Almost Is Never Enough escrita por Agente Black


Capítulo 20
Cante Ou Encante (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

I'm Back!

Bom gente, primeiramente, desculpa.
Era pra esse capítulo ter saído à quase três semanas atrás mas... Vou contar o que aconteceu:

Eu estava ajeitando os últimos detalhes desse capítulo quando meu celular descarregou, ficou em 15% de bateria. Aí, eu com minha preguiça, esperei dar 10% de bateria para ir pegar o meu carregador, só então, lembrei que havia emprestado pro meu pai (cara, amo muito ele) e não quis descer um lance de escadas pra pegar o carregador, então eu fui no quarto da minha mãe (que é no final do corredor) e coloquei um carregador qualquer no cel, só que ele não queria entrar então eu forcei a entrada do carregador e acabei quebrando a entrada do celular, mas... (Já disse que amo meu pai?) Depois de quase três semanas sem celular... (Sim, eu sobrevivi... A base de um tablet de 1930 e o Notebook ruim da minha mãe, sofri, por isso não estava comentando nas histórias, pois o not estava com o teclado ruim) enfim... Meu pai que eu amo muito, decidiu acabar com meu sofrimento e colocou meu celular pra concertar e me deu um HEADPHONE MUITO BOM!!!
Agora, meu celular acabou de voltar e o capítulo já está aí, prontinho!

Para compensar, o pessoal que comentou o último capítulo vai ganhar um spoiler no privado, acho que eles foram os que mais sofreram com a demora.

Kisses! ♥



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(LEIAM AS NOTAS INICIAIS)

Acordo com a luz queimando minhas retinas, devo ter esquecido de fechar as cortinas ontem, mas nem me lembro de abri-las em algum momento.

A vidraçaria que ocupa uma parede inteira do meu quarto me dá uma visão do centro, mas eu nunca me importei com isso.

Quando saio do meu transe, percebo uma coisa:

Roy não está aqui.

Sento-me e olho para onde ele deveria estar, ou seja, do meu lado. No criado mudo de seu lado há um papel, um bilhete.

"Tive que ir trabalhar, você ainda estava dormindo então não quis te acordar, não se preocupe, estarei aí em breve. Te adoro minha pequena.

Beijos, Roy."

Ótimo.

Peço a J.A.R.V.I.S. que coloque no a música "Sing", do Pentatonix, já faz uns dias que eles lançaram essa música e eu acabei me apaixonando por ela.

São... Dez da manhã?!

Roy e eu fomos dormir lá para as cinco da manhã, impossível ele ter acordado antes das dez!

-J.A.R.V.I.S., que horas o Roy saiu? - pergunto.

"Ele saiu da torre as 7:00 horas da manhã."

Esse garoto é humano? Ele deve estar um zumbi nesse momento, não sei porque ele leva esse trabalho - sabe-se lá - com Oliver muito a sério.

Talvez eu vá a Consolidação Queen, se Roy estiver lá, me deve explicações, muitas. Eu sei que ele está envolvido com Oliver e e talvez eu devesse me importar mais com o assunto. Se ele sabe que eu posso descobrir a qualquer momento, por que ainda se esforça para esconder?

Ele não confia em mim?

Eu deveria me intrometer?

Bom, de fato não sei, mas... Talvez eu devesse passar por lá e resolver algumas coisas, afinal, sou uma Stark, Stark's e Queen's tem um acordo não é?

Me levanto de uma vez por todas e vou para o banheiro, faço o ritual matinal, ou seja, escovar os dentes e pentear os cabelos. Vou para a cozinha, onde eu encontro Tony e Steve, eles discutiam sobre a teoria do Big Bang, Tony dizia que os fatos da teoria eram cientificamente comprovados e Steve mantia seu lado religioso com a teoria da Criação.

Eu? Bom, acredito sim na teoria da Criação, mesmo sabendo que a ciência evoluiu bastante durante os anos, não acredito que uma explosão é responsável por tudo que existe hoje. Acho que é bem bacana a ciência tentar achar a solução em tudo, mas eles precisam aceitar que sempre serão superados por razões que eles não entendem, por um Ser Superior.

