Sons of Theolen escrita por Live Gabriela


Capítulo 30
Arlindo - A Garota e o Clérigo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito em conjunto com Mateus de Fraga Rodarte ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642142/chapter/30

O som dos passos sobre as folhas secas repercutiu no silêncio da floresta. Os pássaros que há pouco cantavam, agora já voavam para seus ninhos aguardando a chegada da noite, enquanto a brisa gelada balançava os galhos das árvores altas fazendo com que um pequeno graveto caísse sobre a cabeça de Arlindo.

O clérigo olhou para cima vendo por entre a copa das plantas, o céu azul carregado de algumas nuvens brancas e ralas. Há horas ele e Dorothy avançavam pela floresta, guiados pelo mapa que reencontraram com Nipples e pelas marcações em carvão que Vaalij fizera nele, para que fossem pelo caminho mais curto até a Planície. Passaram durante a viagem por mata fechada, morros e vales, e naquele momento Arlindo já estava bem cansado, diferente da paladina que ele preocupadamente acompanhava, ela seguia imparável sem se voltar para trás.

Há algumas horas ele já notara. A garota caminhava com passos pesados e apressados. Quando encontrava algum obstáculo no caminho, como vinhas ou cipós ela os cortava ferozmente com a espada que carregava em mãos. Com isso, não era preciso ser tão perceptivo quanto Arlindo para notar o humor instável e aura pesada que seguia a jovem Leon.

Para o clérigo, era claro que Dorothy estava com a mente sobrecarregada. Ela já havia mostrado preocupação com sua equipe, além de Vaalij e claro, seu tio Steve. Somado tudo isso com o peso da maldição que carregava em si, a garota só podia estar atormentada. E a cada momento que o sol se aproximava do horizonte, a tensão sobre ela ficava maior. Apesar disso, Dorothy era teimosa demais para dizer algo, e Arlindo sabia, por esse motivo se candidatou para ir a sós com ela até o mausoléu. Sem as distrações que os outros membros da equipe poderiam provocar, eles estariam livres para lidar com esses problemas. Ele só precisava fazer com que ela se abrisse e notasse que seu modo de agir era perigoso, precisava fazê-la pensar racionalmente. Então no momento em que eles começaram a subir um morro relativamente íngreme por entre os grandes pinheiros, o clérigo resolveu agir.

— Dorothy — disse ofegante parando durante a subida e se apoiando sobre os joelhos — Espere um… pouco — arfou — Preciso de…

— O que foi? Precisamos seguir, não há tempo para descansar. — Ela parou e o encarou de lá de cima.

Arlindo continuou retomando o ar, então a paladina logo começou a descer em sua direção para ajudá-lo. Ele olhou discretamente para ela, notando seu olhar de desinteresse e sua postura displicente. Ela parecia distraída, como estivera em toda a viagem.

— Você está bem? — ela perguntou inclinando a cabeça para ver seu rosto.

O clérigo se abaixou um pouco mais e sussurrou algo. Sem compreender, a garota se aproximou questionando o que ele havia dito, mas novamente ele sussurrou de forma incompreensível, o que fez com que Dorothy se aproximasse ainda mais. “É agora” ele pensou.

Subitamente, Arlindo avançou sobre a paladina e a empurrou para trás colocando uma das pernas em seu caminho. Surpreendida pela investida, Dorothy se desequilibrou caindo rapidamente em direção ao solo coberto de folhas secas. Ela fechou os olhos se preparando para o impacto, mas o clérigo a segurou pelos braços antes que tocasse o chão, confirmando suas suspeitas.

— Você enlouqueceu de vez? — esbravejou a jovem confusa com os olhos arregalados — O que pensa que está fazendo?

— Eu que pergunto a você, o que pensa que está fazendo? — respondeu o clérigo sério, sem o costumeiro olhar debochado, surpreso pela facilidade com que derrubou a paladina.

— O que? — ela perguntou boquiaberta — Eu estou indo para a Planície Roxa — respondeu por fim, depois de pensar por alguns instantes e se soltar das mãos do clérigo, ficando de pé novamente.

