Sons of Theolen escrita por Live Gabriela


Capítulo 10
Arlindo - Entrada na Floresta da Ninfa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642142/chapter/10

Arlindo caminhava por entre um grande descampado que se estendia por metros e metros entre duas cadeias de montanhas. Estas guardavam o território de Thorrun. As grandes montanhas nortenhas tinham seus picos cobertos de neve e sua base enfeitada de lindas flores coloridas que recobriam os arbustos e a grama. A trilha pela qual a equipe passava era o único meio de chegar até Thorrun por terra e terminava na Floresta da Ninfa.

Arlindo olhava para a bela paisagem iluminada pelo sol da manhã que repousava já alto e tranquilo num lindo céu azul sem nuvens. Estava descansado da noite em que dormiu quando se separaram do Cavaleiro Negro, agora apenas caminhava com uma expressão serena no rosto e uma garrafa de cerveja na mão.

Ao tomar um gole, sentiu a espuma macia tocar-lhe os lábios e a temperatura extremamente baixa da bebida revigorá-lo do calor do sol. Saboreou algo entre o amargor e a doçura proporcionada apenas pelo malte tostado produzido na antiga e distante cidade de Rio Corrente situada no distinto reino de Brand.

Arlindo olhou para cima e fechou os olhos parando de andar por um minuto. “Perfeição” pensava enquanto apreciava cada instante daquele momento.

— Arlindo? – ouviu a voz de Dorothy um tanto distante.

Abriu os olhos e a viu com uma expressão de dúvida no rosto.

— Você está bem?

— Estou ótimo! – respondeu o clérigo com um sorriso.

Dorothy então voltou a andar na frente do grupo e Arlindo continuou sua caminhada. Estavam andando desde que o dia amanhecera e em pouco tempo o sol estaria a pino. Ele passou a mão sobre a testa enxugando um pouco de suor e olhou para os outros membros do grupo.

Dorothy seguia em frente incansavelmente e Solomon parecia não estar nada exausto, em compensação viu Nipples andando com passos mais lentos e Charly se esforçando ao máximo para não parecer esgotado. Então Arlindo acelerou o passo e foi até a garota.

— Olá – disse sorrindo.

— Oi – ela respondeu.

— Eu estava pensando, acho que o grupo poderia se aproveitar de uma pausa, não?! Nós paramos apenas duas vezes desde que acordamos.

Dorothy olhou para os outros e concordou com a cabeça.

— É nós podemos.

— Que tal embaixo daquela árvore? Tem uma boa sombra para nos refrescarmos – sugeriu o clérigo.

Dorothy concordou novamente com a cabeça e disse a todos que fariam uma pausa.

Charly pareceu bem aliviado e foi logo se sentando na sombra. Solomon foi até o local vagarosamente e sentou em uma parte mais isolada. Nipples apenas se movimentou até o local e começou a preparar uma toalha para colocar algo para comer em cima. Dorothy não se sentou por um bom tempo, ficou encostada no tronco da árvore apenas observando o horizonte, provavelmente pensando sobre seu tio.

Arlindo se sentou próximo à Charly e tomou os últimos goles de sua deliciosa cerveja. Enquanto o fazia ficou olhando para Dorothy, ele fazia isso frequentemente, mas não por ela estar andando sempre à frente, e sim por achá-la incrivelmente atraente. E beleza era algo muito importante para Arlindo, talvez por esse motivo ele mal notasse o pequeno serviçal.

Nipples estava ajoelhado arrumando os talheres então se levantou, foi até outra mochila e pegou os copos. Acabou tropeçando em uma raiz no caminho, chamando a atenção de Arlindo. “Por Obad-Hai, como aquelas coisas se mexem, que coisa mais horrível!”, pensou o clérigo desviando o olhar dos peitos de Nipples.

Durante a viagem do dia anterior Arlindo havia se aproximado do serviçal e perguntado “E então, o que você esconde aí em baixo? São sacos de moeda, não é?”, mas Nipples se recusou a responder entendendo a pergunta como algum tipo de gozação.