Os humanos sempre serão superados e precisam aceitar isso.

Nem que seja por outro humano ou até mesmo um animal, do mesmo jeito que eles conseguem acreditar no "Poder da Ciência", ele devem acreditar no Poder Divino.

A ciência não aceita o Poder Divino porque isso seria uma solução para todos os problemas sem solução e os cientistas gostam de resolver desafios.

Tecnicamente, todos sabem que Deus existe, mas não aceitam que uma coisa que não pode ser explicada exista, assim eles não poderiam achar defeitos. Diretamente ou indiretamente, todos sabem, mas não demonstram a fé, algo que não pode ser visto, somente sentido.

-Terra chamando Kayla? - disse Tony estalando os dedos afrente dos meus olhos.

Nem percebi que estou a quase cinco minutos olhando para o nada, refletir lhe traz isso, uma distração que toma por completo sua atenção.

-Oi? Ah, desculpa... - digo. Sento-me para comer alguma coisa. - Pai, tem algo que eu possa fazer pela empresa? Já passou o Natal, lembra?

-Pensei que tivesse desistido. - ele deu de ombros. - Bom, eu iria mandar alguém na empresa dos Queens, já que ainda falta assinar uma papelada muito chata... - ele dá um sorrisinho discreto -, acho que minha filhinha linda do meu coração podia assinar, afinal, ela é uma Stark e tem direito sob a empresa, já que ela é minha herdeira...

A sorte está conspirando ao meu favor.

-Acho que eu posso ser a intermediária entre os Stark's e Queen's. - Tony faz um gesto com as duas mãos, como elas estivessem se beijando. - Que foi?

-Você quer ser a intermediária por que Roy é o assistente do Oliver ou por puro interesse pelas empresas? - ele questiona com a sombrancelha arqueada.

-Um pouco dos dois. - respondo.

Steve sorriu discreto e fingiu não querer rir. Tony abriu um sorriso um tanto malicioso.

-Mas... A minha herdeira tem que se vestir direito, não é? - pergunta Tony.

-O que tem a minha roupa? - olho para as minhas roupas procurando defeitos.

-Você está usando um jeans surrado e a camisa do Roy, sério? - Tony retruca.

Tá, eu estou usando um short jeans surrado e a camisa do Roy que eu achei jogada no chão quarto. Eu não tenho muita energia de manhã e aí visto qualquer coisa que vejo.

-Mas... - tento argumentar, mas Steve me interrompe.

-Concordo. - ele diz sorrindo, sério? Ele também?

Suspiro frustada.

-Eu não sou vaidosa, eu sou desleixada. Se não gostam de mim assim, então não gostem! - respondo.

-Ah, que isso, é para o seu boymagia! - retruca Tony.

Olho para Steve e ele acena em concordância.

-Olha, vai no quarto, usa uma daquelas quinhentas roupas que eu comprei pra você e você nunca usou, usa uma maquiagem, pentea esse cabelo direito e só volta aqui arrumada! - começo a caminhar até o elevador, dando as costas a eles, mas ouço a voz de Tony dizer - E vê se toma um banho!

O elevador se fecha e eu tento não surtar com que eu acabei de passar, meu pai querendo dar conselho de moda, quando ele mesmo só veste blusa estampada e calça de moletom.

O elevador se abre no meu andar, caminho distraída pelo corredor dos quartos quando esbarro com alguém, Peter.

-Desculpa. - digo - Você não tinha que estar na empresa?

-Só preciso estar lá às 11:30. - ele responde. Seu olhar não de finca no meu, ele não quer olhar para mim.

-Eu vou sair daqui a pouco, tenho que ir na Consolidação Queen, se quiser, te dou uma carona.

-Não precisa... - ele esfrega a nuca. - A Gwen vai vir aqui.

Desde quando ele e Gwen se tornaram tão amigos assim? Na verdade, como eu ainda não tinha percebido isso? A onde eu estive esse tempo todo?

