Com 18 anos o máximo que você pode tentar fazer é falsificar uma identidade para entrar numa boate, nos meu caso, 18 anos significa a idade que começaria o meu estrelado. Não me leve a mal, mas eu já nasci pronta para ser uma estrela.
Me chame de Rose,a próxima sensação da cultura pop, ficarei até mais famosa que Justin Bieber, pode apostar nisso.
A maioria das pessoas perdem tempo fazendo coisas estúpidas, eu planejo. Minha vida segue as diretrizes que eu comecei a organizar aos 4 anos de idade,quando desfilar se tornou meu maior sonho.
Eu seria aceita como modelo de alguma marca - apenas para começo- , só que meu sucesso seria tanto que logo eu dominaria parte do estado. Me mudaria para São Paulo, conquistaria o meu lindo e perfeito principe, me apaixonaria por ele - de novo - e teríamos um lindo e perfeito final feliz, como o todo bom e velho conto de fadas.

-Rose assopre as velas, faça um pedido,seu teste é em meia hora.

"Que meus sonhos se tornem realidade. "

Assoprei animadamente as velas do meu bolo de chocolate enquanto remexia meu corpo com algum toque ritmado de música
Mamãe sorriu e bateu palmas, Dimitri rolou os olhos sorrindo.

-Corte logo esse bolo Rosemarie, estou com fome. -Ralhou Dimitri.

-Cala a boca! -O reprendi por implicar.

Ele riu.

Dimitri e eu somos melhores amigos desde o berçário, quando "sem querer "eu acabei fazendo xixi em cima do travesseirinho fofo dele, que eu me lembre, ele partiu pra cima de mim e como a bela medrosa que sou, corri gritando em direção a professora. Ele nunca me deixa esquecer isso.

-Tenho que ir agora pentelha, ou vou me atrasar para o treino. -Disse Dimitri enquanto acabava suas últimas garfadas de bolo. -Boa sorte no teste.

-Vá pela sombra garoto monstro.

Dimitri sorrio largamente, de forma que pude ver suas fofas covinhas no rosto.

-Rose sua tia lhe enviou um presente. -Disse minha mãe enquanto remexia no celular.

-Que tia? -Perguntei enquanto lambia meus dedos com chocolate neles.

Minha mãe colocou um pacote pardo em cima da mesa.

-Sua tia Mary de Atlanta.

Eu tinha vagas lembranças de tia Mary, a última vez que a vira fora no interro do meu pai, nove anos atrás, depois de tanto tempo era de se esperar que ela esquecesse de mim, mas não esqueceu. Minha animação diminuiu quando li o pequeno cartão na frente do pacote.

"para minha querida Rosemarie. "

-Rosemarie? Jura mamãe? Onde você e papai estavam com a cabeça quando me deram esse nome? Serei zoada pelo resto de minha vida, além do mais que tipo de estrela famosa se chama Rosemarie? parece o nome da loira do banheiro!

Minha mãe riu enquanto se levantava da cadeira.

-Você querida.-ela respondeu. -Agora vamos antes que percamos o horário.