O caso era que Arlindo não estava brincando, já havia reparado em outras circunstâncias que evidenciassem, esta característica de Nipples e simplesmente não conseguia conceber que aquilo poderia ser parte de seu corpo. “Eles são tão grandes e tem aquelas coisas pontudas na frente... Não faz sentido serem reais. Nenhuma pessoa normal tem peitos daquele jeito. Talvez sejam sacos de moedas, mas porquê ele os guardaria ali?! Uma pochete talvez? Duas pochetes? Não, ninguém usa sequer uma, imagina duas! Hum...”, pensou intrigado pela questão. “E se Nipples for um espião do Rei mandado para nos matar? Ele é todo educado, nunca perde a paciência, sempre obedece e ainda por cima quase não é notado por ninguém, algo perfeito para um assassino! E aqueles terríveis mamilos pontudos poderiam ser as adagas que ele usaria durante a noite para cortar nossos pescoços!”.

— Tá tudo bem? – ouviu Charly perguntar e voltou de seu devaneio. – Você tá com uma cara esquisita...

Arlindo olhou para os lados com os olhos arregalados um tanto paranoico.

— Não, estou bem. São só algumas dúvidas que eu preciso esclarecer depois. – respondeu o clérigo puxando sua mochila para perto e tirando outra garrafa de cerveja, sendo esta uma bebida mais comum de Theolen.

Reparou então no garoto olhando curioso e confuso para sua mochila.

— O que foi? – perguntou.

— Não é nada. – respondeu o Charly envergonhado.

— Ora, fale logo! Você quer uma? É isso?

— Não, é só que... Você já bebeu três garrafas só hoje, não vai ficar sem logo?

— Ah! Isso?! Não, eu trouxe várias delas, olha aqui.

Então Arlindo mostrou a bolsa retangular e a abriu. Dentro havia várias mini-garrafas de cerveja, Charly mal pôde contar quantas eram apenas imaginou que fossem mais de cinquenta!

— Vê? Há uma magia que deixa tudo aqui dentro bem pequeno, assim que eu puxo para fora a garrafa ela volta ao tamanho normal.

— Uau... Então você deve ter trazido muita coisa pra viagem...

— Oh não, tudo que eu preciso são essas belezinhas. Trouxe de vários lugares e várias marcas para não ficar bebendo a mesma todos os dias. E o melhor, graças a essas pedras de gelo que nunca derretem elas ficam sempre geladas! Ai ai – Arlindo suspirou – Melhor investimento da minha vida...

Charly deu uma leve risada e Arlindo sorriu. Pouco conhecia daquele garoto que acompanhava o grupo, sabia apenas que ele tinha passado por algum trauma e que por isso estava tentando se provar, talvez descobrisse mais dele com o tempo.

Charly parou de rir quando viu Solomon se aproximando, o guerreiro foi até Nipples e pegou uma maça e uma tigela com ração e em seguida voltou para seu lugar. Arlindo notou certo medo por parte de Charly para com o Guerreiro Renegado. E realmente o deveria ter.

Arlindo conhecia Solomon de histórias que ouvira em tavernas. Diziam que era um homem solitário, do tipo que não se deve mexer. E agora, passando um pouco mais de tempo na presença dele, o clérigo havia reparado que além de fazer jus à sua fama de ser um ótimo combatente, ele também era extremamente cabeça dura. E o fato de não se enturmar poderia tornar a convivência com ele ainda mais difícil. “Se tivermos algum problema com esse cara, vai ser difícil manipulá-lo para contornar a situação. Talvez o ouro seja motivação suficiente para ele continuar com a gente.”, pensou.

Tomou então um gole da cerveja comum e foi até a ração, pegou uma tigela e comeu ainda analisando seus companheiros de viagem. Meia hora se passou e então seguiram a trilha por mais cinco horas, durante as primeiras horas fizeram pausas de dez minutos para descansar, mas sem o sol a pino ficaram menos exauridos. O calor não era um fator muito presente no Norte, mesmo no verão.

Enquanto caminhava Arlindo reparou na singularidade daquele grupo. Eram pessoas muito diferentes e isso poderia os prejudicar em algum momento. Sabia que em certo ponto teriam que agir como uma equipe, mas não sabia se Dorothy seria capaz de mantê-los unidos. A garota parecia uma boa pessoa, dedicada, forte, resistente e determinada, e ele confiava que se algo ruim acontecesse ela lutaria com garra para proteger a todos, mas infelizmente ela não tinha tato para lidar com outras pessoas, principalmente aquelas que se opunham a ela, como Solomon. Ele era um ótimo guerreiro que poderia acabar rapidamente com inimigos, caso eles encontrassem algum, mas sua teimosia poderia fazê-lo ter conflitos com vários membros do grupo, o que não era bom. Quanto à Charly, ele era corajoso e sabia uma coisa ou outra de combate, mas não o suficiente para lidar com os perigos do norte. “Então no que esse garoto seria útil?”, pensou e então se aproximou da criança, com o intuito de conhecê-lo melhor.

