Amor à venda. escrita por Nina Olli


Capítulo 7
Capítulo 7 - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Trago mais um capítulo dessa história. Dessa vez, irei dividi-lo pois me empolguei e ele ficou imenso. Esse feriado foi corrido, mas consegui revisá-lo. Porém, se encontrarem algum erro, por favor me avisem que eu arrumo. Boa Leitura.



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"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são". (Friedrich Nietzsche)

Vincent relutava em soltá-la. 

Ele se misturou em meio aos longos cabelos da assistente e a respiração cálida que vinha da jovem causava um relaxante bem-estar. Vincent deslizou as suas mãos pelos braços de Gilan, sentindo a pele da moça reagir de maneira instintiva, se arrepiando. 

Tentou sibilar algumas palavras, mas os seus soluços o impediram. Vincent precisava se acalmar. Ele queria se afastar da assistente e tomar o controle da situação. Mas era inútil. Vincent necessitava tanto daquilo. Tanto.

A doença da mãe o assustava, e em todos os momentos do seu dia, o remorso o consumia. Ele lamentava os telefonemas perdidos, os almoços que não compareceu, os encontros que deixou para depois. Por que justamente Elaine teve que adoecer? Ele jamais conhecera uma pessoa com tanta vontade de viver quanto ela. 

E Deus o perdoe, mas preferia estar doente em seu lugar.

Elaine era uma faísca que acendia tudo ao seu redor. Uma mulher vívida, capaz de cativar o melhor de qualquer pessoa. 

Mas Vincent não tinha a menor utilidade para ninguém, nem mesmo sabia ser um bom filho. Tornara-se um homem tão solitário e deprimente que ali estava, chorando sem dignidade nos braços da sua assistente.

E permaneceu assim até ser interrompido por uma corrente de ar frio. Gilan se afastou dele e Vincent sentiu instantaneamente a falta daquele calor que a proximidade da pele dela lhe oferecia. 

Quis puxá-la para junto de si novamente, mas conteve-se.

Inesperadamente, a jovem segurou o seu rosto com as duas mãos e limpou as lágrimas que ainda caíam. Ele suspirou aliviado, sentindo a ponta dos dedos dela alisando a sua barba por fazer.

— Vincent... — a jovem murmurou, e não lhe escapou o fato de que aquela era a primeira vez que ela o chamava pelo seu nome. — A sua mãe precisa de você. Ela precisa que você atenda as ligações, que você a visite, que a encare nos olhos, que se abracem de vez em quando. — Gilan segurava as mãos de Vincent agora. — Elaine precisa ter acesso ao homem brilhante, capaz e obstinado que você é.

Vincent esboçou um sorriso encabulado e desviou o olhar. Era um soco no estômago ter que escutar observações tão dóceis vindo de alguém que acabara de ser humilhada por ele.

A examinou com minúcia, esperando encontrar algum resquício de orgulho ferido no olhar da jovem, mas não havia nada disso. 

Vincent olhou ao redor. Ainda permaneciam ajoelhados no meio da sala, e caso alguém os encontrassem seria uma cena complicada demais de se explicar. Ele levantou-se repentinamente e a assistente sabiamente o seguiu.

 — Você não faz ideia do quão fodido isso tudo é. — deveria ser um pensamento, mas Vincent acabou dizendo em voz alta.

A jovem abaixou o olhar. — O senhor não tem que se desculpar, eu realmente entendo-

— Eu não estou me desculpando. — Vincent deu dois passos na direção da assistente.

Ficaram em silêncio por alguns segundos desconfortáveis antes da assistente voltar a encará-lo.

— E pretende? — ela soou estranha.

— Acho que já ficou claro que a sua demissão foi cancelada. — Vincent desconversou, se afastando e sentando-se na poltrona de sua sala. — Vamos apenas esquecer esse infeliz incidente.

— O senhor não faz a menor ideia do que seja um pedido de desculpas, não é mesmo?

Vincent fitou Gilan, se divertindo um pouco com a rispidez da jovem.

