O diário secreto de Rose Hathaway escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 8
A balada parte 2


Notas iniciais do capítulo

Demorei mais cheguei!



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–Me conta tudo!

Olhei espantada para Lissa que me encarava com sua melhor face de ansiosa, ela deu alguns pulinhos animados que eu apenas classifiquei como estranhos e prossegui.

–Não sei do que está falando. –Respondi. –E desde quando somos amigas?

Lissa me encarou como se aquela pergunta fosse a mais absurda de todo o mundo e respondeu calmamente:

–Dimitri havia me avisado que você estava meio fora de si hoje, mas não a esse ponto, você está bem?

Fora de si?

–Do que está falando? Estou completamente normal!

Lissa me avaliou minunciosamente a começar da ponta de meus pés.

–Nos conhecemos desde pequena, mas nossa amizade se firmou em dezembro retrasado lembra? No hospital onde Tasha estava internada.

Meu coração deu um grande solavanco ao escutar o nome de minha amiga, a loira a minha frente percebendo minha súbita mudança de humor enrugou suas sobrancelhas confusa.

–Não vemos Tasha a um bom tempo, a última vez que há vi, ela estava indo para um internato na suíça.

–Suíça? –Não era grande surpresa, Tasha vinha de uma família com boa renda mensal, e sua mãe sempre fora obcecada por seus estudos, no entanto, por que ela não estava presente nesse louco sonho e sim Lissa? O que estava de errado?

–Pobrezinha, eles queriam continuar o tratamento dela lá.

–Tratamento?

–É criatura! O tratamento para as pernas, os médicos de lá deram um diagnostico positivo e talvez ela volte a andar.

Eu engoli em seco.

–Tasha está de cadeira de rodas?

Lissa assentiu afirmando de forma estranha.

–Você realmente não está bem, estávamos no hospital lembra? Ela caiu da escada na escola e fraturou a coluna.

Minha surpresa deve ter sentenciado minha cara de espanto quando Lissa me cutucou de leve, seus olhos verdes cintilantes me encararam suspeitos enquanto sua boca permaneceu em uma linha reta. Se vestido rosa pálido balançou graciosamente quando ela cruzou os braços sobre o peito e levantou uma sobrancelha, pela sua expressão tentava decifrar meus pensamentos, e por alguma ironia do destino eu não fazia ideia de como sabia disso.

Uma mulher saiu de um dos cubículos do banheiro e lançou um áspero olhar em minha direção, eu a encarei de volta.

–Perdeu alguma coisa minha filha? –Perguntei ríspida

A mulher de longos cabelos chocolate virou a cara rapidamente e saiu do banheiro, em seguida as luzes piscaram. Virei-me em direção ao espelho conferindo minha aparência, no entanto, como de manhã me surpreendi ao enxergar a garota magra que me encarou de volta. A maquiagem estava impecável, o vestido era simplesmente lindo e caro, eu estava belíssima, no entanto, faltava algo.

De repente senti falta de ar, queria sair daquele lugar, necessitava de algo mais, rapidamente o sonho deixou de fazer sentido, eu queria acordar. Eu fechei os olhos, mas o que me fez voltar a abri-los não foi a boa e doce claridade do meu lar, foram gritos.

Eu ainda encarava o espelho, mas agora assustada.

–O que está acontecendo? –Perguntei

Lissa já com o celular na mão olhou para mim preocupada.

–Apenas fique calma.

Depois dessas simples palavras a única coisa que não fiz foi ficar calma.

–Lissa, o que está havendo?

Quando a mesma não me respondeu caminhei até a porta, mas a garota me alcançou antes que pudesse se quer chegar lá e passou a tranca na porta me impedindo de sair.

–A segurança está chegando até aqui. –Ela disse. –Nada de sair lá fora.

Algo atingiu a porta me fazendo dar um pulo de susto, Lissa me puxou pelo braço até um dos cubículos e me enfiou lá dentro.

–Sobe em cima da privada, e não faz barulho. –Ela sussurrou antes de fechar a porta.

Eu queria protestar, mas não o fiz algo me fez permanecer calada.

Um estrondo na porta a arrombou em segundos.

–CADÊ A VAGABUNDA DA HATHAWAY? ! –Uma voz grossa gritou.

Ouvi passos próximos de onde eu estava.

–Não sei do que está falando, nem a vi hoje. –Escutei Lissa responder

–Não brinca comigo loirinha, onde está a popstar?

Eu engoli em seco, o medo tomou minhas veias como fogo, prendi a respiração.

–Não sei do que está falando, ela não está aqui.

Um som abafado ecoou e logo um gemido baixo, me estiquei agachada em cima de privada para ver alguma coisa e acabei vendo Lissa jogada no chão e um cara ENORME apontando uma arma em sua direção.

–Última chance. –Ele disse. –Onde ela está?

Aquilo estava tão errado, minha realidade estava tão distorcida, e aquilo tudo rapidamente havia se tornado um horroroso pesadelo do qual eu queria me livrar.

Acorde

Acorde

Acorde

Nada aconteceu e Lissa permanecia ali, jogada no chão.

“É um sonho Rose, coisas ruis não acontecem em sonhos.”– Pensei.

Então não pensei, não respirei e não parei para saber qual a melhor forma de fazer isso. Apenas desci da privada e sai do cubículo. O homem foi o primeiro a perceber minha presença, ele sorrio e sua arma se voltou em minha direção.

–Game over garotinha. –Ele murmurou.

Eu fechei os olhos, mas nada aconteceu, na verdade tudo pareceu congelar por milésimos de segundos e me peguei pensando no futuro, nunca havia parado para pensar no que eu me tornaria, me mantive tão focada no sonho perfeito que acabara por me esquecer no tipo de ser que eu me tornaria, e talvez agora não houvesse mais tempo para pensar.

Foi uma voz melodiosa e gentil que me tirou de meus devaneios, não um tiro.

–Lissa meu amor, você está bem?

Eu abri meus olhos para ver a confusão, Dimitri havia nocauteado o homem armado, e agora estava sobre Lissa a abraçando tão fortemente e carinhosamente quanto se podia. Meu coração se apertou, eu queria aquele abraço, Dimitri era meu, não dela! Senti braços ao meu redor.

–Você está segura agora. –Sussurrou Christian, no entanto eu nem mesmo havia visto de onde ele havia saído.

Eu não conseguia parar de olhar, eu sabia exatamente qual era a sensação de tê-lo em meus braços, no entanto, ele não estava me abraçando e isso estava me matando. Tudo o que consegui ver foram fleches antigos de mim e ele, os aniversários, as festas, as conversas, as brigas, as brincadeiras, tudo parecia ter mais sentido agora.

Só consegui perceber o quanto necessitava dele, quando não o tinha mais. Era como se todo o ar do universo tivesse sumido, como se todo o sentimento possível de se sentir fosse obscuro e vazio, eu me sentia vazia. Meu coração pulsava com um sentimento estranho, pesar talvez, vontade e inveja. Naquele momento invejei Lissa, mas que tudo no mundo, por que ela tinha a única coisa que eu queria agora.


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Notas finais do capítulo

Romitri irá sobreviver? comente e descubra no próximo cap !! ;) Beijinhos e até mais