Sangue Ruim e Testa Rachada escrita por Pipe


Capítulo 3
E ela é minha!!




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SANGUE RUIM E TESTA RACHADA

CAPÍTULO FINAL - E ELA É MINHA!!


Harry não se achava o cara mais inteligente do mundo, mas também não se considerava um energúmeno. Mas por mais que desse "tratos à bola", não conseguia entender as mulheres. Uma em especial. A que mais lhe interessava.


-O que foi que eu fiz de errado? Foi só falar que tava apaixonado, ela não olha mais na minha cara, suspira feito uma asmática o dia inteiro e agora fica ostensivamente conversando com o Malfoy.


-Ostensivamente não é bem a palavra. Tirando eu e você que sabemos que eles conversam, ninguém mais sabe do lance, Harry. - Ron suspirou. - Porque você não diz logo pra ela que ela é sua paixão secreta?


-É bem capaz dela me bater e não olhar mais pra minha cara.


-Bem, lembrando desde já, ela JÁ não está olhando pra sua cara... Você está complicando algo muito simples... Ok, ok, se não estou ajudando, não vou mais atrapalhar.


Harry bufou e olhou para os dois conversando lá diante. Draco tinha um sorriso satisfeito enquanto Hermione lia um pergaminho. Pelo jeito a doninha tinha resolvido seus problemas sentimentais. Insuportável! Ele resolveria metade dos problemas dele, Potter, só de ter Hermíone perto novamente.


Enquanto isso, vamos chegar perto dos dois que conversavam "ostensivamente":


-Então, não te disse? Ela ficou impressionada com sua diplomacia e arrogância sutil e quer te conhecer melhor...


-Sim, afinal, eu sou um Malfoy. A nata da aristocracia franco-inglesa. - Ele deu uma risadinha. - Deveria abrir um consultório sentimental, Granger. Ou pelo menos, um de tradução dos sentimentos das mulheres para os homens. Daria um bom dinheiro. E dinheiro, você sabe, compra tudo. Até um certificado de sangue puro.


-Tipicamente sonserino. Um "muito obrigado" seria pedir muito, não é?


-Huuuu... Hoje a sua TPM está em níveis estratosféricos, sanguinho. Que foi?


-O que adianta eu resolver os problemas sentimentais dos outros se não consigo resolver os meus?


-Quer uma ajuda de um especialista? - Draco ergueu uma sobrancelha irônica. - Qual dos dois é sua fonte de dor de cotovelo? O pobretão-metido-a-garanhão Weasley ou o testa-rachada-carregador-das-dores-do-mundo Potter?


-E o que lhe interessa, Malfoy?


-Oha! Para onde foi o Draco? Morgana te ajude, Granger. Chutando a própria sombra você não consegue nem o Longbottom, por mais necessitado que ele esteja, quanto mais...


-Eu não conseguiria ninguém, de qualquer forma. Ele já me confessou que estava apaixonado por alguém. Tanto, que nem conseguia se concentrar nos estudos.


-Ah! Levando-se em conta que Weasley tem alergia a livros estamos falando do Potter. Ué, Granger, pensei que houvesse mais persistência na Grifinória.


-Não para batalhas perdidas, Malfoy... - sorriu a garota, reconhecendo as palavras.


-Uma batalha só está perdida quando um dos lados se rende... Já ouviu algo assim antes?


-Acho que já. Quanta bobagem a gente escuta por aí, ne?


-Você está dizendo que VOCE pode me ajudar mas eu não posso ajudar você, sangue-ruim? Está fazendo pouco de mim, um puro-sangue, um Malfoy? - O tom de voz de Draco foi crescendo em volume e irritação.


Harry nem pensou direito. Hermione podia não estar falando com ele, mas ele não ia ficar ali parado, enquanto Malfoy a ofendia. Que audácia. A garota o ajudando com a merda dos probleminhas dele e o arrogante pisando nela como sempre. Foi se aproximando, os passos rápidos e raivosos, já tirando a varinha de dentro do bolso.