— Dorothy, há algo muito claro aqui que você não está enxergando — disse ele se prostrando na frente dela.

— Do que está falando? — desviou o olhar para o lado.

— Estou falando de você — se moveu até a frente da paladina, voltando seu olhar novamente para si — Você está avoada, desfocada. E ainda mais do que eu imaginei. O que é muito perigoso considerando o lugar para onde está indo agora.

— Eu não estou desfocada — deu um passo para trás — Estou fazendo exatamente o que eu deveria fazer.

— Não. Você não está pensando direito... Você é a garota que derrubou Solomon Hahn, o grande Guerreiro Renegado, temido pela maioria dos militares de Theolen. Acredito que não deveria ser pega de surpresa por um clérigo parcamente treinado em combate por um bando de naturistas que vivem nus em um bosque, não é mesmo?

A garota boquiaberta o encarou com o cenho franzido. Ela parecia tentar iniciar uma fala algumas vezes, mas a postura defensiva e sua respiração acelerada revelavam que ela estava nervosa demais para tentar dar alguma resposta plausível e justificar porque fora pega de surpresa tão facilmente.

— Eu não tenho tempo para esse tipo de coisa. — Ela desconversou. — Aliás, por que você ainda está aqui? — questionou passando por ele — Já pode voltar para o bosque.

— Não posso. Eu sou seu clérigo, se lembra? Eu vim para Thorrun para garantir que você fique bem — caminhou atrás dela - E não vou te deixar enquanto não souber que meu dever está cumprido.

— Não se preocupe comigo, eu não preciso de proteção. Posso lutar contra qualquer coisa que apareça no meu caminho.

— Eu sei, não é sua habilidade com a espada que me preocupa — justificou fazendo-a parar e virar a cabeça em sua direção.

A garota desconfiada olhou para o lado em silêncio, ela sabia do que o clérigo estava falando. Com o olhar sério porém gentil, Arlindo se aproximou e pousou uma das mãos no ombro da paladina. Ela baixou a cabeça perplexa, o que o deu certo alívio, pois assim ela não notaria o nervosismo que ele tentava esconder da face, afinal aquela conversa seria fundamental para a segurança da paladina e da missão dali para frente. Um comentário errado na hora errada poderia pôr tudo a perder.

— Vamos fazer uma pausa, está bem? Acho que precisamos conversar — disse e logo ela ergueu a cabeça, pronta para retrucar — E não precisa me alertar sobre o tempo. Nós não vamos chegar ao mausoléu antes de anoitecer e você sabe disso. Deveríamos ter passado uma grande rocha esverdeada há pelo menos uma hora se quiséssemos estar no horário. Correr agora seria uma tolice — completou prevendo seu argumento.

— O que você quer que eu faça então? — ela perguntou ríspida sem olhá-lo nos olhos.

— Quero que sente... — disse dando alguns passos até o topo do morro e sentando-se lá —... E converse comigo.

Dorothy o encarou rapidamente então se voltou para o caminho a sua frente, o que deveria seguir. Arlindo pode sentir sua resistência em fazer algo que ela considerava uma perda de tempo, mas àquela altura, apesar de relutar, a paladina já sabia que o clérigo tinha razão. Então se sentou ao lado dele com a cara ainda fechada.

Por alguns instantes eles ficaram ali, em silêncio. O vento soprava as mechas dos cabelos louros e as ondas dos cachos negros, enquanto as folhas balançavam e adicionavam um novo som à sinfonia da floresta.

Arlindo olhou para a garota e ela observava o céu com os olhos levemente fechados devido à claridade. Ele reparou na mão dela apoiada no chão ao lado do corpo, e apesar de sentir certo impulso em querer tocá-la como normalmente fazia em momentos de cortejo, aquela não era a hora adequada, seu objetivo era outro naquele dia, então apenas se inclinou tentando ver o rosto da jovem e sorriu.

— Se sente melhor? — perguntou enquanto a luz alaranjada refletia em seus cabelos dourados e brilhantes.

Dorothy o encarou por alguns instantes com as sobrancelhas levemente juntas então negou sutilmente com a cabeça.

