Almost Is Never Enough escrita por Agente Black


Capítulo 26
Todos Têm Um Lado Sombrio


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, bom, não consegui antes, mas demorei bem menos... O capítulo tá enorme e não pude revisar, mas espero que gostem.

Obs: Segurem os forninhos Starkers, pois os Starllens vão se amarrar no capitulo!



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   P.O.V's Kayla

   Já se passaram três dias.

    Três dias da minha experiência de quase morte, da carta de Roy, da estranha reação de Barry ao saber sobre Íris e da declaração de Peter.

   Também fazem três dias desde que vi algum deles, de acordo com Erika, Peter não passou as últimas noites por aqui. Ah sim, Erika tem me acompanhado nessa longa e chata rotina de prisioneira, de novo.

   Bruce disse que eu tenho que me recuperar, que o quê eu tive foi grave, mas não vejo nada demais. Tenho habilidades especiais agora e elas estão sendo desperdiçadas.

   Então, é... Quinta feira. Uma quinta feira muito chata. Erika não pode aparecer, tinha um compromisso com o pai, ou seja, o diretor Wayne. Enquanto eu, tô aqui, mofando.

   Foi quando ouvi uma batida na porta.

   -Entra.

   E a porta se abriu, revelando um Clint vestido com seu uniforme da S.H.I.E.L.D., os cabelos como sempre, num perfeito estado que parece ser feitiço ou algo assim.

   Ele caminhou até minha cama e ficou me olhando. Como se eu fosse um E.T.

   -Qualé Legolas, não fica que nem um poste parado.

   -Sabia que você tá parecendo o Tony? Literalmente, cê tá parecendo o seu pai, chato, reclamão, implicante...

   Fiz uma cara séria e ele sorriu.

   -Você é a cara da Hill. - ele comentou.

   -Tá maluco tio? Cheirou cola é?

   -Da próxima vez que me chamar de tio, eu pego esses teus cabelos e pinto de loiro de farmácia!

   -Pode ser num tom menos perceptível do que o seu?

   Ele desistiu de conversar comigo depois dessa piada. Nossa, eu estava só zoando. Então comecei a procurar algumas músicas pra ouvir quando dei de cara com o vídeo Hitline Bling, do Drake e em seguida, Work da Rihannah com o Drake.

   Foi quando Tony entrou no meu quarto sem bater e se jogou na cama. Abusado, nem dou essas confianças. Me lembrei vagamente sobre quando voltei para o quarto:

   As coisas de Roy tinham sumido. E não sobrara nada dessa vez.

   -O Clint tava com cara de bun... - ele interrompeu a si mesmo quando viu o vídeo que estava rodando. - Eita Kayla, desde quando vê pornografia?

   -É um videoclipe.

   -Tá sei, acredito. - Tony estava obviamente de bom humor e não escondia isso. - Adivinha quem veio, exclusivamente, pra te ver?

   -Hum...O Papa Alexandre talvez?

   -Ah não, se fosse o papa eu iria te jogar no confessionário pra saber todos os seus segredos.

   Então eu pensei: quem iria querer me visitar?

   Foi quando na porta, Barry surgiu sorridente, vestindo calça de moletom, regata branca, um casaco vermelho por cima e sapatos de corrida. Pra quê tudo isso?

   -É verdade que tem alguém que não está treinando suas habilidades nesta sala? - ele perguntou, divertido.

   Meu coração pulou de alegria. Mesmo tendo magoado todos ao meu redor, tendo magoado principalmente Barry, o meu melhor amigo que eu tenho uma grande atração, eu ainda sentia falta dele.

   E devo confessar que, entre os três, o que mais senti falta, foi dele. Das suas brincadeiras, piadas de ficção científica é do seu carinho e preocupação incondicional. Eu sinto falta dele, muita mesmo.

   Por um instante, eu me auto avaliei naquele momento: estava acabada. Fisicamente, moralmente e emocionalmente. Eu estava, sem dúvida e longe da realidade, deprimida, destruída e corroída de dentro por fora.