— Quer que eu implore para você ficar, Gilan? — ele sorriu da maneira mais irritante que pode, observando o rosto da assistente se contorcer em uma careta de desgosto. — O seu ego precisa tanto assim que eu me humilhe pra você?

Gilan bufou e se afastou alguns passos, como se fosse deixar a sala, mas então, retornou com os olhos determinados.

— Admitir um erro não é exatamente humilhante, é apenas humilde.

E antes que Vincent pudesse retrucar, uma batida insistente na porta os interrompeu.

— Sr. Parker, me desculpe incomodá-lo, mas é que a sua próxima reunião já irá iniciar.

— Sara, avise ao restante da equipe que a Srta. Robert continuará conosco, certo Gilan?

A jovem assistente o encarou um pouco contrariada, mas diante da expressão animada de Sara, acabou apenas sorrindo fraco e concordando.

— Sim, Sara. O Sr. Parker está certo. — Gilan sibilou, aborrecimento transbordando em cada palavra. — Eu ainda continuarei trabalhando por aqui. 

xXx

Gil encarou a sua imagem no espelho do seu banheiro. Jogou um pouco de água no rosto e fechou os olhos. Kerya estava certa. Aquele homem era um completo lunático. Irritante, egocêntrico... Faltavam adjetivos. Fez uma careta. Por que aceitou voltar, afinal? O Sr. Parker sequer foi capaz de se desculpar ou demonstrar qualquer sinal de arrependimento pela forma que ele a havia tratado antes.

Obrigado, Gilan. Por não deixá-la sozinha. Obrigado.

Jogou mais uma mão-cheia de água no rosto e bufou, sentindo-se inexplicavelmente deprimida.

— Eu já sabia! — Kerya se encostou no batente da porta. — O lunático do seu chefe não iria te demitir por tão pouco.

Gil preferiu mais uma vez ocultar os detalhes do ocorrido.

— Mas por que você não parece feliz? — Kerya a encarou com desconfiança.

— Só estou cansada.

— Então se anime, porque a notícia que eu tenho é maravilhosa! — a irmã revelou, mostrando uma pasta que estava escondida atrás das suas costas. — Você se lembra do corretor que me ofereceu aquele empreendimento incrível?

— Sim, o apê que não tínhamos dinheiro para comprar? — Gil respondeu, analisando os documentos.

Kerya apontou para o papel. — Por causa do meu aumento o meu limite subiu consideravelmente, e então, eu consegui a liberação de um empréstimo.

Gil arregalou os olhos. — Não me diga que-

— Nós vamos comprar o nosso próprio apartamento! — Kerya pulou nos braços de Gil e a abraçou com toda a força.

— Eu não acredito, Kerya! Eu quero saber de tudo, meu Deus, nós temos que pensar em tantas coisas, na mudança, datas, móveis... Vou pedir um dia de folga e-

— Calma, eu tenho que te explicar os detalhes. Mas é incrível, tivemos tanta sorte. — e a mais velha andou até a sala contando da merecida compra.

Por um momento, Gil pensou em interromper o monólogo da irmã e enchê-la de beijos. Estava em êxtase. Kerya era tão incrível e merecia tudo isso. Depois de tantos anos economizando e procurando uma oportunidade, finalmente elas poderiam realizar esse sonho.

Tudo o que herdaram da mãe foram algumas caixas velhas com lembranças maravilhosas e livros incríveis, que apesar do estimado valor, não pagavam uma moradia própria. E desde então, esse era o maior objetivo das irmãs Robert, um lugar só delas para que pudessem chamar de lar.

— Vamos comemorar! Beber todas, comer alguma coisa bem gordurosa e dançar a noite inteira. — intimou Kerya.

— Hoje?

— Agora. E não me venha com desculpas. Você precisa se distrair e essa é a ocasião perfeita. — Kerya sorriu maliciosamente.

— Você está querendo uma noite de garotas ou isso é só mais uma desculpa para me apresentar a algum amigo?

— É óbvio que eu quero te apresentar a alguém. — Kerya revirou os olhos.