— Não. — Ela respondeu olhando para além de tudo a sua volta — Eu não estou melhor e não vou ficar enquanto tudo isso não se resolver.

— Vai sim — discordou — Eu vou te ajudar com isso.

— Eu não sei como vai conseguir realizar essa tarefa — baixou a cabeça deixando uma lágrima escorrer lentamente o rosto — Estou longe de estar bem.

— Isso é bom.

— Não estar bem, é bom? — ela questionou irritadiça.

— Você admitir que não esta bem, é bom. Eu vi como estava se contendo na casa do Vaalij. Agora, ao menos consegue encarar melhor os fatos, quer dizer que talvez seja realista em busca de uma solução.

— Realista? — ela franziu o cenho movimentando-se bruscamente para trás — Quer que eu seja realista? — fitou os olhos verdes — Arlindo, daqui há mais ou menos uma hora algo horrível vai acontecer com meu corpo, algo que nem ao menos consigo compreender exatamente. Isso vai mudar quem eu sou, vai me mudar por dentro e eu vou ter que conviver com isso para o resto da vida, e o pior, vou ter que conviver com o medo de que o que está dentro de mim machuque pessoas inocentes, pessoas que eu amo e que eu deveria proteger! Vocês faz alguma ideia de como as coisas vão ser à partir dessa noite? — passou a mão de modo impaciente no rosto agora molhado de lágrimas — Eu vim para o norte para salvar alguém que eu amo e agora me tornei uma das coisas que eu deveria combater — Chorava de forma intensa — Eu não consegui salvar o Steve, não consegui deter o Vaalij e agora nem ao menos consigo chegar a tempo na maldita tumba! — A garota colocou cruzou os braços e colocou a cabeça entre os joelhos — Se eu realmente sou a Escolhida, e isso é um grande se, eu com certeza sou a pior que este mundo já viu.

Arlindo olhou para Dorothy e respirou fundo. Questionou-se por um breve instante se era o mais recomendado para conversar com ela naquele momento, mas logo se lembrou de que ali, naquela terra desolada do reino caído de Thorrun ele era a melhor opção.

Enquanto a garota permanecia de cabeça baixa, Arlindo recorreu à maior fonte de sabedoria que conhecia, Obad-Hai, sua divindade. De maneira furtiva o clérigo enfiou a mão em sua bolsa tira colo e retirou uma garrafa de cerveja, tomando em poucos segundos metade de seu conteúdo. Era a cerveja feita por Vaalij, muito mais forte do que muitas das que eram feitas em Theolen. Arlindo concentrou-se no ato, que embora muitos não compreendessem, era uma reza, e fez um pedido pela iluminação do deus da natureza.

O clérigo olhou para cima vendo as nuvens se movimentando, e embora não pudesse transparecer se sentia pressionado pelo sol que cada vez mais rápido corria para a borda do céu. Com certo nervosismo e sem saber se sua prece alcoólica iria fazer efeito a tempo, ele secou a garrafa às pressas, esperando que Obad-Hai compreende-se a urgência de seu pedido e, da maneira mais breve possível, o ajudasse com as palavras.

Foi então que ele pode sentir seus sentidos ficando cada vez mais distorcidos, e uma calma interior lhe preenchendo junto de uma crescente empatia. O álcool havia iniciado seu efeito. Arlindo estava agora abençoado. “É minha chance” pensou.

— Sabe Dorothy — falou olhando para o horizonte — Existe nas pessoas uma tendência a olhar para si mesmas, principalmente quando estão tristes… Mas elas fazem isso de um jeito errado. Elas não se veem como um todo, e sim recortam alguns momentos específicos de suas vidas...

Dorothy continuou em silêncio, ainda com o rosto escondido entre os braços. Então Arlindo prosseguiu:

— É estranho, mas parece que quanto mais tristes, mais olhamos para nós mesmos e mais defeitos parecem surgir… — segurou com uma das mãos o pulso oposto — E o que estas pessoas inexplicavelmente não conseguem ver, mesmo que esteja na cara delas, são as dezenas de vitórias e qualidades que as acompanham — disse olhando na direção da garota.