   Fisicamente, eu estou pálida, com olheiras profundas, lábios secos e ressecados, com os cabelos mais parecendo um ninho de gatos, esmaltes descascados, vestida como se fosse... Nem sei como descrever e até me sentia mais magra. O que era impossível.

   Moralmente, eu estou pior do que qualquer coisa. Me sinto uma qualquer, que tirou vantagem da amizade de caras incríveis para se sentir bem, egoísta. Me sinto uma vadia.

   Emocionalmente, eu estou acabada. Minhas forças parecem ter ido para o espaço, mesmo tendo tanta força agora. Deprimida, por ter magoado todos a minha volta. Ressentida, por ter... Ter acabado com tudo. Acabei separando mais os meninos do que antes e por nada.

   Sem contar que, desde que acordei, tenho ficado em uma sala a prova de sons que se tornou meu quarto. Então, eu tenho mantido minhas habilidades bem... Escondidas, assim posso dizer.

   Encarei seus olhos cheios de vida, felizes e brilhantes, ele me parecia bem, até demais. Seu sorriso impecável continuava... Perfeito.

   -Hum... Tá rolando um clima aqui? É só me avisar, que eu pego a pipoca e fico caladinho. - Tony disse, simulando que estava fechando a boca com um zíper invisível.

   Olhei para Tony, sensurando-o. Então ele revirou os olhos e se levantou da cama, pisando duro e lançando um olhar do tipo "tô de olho, mas tudo bem" para Barry.

   Então, assim que ele cruzou a porta, senti meus olhos se encherem de água e minhas pernas tomaram vida própria e correram até Barry, agarrando-o e dando um forte abraço. Que ele retribuiu.

   Esses dias, por mais que eu tivesse o apoio de muitos, eu só precisava de um abraço. Um abraço era tudo que eu precisava, tudo mesmo. E agora eu tinha e da pessoa que eu menos esperava.

   -Hey, hey pequena, calma... - ele sussurrou nos meus ouvidos. - Estou aqui agora, eu sempre estou, não é?

   -Eu não mereço você, nem a sua amizade! - chorei em seu peito.

   -Kayla, olha pra mim! Agora é sério! - ele segurou meus pulsos, deslizando as mãos para meus ombros e olhou nos meus olhos. - Você não é a primeira a ficar confusa sobre seus sentimentos! Não é a primeira e nem a última! E eu não admito que você continue achando isso de si mesma!

   E então, eu acordei pra vida. E não olhei para trás, pra ver aquela Kayla antiga e sentimental. Já passou da hora de crescer e receber responsabilidades.

   Já passou da hora de decidir quem eu sou.

   Desfiz meu abraço e olhei para Barry.

   -Você já se sentiu assim? - perguntei.

   -Bom, eu vou contar pra você, mas SÓ pra VOCÊ! - ele enfatizou bem. - Eu já... Fui apaixonado pela... Caitlin. - suspirou.

   -Até que eu shippava vocês... - eu comentei.

   Me lembrei vagamente do dia em que a conheci, eu não sabia se ela era namorada ou algo parecido de Barry. Mas lembro que naquele dia, eu me senti nas nuvens com ele.

   Barry trouxe mais felicidades do que tristezas pra mim.

   -Mentira! - ele disse, rindo da minha frase. - Você quase a matou com os olhos assim que a viu e ainda perguntou se éramos namorados!

   -Bom, eu tava afim de você, o que podia fazer? - dei de ombros.

-E não está mais? - ele retrucou.

Uma pontada no coração.

   -Bom... Nem por isso eu quis matar o Roy ou o Peter por gostar de você. - ele comentou, desfazendo o assunto.

   Sério isso?

   -Barry Allen, como você é malvado!

   -Você não viu nada baby. - ele sorriu sadicamente, aproximando de mim e colando seus lábios de meus ouvidos. - Espera me ver na cama.

   Meus olhos saltaram e os meus pelos se arrepiaram, que ousadia!