— Kery, eu nem sequer tenho tempo para namorar.

— Que horror! Quem aqui falou em namorar?  — Kerya simulou três batidas no ar. —Você tem oitenta anos ou o quê?

— Te garanto que a minha disposição física é exatamente essa. — a mais velha a repreendeu com o olhar. —  Mas não vou discutir. Você está certa. Uma boa cerveja é tudo o que eu preciso hoje.

xXx

— Só mais cinco minutos.

— A senhora está dizendo isso à meia hora. — resmungou Vincent.

— Não é todo dia que o meu filho me chama para jantar. — Elaine encarou a sua imagem no espelho e ajeitou a gola da blusa. — Quero ficar ao menos apresentável, afinal, vou desfilar com o homem mais bonito da cidade.

— A senhora é a mulher mais bonita sem fazer nenhum esforço. — Vincent encostou a cabeça no armário do closet e admirou a mãe.

— Não seja bobo. Há vinte anos eu até acreditaria em você. — Elaine abriu a sua bolsa e começou a tirar os objetos desajeitadamente. — Cadê o meu batom? Acho que deixei no banheiro. — a bolsa caiu no chão e os objetos se espalharam. — Querido, você pode recolher essa bagunça para mim, por favor?

— Não demore muito. É um jantar e não uma ceia. — Vincent se abaixou e juntou os objetos um a um, os colocando de volta na bolsa.

Deparou-se com um objeto curioso. Uma agenda. Era um pequeno caderno azul que continha um desenho de urso na capa, as suas páginas eram coloridas e o espiral estava desgastado.

Parecia familiar. Onde será que ele viu isso antes? Abriu o objeto e começou a folheá-lo.

Claro. Era a sua agenda. Reconheceu a sua letra ilegível. Ele devia ter no máximo uns dez anos nessa época. Em uma das páginas encontrou uma espécie de lista:

Passar todas as férias na casa do meu pai.

Aprender a andar de bicicleta.

Adotar um cachorro (ou um gato, ou um porco, pode ser um galo).

Andar de cavalo.

Acampar com o meu pai.

Assistir a um jogo do Texas Rangers (com o meu pai).

Andar de avião.

Ser muito rico.

Comprar uma casa para a minha mãe.

Viajar pelo mundo com o meu pai.

Ele revirou os olhos para aquelas baboseiras. Mal sabia que o desgraçado do pai o abandonaria logo depois.

Vincent fitou a lista mais uma vez e foi inevitável não fazer um checklist mental do que ele havia de fato, realizado. Todas as coisas que dependiam da companhia de seu pai ele havia feito sozinho. 

O velho, definitivamente, havia fodido com a sua infância.

Depois que abandonou Elaine para viver com outra mulher, o infeliz mal o procurava. E Vincent se tornou uma persona non grata¹ na casa do pai. Coisa que a sua madrasta, cada vez que se encontravam, não hesitava em escancarar. 

Por muitos anos, Vincent se culpou por não ser amado pelo velho, e perdeu as contas das vezes que ficou na frente de casa, todo arrumado e com a mochila pronta, esperando por horas uma pessoa que nunca chegava. Depois de adulto, Vincent abandonou o hábito de pensar no pai. Procurá-lo não lhe acrescentaria em nada e a presença dele já não fazia a menor diferença.

Vincent folheou a agenda um pouco mais e reparou em outra lista. Dessa vez, a letra não era a sua. Era uma caligrafia elegante, bem traçada e que ele conhecia muito bem. 

Era a inconfundível letra da mãe.

Voar de balão.

Dançar mais uma vez a nossa música (Close to You).

Elogiar cem pessoas.

Fazer uma tatuagem.

Aprender a ler cartas de tarô.

Acampar. 

Realizar um evento beneficente.

Aprender a andar de bicicleta. (Não posso morrer sem essa).

Assistir o casamento do meu filho.

...

