Sons of Theolen escrita por Live Gabriela


Capítulo 4
Drico - O Paladino Errante




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Drico abriu os olhos acordando de seu transe de quatro horas e viu Steve dormindo deitado do outro lado do mausoléu. Devido ao sangue élfico que corria por suas veias, o jovem não necessitava de um descanso tão profundo quanto o de um humano, apenas metade do tempo numa boa meditação lhe eram suficientes, por isso, já estava acostumado a acordar enquanto outros estavam dormindo e tratava-se de se ocupar neste tempo.

A fogueira já estava quase se apagando, então o meio-elfo se levantou e começou a alimentá-la mexendo algumas madeiras e soprando em seu centro. Ao olhar em volta ele viu nas paredes laterais do mausoléu espaços que formavam uma espécie de estante, onde estavam caixões vazios e quebrados. Drico já havia passado a noite em alguns lugares terríveis enquanto viajava de seu pequeno vilarejo para a cidade de Theolen, a maior cidade e capital do reino; de florestas escuras e perigosas até mesmo sarjetas de cidades menores, mas com certeza aquele era o lugar mais mórbido em que ele já estivera.

Ele suspirou, pegou sua mochila e começou a checar o que havia nela. Suas roupas estavam molhadas e sujas, a comida que levara para sua viagem ao norte estava esfarelada e encharcada devido à sua queda da ponte em que estava até o lago subterrâneo. Olhou então seu bloco de anotações, o que considerava ser um dos bens mais preciosos que tinha consigo e lamentou ao ver todas as letras das músicas que havia composto perdidas em meio à tinta manchada e o papel rasgado.

Drico passou a mão na cabeça por entre os cabelos caramelados respirando fundo. "Certo, eu posso me lembrar do que escrevi. E mesmo que tivesse algumas letras não terminadas aqui, isso só quer dizer que eu devo começar outras...", pensou otimista. "Isso... Essa viagem dará uma boa música".

Ele então pegou seu clarinete e soprou uma nota qualquer, mas Steve reagiu ao som e o bardo parou. Começou a tocar sem soprar no instrumento, movendo silenciosamente os dedos enquanto ouvia em sua cabeça as notas que sairiam caso estivesse tocando de verdade.

Uma melodia começou a ser formada na mente do músico e para ele, ela contava toda sua história até ali. Começando de forma crescente e graciosa, até um momento em que uma nota se destacava e outro ritmo se iniciava mais rápido e alegre até se tornar mais grave e agressivo e por fim terminar num ritmo mais parado, num tom de suspense.

Drico passou mais quatro horas compondo essa música, mas não conseguiu terminá-la, até porque se aquela seria a melodia de sua grande aventura em Thorrun, ele precisaria saber o final de sua própria história antes de contá-la através do som de seu clarinete.

Steve então finalmente acordou e depois de cumprimentar Drico começou a vestir sua armadura segmentada prateada, por cima de suas vestes, se preparando para sair do mausoléu.

— Então senhor... Como é seu sobrenome mesmo? – perguntou Drico franzindo o cenho.

— Leon.

— Leon, certo... — disse franzindo levemente o cenho.

"De onde já ouvi este nome antes?!" questionou-se em silêncio.

— Bem, me parece que você quer sair daqui do mausoléu e tudo mais, mas só pra eu saber, está indo para a saída deste lugar? Porque o senhor disse que entrou aqui por um caminho diferente do meu, e bem, por onde eu vim não tem como voltar... - disse lembrando-se da enorme queda que sofrera até o lago de onde saíra no dia anterior.

— Eu posso te levar até a saída se é isso o que quer saber – disse Steve tranquilamente.

— Ah, eu só ia lhe perguntar a direção que eu deveria seguir, mas seria bom ter companhia. Eu até poderia te dar algum dinheiro em troca, mas eu acho que perdi minhas moedas quando caí aqui em baixo.

— Não se preocupe com isso. Meu trabalho também é proteger as pessoas - sorriu apertando a ultima fivela do peitoral de sua armadura.

— Seu trabalho... Certo – disse Drico desconfiado. – Achei que você deveria matar esqueletos.

— Essa é a missão para qual fui designado pelo rei, mas meu trabalho como um dos Doze vai muito além disso.