   -Isso foi um convite, Allen? - perguntei maliciosamente, pensando brevemente na suposta proposta dele.

   Não seria ruim dormir com o Barry, certo?

   -Só se você quiser. - ele respondeu.

   Olhamos um pro outro seriamente, antes de cair na gargalhada. Barry está mais solto, sem medo de ter o que falar, de certo modo, amadurecido. Já não me sinto tão envergonhada, é contagiante.

   -Nós poderíamos ter uma amizade com certos benefícios, não? - brincou.

   -Vou pensar no seu caso, tá. - ri. - Já pensei! Acho que deveríamos parar de fogo no rabo e tomar vergonha na cara.

   -Então anda logo e põe uma roupa descente, estamos indo para a Sala de Treinamento, baby! - ele disse, não havia ficado ofendido.

   -Pára de me chamar de baby! - briguei.

   Ele me olhou confuso.

   -Que foi? É bonitinho! - ele disse, fazendo um biquinho muito fofo.

   Barry está tentando me provocar? Se for, está dando certo! Eu posso ter gostado - na verdade, ainda gosto - dele, mas nunca me imaginei com ele... Na cama.

   Quero dizer, é errado! Eu vou estragar tudo novamente! Eu não posso dormir com o Barry e devo afastar esses pensamentos da minha cabeça.

   -Não é não! Agora sai, eu tenho que trocar de roupa. - disse, antes de pensar besteira novamente.

   -Qual é? Eu mereço um beijo por ter voltado pra sua vida né? - eu o olhei séria, mas rindo no fundo. Então ele começou andar em direção a porta e abriu-a, mas antes de sair, ouvi dizer algo. - Era verdade sobre a cama, Kayla e eu ainda não desisti do beijo.

   E eu tenho certeza, que ele fez de propósito para eu ouvir.

   [...]

-Eu não sei fazer flexão. - disse.

Barry riu de mim e da minha falha tentativa de fazer uma flexão, obviamente, não deu certo. Pra falar a verdade, nem dar estrelinha eu sei.

-Querida Kayla, você aprendeu o quê com o Steve mesmo? - questionou rindo.

-Olha só, não implica com o Steve não, ele é um excelente professor.

Barry se aproximou de mim e me levantou do chão. Ele subiu no ringue e puxou as cordas para que eu passasse, estendeu a mão e me ajudou a subir.

Barry foi o único que conseguiu me tirar da cama.

Tomei um banho e vesti roupas de malha, apropriadas para exercícios. Me devolveu a vontade que tinha de viver.

Barry cruzou as pernas e sentou-se no chão, indicando para que eu sentasse de frente para ele. Assim o fiz e fiquei parada, esperando alguma atitude.

-Melhor que eu?

-Ainda estamos falando do Steve? - perguntei.

-Não, estamos falando de sentimentos. - ele suspirou. - Sei que disse que era passado e é, mas isso não muda o fato que eu ainda sinto algo por você e você por mim. Sei que disse que tudo se resolve com o tempo, mas eu preciso saber!

Engoli em seco.

-Ele é melhor que eu?

Pensei no tempo. Sim, no tempo.

A vida me ensinou que tudo acontece em questão de tempo, desde superar a amar. Mas a questão é:

Eu sei o que sinto, mas sinto por dois caras, e obviamente, um deles é o errado. Mas como vou saber qual deles é o certo? E se o certo não for nenhum deles?

-Roy não é melhor que você ou você melhor que ele, vocês dois têm habilidades, qualidades e defeitos diferentes.

-Só responde: qual de nós dois é o melhor pra você?

-É você Barry, tá legal?! - respondi irritada. - Você sabe que sempre foi e sempre será a melhor opção, mas, os caras errados costumam ser um imã para garotas como eu.

Ele ficou calado.

O clima entre nós está tenso, eu não deveria ter dito aquilo.

Por que eu falo tanta merda?!

[...]

P.O.V's Barry

Eu tinha conseguido.

