Almost Is Never Enough escrita por Agente Black


Capítulo 19
Cante Ou Encante (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Estou mais uma vez aqui para postar mais um capítulo que foi dividido em 2 partes! Yessssss! Então, espero muito que gostem!
Esse capítulo mostra uma parte da treta entre Roy e Peter (o santinho se revela)
Quero me desculpar de ante mão por qualquer erro e AGRADECER IMENSAMENTE A EVELYN CRIS ROMANOGER! GENTE ELA QUASE ME MATOU COM A MEGA RECOMENDAÇÃO DELA!
Como sei que ela AMA DE CORAÇÃO o casal HARPER (Roy e Kayla) dedico esse capítulo a ela! Porque... Vejam por si próprios! Muito Obrigado!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642107/chapter/19

P.O.V's Kayla.

Acordo com a quentura de Roy me aquecendo, é incrível o modo que ele é tão fofo e gentil comigo. Acredito que o quê rolou ontem, dele ter se declarado, foi um sonho, mas ao perceber que ele acordou e me beijou, percebo que não.

Cara, eu tô beijando ele!

Seus lábios encontram os meus com gentileza e suavidez, suas mãos acariciam meu rosto, retribuo o beijo e o puxo mais para perto. Nos separamos. O beijo dele é tão calmo como o soprar do vento em uma flor no início de inverno.

Tá bom, isso foi clichê.

-Bom dia. - cumprimento.

-Eu acho que já é boa tarde, são três da tarde. - ele diz sorrindo.

-Já? - pergunto. Ele se deita ao meu lado e encara o teto.

-Sim, espero que Oliver não... - ele é interrompido.

O celular dele começa a tocar. Ao olhar pelo visor, ele suspira, para mim foi mais um suspiro de frustração. Ao atender, ele sibila "Oliver" e revira os olhos.

-Oliver... Já? Tudo bem... Eu sei... Não... Tá, eu vou...

Ele desliga o celular, sério? Logo agora?

-Oliver precisa de mim. - ele diz.

-Quem trabalha no Natal? - eu pergunto. - O Vigilante não tem folga não? Por que você tem que ir?

Roy exita um pouco, eu sei que deveria confiar nele, mas há coisas que não batem. Como foi que ele se envolveu com o Mirakuru, Oliver e porque precisa sair tanto?

-Oliver precisa de mim, eu que cuido dele não é? Assistente pessoal... - ele revira os olhos.

Roy se levanta da cama, ele ainda usa a roupa de ontem e eu também, acho que estávamos tão exaustos que não pensamos em trocar de roupa, caímos assim na cama. Só que ele tirou o cardigan e a camisa para não amassar, já que ela é social.

Kayla, se controla!

-Você sabe quem é o cara de vermelho? - pergunto me referindo ao ajudante do arqueiro.

-Por que quer saber sobre ele? - ele responde com uma voz embolada, provavelmente escovando os dentes.

-Porque acho ele muito legal, sabe? Ele é um ótimo lutador. - comento.

Ele deve estar sorrindo.

Eu desconfio que o cara de capuz vermelho seja o Roy, é a única explicação e o mais lógico. Ele e Oliver são os Vigilantes.

Devo admitir que tenho um ótimo senso para moda, porque ele tá super gato nessa roupa. Roy vai para o banheiro e por ouvir o barulho de água, aposto que ele está escovando os dentes, lavando o rosto ou fazendo os dois.

Roy sai do banheiro, sua blusa ainda está aberta e seus pés estão descalços. Levanto-me e isso me faz lembrar que estou com a mesma roupa, mas por meu vestido ser colado, está a uns dois dedos de aparecer algo que não deveria estar a mostra.

Abaixo o vestido e caminho até Roy, ele me encara com um sorriso e depois, segura meu rosto e diz:

-Você tem belas pernas, mas não eu estava olhando se quer saber... - ele diz.

-Para de ser cínico. - dou um tapa em seu braço.

Abotoei sua blusa e ajeitei a gola, ele somente acariciou meus cabelos, arrumando-os atrás da orelha e mantia um sorriso impecavelmente branco no rosto.