De quarenta com o Roy.

Peter está olhando para o chão, por que ele está me evitando? Será que eu fiz algo... O beijo do Roy. Peter viu Roy me beijando...

Peter começa a caminhar em direção do elevador, mas eu puxo sua mão e o faço voltar. Ele parece surpreso com minha reação e fica estático.

-Olha Peter, Roy e eu... - sou interrompido por ele.

-Roy e você estão juntos e ninguém sabe disso, então eu não vou contar. - ele fita o chão, desviando o seu olhar do meu - Só não... Não fiquem se agarrando no corredor, é constrangedor...

E assim, ele deu as costas para mim e entrou no elevador.

Isso sim foi constrangedor...

Entro no meu quarto tentando esquecer o que acabou de acontecer. Realmente, acho que até eu ficaria sem graça, tenho que me lembrar de criar zonas de segurança para mim e Roy, não podemos ficar expostos assim, não até assumirmos.

Vou para o banheiro e tomo banho, não lavo meus cabelos. Caminho descalça pelo chão entro no closet, um lugar que eu nunca prestei atenção, já que só tenho colocado as primeiras roupas que vejo. E para as ocasiões como as festas, eu sempre compro roupas, então, não mexi muito nesse lugar.

Ele está totalmente organizado. Sapatos no baixo, acessórios de um lado, uma penteadeira no centro com um espelho enorme do lado, vestidos nos cabides ao lado direito e blusas, saias e calças do esquerdo. Fora tantas outras coisas que eu demoraria um século para notar.

Vou em direção dos vestidos, todos são tão belos que eu não consigo detalhar os mínimos detalhes e se eu demorar demais, Tony irá suspeitar.

Meus olhos procuram por todo o lugar, até que eu encontro o que eu realmente queria. Um vestido de alças branco com detalhes de renda preto, um estilo um tanto vitoriano à moderno. Visto-o e procuro por outras coisas, botas de salto cor lápis e um cardigan branco. De acessórios, a pulseira que Ronnie me deu, uma pulseira de pérolas e uma bolsa preta.

Vou em direção a penteadeira e faço uma maquiagem natural, solto os cabelos e deixo eles enrolarem, fazendo cachinhos nas pontas. Dou a última olhada no espelho, parece que têm alguma festa ou evento, pois estou toda arrumada.

Será que exagerei?

Saio do meu quarto e fecho a porta, caminho pelo corredor olhando para o chão contando os passos. De novo, esbarro em alguém e novamente, Peter.

Ele me olhou um pouco surpreso, ficou um pouco corado e eu continuei olhando para ele com uma idiota. Peter balançou a cabeça negativamente e caminhou para dentro do elevador, faço o mesmo e aperto o botão da sala com a cozinha.

Durante o tempo no elevador, ficamos em silêncio. Não trocamos olhares nem nada, somente o irritante e vago silêncio. Não me atrevi a olhar para ele, mas senti seu olhar pesado sobre mim.

O elevador se abre no meu andar, saio sem olhar para Peter, entendo que ele está meio, intrigado com o que acontece entre mim e Roy, mas não entendo o motivo, não mesmo.

A única explicação seria se... Se ele gostasse de mim.

-Olha só... - ouço a voz de Steve. - Está muito bonita.

-Viu, foi só falar que era pro boymagia que ela se arrumou todinha. - Tony diz caminhando até mim com um monte de papéis na mão.

Não tinha pasta não?

-Olha só... Vai causar uma boa impressão hein... - ele passa os papéis para mim - Toma. Pede para o Oliver assinar, acho que o meu genro vai ter que dar uma olhadinha primeiro, tempo suficiente para vocês baterem um papinho, darem uns amassos...

-Chega pai, tô indo! - digo e fujo rapidamente de lá, antes que eu passe mais vergonha do que já passei.

Vou para a garagem, onde pego meu carro - tava até com saudade dele - e dirijo até a Consolidação Queen.

Depois de alguns minutos, aproximadamente vinte, eu chego a CQ.