Tudo que eu precisava ouvir.

Encarei aqueles olhos brilhantes e azuis, por que eu me encanto tanto por eles? Por que entre todas as pessoas no mundo, entre sete bilhões, foi ela? Logo ela!

-Estou disposto a tentar se você quiser. - fui sincero.

Ela se assustou um pouco.

-Barry, eu acabei de sair de um relacionamento e... - eu a cortei.

-Kayla, pára de inventar desculpas, nós nunca vamos saber se nunca tentarmos.

-Eu tenho medo de te perder Barry. - ela confessou. - Tenho medo de perder você por não darmos certo, por eu te magoar de novo ou...

-... Se o Roy voltar. - completei.

-... Por qualquer coisa... - terminou.

Suspirei. Abaixei os olhos para meus tênis, estou tão confuso, cansado e sozinho... Por que eu ainda tento encontrar uma solução nisso tudo?

- Mas eu aceito. - ela disse.

-Aceita? - pronunciei eufórico. - Sério?!

-Sim, e dessa vez, sério. Nada de pessoas interferindo ou qualquer coisa atrapalhando, será só você e eu, no meio dessa confusão toda, tentando sobreviver cada dia.

-Então aceita sair comigo?

-Sair? - ela questionou confusa. - Tipo um encontro?

-É, tipo um encontro.

Ela sorriu.

Mal sabe ela o quanto eu amo aquele sorriso.

-Então eu aceito. - ela disse, sorrindo.

E o silêncio caiu. Estávamos frente a frente, sorrindo que nem idiotas de tão felizes. Pelo menos eu, mas era o bastante pra mim, ver ela sorrir.

Me pus de joelhos, aproximando-me dela. Segurei seu rosto, fazendo com que eu sentisse seu hálito e nossos narizes se tocassem.

E como na primeira vez, eu perguntei:

-Posso?

E então ela me beijou.

Um beijo calmo, porém, sutil.

Havia esquecido como era o gosto dos seus lábios e de como era a sensação de tê-la por perto, mas independente de tudo. É mais que bom, é incrível.

-Espero não interromper. - uma voz soou. Peter.

Nos separamos, não apressados, mas do jeito mais gentil que podíamos.

Lembro-me muito bem do surto que ele deu no dia que cheguei de Gotham com Erika e o restante do Time Arqueiro. Não foi o ponto alto do meu dia.

-Barry, eu vou descansar um pouco, estamos aqui desde cedo e... - ela trocou um olhar rápido com Peter. - A gente se fala depois.

Beijei sua testa e ela se foi, passando por Peter como se não tivesse o visto.

É, está sendo um longo dia. E nem é a hora do almoço.

[...]

P.O.V's Peter

Como é a sensação de ver seu melhor amigo beijando a garota que você? Não há palavras pra descrever.

Barry me olhou tristemente, como se pudesse pedir desculpas com os olhos e Kayla, somente passou como se nem me visse. Como se eu fosse invisível.

-Eu esperava ser apunhalado por qualquer um Allen, menos você, pensei que éramos amigos, mas pelo que vi, estava errado.

-Peter, calma. - ele permaneceu no ringue enquanto eu me aproximava mais dele. - Eu posso explicar cara, nós somos amigos.

-Sério? Lembra do que disse quando fomos encher a cara pra esquecê-la? "Amigos antes das mulheres", mas é só ela estalar os dedos que você sai correndo, que nem um cachorrinho.

-Como se você não tivesse disposto a fazer o mesmo por ela! - ele revidou. - Nós dois amamos ela, é inevitável, vamos sempre acabar magoando alguém.

-Você me disse que não iria mais correr atrás dela.

Suspirou.

Ele havia esquecido? Do nosso acordo? Que iríamos nos afastar dela até esquecer os sentimentos que nós dois sabíamos que seria difícil esquecer e inevitavelmente, só nos traria problemas.

De fato, problemas. Uma palavra que não saía da minha cabeça.