Ao terminar, ele se senta na cama e procura por suas meias, ao sacudir o edredom, ele encontra. Depois disso, calçou os tênis. Em todo o momento, continuei o encarando.

-Eu sempre volto, lembra? - ele diz, acho que é para me tranqüilizar, mas não consigo. E se ele estiver mais envolvido do que já sei?

-Você vai voltar para o jantar? - pergunto. Quando ele volta, geralmente já é tarde, vem depois do jantar. Eu fico acordada esperando Roy voltar, mas ele sempre briga comigo dizendo que não era para esperar.

Eu sei que há algo a mais nisso tudo, Roy diz que só ajuda Oliver a rastrear uns criminosos e cuidar dos machucados que ganha, mas por que ele volta ferido? Ele diz que também treina e algumas vezes entra em confusão com funcionários, mas eu sei que é mentira e ele sabe que sei.

Não tenho coragem para pesquisar sobre ele, e se eu encontrar algo que não é bom? Com certeza alguém já pesquisou e sabe o que ele esconde, mas eu não tenho coragem.

Ele se aproxima de mim e segura meu rosto e diz:

-Eu prometo, estarei aqui no jantar. - ele me dá um selinho e sorri, retribuo com um sorriso fraco, eu não consigo evitar, é assim que me sinto sem ele aqui.

Fraca.

-Afinal, vamos abrir o presente hoje, você deveria estar ansiosa. - ele comenta, mas acho que ele só está desviando o assunto.

Sim, é verdade, hoje vamos abrir os presentes de Natal. Isso será depois do jantar, por isso quero que ele esteja aqui.

-Eu vou estar aqui. - ele diz, sua voz tenta me convencer, mas eu não sei...

-Tá, é melhor mesmo!

Meus pés o acompanham até a porta, até porque, eu me sinto longe daqui. Quando dei por mim, eu já estava beijando Roy no batente da porta, ela estava aberta, deixando a claridade bater sob minha pele e estou nas pontas dos pés.

Roy tem 1,75. Se eu quisesse alcançá-lo, teria que usar um salto dezoito, cara, eu sou muito baixa meu.

-Roy... - chamo - ... Eu ainda nem escovei os dentes...

-...Não importa...

Roy volta a me beijar e eu cedo.

Ao olhar para o lado, vejo que a porta de Peter está aberta, ele está na porta e isso me deixa desconfortável. Me separo de Roy e ele olha para Peter, não sou a única desconfortável aqui. Roy se despede com um beijo na bochecha e vai para o elevador, seguido por Peter, ambos somem da minha visão ao fechar do elevador.

P.O.V's Tony.

Acabo de acordar, são três da tarde e eu não faço a mínima ideia de que dia é hoje, eu bebi muito tenho certeza, pois minha cabeça dói, não importa qual direção eu vire.

Pepper está do meu lado, não gosto e nem quero acordá-la, ela fica tão bonita quando dorme, dá até pena.

-J.A.R.V.I.S., que dia é hoje? - pergunto baixo, quase sussurrando.

"Vinte e cinco de dezembro senhor."

Levanto da cama, escovo os dentes e visto minhas roupas de sempre, camisa estampada de rock e calça de moletom, dessa vez, fico descalço, odeio usar sapatos, ainda mais na minha própria casa.

Saio do quarto fazendo o mínimo de barulho possível, chamo pelo elevador, mas vejo que ele está ocupado, aparentemente, alguém está o utilizando. Quando enfim ele chega, vejo quem está dentro dele.

Roy e Peter.

-Robin Hood Vermelho, Teiudo... - comprimento com um gesto na cabeça. Ambos assentem.

Vixe... Rolou treta, tenho que descobrir o que rolou, mas tenho certeza que foi por causa da Kayla.

Oh... Minha filha veio pra arrasar corações...

O elevador se abriu no andar que eu queria, saí. Peter e Roy continuam lá dentro, foram para o térreo. Pedi logo para J.A.R.V.I.S. abrir as imagens do elevador de agora, o que vi foi um pouco, ilógico.

Peter e Roy trocavam olhares mortais, foi quando o elevador se abriu e Peter disse a Roy:

-Continue mentindo bem assim, logo chamarão você para fazer filmes em Hollywood.

