Dramione - Start a Fire escrita por Anne Bridgerton


Capítulo 6
The detention


Notas iniciais do capítulo

Tretas, tretas, tretas...



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Bom, para a alegria dos pacifistas – ou melhor, ninguém – e para a tristeza dos barraqueiros – preciso falar quem são? -, a única aula da Grifinória com a Sonserina havia sido a primeira, então o resto do dia passou sem maiores confusões.

Realmente, os professores não descobriram os autores da pegadinha com Lockhart, mesmo tendo convocado os elfos da cozinha. Além do que, eu também não tive aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, então não houve maiores contatos com o professor.

Bom, como ainda faltavam algumas horas para as nove, decidi ir para o salão comunal dos monitores. Foram tantas aporrinhações em um espaço de tempo tão pequeno que não estava com a mínima cabeça para estudar – é, eu sei, bizarro.

Chegando lá, encontrei Hannah sentada em um dos sofás, concentrada em um livro. Me aproximei dela e sentei ao seu lado.

– Bom o livro? – perguntei tentando ver a capa. Ela me olhou, como se finalmente notando minha presença.

– Ah, sim, não sei se você já leu. É trouxa. – mostrou a capa, que eu me contorcia para enxergar. Sorri agradecida e li o título: “Romeu e Julieta”. Dei uma pequena risada.

– Sim, já li. É bem famoso, sabe. Shakespeare é uma grande inspiração para muita gente, e seus livros, mesmo sendo de séculos atrás, ainda fazem sucesso. – me joguei no encosto.

Hannah fechou o livro e dobrou as penas em cima do sofá, se voltando para mim.

– Agora me conta com detalhes o que todo mundo tá comentando: sua briga com a Pansy.

Ela me olhava cheia de expectativa. Só consegui rir. Nossa, eu não me surpreenderia se os trouxas já soubessem do ocorrido.

– Ah, a Pansy é uma idiota. Queria me provocar dizendo que viria aqui de madrugada para se atracar com Malfoy. – revirei os olhos com o pensamento – eu acabaria vesga de tanto fazer isso.

Hannah riu.

– Sério? Que ridícula! E o que você fez?

– Ah, troquei um feitiços com ela e Nott, nada demais. Mas... – acrescentei, aguçando sua curiosidade. Ela parecia praticamente se pendurar em cada palavra que eu dizia. – Tenho que supervisionar a detenção dos dois ás 21 horas. Não deixaria essa oportunidade passar em branco, não é? – pisquei.

A lufana riu novamente e eu a acompanhei: ela era tão bobinha que chegava a ser engraçado, mas eu tinha gostado dela. Acho que daríamos boas amigas.

Passamos um bom tempo ali conversando, não sei quanto. Conversamos sobre diversas besteiras, como comida, os garotos de Hogwarts, música, livros, e acabei descobrindo que, apesar de ela não ser trouxa, sabia várias coisas sobre eles. Fala sério, ela era até fã do Johnny Depp!

Acabei ficando tão distraída que só descobri que era hora da ronda quando Malfoy surgiu na porta, parecendo primeiramente sem reação por me encontrar ali fazendo nada, mas logo depois, como não podia deixar de ser, alfinetou, parecendo entediado:

– Está na hora da ronda, Granger! Que parte do “não se atrase” você não entendeu?

Agradável ele, não?

– Não precisa ficar me lembrando de meus deveres, Malfoy. Não sou relapsa que nem você.

Levantei e ajeitei as almofadinhas no sofá. Ele riu pelo nariz.

– Ah, então se você é “tão responsável” – fez uma voz grave, debochando – posso perguntar por que está aqui e não nos corredores?

– Não, não pode. – me virei para Hannah, que estava com a cabeça baixa, olhando para seus dedos. Qual é, jura isso? – Hannah – ela levantou a cabeça á menção de seu nome. – Vamos?