Nada ia bem. Estava apaixonado por minha melhor amiga, sem contar que o meu melhor amigo está na mesma situação que eu e as coisas com Gwen não iam bem.

Gwen sabe do meu amor platônico por Kayla e ainda tenta me compreender. Mas depois destes ocorridos recentes, que comuniquei a ela, ao notar o tom da minha voz e ouvir o choro dela, ela me disse:

"Escolha uma de nós."

E eu nada pude fazer, além de desistir da ligação e fugir para o mais longe que eu podia, para bem longe da minha mente. Eu não conseguia ver um lado bom nessa história.

Eu tentei me convencer que Barry era o melhor pra ela, eu juro, tentei de todo o coração! Mas não podia vê-la com ele, sabendo que eu a amava tanto quanto Barry.

Passei entre as cordas e entrei no ringue, Barry pareceu exitar.

-Eu não vou lutar com você Peter. - ele disse.

Então ele pensava isso? Que eu lutaria com ele?

-Não Allen, não vou fazer nada que te machuque...

Ele pareceu aliviado e descansou um pouco, tempo suficiente para que eu o pegasse desprevenido e o jogasse contra o chão, fazendo um tremendo barulho.

O pescoço dele se encontrava entre minhas mãos, suas costas estalaram ao bater contra o chão do ringue e seus olhos demonstravam pavor, incerteza.

-... Afinal, somos amigos, não é? - completei.

-Sinto muito Peter! Mas eu a amo! - ele disse, com certa dificuldade, já que minhas mãos se encontravam em sua garganta.

-Eu também a amo! Eu te amava Barry, como um irmão! E você... - balancei a cabeça negativamente. - Você me traiu, quebrou nossa promessa.

Barry sabia que não haveria rendição. Eu estava confortável ali, de joelhos e por cima dele. Apesar de sua velocidade, ele continuava fraco. Eu tenho vantagem.

-Eu não quero lutar com você Peter! - ele grunhiu.

Seus olhos verdes estavam marejando, sua boca abria e fechava rapidamente, como se quisesse sugar o ar, e seu rosto inteiro estava vermelho.

-Mas eu quero lutar com você Allen. - disse.

Foi o que ele precisou pra se levantar e escapar das minhas mãos, ainda recuperando ar. Eu avancei contra ele, acertando um soco no ar por causa de sua velocidade.

Não importava a força ou precisão: Barry desviava.

-Você mudou Peter. - ele comentou.

Sorri.

-Todos mudam.

Dei-lhe uma rasteira que o fez cair de costas. Antes que ele pensasse em levantar, joguei-me contra ele - impossibilitando qualquer movimento - e acertei um soco de direita em seu rosto.

-Não somos mais amigos Barry Allen. - eu disse, antes de cruzar a porta e seguir caminho para um lugar qualquer.

[...]

P.O.V's Kayla

Ao sair da academia, fui tomar um banho e caçar o que comer na cozinha, quero dizer, tentar comer algo, porquê depois de ver o Peter meu apetite foi embora.

Isso me lembra que tenho que me resolver com ele, de alguma forma. Nós somos amigos de longa data e não podemos deixar coisas assim interferirem.

Peguei o elevador para a sala principal, onde Tony também estava.

-Tá fazendo o que, Velhote? - perguntei, me aproximando dele.

Tony voltou seu olhar para mim seriamente, como se eu tivesse o ofendido.

-Velhote é o Steve, aquele... - Tony foi interrompido pelo próprio Steve, que estava cozinhando.

-Não venha me chamar de velho não Stark, eu conheci seu pai, mais respeito comigo.

E assim ele se virou e voltou pra cozinha.

-Aff's, cansei dele. - Tony murmurou. - Você ficou sabendo sobre a Íris e seu atentado, correto?

Concordei com a cabeça, sentindo minha raiva recém adormecida voltar a ativa. Eu não conseguia acreditar no que havia acontecido, até eu me lembrar do fato.