-O que você tem a ver com isso? - Roy encarou Peter.

-Ela é minha amiga e eu não gosto de você. - diz Peter. Ambos estão com os rostos tão perto que eu juro que parecem que vão se beijar, mas isso seria meio gay.

Aproximo a câmera para os rostos deles. Peter cerra os dentes e Roy sorri.

-Ainda bem que eu namoro ela, e não você. - disse Roy.

Eu disse que tinha treta, eu disse...

Roy namora a Princesa Stark?!

Fui para o laboratório, não havia ninguém, ainda bem, posso ficar em paz... Só que não. Coloquei as filmagens de ontem, o vídeo em que Kayla, Laura e Natasha cantam Bang Bang, sério, mico eterno.

"O senhor Williams está na linha."

-Quem é esse? - sério, não reconheço. - É das empresas?

"Não, ele é do Hospital Central, dirige a área de Oncologia, a área de câncer. O senhor é sócio desse hospital, lembra?"

Na verdade, eu não lembro, mas deixa quieto.

-Tá, transmite aí. - digo para J.A.R.V.I.S.

O que será que ele quer?

-Tony, eu gostaria que sua filha viesse participar daquele evento anual...

Conclusão:

O meu sócio quer que Kayla e o garoto Rapidinho que tem cara de... Cara de alguma coisa, participem de uma Guerra de Bandas daqui a três dias.

Kayla e Barry cantando?

Essa eu não vou perder por nada!

[...]

P.O.V's Kayla.

Já são nove horas da noite e nada dele, eu sabia que ele ia se atrasar, eu sabia! Só não ganho na loteria porque não jogo, e também porque meu pai é bilionário.

Estamos todos na mesa, tento não transparecer meu nervosismo nesse momento. Caitlin, Ronnie e Gwen, eles também estão aqui. Todos sorriem, conversam entre si, se eu não me enturmar agora, vão desconfiar. Barry e Íris não apareceram e acho que não vou vê-los por um tempo.

Tony percebeu isso e fez questão de chamar a atenção de todos para mim.

-Kayla, um amigo meu ligou hoje, ele quer que você cante daqui a três dias no Hospital Central, área de Oncologia.

-Como ele ficou sabendo? Ele estava na festa? - perguntei.

-Não, mas ele viu seu vídeo, tá no YouTube.

Minha cara foi o chão agora!

-Tony! Você colocou um vídeo comigo no YouTube?! - perguntou Natasha, ela está que nem eu, nervosa, tá, talvez um pouco furiosa. - Tem ideia de como isso é perigoso? E se me reconhecerem?

-Vão ir atrás de você por ter cantado Nicki Minaj numa festa de Natal? O negócio tá brabo pro seu lado hein... - comentou Tony, cínico.

Nem preciso contar que uma discussão começou, mas não me importa, não o fato de eu estar no YouTube, mas sim pelo o que eu vejo.

Roy chegou.

Meus lábios se abrem rapidamente num sorriso. Ele caminha até nós na mesa e cumprimenta a todos. Ele se senta entre mim e Peter. A tensão entre Peter e Roy é notável, mas não quero falar disso agora.

A discussão entre Tony e Natasha recomeça, não presto atenção, pois Roy inicia uma conversa comigo. Ele se inclina e sussurra no meu ouvido:

-Eu disse que estaria aqui.

Sua voz no meu ouvido faz eu me sentir totalmente tímida, os pelos da minha pele se arrepiam e sinto uma corrente elétrica passando por mim. Não entendo muito bem, mas, ele me lembra de como é bom sentir algo diferente de raiva, mágoa ou simplesmente uma amizade.

É maravilhoso sentir algo por ele.

Depois, ele se afasta. Dou um sorriso de canto e por debaixo da mesa, a sua mão procura a minha, ao encontrá-la, ele a aperta.

Sinto minhas bochechas corarem.

Sorrio. Sorrio como se não pudesse fazer outra coisa e depois, começo finalmente a comer.

[...]

Estamos todos na sala, acontece que é a hora de abrir os presentes, para não ficar muito injusto e todo mundo ter que comprar presente pra todo mundo... Decidimos fazer uma espécie de amigo oculto.