— Charly, certo? – perguntou com um sorriso amigável.

— É... – respondeu o garoto surpreso pela aproximação de Arlindo.

— Bom, eu conheço ou pelo menos já ouvi falar dos outros aqui, mas você... Hum... Por acaso tem algum sobrenome famoso?

— Não. Meu sobrenome é Taylor – respondeu o jovem.

— Taylor? Não me lembro de ouvir dessa família, o que seus pais faziam?

— Eles eram costureiros.

— Ah, então você é um alfaiate?

— Não. Eu aprendi algumas coisas, mas eu nunca quis ser isso. Sempre tive vontade de ser um guerreiro! – disse o garoto com certa empolgação.

— Um guerreiro? Por quê?

— Porque todos os meus grandes heróis são. Steve Leon, Isaac Kyle, Sir. Bradford, Lorde Castéllio, O Grande Guerreiro das Lâminas Gêmeas... Eu quero ser que nem eles!

Arlindo sorriu com as sobrancelhas erguidas. Achava um tanto curioso toda à determinação de Charly, achava que talvez com muito tempo de prática ele conseguisse virar um guerreiro como gostaria de ser.

— Você trabalhava no castelo, né? – perguntou o garoto.

— Trabalhava sim.

— Você já viu algum deles? Algum cavaleiro importante?

Arlindo deu uma breve risada.

— Não, não. Eu já tinha visto o Nipples no castelo e já vi o rei pessoalmente também, mas acredito que tenha sido a pessoa mais famosa que conheci por lá.

— Ahhh...

— Bom, mas pelo visto agora você vai ter a chance de conhecer um dos seus ídolos.

— É! Eu realmente espero que a gente consiga encontrá-lo! Se bem que... Eu nem sei o que eu poderia dizer pra ele.

— Você sempre pode começar com um “Olá”.

Charly entortou a boca e olhou para Arlindo que, como resposta, sorriu e ergueu os ombros. Os dois então pararam de andar e olharam para frente, viram os grandes pinheiros com as folhas amareladas que se alongavam por metros à cima deles.

— Muito bem – Dorothy se virou para o grupo – A partir daqui as coisas podem ficar perigosas. Vamos nos manter juntos o tempo todo e não mexer em nada nessa floresta, ok?!

Solomon passou por ela ignorando o que havia falado e foi adentrando pelo meio das árvores.

— Hey, eu disse juntos! – exclamou Dorothy.

— Eu não obedeço às suas ordens – respondeu o guerreiro continuando seu caminho.

Arlindo reparou na expressão de impaciência de Dorothy e foi até ela antes que algo ruim acontecesse.

— Ficaremos todos juntos se formos atrás dele agora – sorriu tentando acalmá-la.

Ela fez que sim com a cabeça e então todos adentraram a floresta. Arlindo reparou em algumas estacas quebradas pregadas ao chão logo na entrada, provavelmente antigas placas de sinalização, pois a princípio havia um nítido caminho por onde andar, mas depois de alguns minutos o grupo notou que a floresta ficava mais densa e a temperatura mais baixa.

Solomon guiava o grupo a passos largos, mas parou de andar quando ouviu uma voz dizendo algo num cochicho.

— Vão embora.

— Vocês ouviram isso? – perguntou Dorothy.

Arlindo, Charly e Nipples confirmaram com a cabeça.

— Quem está ai? – esbravejou Solomon.

Arlindo olhou em volta e então viu agachado sobre o tronco de uma árvore que estava tombada sobre outra... “Liminha?!”.

— Ali! É o ... Liminha, eu acho – disse Arlindo apontando na direção do popular cantor da cidade de Theolen.

— Liminha? O que ele tá fazendo aqui? – perguntou Charly confuso.

— Vão embora. Vocês não são bem-vindos – disse Liminha, agora com um tom autoritário.