-Eu vou dar o troco nela, ela tentou me matar e não conseguiu, dessa vez, eu vou matar ela e me certificar de sua morte! - exclamei.

-Kayla, senta aí, vamos ter uma DR. - ele disse me indicando o sofá, então nós nos sentamos.

-Eu não confio em pessoas que não tenham um lado sombrio, afinal, todos têm o seu. Todo mundo tem um lado sádico, masoquista ou até mesmo sadomasoquista, e todos ao meu redor já amostraram o seu, menos você Kayla. - ele começou. - Eu admiro isso em você filha, tenho orgulho disso, você não se deixa contaminar pelas ideias dos outros e por isso não se ferrou, ainda.

-Ainda?

Ele suspirou.

-É inevitável esconder seu lado sombrio, uma hora ele tende a ceder. Mas você Kayla, não pode se deixar render, não agora, seria tolice.

Tony, por incrível que pareça, estava certo.

-Ceder ao seu lado sombrio não dá em nada, o mal não cresce, ele é criado! Está entendendo? - perguntou Tony.

Assenti.

-Sei que sou a pior pessoa para te dar um conselho, mas ouça a quem mais errou do que acertou na vida: às vezes, nem o dinheiro tem a solução pra tudo.

De lado sombrio a dinheiro...

-Há três coisas principais que o dinheiro não compra. Primeiramente o tempo, a não ser em "O Preço do Amanhã" com Amanda Seyfried e Justin Timberlake, mas, o tempo tem se mostrado um grande inimigo pra todos.

E então, ele continuou.

-Segunda coisa: O sentimento. Não se ganha amor, carinho ou afeto, o máximo que você ganha é a inveja.

Ri. Para ele admitir isso...

-A terceira e última coisa: a honra. O respeito não se compra, ele se conquista.

-Mas... O que quer dizer exatamente?

-O que estou tentando dizer: É normal falhar e se sentir vulnerável às vezes, mas lembre-se que recorrer ao seu lado sombrio nem sempre é a solução para os problemas. - Tony segurou minhas mãos. - Eu sou seu pai e agradeço a Deus por ter uma filha como você, mas saiba, que além de pai, eu sou seu amigo e pode sempre contar comigo.

Meus olhos se encheram de lágrimas e me senti feliz, como nunca havia me sentido.

Abracei Tony e ele retribuiu o gesto, ouvi uns soluços e notei que não era meu, eram de Pepper e Steve que choravam.

-Pepper! -gritei e desfiz o abraço com Tony, indo diretamente para os braços de Pepper. - Senti tanto sua falta!

-Eu também minha pequena. - ela disse.

O choro se cessou em uns minutos - até o Tony abraçou o Steve - e ficamos nós quatro sentados a mesa saboreando a comida se Steve.

Ficamos pondo o assunto em dia quando Tony, deixando toda aquela "delicadeza" e "sou um papai preocupado" de lado, disse:

-E aí, já se decidiu entre os Três Patetas?

Steve e Pepper me olharam com cuidado, também estavam curiosos.

-Roy me largou e deixou uma carta, acha que eu ainda iria considerar? - disse.

-Sim, do jeito que tu é trouxa. - respondeu Tony.

-Bom, Peter se declarou pra mim... Não sei como descrever, mas, eu nunca senti nada por ele além de amizade. - expliquei

-Então você escolheu o Barry? - perguntou Steve, nada discreto.

-Na verdade, eu aceitei sair com o Barry. - contei.

-Sério?! Quando?! - perguntou Pepper, feliz, batendo palmas.

-Nós ainda não...

Eu ia responder quando meu celular tocou. A música Warriors do Imagine Dragons soou e Tony me olhou com um sorriso, ele havia sismado que eu estava virando rockeira.

Só que nunca.

Era Barry.

-Oi! - atendi rapidamente. - Tudo bem, entendo... Claro! Te espero, beijos!

Me virei para eles e sorri.

-Acho que hoje!

[...]