Desso do carro e caminho para a recepção, onde encontro uma mulher de aparentemente da minha idade, ela está ao telefone. Quando sua ligação termina, ela me olha e logo abre a boca como se fosse gritar a qualquer momento.

-Ai caramba! Você é Kayla Stark! - ela se levanta e começa a dar pulinhos e uns gritinhos estranhos. Não me contento e rio dela, mas isso não parece incomodá-la.

Depois de mais uns minutos me acabando de rir e os funcionários começarem a vir ver o que acontecia, a mulher se sentou e respirou fundo.

-No que posso ajudá-la, senhorita Stark? - ela disse com a voz um pouco abafada.

-Eu gostaria de falar com o senhor Queen, assuntos das empresas do meu pai. - digo a ela.

-O senhor Queen não está aqui, ele não veio trabalhar hoje.

-E o Roy, quero dizer, o senhor Harper? - eu nunca chamei o Roy pelo sobrenome, isso é estranho.

-Bom, o senhor Harper - consigo ver seus olhos brilharem e ela soltar um suspiro só de falar o nome dele -, também não veio trabalhar hoje, faz mais ou menos três dias que nenhum dos dois aparecem na empresa.

Onde aquela criatura tá então?!

-Okay, se algum deles aparecer na empresa diga que eu vim aqui, bom, obrigada e tchau.

Ela me deu um tchauzinho com a mão e ficou sorrindo. Eu não posso mais sair na rua...

Dou as costas e começo a caminhar, mas... Uma ideia melhor se passou pela minha cabeça. Volto a mesa da recepcionista.

-Err... - chamo sua atenção. Meio seu nome no crachá, Susan. - Susan, eu poderia deixar um recado para o senhor Harper?

-Ah, claro... - ela começou a procurar por algo, enquanto isso, continuou a falar. - Você é namorada dele?

Eu já nem sei mais.

-Talvez, eu... Não sei. - suspiro frustrada.

-Ah, eu não sabia, é que... Ele e a Thea Queen parecem bem próximos sabe... Ai droga eu e minha boca grande! - ela se levanta e me entrega um papel, um envelope e uma caneta. - Desculpa, quero dizer... Eles são amigos e você é a namorada dele né, óbvio...

Ela ficou ali se desculpando por ter falado aquilo, mas... Ele Thea Queen? Então... Os boatos eram verdade? Roy roubou a namorada do Barry?

Eu ainda não sei porque me esforço em questionar as mentiras dele. Pela primeira vez na minha vida eu pensei que tivesse achado uma pessoa que não mentisse para mim, mas pelo que eu vejo... É só mais um na lista.

É claro, Queen não vai com a minha cara, Roy só volta tarde e se recusa a falar de qualquer coisa relacionada a sua vida fora da Torre.

Pego a caneta e preencho meus dados, como nome e tudo. Na carta, somente uma palavra, a palavra que resumia ele com todas as letras!

"Mentiroso"

E assim, fechei a carta e entreguei a Susan, saí da empresa. Tento deixar as minhas lágrimas nos olhos, mas elas teimam em descer pelo o meu rosto.

Era tudo muito bom pra ser verdade, sempre é.

Eu não posso chorar, eu não vou chorar!

Ao entrar no carro, checo as mensagens do meu celular, há uma mensagem de Barry dizendo:

"Desculpa pela noite de Natal, mas a apresentação do Hospital ainda precisa de você."

Eu quase me esqueci, hoje é o segundo dia de ensaio para a apresentação do Hospital, antes eu não queria ir, mas acho que deveria espairecer um pouco e acho que isso vai me ajudar.

Ligo o som e coloco na música Say My Name, de Destiny's Child. A verdade é que se você estiver triste, ouça uma música pior ainda para você ficar bem deprimida.

"Diz meu nome, diz meu nome

Se ninguém está perto de você

Diz 'Amor, eu te amo"

Se você não estiver brincando comigo

Diz meu nome, diz meu nome

Você esta agindo meio sombrio

Não está me ligando, meu bem

Porque a mudança repentina?"