— Nós estamos indo procurar meu--

— Não me importa onde estão indo ou porquê — falou o cantor interrompendo Dorothy — Minha senhora não quer mais forasteiros em sua floresta. Vocês aparecem e usam recursos que não são seus, matam animais para se alimentar e ainda deixam sua sujeira imunda para trás.

— Não precisa se preocupar com isso, trouxemos tudo o que precisamos conosco, nós vamos apenas passar pela floresta – argumentou a garota.

— A senhora da floresta disse a seus dois campeões para que protegessem este local e não deixassem ninguém passar.

Arlindo ergueu uma das sobrancelhas confuso, já imaginava quem era a "senhora da floresta" de quem o homem falava, mas ainda havia muitas duvidas em sua mente. "Por que Liminha está aqui? Do que ele estava falando? Desde quando ele virou um adorador da natureza?" e a pergunta que o mais preocupava:

— Quem são esses campeões? – perguntou.

— Um é um bravo guerreiro goblinóide, grande e forte como um urso, que esmaga seus inimigos com uma maça tão grande quanto à criança que levam com vocês. Ele nunca falhou em sua missão.

Arlindo, um tanto assustado, olhou rapidamente para Dorothy, mas ela não reparou o olhar de preocupação do clérigo, estava mais atenta ao que Liminha dizia.

— E o outro? – perguntou a garota desconfiada.

— O outro está te dando uma última chance de sair da floresta... Agora!

Dorothy ficou em silêncio por alguns instantes e então voltou a falar:

— Sinto muito, mas não posso. Tenho que passar por aqui pra ajudar meu tio. Eu prometo que não faremos nada de ruim à floresta, nós não precisamos brigar por causa disso.

— Sim, nós precisamos...

Liminha então num rápido movimento puxou de um dos bolsos de sua calça agarrada um bastão e o quebrou em dois jogando-o de cima da árvore no meio de seus adversários. Uma fumaça espessa começou a sair do bastão e em instantes, ninguém mais enxergava o que estava acontecendo.

Arlindo ouviu Dorothy gritar e correu em direção ao som, mas quando a encontrou viu seu próprio rosto com uma adaga suja de sangue na mão ao lado da garota.

— É um metamorfo! – gritou o clérigo.

Liminha, usando a aparência de Arlindo, pulou para fora da vista dele depois de ouví-lo. O clérigo então rapidamente se aproximou de Dorothy que segurava um corte na junta do braço esquerdo.

— Você está bem? – perguntou para a garota.

— Sim, isso não é nada, eu apenas me assustei porque achei que fosse você... – disse ela confusa.

— Maldito metamorfo... - praguejou o clérigo.

Arlindo puxou a maça da cintura e Dorothy sacou a espada, dessa vez sem o escudo, já que não conseguia dobrar o braço para segurá-lo também. O clérigo olhou em volta atentamente procurando pelo inimigo em meio a fumaça, até notar a garota ao seu lado fechando os olhos e estendendo uma das mãos para a frente.

— O que está fazendo? – perguntou ele confuso, mas a paladina só o respondeu depois de alguns instantes.

— Lá! Ele está por ali! – disse ela abrindo os olhos e seguindo em uma direção.

Arlindo, sem entender exatamente o que estava acontecendo apenas seguiu a garota e logo os dois ouviram um barulho de metal se chocando e um gemido de dor feminino em seguida. Eles correram e encontraram Solomon, aparentemente sem ferimentos, olhando para os lados à procura do metamorfo. Onde o guerreiro estava havia menos fumaça concentrada, por isso logo ele os viu se aproximarem e ergueu o martelo os encarando com raiva, já preparado para os atacar.

— Somos nós! – exclamou Dorothy erguendo o braço direito num reflexo para se proteger do guerreiro.

E assim que ela disse isso sentiu um golpe nas costas. Ela puxou o ar com força para os pulmões aguentando a dor e se virou, deparando-se agora com sua própria figura. Liminha havia tomado sua forma.

Arlindo rapidamente balançou sua maça na direção do metamorfo, mas ele se esquivou para trás, desviando do golpe. Dorothy  então segurou a espada firmemente e direcionou um golpe lateral na criatura, acertando sua costela com um corte preciso. 