P.O.V's Barry

Peter havia me surpreendido, não esperava isso. Não dele.

Mas entendo o motivo de sua revolta. Talvez eu fizesse o mesmo se estivesse na situação dele. O melhor que eu fazia, era ir embora dali o mais rápido possível e esconder o olho roxo de Kayla.

Levantei meio zonzo, assim que pude pus a mão na cara, não para esconder, mas para pressioná-la contra pele e evitar uma possível cegueira.

Usei minhas habilidades para sair do prédio, não sem antes passar depressa na cozinha para pegar gelo e evitar uma futura marca.

Fui para casa rapidamente e tomei um banho rápido. Tudo na minha costuma ser rápido, assim como a passagem de pessoas pela minha vida.

Pois assim que me apego a elas, elas têm que ir embora.

E eu não quero que isso aconteça entre Peter, Kayla e eu, nosso trio é valioso demais para de desfazer assim.

Saí do banho com a toalha enrolada na cintura, indo diretamente para o quarto. Peter havia deixado marcas no meu corpo, eu não deveria ter subestimado a força dele.

Mas de todas, eu não poderia esconder um olho roxo.

E se eu quisesse sair com a Kayla hoje, teria que estar impecável.

Preciso de ajuda.

Pensei em Caitlin, talvez ela estivesse de folga hoje e poderia me ajudar. Bom, se Ronnie estiver lá, tenho certeza que vai me zoar, mas é um preço que vou ter que pagar.

Então me vesti.

Como esperado, corri. E muito.

Em segundos eu já estava na porta do apartamento do Ronnie, onde Caitlin estava morando atualmente. Bati na porta e aguardei.

Instantes depois, Ronnie atendeu a porta e assim que notou meu estado, caiu na gargalhada, fazendo com que Cait gritasse um "o que houve?".

-Tem um Panda na nossa porta!

E então, eu entrei. Ronnie não parou de rir em nenhum momento, como se ele nunca tivesse passado o mesmo.

Tá vendo o que dá ter amigos? Ou eles te ajudam ou quebram tua cara.

-Barry! - Cait soltou um gritinho assim que me viu e bom, correu há pra analisar meu olho. - Quem fez isso?!

-Peter. - respondi. - Mas ele estava com a razão e acabamos discutindo...

-Acabaram quebrando a cara um do outro né. - comentou Ronnie.

-Foi bem isso. - concordei.

-Bom, não deve ficar marcado por muito tempo, você se regenera rápido, então... - disse Caitlin.

Suspirei aliviado.

Então eu poderia sair com Kayla hoje sem problemas.

Pedi um momento a eles e disquei o número da Kayla, que logo atendeu.

-Eer... Kayla, é o Barry... Sim, queria saber se está afim de sair hoje... Sério? Então nos vemos às sete, okay? Beijos.

Confesso que se não estivesse com duas pessoas me observando, eu dançaria uma dança tão estranha quanto a do Justin Timberlake no final de Mirrors.

Mas era isso, eu havia conseguido.

-Primeiro: desde quando você está falando com a Kayla? Segundo: O que você tá fazendo com a minha irmãzinha? Terceiro: É melhor responder rápido! - disse Ronnie, fingindo estar bravo.

-Eu estava chateado, mas além de tudo somos amigos, então, eu fui visitar ela hoje e... Nós combinamos de começar a sair.

-Que fofo! - disse Cait. - Então, já decidiu onde vão?

Bom, eu não tinha a menor ideia.

Balancei a cabeça negativamente.

-Vocês poderiam ir ao Karaoke, ambos gostam de cantar e lá costuma ser bem frequentado. - disse Ronnie.

-Mas nada de Summer Nights, por favor! - Caitlin disse e eu lembrei do mico que pagamos no outro dia.

-Tudo bem.

Então meu celular começou a tocar, I'm So Sorry de Imagine Dragons soou indicando que era Joe.

Depois de atender a ligação de Joe, fui diretamente para a Delegacia. Ele ainda não superou a notícia, aquela qual Íris é uma traidora e quase tentou matar alguém.

