Almost Is Never Enough escrita por Agente Black


Capítulo 23
Mais Um Ano Pra Mim


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal! Fui mais rápida né? Vou tentar seguir o ritmo kkk
Bom, algumas coisas:
Irei responder todos os comentários assim que possível, não vi alguns rostinhos, mas fiquei feliz pelo simples fato de que alguns demonstrarem seu carinho a fic.

—Nesse capítulo teremos o surgimento de um personagem muito importante para o decorrer da fic - espero que gostem dele(a)
—Uma revelação surpreendente de Roy e outra de Barry (acho que nem é tão surpresa assim)
—A foto do personagem novo estará nos links finais (nem é tão novo assim, mas quero relembrá-los)

—Quem será o garoto que Kayla irá rever?

—Teremos uma pequena participação da Kayla com a armadura (porque isso é vida né)

Aproveitem o capítulo e até as notas, kisses!



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P.O.V's Kayla.

Depois de ler a mensagem de Barry, reflito sobre a noite de hoje. Roy me pediu uma segunda chance, Barry me beijou e agora estou indo para Manhattan.

Acho que não demorará muito.

DIA 31 DE DEZEMBRO, MANHATTAN, 00:04.

Chego um pouco depois da meia noite, agradeci Rhodes por me trazer e entrei na casa. Já estive aqui uma vez, quando tinha 13 anos, fazia um ano desde que perdi minha mãe e Tony tentava se acostumar comigo.

A gente meio que acabou discutindo

"Seja bem-vinda senhorita Kayla."

-Fala aí J.A.R.V.I.S.

Eu sempre gostei daqui, por causa da vista, quando eu ainda desenhava - coisa que acabei desistindo -, vinha para o parapeito e desenhava o por e nascer do Sol.

O meu quarto aqui não é muito diferente do de Nova Iorque, só algumas coisas mudam, tipo a cor do carpete e do papel de parede. Amo casas vazias, mas uma mansão é melhor ainda, é solitário e harmonioso, calmo e você não precisa se importar com que vão falar, pois está só.

Tiro os saltos que usei no show, deixo-os jogado no meio do caminho, solto o cabelo e me jogo no sofá. Retiro meu celular do bolso, cinco mensagens novas, de Peter, Tony, Pepper, Barry e Ronnie, praticamente, as únicas pessoas que se importam comigo.

Peço desculpas ao pessoal do Pentatonix, por não ter me despedido, também peço a Peter, Pepper e Ronnie e digo que estou bem. Para Tony mando uma mensagem dizendo que cheguei bem e para Barry, mando a seguinte mensagem:

"Estou bem e não estou fugindo, só preciso de um tempo para pensar e decidir que rumo tomar. Não me esqueci que sempre haverá em você um lugar para eu chamar de casa, também não me esquecerei do beijo.
- Kayla."

O celular apita avisando que está em modo econômico de bateria, já que só tem 15%. Suspiro frustrada e deixo o celular na mesa, não me lembro de ter trago um carregador.

Sabe aquela vontade de sair comendo tudo o que vê pela frente? É asim que me sinto agora.

Certifico-me que horas são, 01:38, talvez seja um Lanchinho da Madrugada ou simplesmente a janta, porque não como nada desde o almoço. Caminho que nem barata tonta, tropeçando em meus próprios pés e sigo o corredor até a cozinha.

Vasculho na geladeira algo bom para comer, mas não acho o que quero. O que eu quero? Sorvete. Simplesmente sorvete. De preferência, chocolate. Abro o freezer e dou de cara com o paraíso gelado, vejo todos os tipos de sorvete com chocolate e há um pequeno papel grudado na tampa do meu favorito; Meio Amargo.

"Com os sinceros cumprimentos do seu maravilhoso, lindo, gato, gênio e incrível pai."

Exagerou Tony.

Volto para o sofá e ligo a TV, entro na Netflix e procuro por uma série nova e diferente, logo dou de cara com uma:

How To Get Away With Murder, ou simplesmente, Como Escapar Impune De Um Assassinato. Uma série de estudantes de advocacia que se metem em crimes? Excepcional. Talvez ver essa série me ajude a matar alguns inimigos que eu não vou com a cara.