Dorothy virou a cabeça levemente na direção de Arlindo. Com o rosto ainda coberto e apenas os olhos marejados à vista, ela fitou o rosto sorridente do clérigo que estava sentado ao seu lado.

— Por exemplo — ele continuou agora com a atenção da menina — Conheci uma linda jovem há um tempo, coisas terríveis aconteceram e agora ela apenas consegue ver os objetivos que ainda não cumpriu. E ênfase no ainda, porque se ela parasse para pensar notaria que nada a impede de continuar e tentar de novo.

A paladina ergueu a cabeça e baixou levemente o olhar, ele pode perceber que havia a deixado pensativa, e pela expressão que tinha no rosto, talvez começasse a entender que a licantropia havia colocado barreiras em seu caminho, mas não o fechado totalmente.

— Essa garota... — disse Arlindo colocando uma mão sobre o ombro dela — Foi tão longe e nem ao menos percebeu quantas vezes salvou seus companheiros de equipe. E não apenas de monstros no caminho como ela imagina, mas ela evitou a da morte do sonho de um pequeno guerreiro em treinamento, deu inspiração e coragem para que um serviçal escapasse da morte certa na mão de seus captores, e ainda permitiu que o mais belo rapaz que já existiu a acompanhasse para poder se maravilhar todas as manhãs com uma das mais belas criações de Obad-Hai, pois bela como esta moça existem poucas coisas neste universo.

Com o nariz e as bochechas avermelhadas, Dorothy o encarou por alguns instantes e então, da forma mais sincera durante aquele dia ela sorriu.

— Isso é um exagero — afirmou piscando rapidamente, tentando parar as lágrimas.

— É apenas a verdade — respondeu o clérigo — É por isso que acredito que ela seja a escolhida, apenas este fato justificaria tamanha beleza.

A paladina balançou a cabeça em negação ainda sorrindo, levemente constrangida, e voltou o olhar para o rapaz com os olhos brilhantes e molhados, deixando escapar mais uma gota salgada de seus olhos.

— Hey, não precisa chorar — ele enxugou a bochecha úmida da jovem — Sei que as coisas parecem difíceis agora, mas nós vamos dar um jeito de salvar o seu tio e tirar essa maldição de você. Se não conseguirmos, aprenderemos a viver com isso, sei que é forte o bastante para tal. — Moveu a mão colocando-a sobre a dela — E se continuar lutando, eu continuo também, enquanto for necessário e possível, vencerei ao seu lado. Pois se é a escolhida dos deuses, este clérigo irá fazer de tudo por você nesta jornada e nas que se seguirão. Estamos unidos Dorothy Leon, deste dia, até o meu fim.

Dorothy entrelaçou os dedos na mão do clérigo a apertando fortemente e, apesar de tentar evitar, soltou mais algumas lágrimas.

— Arty… Eu… — disse ela chamando Arlindo pelo apelido pela primeira vez — Obrigada…

Arlindo sorriu gentilmente e Dorothy retribuiu com um olhar calmo e dilatado. Ele já percebia na expressão facial da garota que ela estava melhor, o que o deixava orgulhoso por ter concluído sua tarefa. A menina então se moveu um pouco para o lado e apoiou a cabeça no ombro dele.

Ficaram lá por algum tempo, apreciando o momento. Então o clérigo olhou para ela e notou a garota o fitando. Ela desencostou dele e o observou por alguns instantes, ajeitando-se sobre o chão. Foi então que Arlindo percebeu ela se aproximando lentamente de seu rosto, e por um instante seu coração parou. Ele pode observar a bela moça enquanto ela chegava cada vez mais perto com os olhos fechados. Ele sentiu seu cheiro, sua pele, seus cabelos, tudo naquele corpo despertava em Arlindo total fascínio e tornavam o momento que se seguiria em um grande triunfo.

Ele observou com ansiedade os lábios carnudos e rosados se aproximando dos seus e imaginou o quão doce seria o seu toque. Com os olhos fechados ele esperou, mas graças a iluminação que Obad-Hai o proporcionava naquela hora, ele pode perceber que aquele não era o momento certo. Se ocorresse ali, com uma Dorothy sensível e fragilizada, as coisas entre os dois não seriam naturais. Não seria justo, tampouco belo, e por mais que lhe doesse, ele sabia que não poderia seguir com aquilo.