— Um dos... – Drico abriu a boca e arregalou os olhos.

Ele lembrou-se de onde ouvira o nome Steve Leon antes. Ele era um dos Doze de Theolen, uma organização do reino, de doze pessoas extremamente poderosas de várias partes do mundo, sendo sua maioria de Theolen, com habilidades inimagináveis que tomaram como missão ajudar as pessoas de todos os reinos e até planos que não o material. Pessoalmente, Drico era muito fã do bardo dos Doze, Mozart D'Orfeu, um dos maiores musicistas e compositores de seu tempo, também muito poderoso no uso de suas magias.

— Você é um dos Doze de Theolen! - exclamou o garoto. - Claro! É o paladino Escolhido! Como eu pude não lembrar, você está em dezenas de músicas!

— Dezenas? – perguntou Steve erguendo uma das sobrancelhas com um meio sorriso por entre a barba cheia.

— Dezenas! Tem umas bem famosas sobre as suas aventuras mais conhecidas - disse o jovem empolgado. -  Mas eu me lembro até de uma cantiga satírica sobre você e uma batata! – disse Drico dando risada.

— Ah... Esse dia foi terrível – falou Steve mostrando bom humor.

— Espera, isso realmente aconteceu? Você "bigou" uma batata, seja lá o que for bigar?

— Infelizmente...

— Jura? Eu tinha certeza que era uma canção falsa, mas espera aí... Se isso realmente aconteceu, todas aquelas outras histórias... ?

— Sim, é tudo verdade - concordou com um sorriso calmo.

— Uou.... – Drico balbuciou impressionado.

Ele encarou o homem a sua frente e sentiu certo alívio de saber que ele era um dos maiores heróis daquele mundo, afinal sabia que agora estava mais seguro. "Essa viagem vai dar mesmo uma ótima música!" pensou animado. Steve foi então até a porta do mausoléu, esticou a mão e tocou na pedra fechando os olhos logo em seguida. Drico ficou o observando, ele parecia concentrado, o que despertou a curiosidade do meio-elfo para o que ele estava fazendo.

— Han... Sr. Leon, Steve. Tá tudo bem? – perguntou.

— Me chame apenas de Steve e está tudo bem, não se preocupe – respondeu o paladino abrindo os olhos azuis novamente. – Eu estava apenas checando quantas criaturas ainda estão lá fora. Aparentemente não há nenhuma.

— E como exatamente você estava checando...? – perguntou Drico um tanto confuso com uma das sobrancelhas erguidas.

— Com uma habilidade que eu possuo. De qualquer forma é seguro sair daqui agora, mas eu gostaria de ficar por mais uma hora, preciso meditar um pouco e preparar minhas magias.

— Ah, você precisa preparar magias, né? Tá, tudo bem, faça o que precisa fazer, mas quando estiver pronto podemos ir pra saída desse lugar, certo?

Steve fez um sinal positivo com a cabeça com um leve sorriso no rosto e sentou-se no chão. Ele puxou o escudo para perto de si e Drico pode o ver tirar detrás do escudo um pequeno círculo de madeira, um símbolo sagrado.

O bardo pouco sabia de religião, mas o "T" que havia pintado no círculo de madeira com certeza não lhe parecia o símbolo de uma divindade. Na verdade, o lembrou bastante a letra "T" do emblema de Theolen, o que ele achou ligeiramente curioso e o instigou ainda mais quando ele reparou que a mesma letra estava pintada no escudo de Steve.

"Estranho." pensou o meio-elfo, que logo deu de ombros para o assunto e começou a focar sua atenção em sua nova música, afinal, diferente do paladino, ele não precisava preparar suas magias, elas vinham de forma natural para ele através de suas expressões musicais.

Uma hora depois, os dois saíram do mausoléu encontrando novamente o cenário desolado do subterrâneo. Para distrair-se daquele lugar que parecia ter saído de um conto de terror, Drico rapidamente começou a conversar com Steve, tentando conhecer o homem por trás das lendas.

— E então Steve. Você disse estar aqui há bastante tempo. Já sente saudades de casa?

— Muita — respondeu o paladino — Ficar longe de Theolen é difícil para mim.