[...]

Acordo às 15:44 da tarde de 31 de Dezembro, está chovendo lá fora, o que me faz feliz, pois amo chuva. Retiro o que disse de que não ter nada para fazer é chato, chato é o caramba, eu vou fazer o que eu quiser.

Pego o meu antigo notebook e procuro por notícias em Nova Iorque, aparentemente, o show de ontem deu o que falar. Leio alguns comentários, todos são positivos, dizendo que deveríamos fazer esse tipo de coisa mais vezes e que foi legal ter a participação de pessoas famosas, como o Pentatonix, eu e o Garoto do Glee.

"Garoto do Glee?"

Estão falando do Barry?

Rapidamente procuro pelo elenco de Glee, os nomes mais conhecidos no topo e os do elenco secundário em seguida. Na terceira temporada, surge um novo personagem, aparentemente rival do "mocinhos" e por incrível que pareça, Barry era esse rival.

Tipo, Barry fez o papel de vilão?! Isso tá certo produção? Não creio. O Barry era muito mais novo naquela época e fazia o papel de um... Homossexual?

Não, isso tá estranho...

Barry participou do Glee e fez o papel de um gay? Isso eu não esperava, não mesmo.

Crio uma conta no Twitter - nunca fui chegada, mas o pessoal do PTX me deram os e-mails deles - e começo a procurar por eles. Depois de achá-los, começo a seguí-los e vejo os "tweets" deles sobre a noite de ontem.

Após uns cinco minutos mexendo, vejo que tenho 324 seguidores. Isso foi rápido.

Largo o notebook de lado e volto assistir minha série, que está muito interessante, mas também noto que não para de apitar as notificações do Twitter e decido olhar:

759 seguidores.

Okay, isso tá me assustando.

E em menos de uma hora, eu tenho 4.327 seguidores.

[...]

Está de noite, falta alguns minutos para a contagem regressiva de fim de ano. Acho que em 2016 eu consigo fazer algo de bom que não confunda minha mente, ou talvez confunda.

E a contagem começa, não sei muito bem o que pensar, mas quando marca meia noite, já é 2016 e eu estou aqui, bebendo champanhe e vendo os fogos de artifício na sacada.

E além de começar um novo ano, é meu aniversário.

-Feliz aniversário, Kayla. - desejo a mim mesma.

[...]

UMA SEMANA DEPOIS.

O que eu fiz em uma semana? Bom, muitas coisas... Mentira, só fiz um upgrade em uma armadura do Tony, a Mark 7, para que ela ficasse acessível ao meu tamanho, já que Tony é duas vezes maior que eu.

Não posso me esquecer que mudei o cabelo, cortei ele no meio das costas e fiz mechas californianas num tom loiro escuro. Ignorei todos ao meu redor, o meu celular não vê um carregador a uma semana e no Twitter, tenho mais de 30 mil seguidores.

Não vejo a graça nessa rede social.

Maratonei HTGAWM, Supernatural e The Walking Dead, é, foi de dar medo.

Mas já não vejo graça de ficar aqui e a solução para meus problemas está longe.

Decido ir a cozinhar pegar um copo de café - não durmo a três dias -, estou somente a base das bebidas do Tony e café puro... E acho que já vomitei umas quatro vezes...

Ao voltar da cozinha, dou de cara com um fantasma: Roy.

Será que estou tão bêbada e cheia de tanta cafeína que estou imaginando coisas?

-Oi Kayla. - Okay, eu não tô imaginando isso.

Ele se aproximou. Estava vestido de uma forma estranha, como se fosse um... Uniforme. Totalmente vermelho, carregava consigo uma aljava e um arco... Ele tá tipo o Oliver como Arqueiro Verde, só que de... Vermelho.

Arsenal. O parceiro do Oliver.

-O que você tá fazendo aqui? - pergunto assustada. Já não basta ter essa revelação de cara e ele ainda aparece que nem um doido no Halloween.