Então em um movimento ágil e sutil ele abraçou a paladina, que confusa, recostou a cabeça no peito do clérigo com milhares de pensamentos correndo por sua mente. Por um momento ficaram ali parados, sentindo a brisa tocando suas peles sensíveis e as batidas aceleradas dos corações jovens e desejosos.

Mas depois de um tempo, Dorothy, que queria que aquilo durasse pela eternidade sem que o último raio do dia desaparecesse na escuridão, abriu os olhos notando a sutil mudança de cor que o céu sofria.

— Arlindo… — disse séria — Eu tenho que ir.

— Eu sei — respondeu ele ainda abraçando-a.

O clérigo já vendo os indícios do crepúsculo colorindo as nuvens, respirou fundo apertando levemente a garota em seus braços, e então a soltou, deixando-a se afastar, mesmo que contrariada.

— Bem, acho que temos que seguir caminhos opostos agora — ela baixou a cabeça ao falar — Ao menos até o ciclo dessa lua cheia acabar ou eu encontrar algum jeito de me livrar da maldição — suspirou.

— O que? Isso não é necessário — discordou balançando a cabeça.

— É perigoso demais eu continuar com vocês. Então farei o possível para manter o controle e a distância durante as noites. Nas manhãs e tardes procurarei por Steve.

— Dorothy, nós vamos procurar por ele juntos. É por isso que viemos com você até aqui.

— Desculpa Arlindo, mas não posso permitir. Não quero machucar ninguém, muito menos pessoas tão importantes pra mim — segurou a mão do clérigo — Mas não se preocupe, eu vou ficar bem e carregarei todos em meu coração. Assim como todos os momentos que passamos e as vitórias que conquistamos — sorriu delicadamente.

— Você não está escutando. Não vamos te deixar sozinha.

— Vocês não tem escolha — disse se levantando — Irei percorrer todo o norte e não vou parar até que eu ajude meu tio assim como ele ajudou a tantos no passado. Se for a vontade dos deuses iremos nos encontrar novamente. Cuide dos outros por mim — disse a paladina se virando de costas e olhando para frente por um tempo — E Arty… — virou a cabeça para ele sorrindo — Não haveria um clérigo melhor para me acompanhar até aqui. Obrigada.

E então a Dorothy correu, seguindo em frente rumo às sombras da noite. Arlindo se levantou e olhou na direção em que ela havia partido. Comprimiu os lábios sentindo ainda uma preocupação pela jovem, mas logo ele sorriu, já pensando em como a localizaria no alvorecer do dia seguinte, pois sentia que se reencontrariam muito antes do que a paladina imaginava. O que ele não sabia era que esta sensação não consistia em uma simples intuição, mas sim no resíduo da iluminação de Obad-Hai, após sua prece alcoólica.

Ele então se virou para a trilha que tomara até ali com a jovem Leon e continuou caminhando, agora com a mente preenchida pelo que ele havia abdicado. Lembrando-se dos lábios da bela garota, a cada passo sentia em um misto de remorso e orgulho, mas no final convenceu-se, “Haverá outra chance”.

E Arlindo sorriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá pessoas lindas!

Primeiramente, muito obrigada a todos que acompanharam a história, neste ano que já chega ao fim! Todos os comentários, acompanhamentos, favoritos, recomendações, tudo isso me deixa extremamente feliz e quero que saibam que valorizo cada um deles, pois sempre me inspiram a continuar escrevendo mais e sempre melhorando para agradar vocês ♥

Segundamente queria agradecer ao Mateus de Fraga Rodarte, meu amado namorado, que como alguns sabem narrou o jogo que inspirou essa história e sempre me ajuda nos capítulos! Ele me ajudou em especial a escrever este aqui, já que eu estava com dificuldade com o tema e acho que chegamos a um bom resultado no final.

E vocês o que acharam?
Deixem aí suas impressões, elogios, criticas e frustrações.

Espero que todos tenham uma ótima virada de ano, para que os dias a se seguirem sejam tão bons quanto! E até ano que vem! ♥