A criatura então os encarou revelando seus olhos amarelos e esbugalhados enquanto sua pele tomava uma cor mais acinzentada e uma gota de sangue escorria pelo canto de sua boca. Ele se preparou para atacar, mas notou a fumaça baixando e viu Solomon se aproximando com o martelo em mãos. Ele já havia tomado um golpe do guerreiro e não queria outro, sendo assim, pulou para trás onde a fumaça ainda estava alta e se escondeu nela,  fugindo da briga sem ser visto.

A fumaça foi aos poucos se dissipando e logo o grupo estava reunido outra vez.

— Nós deveríamos ir atrás dele! – disse Solomon assim que todos se encontraram.

— Não há porquê fazermos isso, ele já deve estar longe agora e nós nem sabemos pra onde ele foi – respondeu Arlindo.

— Eu poderia ter derrotado ele - falou o guerreiro.

— Eu sei disso, não viu a cara de medo dele quando olhou pra você? Mas agora nós devemos arranjar um lugar seguro para descansar quando anoitecer...

Solomon ficou quieto e começou a andar por ali perto. Charly e Nipples se aproximaram de Arlindo e Dorothy.

— Você está bem, minha senhora? – perguntou o serviçal preocupado.

— Estou sim Nipples, obrigada – disse Dorothy. – E vocês? Estão bem?

— Sim, minha senhora. O que quer que fosse não veio até mim e nem foi até o senhor Charly.

Dorothy assentiu com a cabeça e em seguida respirou fundo e concentrou-se, sua mão direita começou a emitir um brilho azul muito sutil. Ela repousou a mão sobre o ferimento do braço e logo em seguida o corte se fechou completamente, permitindo com que ela pudesse flexionar o braço novamente. Arlindo observou a tudo um tanto impressionado.

— Então você se cura? – perguntou.

— Eu consigo tratar alguns ferimentos sim, mas não consigo fazer isso muitas vezes e serve apenas para machucados menores. — Ela esticou as costas contraindo o rosto — Acho que não vou conseguir fechar o corte das costas.

— Vire-se, eu posso te ajudar com esse machucado — falou ele ainda impressionado com a habilidade da paladina.

Ela fez que sim com a cabeça, então Arlindo juntou as mãos, disse algumas palavras sagradas da doutrina de Obad-Hai e logo elas começaram a brilhar. Ele tocou nas costas da garota e a deixou totalmente recuperada.

— Obrigada — disse ela sorrindo ao clérigo — Agora nós devemos ir.

— Aqui, minha senhora, o mapa — falou Nipples a entregando o papel amarelado.

— Acha que aquela criatura vai nos seguir? — ela perguntou olhando para Arlindo.

— É possível — disse ele — Devemos sair logo dessa floresta. Qual o caminho mais curto? — Se aproximou para o olhar o mapa.

Após uma breve analise eles escolheram a rota que iriam tomar e continuaram sua viagem, agora com a atenção redobrada. Depois de algum tempo caminhando em silêncio para não chamar a atenção de nada na floresta a garota de aproximou do clérigo.

— Han... Arlindo. Eu estava pensando...Será que você poderia me ensinar a fazer magias?

— O que? Por que? — ele ergueu uma das sobrancelhas.

— Bem, sempre me disseram que eu deveria conseguir conjurar algumas magias e eu até estudei isso por algum tempo, mas acabei falhando e não aprendi nada além da teoria. Imaginei que eu simplesmente não estava pronta ainda para isso.

— E você acha que está agora?

— Bom, eu preciso tentar. Se nós encontrarmos mais criaturas que nos ataquem no caminho é bom que eu possa pelo menos curar a equipe como você.

—  Hum... Tá bem. Eu posso te ensinar algumas coisas que eu sei.

— Isso seria incrível! Vai ver que sou uma aluna dedicada. – disse empolgada.

Arlindo acenou positivamente com a cabeça com um sorriso no rosto e pegou outra garrafa de cerveja de sua mochila. E assim a viagem se seguiu, enquanto o clérigo via a escuridão da noite cair sobre a floresta e com ela a incerteza das ameaças que encontrariam. Mal sabia ele que aquilo tudo era apenas o prenuncio dos perigos que viriam pela frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi oi!
E então pessoas o que estão achando dos personagens? Vimos bastante Arlindo nesse capítulo hahahha
Comentem suas impressões :3
E até a próxima!