-Felicity viu sua conta no Twitter e conseguiu sua localização. - ele diz.

-Ou seja, ela hackeou... - reviro os olhos. - E você? Vai pro Carnaval no Brasil?

-O que fez no cabelo? Tá... Diferente. Mas um diferente bom, não tá estranho, você está... - ele se embolou. - Bonita.

-Senta logo criatura. - mando.

Ele sorri e se senta no sofá, ao meu lado.

-O que você está fazendo aqui? - pergunto novamente e antes que ele fale, intervi. - É melhor falar e acabar com esse MiMiMi!

-Bom, são duas coisas. - ele olha de relance pra mim. - Como já percebeu, eu sou o Arsenal... - interrompo.

-Sério? Nem desconfiava... - digo com ironia e reviro os olhos.

-Tenho que encontrar alguém por essa área, mas é pessoal. E a segunda coisa é você.

-Lembrou que eu existo?

Ele suspirou.

-É sério Kayla.

Mas eu também estou falando sério... Aff's, por que ele tinha que aparecer logo agora? Eu ainda estou tentando organizar minha mente e ele me fez voltar a pensar em tudo, logo agora?

-Lembra quando eu apareci no show e te pedi uma outra chance? - ele perguntou e eu assenti. - Eu acho que... Foi um erro. - eu o encarei. - Nós dois sabíamos que não daria certo, Kayla, sabíamos!

-Então... Por que nos deixamos envolver?

-Eu... Eu não sei. - ele admitiu. - Acho que, talvez, tenhamos confundido um sentimento de amizade com amor.

-Pode ser... - dei de ombros.

Será que isso mesmo? Faz tempo desde que eu não tive certeza de uma coisa, principalmente sobre relacionamentos, tipo, Roy foi o meu primeiro namorado, mas não foi o primeiro a me beijar.

-Nós, podíamos, sei lá, ser... Amigos? - perguntei receosa.

-Amigos não. - ele respondeu. - Eu acho que tenho idade pra ser seu irmão mais velho. - ele brincou.

-São só alguns meses, idiota. - retruquei.

Ótimo.

-O Barry me beijou e... - eu olhei para baixo. - ... meio que gostei... - confessei timidamente.

Kayla novamente fazendo besteira.

Acho que o Gremlin de Pior Pessoa do Ano vai para mim.

Ele suspirou.

-Eu entendo o fato de... Termos essa amizade estranha, mas... Como amigo e quase irmão, vou tentar aceitar vocês juntos. - ele revirou os olhos.

Olhei para ele incrédula.

-Sério?

-Só não sei se ele vai me aceitar como seu ex, amigo e quase irmão...

-Nananinão, o meu meio irmão é o Ronnie, você pode ficar com o status de amigo, assim como o Peter. - adverti.

-Qual foi... - ele me lançou um olhar contrariado.

Lembro-me da sua suposta perseguição.

-Quem está seguindo, Arsenal?

-Uma garota que diz ser a Batgirl... - ele olhou pra mim com olhos pidões. - Preciso da sua ajuda.

-Vou ter que usar minhas habilidades de hacker, é?

-Quase isso... - ele riu divertido.

[...]

Roy bolou um belo - pra não dizer o contrário - plano de atrair essa "garota" para cá. Claro que minha resposta foi não, mas acabei cedendo no fim.

Iríamos tirar uma foto juntos para divulgar que Roy estava comigo aqui em Manhattan - o que obviamente vai magoar o Barry. Eu vou postar a foto no Twitter e com certeza irão divulgar ou retwittar - sei lá como chamam essa budega.

Eu acertei meu cabelo, passei maquiagem, escovei os dentes e até tomei banho, ou seja, virei gente de novo. Roy tirou a roupa de Arsenal e trocou por uma do Tony - já que ambos tem a mesma altura.

Estávamos sentados lado a lado, prontos para tirar uma selfie, eu coloquei a câmera no modo inverso e Roy segurava, pronto pra tirar a foto, que sairá na hora.

Estávamos tão colados que eu poderia, sei lá, beijar ele... Mas de novo, lembro do Barry e me pergunto se beijá-lo traria a mesma intensidade.