Eu não entendo, à semanas atrás eu não ligaria se ele estivesse dormindo com toda a cidade, mas agora, é diferente. Eu realmente me importo.

Porque eu gosto dele.

Tento me focar no trânsito a caminho do Hospital, mas não consigo... Tenho que ligar pra ele.

Disco o número de Roy e espero a ligação. Ponho o celular na orelha, mas somente ouvia o barulho da espera. Minhas mãos estão trêmulas de tanto nervosismo, eu ainda espero as notícias. Meus olhos estão cheios de lágrimas e minhas bochechas devem estar manchadas de maquiagem.

Uma voz.

-Alô? - a voz é feminina.

-Quem é? - digo com minha voz embargada pelo choro.

Ouço uma pequena discussão no fundo.

-Alô, Kayla? - essa sim, é a voz de Roy.

Suspiro e tento por forças na minha voz.

-Onde você tá? - pergunto.

-Nas empresas, a secretária que atendeu... Tá tudo bem?

Desligo.

Eu não podia mais ouvir aquelas mentiras, eu não... Eu estou cansada de mentiras.

Por quê? Tem sempre alguém pra mentir para mim, não importa, sempre tem. Eu só... Não esperava que fosse ele, eu não queria que fosse logo ele. Mas... Eu não entendo. Eu sou só mais uma aventura? Mais um caso? Como eu consegui cair nesse jogo?!

Bam!

Sinto o carro bater em algo, meu corpo involuntariamente vai para trás por causa do baque que o carro fez. Eu não estava olhando para rua, estava com o celular nas mãos e fiz besteira, uma grande merda mesmo!

Ai cara, eu atropelei alguém!

Saio desesperada do carro, as pessoas se amontoaram ao redor do corpo caído no chão, eu reconheço o corpo, eu reconheço a pessoa.

Barry.

-Ai caramba, Barry! - grito.

Me jogo de joelhos ao seu lado, ele está deitado e seu rosto está contorcido, seus olhos fechados e da sua boca saía um barulho parecido com um gemido, provavelmente, de dor.

Tinha que ser! Vão pensar que eu o atropelei por crueldade por causa do beijo! Por que isso sempre acontece comigo?! É sempre eu me ferrando sempre! Sempre e sempre!

-Barry, você está bem? - pergunto e ele assente com a cabeça levemente.

Será que foi em cheio?

-Você me atropelou só porque eu te beijei? - ele pergunta semicerrando os olhos.

-Não, claro que não... É que... - minhas bochechas ardem e ele sorri de canto.

-Me ajuda a levantar.

Ele se levanta com a minha ajuda, estava mancando do pé e um pequeno corte no supercílio. Eu atropelei alguém... Eu atropelei alguém... Eu atropelei o Barry!

-Eu tô bem. - ele diz. Seu rosto se torce com a dor.

-Vamos, eu te levo para o hospital. - ele tenta não transparecer a dor, mas acho que deu muito certo.

Eu o apóio sobre meus ombros e o levo até o banco de carona. Ele se senta e eu corro para o lado do motorista. Ligo o carro e seco minhas lágrimas rapidamente.

Ele não precisa saber que eu estou chorando.

-Você está bem? - pergunta Barry. - Porque eu que fui atropelado e você que tá chorando. - ele ri.

-Não é nada... Nada mesmo... - tento disfarçar dando um sorriso fraco.

-Eu sei quando alguém está mentindo e a propósito, eu tenho fator de cura acelerado então não precisa se preocupar.

Eu o encaro.

-Você sabe que eu sou o Flash. - ele diz. - Por que está chorando?

O meu celular começa a tocar.

Deixo-o tocar até Barry pegar e atender. Que merda!

-Alô...? Aqui é o Barry, Roy... Pára de me perturbar caraca...! A sua namorada tá dirigindo... Ela me atropelou... Isso, ri mesmo idiota!

Barry desliga o celular.

-Deixa eu adivinhar, você e o Roy brigaram? - não o respondo. - Foi pelo beijo? Eu sei que fui um idiota por te beijar e...

