–Mãe minhas pernas! Eu não sinto minhas pernas!

–Se acalme filha, tudo ficará bem.

–Mãe. –Solucei pelo choro. – Eu não sinto minhas pernas! Meu Deus!

A cada minuto que passava eu ficava impaciente, deprimida e mais e mais perto do fundo do poço. As enfermeiras foram obrigadas a me encher de sedativos para me acalmar, porque eu simplesmente não conseguia me manter quieta.

Após a ligação de minha tia, ironicamente o carro bateu, meu motorista não teve sequelas muito graves, no entanto, eu por outro lado estava sem cinto e fui arremessada a uma longa distância fraturando assim a coluna. Fiquei em coma por três semanas, e perdi o movimento das pernas. Os sites de fofoca só falavam de mim, principalmente depois de uma manchete me incriminando de tentar estregar o casamento de meu melhor amigo saiu na mídia. Eu estava acabada.

Eu me senti tão mal. De repente senti o peso de todas as minhas escolhas sob minhas costas, escolhas ruins, caminhos que eu havia decidido trilhar. Como eu pude ser uma pessoa tão ruim? Como eu só pude pensar em mim?

Alguns dias se passaram de forma arrastada, a única que sempre ficou ao meu lado foi a minha mãe, nenhum amigo meu apareceu, eu não os culpava. Estraguei a vida de Tasha, tentei acabar com o casamento de Dimitri, prejudiquei Lissa de propósito e meti Christian em uma enrascada, eu havia procurado por isso, e agora eu estava completamente sozinha.

O diário havia desaparecido, qualquer esperança de que eu pudesse voltar para casa havia sumido. E então fiz a única coisa que me restava fazer, eu aceitei. Acabei errando tanto enquanto tentava acertar, que não me dei conta do quanto me danifiquei no caminho.

–Você está bem, querida? –Perguntou minha mãe

Não sorri, não conseguiria fazer isso.

–Espero que eu fique mãe. – Respondi.

A partir daquele momento, eu me decidi, iria fazer as coisas diferentes, iria realmente mudar.

Fechei os olhos e senti a inconsciência me pegar.

Quando abri meus olhos uma longa preguiça se estendeu sobre mim, me espreguicei enquanto sentia o calor do sol quente sob minha face, abri os olhos e tive que piscar várias vezes para ver se via corretamente. Lá estava ele, o meu teto, O MEU TETO! Sentei-me na cama e passei os olhos pelo quarto, O MEU QUARTO! E então, eu havia voltado.