-Hey... - Roy me chamou de meus próprios pensamentos e automaticamente me virei para ele.

Não pude reagir.

Ele me beijou com tanto desejo que foi como se estivéssemos a muito tempo separados e... Apaixonadamente retribuí.

Pus minhas mãos em sua nuca trazendo-o para perto e ele usou sua mão livre para segurar meu rosto.

A foto?

Saiu mostrando nosso beijo.

Agora sim eu perdi minhas chances com o Barry, devo explicações a ele, mas nesse momento, eu só curti.

Roy largou o celular e colocou sua outra mão na minha cintura. A vontade de saber se isso era realmente verdade ou ficção, me atingiu, me fazendo abrir os olhos e perceber que os dele estavam fechados.

Ele estava retribuindo sinceramente.

O momento em que respirávamos era pouco, pois não conseguíamos nos separar por muito tempo.

E aí, as coisas esquentaram.

Ele me deitou sobre o sofá branco re espaçoso, confesso que me inclinei um pouco. Seus beijos apaixonantes já não se aguentavam em minha boca e começou a trilhar em meu pescoço.

Minhas mãos - automaticamente ou simplesmente por magia - foram as suas costas, mas não por fora da camisa - preta do AC/DC do Tony -, e sim por dentro, talvez arranhando suas costas.

Acho que dei a permissão a ele que podia continuar.

Cada beijo seu me fazia arfar, suspirar e talvez até gemer, ele fazia eu me sentir uma idiota e sortuda ao mesmo tempo, mas a cada toque, eu enlouquecia. Talvez por efeito do Mirakuru os meus hormônios estejam alterados ou simplesmente seja o meu desejo de tê-lo.

Acho que a inclinação dele sobre mim no sofá não era confortável, então, ele me pegou no colo, como se eu fosse criança. Envolvi minhas pernas em sua cintura e me apoiei em seus ombros, admito que com uma certa facilidade, ele subiu as escadas.

Acho que sou realmente leve demais.

-Qual porta... - ele sussurrou baixo em meu ouvido, já cheirando o meu pescoço, o que claro, me fez arrepiar.

-Fim do corredor... - respondi rapidamente, já procurando sua boca para selar nossos lábios.

Ele caminhou até a porta e abriu com um empurrão, já que estava apenas encostada. O quarto em que estamos é o do Tony e obviamente está arrumado, pois eu arrumei - antes estava um chiqueiro, não sei como a Pepper aguenta ele.

O amor deve ser cego mesmo, mas não posso falar nada sobre o assunto... Estou prestes a perder minha virgindade! O que eu tô fazendo...? Caramba, eu vou realmente...!

Pelo menos tomei banho.

Ele me deitou na cama e logo senti as minhas costas prensarem no colchão, ele estava sobre mim, provavelmente de quatro. Não estendo como ele não se sentia desconfortável, mas isso não deve ser novo para ele.

Isso tudo como já havia dito, é novo para mim e não tenho certeza se é isso que quero, mas confesso gostar da sensação.

Minha bendita habilidade - de observar tudo quando estou tensa - e também os sentidos aguçados de Roy, provavelmente, salvaram a minha vida neste momento.

Ouço um rangido no chão de madeira, falho e baixo, quase imperceptível. Numa fração de segundos, Roy me envolveu nos seus braços e se lançou no chão, me protegendo da queda.

Rolo para de baixo da cama e consigo ouvir o som da briga entre... Duas pessoas, provavelmente, a tal garota, Batgirl, já que o oponente de Roy usava coturnos de salto.

-J.A.R.V.I.S.! - chamo baixo.

"Senhorita, devo chamar alguém?"

-Não. Libere a Mark 7.

"O senhor Stark disse..."

-Dane-se, anda logo!

Fiz um upgrade a mais na armadura, assim como a Mark 43 - aquela que eu estraguei e o Tony concertou -, a armadura vai voltar pra mim e se fixar em meu corpo.

Eu só preciso do "irmã", o meu celular...!

Que droga!

Eu nem percebi, mas Roy e seu oponente já não estão aqui.