-POIS EU VOU LHE DIZER, SANGUE-RUIM...- O rosto de Draco já estava com as bochechas vermelhas e faíscas saiam dos olhos cinza quando o primeiro feitiço o atingiu.


-QUIETUS! - podia nem ser o melhor mas a voz de Malfoy abaixou e antes que ele completasse a volta com a varinha na mão Harry o atingiu com outro. - PETRIFICUS TOTALUS.


Draco veio ao chão com um baque surdo. Ainda bem que caiu na grama... Hermione arregalou os olhos para aquele Harry Potter com os olhos verdes brilhando de raiva, arfando e com a varinha erguida como a espada de um cavaleiro andante. Pensou em dizer algo, mas as palavras se perderam no caminho entre o cérebro e a boca assim que aquele olhar cruzou com o dela e ele estendeu a outra mão para a amiga.


-Vamos embora daqui. Espero que agora você aprenda que não se ajuda serpentes. Tem uma história trouxa de um cara que aqueceu uma cobra congelada pondo ela dentro da blusa, junto ao peito e logo que ela melhorou mordeu-o, matando.


-Co-co-conheço...


-Então, não seja ingênua da próxima vez. Esse aí não precisa de ninguém. Só da ralé que o acompanha. Não merece que alguém com você se preocupe com ele.


-Alguém como eu?


-Claro, Mione. Você é muita areia pro caminhãozinho dele. Uma garota inteligente, esperta, audaz, com um bom gancho de direita...


Novamente, Hermione ficou sem palavras.


-Eu sou tudo isso?


-E mais um pouco... Faria qualquer cara o mais feliz e sortudo do mundo...


-Ah, mas eu não queria fazer "qualquer cara" o mais feliz do mundo... Só queria fazer um... mas acho que ele não quer...


-Diz quem é o estúpido que não quer!! Hoje eu já to no óleo mesmo, pra jogar uma maldição imperdoável noutro idiota que te faz sofrer não custa.


Draco agradecia pelo feitiço impedi-lo de falar, porque tinha vontade de gargalhar. Não que já não estivesse o fazendo por dentro. Caramba, o cara tinha mesmo "complexo de Ulisses".


-Ah, Harry. Melhor não... - Hermione passou a mão pelo braço dele, numa carícia preguiçosa. Os pelos se arrepiaram de prazer. - Eu não quero ver você sofrer... ainda mais se auto-flagelando...


A cara de Harry foi demais para Draco. Ele queria se dobrar e segurar a barriga, mas só pode derramar lágrimas de riso. Virou os olhos prateados "as meninas são realmente um mistério... olha só o panaca que essa daí gosta. Pra cair a ficha demora um século."


Mas a ficha caiu e Harry puxou-a para um beijo.


-Porque você nunca me disse? Não me deu um toque?


-Dei vários. E você me disse que já estava apaixonado...


-Por você, sua boba. Retiro o "esperta" da outra frase... Ai, ta bom... Eu também tenho culpa...


Disfarçadamente, Hermione virou a varinha para Draco e murmurou o encantamento pra libertá-lo. Piscaram um para o outro e enquanto o novo casal voltava ao castelo, Draco rolava de rir na grama, repetindo as frases e relembrando as cenas...




n/a: Nhaaaaa... Me perdoem, mas eu sou péssima pra guardar nomes de feitiços... Bem, agora é só partir pro abraço, Harry... Já sei, vou ter que fazer um pequeno epílogo depois. Tudo bem, só queria entregar o presente no Natal, afinal, é um presente de Natal. FELIZ NATAL, JUNE BRIEFS. 25/12/05.


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Notas finais do capítulo

Nossa, desde 2005 que eu to ensaiando pra contar quem é a menina que o Draco e a Hermione estavam falando... Um dia eu conto. Personagem original mesmo...