Havia coisas tão simples ali, mas ao mesmo tempo, tão distantes. Ouviu passos e arrancou rapidamente a página, guardando-a no bolso com agilidade. Devolveu a agenda à bolsa da mãe e disfarçou o melhor que pode. Elaine surgiu na sala e lançou um dos seus sorrisos enormes antes de segurar elegantemente o braço do filho.

— Vamos? — ela o intimou.

— E onde a senhora gostaria de ir?

— Para qualquer lugar... A única coisa que realmente me importa hoje é a companhia.

 xXx

— Esse é o lugar mais bonito que eu já vi. — confessou Gil, observando impressionada a decoração do local.

A fachada era iluminada com luzes azuis que contornavam todo o desenho da arquitetura. Havia três andares e cada um dos ambientes continha uma atração diferente.

No primeiro piso, uma decoração de luzes tênues davam um ar aconchegante e íntimo. As mesas eram espaçosas e continham pequenos lustres acima de cada uma delas, iluminando os clientes. 

Os garçons estavam bem-vestidos e serviam champanhes e vinhos da melhor qualidade, e o barulho de vozes conversando animadamente se misturava com a música instrumental que tocava ao fundo.

As irmãs decidiram tomar um drink antes do jantar e subiram por uma imensa escada caracol. Uma redoma de vidro a revestia, sendo possível observar as luzes da cidade enquanto subiam. A escada as levou ao segundo andar, em que a decoração era um tanto informal, mas não menos sofisticada.

Pequenas mesas, ideais para beber ou consumir aperitivos, estavam espalhadas pelo salão, e uma Jukebox² tocava indie rock num volume agradável.

O bar continha um balcão espaçoso e prateleiras com uma vasta opção de bebidas. O local estava um pouco mais lotado que o primeiro andar, mas nada que as impedissem de circularem confortavelmente.

Por fim, elas decidiram sentar-se em volta do balcão. Gil pediu um cranberry com vodka e laranja, e como de costume, Kerya quis um Manhattan. O barman fez um show particular enquanto preparava os drinks e Gil deixou escapar um suspiro de admiração. 

Definitivamente, ela precisava sair mais.

— Eles já devem chegar. — Kerya olhava ansiosa para a porta do salão.

— Meu Deus, você viu o preço dessas bebidas?

— Largue esse cardápio antes que você desista de se embebedar. — Kerya puxou o menu das mãos da caçula. — Olha ali, o meu amigo finalmente chegou.

Kerya levantou o braço e acenou para o amigo. Gil logo pode compreender o motivo da ansiedade da irmã. O tal de Henri era uma bela visão masculina.

— Forte. Alto. Loiro e de olhos azuis. Você é tão clichê.

— Eu não sou nenhuma amadora. — a mais velha retrucou debochada, embora o seu rosto corado estivesse denunciando toda a sua animação.

Gil soltou uma leve gargalhada que não se estendeu por muito tempo, pois, assim que colocou os seus olhos no homem que seguia Henri, o seu bom humor desapareceu. Isso só podia ser uma miragem. Qual a probabilidade de Kerya querer lhe apresentar justamente à ele?

— Oi gata. — Henri cumprimentou Kerya com um beijo desnecessariamente caloroso e lançou uma piscadela para Gil. — Você deve ser a caçula. Esse é o meu amigo... Matthew.

O produtor fitou Gil com a expressão radiante. — Isso é o que eu chamo de coincidência... Ou sorte.

Gil sentiu o olhar confuso da irmã e apressou-se em explicar.

— Nós trabalhamos juntos. Na verdade, ele é o produtor que o Sr. Parker contratou.

— Não fala o nome daquele lunático, vai trazer azar. — Kerya zombou, e levou uma cotovelada furiosa de Gil. — Que bom que vocês já se conhecem. Muito prazer, eu sou a Kerya.

— Vocês tem personalidade nos nomes. — o produtor brincou.

— Nossa mãe era muito criativa. — Kerya piscou charmosa. — Vamos escolher uma mesa?

A dupla de casais seguiram até o fundo do salão, pediram algumas cervejas e aperitivos para acompanhar. Kerya iniciou uma animada conversa paralela com Henri e Gil não teve escolha a não ser interagir com Matt, que parecia tão desconfortável quanto ela.

