O diário secreto de Rose Hathaway escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 14
Quando o sentimento bate




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/641886/chapter/14

–Pode parar.

A imagem que passava pela janela congelou, nós havíamos parado. Me ajeitei no banco e brinquei com o sinto de segurança enquanto alguns poucos segundos se passavam, e então a porta do carro foi aberta e uma mão foi estendida em minha direção.

–Porque paramos? –Perguntei ignorando a mão de Dimitri estendida em minha direção.

Dimitri rolou os olhos e meu coração vacilou – coração traíra.

–Vamos Rose, para de birra.

Neguei prontamente com a cabeça.

–Não vou sair. –Respondi cruzando os braços em cima do peito.

Dimitri se aproximou de mim tentando soltar o meu sinto mais eu o segurei antes que pudesse faze-lo.

–Não se atreva. –Disse. –Me leve para casa.

–O que houve com você? Está muito chata hoje!

–Chato é você. – Repliquei mostrando a língua.

Por alguns segundos Dimitri me olhou incrédulo e então caiu na gargalhada no meio da calçada, sua risada foi tão forte e contagiosa eu até mesmo eu ri por meu ato infantil.

–Rose Hathaway mostrando a língua? Deus! Achei que morreria antes de ver isso novamente. –Ele disse enquanto recuperava o folego.

Fechei minha cara para ele novamente e voltei a encarar a minha frente.

–Anda Rose, sai.

–Não.

–Eu vou te tirar daí.

–Se tentar, eu grito. –Ameaço

Dimitri passa as mãos pelo cabelo frustrado e eu danço vitoriosa, estava chateada com ele, não queria nem mesmo conversar.

– Te compro uma salada.

–Está tentando me comprar com uma salada? –Pergunto indignada

Dimitri dá de ombros.

–Você é bem light com o que come.

–Prefiro uma comida mais gordurosa.

–Hey! O que aconteceu com “Não como nada que posso prejudicar o meu corpo”?

–Bem. –Penso rapidamente. –Hoje é exceção.

Dimitri me encara com mais intensidade, algo em seus olhos fazem com que eu me sinta nervosa de repente e dessa forma meu coração se acelera e meu sangue parece bombear muito mais rápido que antes.

– Não quer ter um dia diferente? –Pergunta Dimitri. –Sem fotos, sem agenda.

–Então estamos saindo por diversão? –Questiono desconfiada.

Ele dá de ombros.

–Venha e descubra.

Eu o encaro desafiadora enquanto desprendo o cinto de segurança.

–Pode deixar seu caderninho aí, quando voltarmos ele ainda estará aí. –Diz Dimitri vendo eu me agarrar ao diário.

Minha parte racional gritava para correr, escrever no diário e sumir daquela realidade alternativa que estava acabando comigo, mas meu outro lado, o lado sentimental e meio dolorido, ansiava por mais tempo com Dimitri, com um tempo só meu e dele, seja no outro universo ou nesse.

Então, eu segurei sua mão, e ele sorriu. Um sorriso tão genuíno e sincero que me deixou sem folego e ao mesmo tempo agitada, e foi naquele espaço de tempo, segurando sua mão na calçada de uma rua qualquer que tive a plena e breve certeza de que eu estava completamente apaixonada por meu melhor amigo.

E então tudo em minha mente começou a se encaixar como peças mal colocadas de um quebra-cabeças, eu estive dando voltas e voltas no mesmo círculo e apertando a mesma tecla por diversas vezes, eu precisei perde-lo para encontra-lo, perde-lo para Lissa em uma realidade completamente distorcida para finalmente me dar conta de que tudo o que eu sempre quis foi ele.

–Rose você está bem?

Eu balancei a cabeça afirmando e Dimitri riu divertido enquanto batia a porta do carro.

–Você está completamente mais estranha de uns tempos para cá.

Eu pisquei e então Dimitri soltou minha mão finalmente se dando conta de que ainda a segurava. Ele me estendeu uma sacola preta e eu a abri imediatamente, lá dentro encontrei óculos escuros e um boné branco e preto com o nome do time de futebol “Santos”. Levantei uma sobrancelha para Dimitri que deu de ombros e mostrou seu boné idêntico ao meu.

–Tudo bem marrenta, vamos lá.

O carro foi ficando para trás a medida que avançávamos pela calçada.

–Onde estamos indo?

–Você já vai ver.

Depois de uns bons quinze minutos andando eu já estava perdendo minha paciência, e Dimitri ainda sorria com todas as reclamações que eu falava, mas quando meus olhos puderam ver para onde nos dirigíamos a animação tomou conta de mim por completo.

–Meu Deus! – Exclamei surpresa e feliz.

–Gostou? – Ele perguntou. –O motorista não podia estacionar perto, se não as pessoas nos veriam.

–Tudo bem, valeu a caminhada. –Disse. –Agora acelera o passo para chegarmos logo!

Dimitri riu por minha empolgação e acelerou os passos, o que foi ruim para mim, porque suas longas passadas desse se tornavam em quatro minhas. Como não portávamos nada de mochila ou objetos passamos direto pela fila de revista e fomos direto a entrada, onde passamos rapidamente, quando meus pés tocaram no solo do parque Dimitri sussurrou próximo a mim:

–Bem-vinda ao Hopi Hari.

Juro que um arrepio subiu por minha espinha, e para tentar disfarçar o quanto sua voz tinha me deixado mole sorri e sai andando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se comentarem posto mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O diário secreto de Rose Hathaway" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.