Eu tirei o Clint.

Sabe quando eu disse que ele iria pagar por ter puxado o "Kayla, Kayla..." no karaokê? Então, é agora. Eu vou fingir que darei a ele uma miniatura do Legolas, do Senhor dos Anéis, eu sei que o Clint odeia ser comparado a ele e que odeia a saga.

Fazer o quê, não consegui pensar em algo mais... Vingativo.

Estou ansiosa. Quem será que me tirou?

-Então, quem quer começar? - pergunta Tony. - Ninguém? Ótimo, eu começo... - como sempre né.

Tony tirou o Steve, ele criou um dispositivo que é tipo um bracelete que faz com que o escudo de Vibranium do Capitão América volte para seu punho. Bem legal.

Eu poderia comentar de todos os presentes, mas finalmente, alguém me tirou.

Ronnie.

Eu não faço a mínima ideia do que ele possa me dar. De verdade.

-Eu sei que você é super fã de Game Of Thrones e que ama de todo o coração a casa dos Stark's, então... - ele me deu uma caixinha.

Ao abrir a caixa, vejo que é uma pulseira com o pingente de um lobo, o estandarte dos Stark's.

-Além do mais, você diz que prefere lobos, não é? - ele diz.

Abraço Ronnie. É uma coisa que eu não consigo entender, mas, é natural. Como se eu precisasse abraçá-lo. Ele foi um irmão para mim e tem sido assim a muito tempo.

-Obrigada, Ronald McDonald. - digo. - Minha vez, não é?

Pego o presente, meus olhos não se fincam em Clint ou em qualquer pessoa. Olho para todos, mas é como se eu olhasse para o nada. Roy está muito quieto, seu rosto está um pouco retorcido, como se estivesse incomodado por alguma coisa. A afeição dele me intriga, mas continuo.

-A pessoa que tirei é chata pra caramba, irritante até não poder mais e é a própria definição do cinismo com sarcasmo.

-Eu de novo? - pergunta Tony.

Rimos.

-Não Tony, você não é a definição do cinismo com sarcasmo, você É, o cinismo e o sarcasmo juntos. - me volto para Clint. - É o Passarinho sem asas.

Clint se levanta e vem até mim, me abraça de lado e pega o presente. O sorrisinho em seu rosto cessa.

-Uê, não gostou de ver uma réplica sua? - pergunto.

-Você sabe que eu odeio ser chamado de... - ele é interrompido por Tony

-LEGOLAS!!!

Clint correu atrás de Tony, assim os dois saíram correndo pela sala, fazendo o maior alvoroço e bagunçando tudo. Ri tanto com a cena que precisei me sentar para não cair no chão e rolar. Barton acabou bagunçando o cabelo de Tony e depois deu um tapa em sua cabeça.

Acabei pegando o verdadeiro presente.

Uma miniatura do Gavião Arqueiro.

Clint só faltava chorar, chegou a me pegar no colo e sair correndo pela sala.

Roy se levanta e vai para a sacada, parece que alguém estava ligando pra ele.

Começamos a beber, colocar músicas e a festa recomeçou.

Tony e Clint começaram a falar coisas idiotas e sem sentido. Roy também voltou e trazia consigo uma cara estranha.

Me aproximo dele.

-Está tudo bem? - pergunto.

-Ah... - ele exita -, tá sim, era só a Felicity. - ele coça a nuca.

Está mentindo.

Aprendi em Lie To Me e Dr. House que quando alguém quebra o contato visual, esfrega o pescoço, coça um olho, tampa a boca, toca na orelha, esfrega o nariz, puxa o colarinho da camisa, coloca o dedo na boca e fora outras coisas que entregam de lavada, isso tudo mostra que você está mentindo.

-O que ela queria? - pergunto.

-Saber se... - ele esfrega o nariz -, se eu vou trabalhar amanhã.

-E você vai? - arqueio uma sombrancelha.

Antes dele me responder, Tony me chama.

Tony me puxou para o laboratório, parece que queria me dar algo.