Adentrei o local, já estou habituado a estar aqui, porém não entendo o motivo do Joe me chamar aqui na minha folga, já faz um tempo que não há emergências.

-Barry. - Patty, a nova parceira do Joe, me cumprimentou.

-Oi Patty, tudo bem?

-Claro, tudo sim, é bom te ver. Joe está te esperando no laboratório.

Subi as escadas e me dirigi ao laboratório, como esperado, ele estava lá.

-O que houve? Está tudo bem?

-Só assim mesmo pra falar com meu filho, já que ele não tem família. - ele disse.

-Que isso Joe, eu só estou... Meio ocupado. - menti.

Ele precisava de um tempo para entender melhor o que houve com Íris, mas eu precisava de um tempo pra mim também e comecei a evitá-lo.

-Sei quando você mente pra mim Barry. - ele disse.

Então, nada respondi, aguardando uma série de questionamentos e explosões contínuas de confusão. Mas elas não ocorreram.

-É mesmo? Qual é o nome dessa ocupação que te tira tanto tempo? - ele pareceu pensar. - Se não me engano é Stark, não é?

Ri ao me lembrar de Kayla.

-Então é sério? Você está namorando essa menina?

-Não estamos namorando, só começando a sair. Você vai gostar dela, pode crer.

-Não estavam saindo antes? Antes do final do ano?

-Apesar de tudo somos amigos, então é meio confuso. - expliquei. - Mas creio que não me chamou só pra isso. - reverti o assunto.

Joe sorriu e pegou uma pasta que estava sobre a mesa, me entregou e começou a explicar os detalhes.

Havia imagens da Íris na noite da fuga, mas nada do Eddie. Estou começando a ficar maluco, só pode! Ele estava ao lado da Íris, dirigiu o carro e tudo!

-Ela... Não a vejo a dias, nenhuma ligação ou mensagem, explicação ou carta! - ele disse.

-Foi difícil eu entender também Joe, mas, ela realmente fez isso. - comentei. - Ela tentou matar a mulher que eu amo.

Joe me olhou incrédulo.

-Então é por isso que está evitando me ver? Você ama Íris, mas também ama essa garota! - abaixei o olhar e ele me abraçou. - Te entendo Barry, vamos acabar com isso o mais rápido possível, não quero escolher entre um dos dois.

[...]

P.O.V's Kayla

São cinco da tarde.

E eu mal podia conter minha ansiedade.

Apesar de ter milhares de roupas no armário, eu não sabia como me vestir. Barry não havia me falado o lugar, seria supresa.

Me joguei na cama de cara e tudo. Eu precisava de ajuda.

-J.A.R.V.I.S., chame por favor a Pepper. - eu disse.

Segundos depois, ela entrou, mas Tony vinha em seu encalço. Acho que ele não entendeu que eu queria a PEPPER e não ele.

-Chamou querida? - ela disse.

-É Pepper, eu TE chamei sabe? - disse enfatizando, mas Tony me ignorou e se jogou na cama do meu lado.

-Pepper está de saída Princesa. - ele disse.

Fiz um bico, ela não poderia me ajudar.

-Eu queria muito te ajudar, mas ALGUÉM tem que trabalhar nesta Torre. - ela riu. - Mas tenho certeza que o Tony vai te ajudar com o que precisar.

Sem demorar, me despedi de Pepper e logo me voltei para Tony, ele não podia ser tão ruim, não é?

-Eu não sei o que vestir... - comentei.

-Problemas de moda? Epa, não é comigo não, chama a Natasha, não é seu primeiro encontro então sabe como... - ele começou a dizer e eu desviei o olhar. - Espera! É seu primeiro encontro!

-Quero dizer, as outras vezes que saí com o Roy não considero encontros ou até mesmo minhas saídas com os outros meninos... Mas dessa vez é diferente.

-Querida, nós vamos dar um jeito em você.


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Notas finais do capítulo

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