– Hãn... Eu... – ela se levantou sem jeito, mas Draco logo interrompeu:

– Sua ronda hoje é comigo, gênia. Abbott – se dirigiu á Hannah, que, impossivelmente, ficou mais vermelha do que Luna estava pela manhã. Malfoy notou, mas não disse nada. -, procure Lovegood e diga que a ronda de vocês é no lado oeste do castelo. A detenção fica por nossa conta. – piscou o olho, fazendo com que ela desse um gritinho e saísse correndo, chamando por Luna. Dei um tapa na minha testa.

Teríamos que trabalhar aquilo.

Malfoy olhou confuso para mim.

– O que deu nela?

Balancei a cabeça, ainda olhando por onde Hannah havia saído. Suspirei.

– Vamos. – saí na frente dele, não me esquecendo do que tinha resolvido no início do dia “Ignore-o. Ele não vale seu ódio.”

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Os corredores estavam no maior silêncio. Ninguém parecia disposto a quebrar regras hoje, bom! Caminhava com Malfoy ao meu lado, cujo único som que produzia era de sua respiração e seus passos. Olhei para ele de canto de olho; estava com as mãos juntas em suas costas, eventualmente libertando uma para arrumar os fios loiros que insistiam em cair sobre seus olhos.

A noite estava tão estrelada quanto no outro dia, além de uma bela lua cheia, que inundava os corredores de Hogwarts com sua luz prateada. A cada janela que passávamos, essa luz atingia Malfoy, fazendo com que parte de seu rosto ficasse oculto pelas sombras, criando um lindo contraste com sua pele clara, os olhos cinza brilhando na escuridão...

Balancei rapidamente a cabeça, tentando espantar aqueles pensamentos. Draco percebeu minha agitação. Por que eu continuava fazendo aquilo? Que coisa de doente.

– Algum problema? – perguntou neutro.

– Não, apenas um mosquito. – fingi espantar alguma coisa e ele deu de ombros – Tenho que ir supervisionar a detenção, já está na hora. – saí andando.

– Precisa de ajuda? – chamou quando eu estava um pouco á frente. Ri baixinho e me virei minimamente para ele.

– Acho que os fantasmas dos corredores precisam mais da sua ajuda do que eu.

Dito isso, fui embora para a sala de troféus, onde seria o castigo.

Mal sabia eu a merda que aquilo daria.

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– E vocês vão limpar todos esses troféus usando isso aqui. – entreguei um pano e balde com água e sabão para eles. – E não usarão magia. Podem começar. – sorri, vendo a raiva deles.

Deixando-os espumando, dei as costas e me sentei em uma poltrona.

Observei Pansy se dirigir para os fundos da sala, sumindo de vista, enquanto Theodore pegou as prateleiras dianteiras. Enquanto ele subia a escada e pegava os troféus, deixei meus pensamentos vagarem.

Eu não conseguia entender o nervosismo de Hannah. Poxa, ela era uma garota tão legal e, mesmo que eu nunca vá jogá-la para cima de Malfoy – seria crueldade, até! -, ela não precisava se comportar daquele jeito. Afinal, quem ela pensava que ele era? Um deus em forma humana? Um diabrete da Cornuália em forma humana? Porque ou ela realmente o amava, ou realmente odiava, levando em consideração que praticamente fez “puff” quando Draco dirigiu a palavra a ela. E, se continuar assim, acho que todos teremos alguns problemas comunicativos...

Passava a mão no queixo lentamente, perdida em minhas ideias, olhando para um ponto fixo no chão. O que me trouxe de volta á realidade foi a voz de Nott - que parecia estar realmente perto. Até demais.

– Sabe, acho que, como monitora, você é bem distraída.

Levantei a cabeça e vi que ele ESTAVA realmente perto, com as mãos cruzadas atrás do corpo, levemente inclinado para mim.

Franzi a testa.

– E por que essa observação, posso saber? – apoiei a cabeça na mão, o olhando desinteressada.

– Hum... – ele fingiu pensar. – Não, acho que prefiro deixá-la descobrir por conta própria. - deu um sorriso sacana. Senti leves calafrios com aquele gesto. – Mas vou dar uma dica: onde está a sua varinha, querida grifinória?