-Eu pensei muito sobre o que te dar, então... - ele parou de andar no meio do laboratório. - ... Decidi te dar isso... - ele se abaixou e pegou algo na bancada, uma caixa, e me entregou.

Abri a caixa e me deparei com... Nada. Simplesmente nada.

-O que... - ao me virar para Tony, encontrei ele com algo nas mãos.

Um controle.

-Tá, pode me dizer o que eu vou fazer com um controle? - pergunto.

-Aperte o botão. - ele responde.

Ao fazer o que ele mandou, uma escotilha se abre revelando uma armadura prateada. Observo de perto, é uma armadura feita para meu tamanho.

-E... - ele se aproxima com um aparelho nas mãos. - Acho que já passou da hora de ter um celular novo.

Abraço Tony e lhe digo:

-Obrigada pai. - solto-me dele - Mas o que eu vou fazer com uma armadura, já viu o que deu...

-Eu vou te ensinar. - ele responde.

Sorrio.

Ele está tentando se aproximar.

-Ah, quase me esqueci... - corro para o "meu" canto do laboratório e pego o presente de Tony. Ele abre. - É um adaptador, quando conectar em qualquer dispositivo com acesso a USB, baixará todos os dados do dispositivo. Eu já vi você fazendo isso, mas seu aparelho é... Lento.

-Uau, o lado Stark transpareceu...

-Mas... - pego o segundo presente -, hora de um símbolo entre os Stark's.

O segundo presente está dentro de uma caixinha, eu não contava com a ideia de Ronnie me dar um lobo de pingente, mas eu tive a mesma ideia, um bracelete com a insígnia de um lobo escrito: Família Stark.

-Valeu, Princesa Stark. - ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça.

[...]

Voltamos para a festa, mas depois de muita bebida, começamos a nos dispersar. Tony foi levado no colo por Steve e Thor, meu pai já estava completamente bêbado e nem se aguentava em pé.

Já Roy, ele estava muito quieto durante a festa e assim permaneceu até chegarmos no quarto. Tirei meus sapatos, estavam me matando. Já Roy, se senta na poltrona e fita o nada.

-O que foi? - pergunto.

Me aproximo por trás e abraço seu pescoço, coloco meu queixo sobre sua cabeça e cheiro seu cabelo.

-Eu... Tenho que te amostrar uma coisa... - ele diz.

Me levanto e logo ele faz o mesmo. Ele tira a jaqueta - ele nunca se desfaz dela - e sobe a bainha da blusa, quase tirando a camisa. Um corte. Mas necessariamente, um grande corte, que vai de seu tórax a cintura.

-O que aconteceu?! - pergunto desesperada, corro para o banheiro e pego o kit de primeiros socorros e uma toalha limpa. - O que você fez?

-Olha, eu... Eu... - ele tenta achar palavras, mas eu já sei a resposta.

-Ainda não pode me contar, não é? - suspiro -, Não estou chateada, só não quero que esse jogo continue por muito tempo, estou ignorando todos os meus sentidos e pressentimentos.

Ele acena positivamente com a cabeça.

-Por que não me falou antes? Aguentou a festa inteira com isso aberto? Claro, não queria que eu ficasse preocupada... - eu encaro seu rosto, estou frustrada. - Tira a camisa e deita.

Ele faz o que eu digo. Vou até o banheiro e pego uma bacia, eu tinha utilizado ela para fazer compressas para abaixar a febre que tive essa semana, mas não coloquei no lugar até hoje, maior preguiça e sorte também. Pus água nela e voltei para Roy.

Me sentei na cama, forrei a toalha no meu lado e pedi a ele que deitasse encima. Peguei um pano usei para limpar ao redor do corte, ele se retorceu um pouco e pareceu trincar os dentes. O pano que antes estava branco e limpo, agora tem manchas de sangue, o sangue dele.

Depois de limpar o corte, noto uma coisa:

Eu não tenho anestesia, terei que fechar com ele consciente.

-Vou ter que fechar com você acordado. - digo e ele assente.

Pego a agulha e esterilizo, uso a linha que havia dentro da caixa e começo a costurá-lo. O termo em si é, e, soa estranho, mas estou dando uma de cirurgiã aqui.

Claro, sou formada em oito temporadas de Dr. House e onze de Grey's Anatomy.