-Cala boca Barry! - grito. - Ainda bem que eu estava à caminho do hospital.

-Vai participar do ensaio ou vai me contar porque está chorando?

Eu tenho que esquecer.

-Vou sim. - Barry abriu a porta do carro e saiu, faço o mesmo.

Frio bate na minha pele, agradeço por ter o que me aquecer agora. O Hospital Central é muito grande, Caitlin e Laura trabalham nesse hospital, mas espero não vê-las, pois teria que dar um interrogatório.

Barry está do meu lado, não muito próximo. Ele ainda está com vergonha do que fez, mas, não consigo odiá-lo e ele tem que saber.

-Barry, nós não brigamos por isso e eu te desculpo, pelo beijo. - digo a ele. Seu sorriso se abre e eu sorrio fraco de volta.

-Meu pé tá melhor... - ele diz, acho que está tentando não deixar um clima tenso entre nós.

-Ainda bem. - tento rir, mas rir agora não faz sentido, é como se eu usasse roupas de calor no frio.

Suas mãos tocam o meu rosto com gentileza, ele passa os dedões embaixo dos meus olhos, limpando as minhas lágrimas.

Por um momento, eu penso que ele vai me beijar de novo, mas... A todo momento, ele se mantém calmo. Suas mãos já não enxugam as minhas lágrimas, agora ela faz carinhos em minhas bochechas, as mãos dele são carinhosas e me dão uma ótima sensação.

Por um momento, não me lembro do resto do mundo, é só ele e eu. Eu não deveria me sentir assim, não mesmo, meu namorado, continua sendo o Roy apesar de tudo.

É certo eu ter proximidade com o Barry?

Mas se o Roy pode ter amigas, eu também posso ter amigos, ainda mais quando eles estão juntos a você no momento difícil.

Barry está com os olhos fechados, como se estivesse apreciando o nosso momento, nem sei se posso chamá-lo de nosso. Fecho meus olhos e curto esse momento, essa sensação.

Ficamos assim por um tempo, mas o frio aumentou.

Abro os olhos e fito os de Barry. Seu olhos estão brilhando, não como de estivesse chorando, mas, de certo modo, ele não estava muito contente em fazer isso. Entendo nossa situação, ambos temos alguém.

As mãos de Barry param de acariciar minhas bochechas, meus olhos se fecham com peso, eu não queria que acabasse, eu queria continuar ali com ele.

-É melhor assim. - diz ele sorrindo fraco e seu olhos se fecham da mesma maneira que eu fiz, como se ele não quisesse parar.

Entramos no hospital, a mão de Barry segurou a minha e entrelaçou os dedos.

Eu não estou sozinha.

[...]

P.O.V's Barry.

Ao término do ensaio, Kayla e eu fugimos da Cait e Laura, saímos do Hospital e fomos comer, parece que ela não havia almoçado. Já eram sete horas da noite, Kayla está fugindo de Roy também.

Ele ligou mais duas vezes mas ela desligou o celular, seja o que for, foi sério. Não costuma ser do feitio dela fugir das pessoas.

Nesse exato momento, estamos em uma lanchonete bem afastada da Torre, Kayla está tomando o seu sexto copo de suco de maracujá. Parece que ela quer se manter calma, mas não está funcionando muito.

Kayla e eu não estamos amigos como antes - se é que éramos -, mas agora, é bem melhor do que antes. Estamos bem de novo.

-Kayla, vai dar meia-noite. - digo olhando para o relógio.

-Será que a Caitlin se importa se eu dormir na cama dela? - perguntou ela.

-A Caitlin mora no apartamento do Ronnie agora, mas eu não me importo, pode ficar no quarto dela.

-Obrigada Barry.

Ela se levanta e vai telefonar com o meu celular, pois o dela está no carro desligado. Enquanto isso, vou pagar a conta.

Enquanto pago a conta, Kayla anda de um lado para o outro do lado de fora, parece falar com alguém no celular, mas logo desliga e entra.

-Avisei ao Tony. - ela diz e me devolve o celular. - Você pagou?