— Você tem família lá?

— Tenho meu irmão e a família dele.

— Irmão, legal. Eu sou filho único então não sei bem como é isso. Vocês se dão bem?

— Sim, bastante. Sempre que volto para Theolen depois de uma missão, apareço na casa dele pra visitá-lo. E eu também treino a filha dele, Dorothy. Ela deve ter a sua idade agora.

— Minha idade? Hum, quem sabe eu não a conheço um dia. Ela tem namorado? – perguntou Drico sorrindo maliciosamente, tentando deixar tudo mais confortável e informal.

— Não, mas não acho que ela esteja procurando por um agora – respondeu Steve o olhando rapidamente de canto de olho.

— Por que não?

— Ela foca muito em seu treinamento.

— Ah, mas sempre da pra fazer as duas coisas – disse Drico, então Steve o olhou com o cenho franzido, um tanto desconfiado das intenções do garoto – Estou só brincando... Vou parar de perguntar dela... – continuou o meio-elfo colocando os braços atrás da cabeça – Se me apresentá-la depois, é claro. – Sorriu de modo brincalhão.

— E você? Tem família? —perguntou olhando para o garoto.

— Ah sim! Quero dizer, tenho minha mãe — sorriu de forma nostálgica —Eu nunca conheci meu pai e como disse, não tenho irmãos então sempre foi eu e ela. Quase desisti de sair da minha cidade para ela não ficar sozinha, mas minha mãe é incrível. Ela disse que se alguém deveria sair daquele buraco de vila era eu, para levar minha música ao mundo.

— Ela parece uma boa pessoa.

— Ela é. Graças à ela que eu pude viajar pelo reino e compor mais com as aventuras que eu tive. Claro que não foi nada como o que você viveu, afinal eu só passei por algumas cidades, vilarejos, florestas... Nunca fui no inferno, por exemplo. — deu uma leve risada.

— Não ache que isso é algum mérito – disse Steve – O inferno não é tão poético quanto às pessoas pensam, é apenas um plano de várias camadas com o terrível cheiro de enxofre no ar e vários demônios e diabos querendo te matar a todo momento.

—  Isso não parece bom – falou o bardo fazendo uma careta.

— E não é, acredite.

— Eu acredito. — Acenou com a cabeça. — Escuta, se importa se eu perguntar de algumas histórias que já ouvi de você? — perguntou o jovem um pouco acanhado. — Como o Cerco de Theolen e o Satã de Mil Olhos?

— Claro, não tem problema — falou tranquilo. — Já estou acostumado a contar sobre elas. Dorothy e Mark, meu irmão, já me perguntaram umas mil vezes sobre. — Sorriu saudoso. — O que quer saber?

— Bem, as musicas dizem que o Cerco à capital durou vários dias e que orcs organizaram, então você e o Xinomãh acabaram com o líder deles, que era um Ogro, com um Corte de Theolen.

— Está correto.

— Mas o que é um Corte de Theolen? Quero dizer, eu sei que é um "golpe especial" seu e do Xinomãh, que nem várias duplas dos Doze tem, mas como vocês fazem?

— Na verdade é bem simples — admitiu Steve olhando para frente — Eu corro pela direita com a espada e o Xino pela esquerda com a foice. Nós cruzamos o golpe, um cortando de cima para baixo e o outro de baixo para cima. Depois disso poucas criaturas conseguem ficar em pé. 

— Entendi... — Drico balançou a cabeça.

— Parece um pouco sem graça falando assim, mas é movimento muito útil em combate.

— Hum... — Entortou a boca — E sobre o Satã de Mil Olhos?

— O que tem ele? 

— Ah, eu gostaria de ouvir a história, se pudesse contar — pediu erguendo os ombros um tanto sem jeito. — É que essa em especial é a mais famosa e tem dezenas de versões em músicas e contos, então algumas coisas acabam não batendo...

— Está bem... — Steve suspirou.

— Mas não precisa contar se não quiser - falou o bardo com receio de estar incomodando o herói.

— Não é isso — disse Steve olhando para o jovem — É que muitas pessoas veem essa história como um grande feito heroico meu, mas esquecem da tragédia que foi quando o Satã despertou. Eu mesmo perdi um grande amigo para aquele monstro.