Acontece que na faculdade, em uma das aulas de ciências criminalistas, tive que fazer autópsia em um homem morto, okay, ninguém precisa saber disso, mas a maioria desmaiou quando viu os cadáveres, os únicos lúcidos era eu, Peter, Barry e mais uns três caras. Tive que costurar, mexer nas tripas... Bom, acho que é desnecessário falar o resto.

Daí vem minha vontade de ver séries de médicos.

Faço com o máximo de cuidado, para não machucá-lo, mas parece não adiantar, pois ele reprime uns gritos e agarra os lençóis da cama, puxando-os. Seus olhos estão fechados e seus dentes estão cravados no lábio inferior que agora está tomando a coloração branca.

Pelo que vejo, ele já levou outros cortes, um deles é pequeno, como de uma faca mediana, talvez um punhal ou faca de caça. Parece ter sido profundo e os pontos mostram que não faz muito tempo, talvez uns meses.

Mantenho ele concentrado na minha voz, somente na minha voz. Ele geme e se mexe um pouco, acaba até segurando minha mão e pede para que eu pare, mas o corte tinha que ser fechado.

E se ele tiver uma hemorragia? Não, não, nas hemorragias o sangue não coagula rápido o suficiente, resultando em um sangramento contínuo ou excessivo. Ele já parou de sangrar a um tempo.

Okay.

Terminei.

-Você está bem? - pergunto.

-Sim, eu acho. - ele responde. Sua voz deixa transparecer a dor, não consigo entender porque ele se esforça em esconder coisas de mim.

E eu não entendo como respeito essa decisão, odeio que me escondam coisas, mas não consigo odiar isso nele. Não posso, não quero, não consigo.

Termino de limpar o local do ferimento e a cama também.

Volto para o banheiro, há sangue dele nas minhas mãos, sempre tive certa curiosidade em ajudar pessoas, sempre quis me tornar médica, mas o meu amor pela ciência não me deixou seguir esse caminho.

O sangue é grudento, como uma cola.

Esfrego várias vezes as minhas mãos, a coloração vermelha vai saindo de meu corpo e fica um tom de rosa ao entrar em contato com a água. Fecho a torneira e seco as mãos.

Ao voltar, encontro Roy tentando se levantar.

Ele é retardado ou o quê?

-Você quer arrebentar os pontos?! - digo quase gritando e faço-o se deitar.

-Você mandou bem, doutora Stark. - ele diz, sua voz ainda é rouca e tem um pouco de dor, ou talvez muita dor.

O encaro por um momento, não consigo parar de pensar em como ele se meteu nisso tudo, no que eu estarei me metendo. Mas tenho que aguentar, por ele.

-Hey... - ele me chama e bate do seu lado, pedindo que eu fique ao seu lado. Deito do seu lado e apóio a cabeça sobre seu braço. - Estou bem, já estive pior.

-Quer me contar a história desse machucado? - pergunto.

-Digamos que um cara com uma espada tentou me cortar no meio. - ele disse normalmente, como se fosse comum.

Ele está envolvido com o Oliver, tenho certeza disso.

Nossos olhos se encontram, estou perto demais de seu rosto, estou perto demais de sua boca.

Ele sela nossos lábios com um beijo calmo, o correspondo da mesma maneira. Minha mão toca seu rosto e acaricia seus cabelos, já minha outra eu uso de apoio, pois estou inclinada sobre ele, não quero encostar no seu ferimento.

Roy usa as suas mãos para acariciar minhas costas, o seu toque é de uma forma tão suave e gentil, sinto suas mãos entrarem em contato com minha pele. Suas mãos são macias e de certo modo, sei o que vem depois.

Mas não me sinto segura.

Ao ter a sensação que estamos rumando outro caminho, cesso. Me separo dele e lhe digo:

-Calma garotão, você está sob minha observação.... - encaro seus olhos, eles estão fechados.

-Tudo bem, doutora Stark. - ele finalmente abre os olhos e beija minha testa.

Me aconchego em seus braços e adormecemos juntos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Comentem, favoritem e recomendem! Quero muito saber a opinião de vocês, Okay?