-Nem adianta reclamar, vamos?

-Tá. - ela revira os olhos em contradição.

Saímos do recinto e paramos na porta, tínhamos que andar mais um pouco para chegar no carro, já que ela estacionou longe para ninguém rastreá-lo ou algo do tipo.

Mal sabe ela que tem um GPS no corpo.

Não sei se é certo, mas, me aproximo dela e passo meu braço sobre seus ombros, para aquecê-la, aqui fora está frio. Em resposta, ela se acolhe mais um pouco e passa as mãos na minha cintura, isso faz com que eu fique ereto.

Ao chegarmos no carro, nos separamos e cada um sentou no seu devido lugar. Já são meia-noite e pouca e ainda estamos na rua, o que é tecnicamente perigoso, pois é quando acontece mais crimes pela cidade.

Durante o caminho para casa, Kayla colocou a música Moves Like Jagger, de Maroon 5. Ok, uma música dessa a essa hora chegava ser engraçado, pois estávamos berrando como sempre. Quando se trata de Maroon 5, somos imbatíveis.

Vai ser uma longa noite.

[...]

P.O.V's Roy.

A Kayla ainda não chegou. Os Vingadores, Peter e eu estamos na sala da Torre esperando notícias da Kayla, Tony acredita que ela vai ligar e eu já nem sei mais.

Ela estava com o Allen.

Lembro muito bem da voz do Allen no celular dela, antes dela me ignorar.

O que será que aconteceu?

O celular de Tony toca. Todos nós parecemos despertar de um transe e eu presto atenção em suas palavras.

-Kayla, a onde você tá?! Não vai dormir aqui...? Na casa do Allen...? Tudo bem, falo com você amanhã.

Tony se vira para nós e diz:

-Kayla vai dormir na casa do Allen.

Eu não sei se tenho um ataque de nervos ou... Ou...

Eu pego a minha jaqueta e entro no elevador, onde aperto o botão do térreo. Entro na garagem e me surpreendo ao ver quem está parado ao lado da minha moto.

Steve.

-O que aconteceu com você e Kayla? - ele pergunta.

-Nada, ela só me ligou de tarde meio estranha e desligou na minha cara, depois eu liguei de novo e quem atendeu foi o Allen. - explico tentando não pensar muito no caso.

-Não, a Kayla foi na Consolidação Queen hoje. - ele disse.

Caramba, ela deve ter descoberto que eu não tava lá e a Thea ainda atendeu o meu celular...

Merda mil vezes!

Subo na moto e a ligo, ouço Steve brigar comigo e pedir para que eu falasse alguma coisa, mas não posso, tenho que encontrar a Kayla agora.

Dirijo até a casa do Allen e bato na porta.

[...]

P.O.V's Kayla.

Barry e eu voltamos ouvindo Maroon 5, Pentatonix e Justin Timberlake. OK! Barry e eu temos gostos parecidos.

Ao chegar na casa dele, agimos normalmente, ele me levou até o quarto da Caitlin e me deu uma calça de moletom que é dela, parece que ela esqueceu na mudança e também me deu uma blusa dele que estava escrito:

"Team Flash"

Existe tantas coisas hoje em dia de super heróis... Acho que vou fazer uma pegadinha com o pessoal.

Já era obviamente tarde.

-Barry, vai trabalhar amanhã? - pergunto.

-Só de manhã, tenho que ver uma papelada. - ele respondeu e se deitou no sofá.

-Acho que estou te atrapalhando então... - digo e me sento no braço do sofá, aos seus pés.

-Que tal ser minha assistente amanhã? - penso - Vai ser legal...

-Ok, vamos fazer autópsias? Você quase desmaiou naquele dia... - rimos.

Ouvimos o som da campainha.

-Estava esperando alguém? - pergunto e ele nega com a cabeça.

Deve ser alguém me procurando então.

Abro a porta, não creio no que vejo.

-Roy?!


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Notas finais do capítulo

OK, não me matem! Dúvidas e críticas nos comentários, okay?