com um tom divino. Ele a segurou com as duas mãos e com um movimento lateral acertou o esqueleto de troll. Ao entrar em contato com a espada uma energia branca passou pelo corpo da criatura desintegrando-a por completo.

Drico, impressionado sorriu. Sua preocupação sumira e a coragem voltava, pois ainda havia esperança. Preparou seu sabre e desferiu um golpe preciso, arrancando a cabeça de um dos esqueletos à sua volta. Steve parou atrás dele e um de costas para o outro eles continuaram a lutar.

Steve facilmente derrubava os inimigos, já Drico tinha alguma dificuldade que apenas aumentou quando eles foram totalmente cercados e sua névoa começou a se desfazer com o efeito de sua magia passando. Eles já tinham derrubado cerca de quinze das criaturas, mas ainda havia muito mais e agora os mortos contavam com cinco zumbis entre si.

Steve continuava lutando sem se cansar, mas reparou que Drico já estava enfraquecendo, pois alguns esqueletos haviam conseguido o acertar com clavas e algumas lâminas pequenas. O paladino olhou em volta e não conseguiu contar quantos mortos-vivos havia ali então levou seu símbolo sagrado à boca e o encostou nos lábios.

— Vão embora! – Gritou ferozmente erguendo o braço esquerdo.

Uma luz branca saiu da mão do Escolhido e iluminou a área em sua volta. Dez esqueletos foram completamente dissolvidos pela luz, outros que estavam ali perto fugiram apavorados do brilho que os queimava ao toque.

Drico, já bem machucado, aproveitou a oportunidade para usar sua magia mais poderosa e tentar acabar com a batalha de uma vez.

— Steve! – gritou o meio-elfo – Cobre os ouvidos!

Steve obedeceu e assim que consentiu com a cabeça Drico puxou o máximo de ar que conseguia para os pulmões, levou o clarinete à boca e o soprou. Uma nota extremamente aguda ecoou pelo local. Uma onda sonora passou pelos esqueletos rachando seus ossos e explodindo alguns no mesmo instante. Outros mais distantes da fonte do som se afastaram com o barulho. Três dos zumbis se ajoelharam com os ouvidos escorrendo sangue negro e gritaram enquanto agonizavam.

Drico respirou fundo e abaixou o clarinete. Steve correu na direção das criaturas fragilizadas pela explosão sonora que o bardo provocou e um a um ele os derrubou. Drico olhou para frente e viu um caminho livre dos monstros indo na direção da porta de saída e um sorriso cansado apareceu em seu rosto. Então se virou para Steve que continuava a lutar bravamente e correu para ajudá-lo.

Enquanto os dois se defendiam e golpeavam seus inimigos, mais deles voltaram a aparecer do chão. Steve viu outro esqueleto gigante e foi em sua direção, mais uma vez uma luz divina saiu da palma de sua mão, cinco esqueletos ali perto foram destruídos pela mesma enquanto o maior protegia-se com os braços, que queimavam e aos poucos desmanchavam-se ao toque da luz. Por fim, Steve conseguiu expulsar a maior ameaça da área e foi nesse momento que ouviu Drico gritando.

Steve correu em sua direção e no caminho acabou levando um golpe de espada na barriga, mal o notou, apenas revidou desmontando as pernas do esqueleto que o havia acertado. Então mais e mais começaram a sair do chão.

Drico estava cercado pelas criaturas, que o atacavam impiedosamente. Ele sentia os ossos afiados de suas mãos arranhando seu rosto,  braços e pernas, sentiu logo em seguida uma forte pancada na cabeça provocada por um esqueleto com um pedaço de madeira na mão. Drico cuspiu sangue, já estava muito fraco, mas continuou em pé.

Juntou os braços em forma de "X" e se protegeu o máximo que pôde enquanto esperava Steve o ajudar. E ele o fez. Após derrotar os zumbis que estavam ali, o paladino Escolhido destruiu em alguns golpes uma quantidade de doze esqueletos que o impediam de passar e avançou na direção de Drico. Ele então concentrou-se e sua mão ficou envolta de um brilho fraco e azulado. Estava preparado para curar os ferimentos do garoto que continuava cercado.

O bardo viu o esforço de Steve para ajudá-lo e observou um esqueleto mais fraco em sua frente, se o golpeasse poderia abrir caminho até Steve e se recuperar para lutar por mais tempo. Então abaixou os braços e levantou o sabre, com um grito de bravura ele desceu a arma na direção do esqueleto e o decapitou. Sorriu determinado, olhou para a saída e depois para Steve, então o ouviu gritar:

— Cuidado!

Drico arregalou os olhos assustado e então se virou para trás. No momento que avistou a lâmina vindo em sua direção não conseguiu escapar da mesma. Jogou-se levemente para trás para tentar desviar do golpe e levou o braço à frente do rosto, mas a espada de seu inimigo o acertou, decepando sua mão esquerda. O clarinete do bardo caiu no chão coberto de sangue e Drico ajoelhou gritando de dor enquanto segurava o ferimento. Nunca havia sentido tamanha dor em toda a vida.

— Drico! – gritou Steve extremamente preocupado.

Ele correu o mais rápido que podia com a mão esticada na direção do bardo, mas antes mesmo que pudesse alcançá-lo a mesma espada atravessou o pescoço do garoto, perfurando-o de trás à frente. Drico olhou para Steve com os olhos arregalados, sem conseguir dizer nada e então caiu no chão.

Morto.


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Notas finais do capítulo

E mais um capítulo...
'o'
O que acharam?
O que esperam dos próximos?
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