Matt espiou Gil com o canto dos olhos. — Normalmente eu converso bastante, mas... Encontro às cegas... Isso é tão constrangedor.

— Que bom que você também pensa assim. — Gil soltou o ar que estava prendendo.

— Consegue imaginar a fofoca nos corredores da B&B Larsson? 

— Acho que teremos que fazer um pacto de silêncio, Sr. Green.

— Srta. Robert, a minha reputação está em suas mãos. — o produtor fez uma falsa súplica.

— Eu vou pensar numa maneira bem cara de você me recompensar. — Gil se aproximou de Matt e sussurrou. — Com os preços desse cardápio, não será difícil.

— Eu não consigo! —  Matt começou a gargalhar.  

Gil o olhou intrigada. — Eu perdi alguma coisa?

— Eu tenho que admitir, eu já sabia que te encontraria por aqui. — Matt percebeu a expressão boquiaberta de Gil e continuou. — Quando Henri comentou do encontro às cegas, eu não quis vir de jeito nenhum. Mas então, ele me disse o seu nome e eu achei que fosse pouco provável que se tratasse de outra Gilan.

— O senhor quis vir até aqui mesmo com a possibilidade do seu encontro ser apenas eu? 

— Não me chame de senhor, Gil. E na verdade, eu só vim porque tinha esperanças que fosse ser exatamente você.

— Eu não sei o quê dizer. — Gil ficou tão sem graça.

Então, Matt se levantou e simplesmente estendeu a sua mão.

— Não precisa dizer nada, apenas... dance comigo. 

xXx

Gil seguiu o jovem produtor pela escada caracol, e então, deparou-se com o terceiro andar. Era um salão imenso e iluminado por uma fraca e sedutora luz. O teto imitava uma constelação, dando a impressão de estarem abaixo de um céu aberto.

Era divino.

Casais de todas as idades dançavam, seguindo a música que era tocada por uma banda de elegantes integrantes vestidos a rigor. 

Cada detalhe era tão refinado e harmonioso que Gil encarou Matt sem conseguir conter o seu deslumbramento. O produtor devolveu o olhar como se concordasse com ela e a segurou pelas mãos. Seguiram até a ponta esquerda do salão, e desajeitadamente, o jovem produtor envolveu a sua cintura, puxando-a para perto do seu corpo. 

A respiração de Gil tornou-se mais intensa. Ela apoiou timidamente as suas mãos nos ombros do produtor e começaram uma dança a passos lentos. A música que tocava ao fundo era um clássico dos anos setenta. Gil se perdeu na melodia e na bela voz da vocalista que cantava os versos de maneira graciosa.

"Why do birds suddenly appear / Every time you are near? / Just like me, they long to be / Close to you".

Em um determinado momento da música, Matt a rodopiou. 

Quando Gil retornou aos braços dele os seus narizes se encostaram e ela sentiu um arrepio passar pelo seu corpo. O produtor se aproximou ainda mais e ela não fez menção de se afastar, mas quando a tensão parecia alcançar o seu ápice, a música terminou. E o produtor a soltou.

— Nada mal para um encontro às cegas secreto, não é? — Matt brincou.

— Você está com sorte, eu nem mesmo pisei no seu pé.

— E quem disse que não pisou? — o produtor a provocou

— Não seja mentiroso, eu não pisei! — Gil fingiu uma careta ofendida e empurrou suavemente o braço de Matt.

Começaram a gargalhar, esquecendo-se por um momento que ainda estavam parados na pista de dança.

— Será que eu posso participar dessa conversa tão animada? — uma voz grave os interrompeu.

A luz do salão pareceu diminuir, a música se tornou distante e as pessoas ao redor já não existiam mais. Gil olhou espantada para a imagem à sua frente, e se perguntou se aquilo era apenas um pesadelo ou se realmente Vincent Parker sorria para ela.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Muito obrigada pelos comentários, isso realmente me motiva. Até a próxima semana. o/



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