— Eu sinto muito, não sabia disso.

— É, muitos não sabem, mas na verdade ele foi quem salvou a todos. 

— Qual era o nome dele? — perguntou Drico.

— Aangus Incus — respondeu o paladino com pesar na voz.

— Bom, se você me contar toda a história, eu posso tentar fazer uma música sobre ele e aí mais pessoas podem saber do seu amigo — sorriu tentando confortar o homem que deu uma leve risada.

— Obrigado, mas não acho que ele gostaria disso. Era um homem muito discreto.

— Ah... — Drico olhou para o chão sem saber o que dizer na situação, mas logo Steve voltou a falar.

— Não se preocupe, isso já faz muito tempo. Agora, você quer a versão longa ou a curta dessa história? — perguntou.

— A que preferir contar — sorriu.

— Muito bem, vou contar a versão que sempre conto para minha sobrinha. E desculpe se as coisas não parecerem tão emocionantes. Não sou um bardo como você.

— Não se preocupe com isso, apenas quero saber o que aconteceu.

— Está bem — concordou o paladino — Essa história começa muito antes de nós nascermos. Eras atrás. Um deus conhecido como Lorde das Profundezas, que por acaso era idolatrado pelos anões daqui de Thorrun, criou um ser de destruição. Ninguém sabe exatamente o motivo, mas a criatura era colossal e possuía incontáveis olhos espalhados pelo seu corpo, daí seu nome. Esse monstro caminhou pelas terras do reino de Arul e as pessoas lutaram contra ele, mas o sangue da criatura é completamente corrosivo, matando tudo o que tocava, por isso Arul tem um grande deserto hoje em dia.

— Nossa, eu não fazia ideia, achei que era algo natural.

— Não — negou Steve. — Mas de qualquer modo, um grupo de pessoas conseguiu conter o monstro, pendendo-o debaixo de uma cidade em uma outra dimensão. Enquanto houvesse vida o suficiente para abastecer a magia que o prendia, ele ficaria preso, mas infelizmente um grupo de extremistas de Arul queria libertar o Satã de Mil Olhos e descobriu como. Fizeram uma chacina na cidade e sem a força vital daquelas pessoas presentes no local, a magia não se sustentava e a besta foi liberta novamente.

— Nossa... — Drico murmurou abismado e prestando bastante atenção.

— É. Os exércitos dos reinos de Arul, Arruna e Feltz se mobilizaram para parar Satã, mas feri-lo não ajudava em muita coisa, afinal ele se regenerava e seu sangue era venenoso ao que tocasse. Tivemos que pensar em outra coisa.

— Theolen não mandou exércitos para ajudar também? — Drico franziu o cenho com as sobrancelhas finas.

— Theolen enviou eu e o Xino para lidarmos com o problema. Nós, junto de Aangus descobrimos que para derrotar a criatura, precisaríamos das 3 armas que foram usadas para matá-lo e aprisioná-lo no passado. Nós procuramos pelas armas, indo até os confins do mundo para encontrá-las, lutamos com diversas criaturas para recupera-las e quando as conseguimos fomos enfrentar a fera — falou olhando para Drico, que estava com os olhos arregalados e ansiosos.

— E ai? — perguntou o meio-elfo.

— Daí nós lutamos. O exército de Arul evacuou um raio de três cidades para o combate e ajudaram a manter a criatura no lugar, mas ainda assim não foi fácil. Nós descobrimos que o antepassado do Aangus havia derrotado Satã de Mil Olhos da primeira vez e ele fez isso atacando-o por dentro. Nós devíamos parar os corações da criatura para que ele caísse. Então o conjuradores ajudaram a abrir um buraco no monstro e eu pulei lá dentro para matá-lo.

— Mas como você sobreviveu a isso? — perguntou confuso. — O sangue dele não era corrosivo ou algo do tipo? 