Saio do quarto e logo avisto os dois no andar de baixo, aos pés da escada, ainda em uma luta cheia de altos e baixos. O meu celular está no sofá, então terei que passar por eles.

Desço as escadas correndo, descalça e atenta. O oponente de Roy era realmente uma garota, seus cabelos eram claros, num tom castanho, mas o seu rosto todo estava coberto por uma máscara preta. Seu uniforme é bem parecido com o do Roy, só que num tom preto e colado até demais, mas sem perder a feminilidade.

Roy já está utilizando seus bastões - o Arsenal quando não usa o arco, utiliza bastões de ferro - e ela está usando uma barra de metal, de mais ou menos um metro.

Pulo por cima do sofá - tive que desviar de um dos bastões do Roy, porque eles voaram longe, ele estava lutando corpo a corpo agora -, pego o celular e ativo a armadura. Logo vejo peças da Mark 7 sobrevoando pela casa.

A armadura se fixa em mim rapidamente - e sem falhas! Superei o Tony! - e logo vejo o painel de controle, J.A.R.V.I.S. já me auxiliava e me dava as instruções. Novamente me perguntou se queria que chamasse o Tony, mas de novo neguei.

Sei que a última vez que usei a armadura quase morri, mas não pretendo voar, não mesmo.

"Repulsores e energia em 100%" - avisa J.A.R.V.I.S.

Caminho até Roy - sentindo todo o peso da armadura - e observo bem antes de entrar numa espécie de luta. Eu não preciso da armadura, tenho algumas habilidades e vantagens em luta corporal, mas é melhor previnir do que remediar.

-Hey... - chamo a atenção dos dois, que logo olham pra mim.

Agora!

Lanço um raio repulsor, sinto as faíscas saírem e o meu corpo vai um pouco para trás, por causa da velocidade e força. A oponente de Roy dá de cara com o chão, fazendo um barulho imenso.

Ele me olhou assustado.

-Agora você é a Garota de Ferro, é?!

-Fazer o quê, tá no meu sangue. - a minha voz sai robotizada, por dentro da armadura, sorrio.

A Batgirl não se levanta.

Levanto a máscara da armadura.

-Quem é ela? Pois conhece muito bem sua identidade! - digo meio irritada, quase destruímos a sala!

-Minha ex... - ele riu. Ele tá falando sério? - Eu tô falando sério...

Saio da armadura e caminho até a garota estirada no chão. Ela parece ter desmaiado, mas está bem acordada, por um momento, penso que ela vai me atacar, mas ao contrário, seus olhos azuis esverdeados demonstram pavor e medo, porém, é como se ela não quisesse que eu a visse e também não quisesse me machucar.

Eu conheço esse olhos.

Tiro sua máscara e encaro uma conhecida.

Érika Wayne. A minha única amiga, depois da Caitlin, Felicity e as namoradas dos Vingadores.

-Érika?!

-Você conhece ela? - ele me perguntou.

-Essa daí, é a minha amiga, filha do diretor da minha ex-faculdade e agora, a Batgirl.

Levanto irritada, não creio que minha amiga tenha escondido algo assim de mim, é a mesma coisa que Roy fez. Poxa, se os Vingadores, Barry e Peter confiaram sua identidade a mim, por que eu não guardaria a deles?

Dou as costas e vou para orla da praia, é a primeira vez que saio desde que cheguei.

[...]

-Oi... - ela disse timidamente se aproximando. - Sei que menti pra você sobre minha vida dupla, sinceramente, desculpa. Foi difícil pra mim, mas eram ordens do Batman.

Ela se sentou do meu lado.

Continuo a observar as ondas, o mar daqui é tão claro quanto o céu, areia praticamente branca e rochas gigantescas. É uma bela vista, sempre foi.

Suspiro.

-Eu te entendo, só estou cansada de segredos... Muitas coisas para absorver de repente e além do mais, você é a ex-namorada do meu... Sei lá, Enrolamorado.

-Enrolamorado? - ela riu. Mas senti que essa riso dela não era o mesmo.

-Ele é aquele seu ex que você nunca esqueceu, não é? - pergunto me lembrando do que ela havia me falado a algumas semanas.

Ela nada respondeu, pelo tempo que a conheço - ou seja, a cinco anos -, sei que ela está admitindo.

-Desculpa Érika, eu não... - ela me cortou.

-A culpa não é sua. - ela sorriu tristemente. - Então, ele é o cara que você está apaixonada?

-Eu já não sei mais...

-Como assim? - ela franziu as sombrancelhas.

-Estou gostando de duas pessoas ao mesmo tempo. - respondi.

Ela riu.

Seu humor é contagiante, sempre me fez sorrir por nada ou chorar por algo banal. Me junto a ela. Não sei se me sinto culpada por quase ter "dormido" com o Roy e descobrir que minha melhor amiga é a ex apaixonada por ele, ou, por ter tirado uma foto aos beijos com Roy e ter "traído" o Barry.

Acho que as duas coisas, me sinto péssima.

Bye, bye tempo pra pensar.

Ouço o som de um helicóptero se aproximar, era Alfred, o mordomo dos Waynes. Será que ele sabe do segredo da Érika?

Ela se despediu de mim com um sorriso triste e Roy observava tudo de longe. Érika foi embora e prometeu me visitar mais vezes, eu acho que isso realmente irá acontecer, já que Caitlin é ocupada e eu não tenho muitas amigas... O ruim é que toda vez ela vai acabar vendo o Roy, e de certo modo, isso machuca a todos nós.

Roy caminhou descalço pela areia até mim, com as mãos nos bolsos e olhar vago. Havia mudado de roupa, já que Érika e ele se atacaram, com certeza se machucaram. Ela ainda foi embora usando uma das minhas roupas, Roy pegou uma bermuda bege - teve uma época que o Tony usava bermuda - e uma camisa branca.

A areia não estava quente e era até boa, deve ser mais ou menos quatro da tarde e o Sol já começa a se por no horizonte. O motivo de eu nunca ir a praia? Não saber nadar... Na verdade, eu não sei muitas coisas.

-Por que estavam lutando? - perguntei.

-Um favor para o Batman, aparentemente, ela tinha fugido. - concordei com a cabeça. - Está chateada por algo?

-Na verdade, não. - confesso que não me sinto culpada por toda esta situação, já que eu não podia imaginar isso, acho que isso tudo não passa de um maldito acaso. - Acho que o que acontecer daqui pra frente irá nos definir.

-Concordo. - ele abaixou a cabeça, estava corando da cabeça aos pés. - Você e o Barry, quero dizer... Como ficamos nisso tudo?

-Nem eu sei... - suspiro - Vim para pensar e acabei reencontrando, quando voltar para Nova Iorque, irei ver o Barry e ao mesmo tempo você... Eu já nem sei mais.

Abaixo o rosto, mas Roy levantou com suas mãos e me fez encará-lo. Me puxou para um abraço e apoiou seu queixo em minha cabeça. Retribuo o abraço.

-Não importa sua decisão, eu ainda vou estar do seu lado... Ainda sou seu meio irmão né? - ele brincou.

-Já te disse que o Ronnie é meu irmão... - retruquei.

Rimos.

Nós desfazemos o abraço e trocamos pelas mãos dadas, entrelaçamos os dedos e começamos a caminhar pela orla, respeitando os sentimentos dos outros e simplesmente falando de coisas banais.

Foi um belo fim de tarde.

[...]

No dia seguinte, pela manhã, Roy foi embora e a noite, Tony me buscou dizendo que já tive tempo o bastante pra pensar. Afinal, se passaram dez dias e eu não tinha resposta para nada.

Ah! E a nossa foto se beijando, tem 10.000 de views, 8.457 tweets e uma longa extensão de publicidade.

Uma coisa sei: Que nada sei.


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Notas finais do capítulo

Então? Acharam que ficou ruim, bom...?
Sinceramente fiquei meio insegura na parte da Kayla e Roy juntos, mas tive que mostrar esse lado carinhoso dele, até porque, ele é muito