— Sim. Eu me feri bastante lá dentro, mas tinha que continuar lutando. Acabei conseguindo parar dois dos três corações da criatura, mas eu já estava muito fraco. Aangus então entrou para me ajudar. Ele tinha na cabeça que deveria derrotar a criatura, pois estava no sangue dele já que ele era um Incus. Ele me enganou falando para sairmos juntos de dentro do monstro, mas quando eu pulei para fora, ele ficou para parar o ultimo coração. Eu tentei voltar para buscá-lo depois de me recuperar com ajuda de magia, mas então os exércitos de Arruna e Feltz chegaram na cidade para ajudar e como o número de pessoas vivas ali aumentou, a magia que prendia o Satã de Mil Olhos foi reativada, mandando ele para uma outra dimensão, abaixo da cidade, junto do Aangus que se sacrificou por todos.

— Uau... Eu não fazia ideia de que tinha sido assim — admitiu o bardo boquiaberto — Nas músicas eles falam que você arrancou o coração da criatura e ele morreu. Só isso.

— Não. Não foi tão simples — falou o paladino movendo a tocha e observando o entorno.

— É.... — disse Drico ficando em silêncio por um momento, apenas imaginando tudo o que já ouvira do Escolhido e o que ele deveria ter passado — De qualquer forma, eu sinto muito pelo seu amigo.

— Obrigado — agradeceu acenando com a cabeça.

— E o Xinomãh? Ele ainda está vivo, certo?

— Sim, o Xino está bem.

— Isso é bom — suspirou o meio-elfo passando as mãos pelos cabelos — E onde ele está agora?  Eu notei que o Xinomãh Nailo sempre está nas suas histórias, o que me fez pensar: Ele não deveria estar aqui com você? Achei que, como ele é sua dupla dos Doze de Theolen, deveriam fazer todas as missões juntos. 

— Não. É sempre bom agirmos juntos já que normalmente não somos enviados para missões simples, mas podemos atuar separados. Não há problema nisso - esclareceu.

— Sim, mas, pelo que você me falou sua missão atual é algo bem grande, não seria melhor se agisse em dupla? — perguntou curioso.

— Não dessa vez — respondeu o paladino de forma soturna. — Thorrun não seria um bom lugar para o Xino vir, então eu vim em seu lugar.

— Entendo... — disse Drico sem tocar mais no assunto, não queria importunar ainda mais o Escolhido dos deuses.

Os dois continuaram caminhando por entre a fina neblina que lhes cobria os calcanhares enquanto Steve olhava para os lados atentamente e carregava a tocha na mão para iluminar o ambiente subterrâneo desprovido de luz solar. Drico começou a reparar no entorno e notou que tudo parecia sempre igual. A mesma neblina, o mesmo cinza, os mesmos túmulos.

— E então, sabe onde a gente está exatamente? – perguntou o meio-elfo — Imagino que também não tenha um mapa.

— Não, não tenho – respondeu Steve. – Mas não se preocupe, sei chegar até a saída desse local, tem alguns pontos específicos aqui que conseguirei reconhecer quando vir. 

— Tudo bem então... – falou Drico desviando o olhar para baixo.

— O que foi? – perguntou Steve notando a preocupação do jovem.

— Só estou pensando. Sabe, eu não vim de Theolen sozinho, vim com um grupo, mas acabamos nos separando e eu queria saber se estão todos bem. - Entortou a boca.

— Bom, eu não me encontrei com mais ninguém, mas talvez possa achar seus amigos assim que sair do subterrâneo. Aliás, você não me disse como chegou até aqui - disse Steve mostrando grande interesse nisso.

Ficou claro para Drico que o paladino estava tentando puxar assunto e afastá-lo de pensamentos ruins, mas a preocupação com aqueles que foram seus colegas de equipe ainda ocupava sua mente.

— Bom, é uma história meio longa — disse o bardo ainda um pouco desanimado.

— Nós temos um longo caminho pela frente. Acredito que você consiga me contar sua história até o final dele — Sorriu de forma amigável.

— Muito bem então — concordou Drico sorrindo, enquanto endireitava mochila nas costas e convencia-se de que se contasse uma boa história, talvez tudo ficasse melhor. — Tudo começou há alguns dias, na taverna em que eu trabalhava na parte baixa da Cidade de Theolen...


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Notas finais do capítulo

E agora conhecemos um pouquinho mais do Steve e do Drico!
Estão gostando desses personagens? :)