Coloquei as mãos nas minhas vestes. Não a senti. Passei a apalpar todo o meu corpo, não a encontrando; procurei na poltrona em que estava sentada, sem resultado também. Olhei para ele, petrificada. ONDE ESTA... Argh!, eu tinha esquecido! Estava tão feliz apreciando o sofrimento daqueles dois que deixei minha varinha dando sopa em cima da poltrona quando tinha ido buscar os baldes com Filtch – e aquilo tinha dado medo! Relaxei, passando minha expressão de assustada a irônica.

– Há, há, Nott, muito engraçado. De verdade, só me falta morrer de tanto de rir aqui. Agora me devolve. – estendi a mão, impaciente.

Ele riu, seus olhos se tornando perigosamente escuros.

– Ah, mas a sua varinha seria um perigo para a minha diversão, amor.

A menção daquela palavra em sua boca me enojou. Ele se lançou para frente, apoiando uma mão em cada lado do meu corpo. Senti seu hálito: uma mistura fraca de álcool e cheiro de boca. Meu estômago revirou. – Está na hora da sua detenção, sabe-tudo.

Dito isso, agarrou meu braço e me levantou, me prendendo na parede.

Quando sua boca encostou na minha, quis vomitar em sua garganta. Ele me beijava violentamente, tentando conseguir passagem, sendo que eu mantinha minha boca bem fechada.

Enquanto isso, com a mão livre, eu socava seu peito com todas as forças que tinha, tentando me libertar. Nott parecia nem se incomodar, até que a agarrou e prendeu minhas duas mãos no alto de minha cabeça. Abriu os olhos enquanto sua boca ainda estava encostada na minha, rindo dos gritos que dava com ela fechada.

– Ah, minha querida, não adianta. – ele lambeu meu rosto. Quis começar a chorar, mas não o daria essa satisfação. Quando passava a língua próxima ao meu ouvido, disse baixinho: - Ninguém me causa problemas e sai ileso, e você vai pagar o preço por ter cometido essa burrada. – segurou meus pulsos apenas com sua mão esquerda, enquanto a outra desceu para minha blusa e a abriu brutalmente, arrebentando os botões e os jogando longe.

Ele olhou para o meu peito, fazendo uma careta.

– Podiam ser melhores, não? – me olhou com desdém, mas abaixou a cabeça e começou a sugar meu colo, descendo lentamente para o vale entre os seios. Estava enojada de sentir aquela boca suja em mim. Mas meu desespero cresceu ainda mais quando a mão que havia arrebentado minha blusa começou a subir pela parte interna das minhas coxas.

Meu coração começou a bater a mil por hora, em pânico. Nott passou a fazer movimentos circulares em toda a extensão da minha coxa, e gelei quando senti sua mão em minha bunda. Ele deu um pequeno gemido, enquanto eu estava com os olhos arregalados.

– Mas até que você compensa em outras partes, não é Granger? – deu um sorriso safado, lambendo a parte do meu seio que não estava coberta pelo sutiã.

Nesse momento, avistei Pansy Parkison no final da sala. Achei que ela iria, pelo menos, gritar para Nott ir procurar outro lugar para fazer aquilo, ou humilhar meus dotes, sei lá, qualquer coisa. Mas ela simplesmente deu um sorriso diabólico e voltou a limpar os troféus. Aquela maldita iria me pagar, junto com esse desgraçado.

Nott começava a subir minha saia, enquanto passava seus beijos para meu pescoço, chupando agressivamente – provavelmente deixando marcas. E pensar que havia reclamado de Malfoy...

Abri os olhos subitamente.

Era isso... Malfoy também estava fazendo ronda naquela área do castelo. Malfoy estava ali!

Nem pensei, apenas tomei a maior quantidade de ar que pude e gritei, desesperada:

– DRAACOO!

No calor do momento, nem mesmo notei que o havia chamado pelo primeiro nome. Apenas queria que ele aparecesse.

– DRAACOO! – chamei novamente.

Estava prestes a gritar mais uma vez, quando Nott me deu um tapa, me fazendo engasgar.

– Fique quieta, sangue-ruim. – pegou sua varinha e apontou para mim. – Silencio.

Tentei gritar novamente, mas não produzia nenhum som. Gritava a plenos pulmões, chamando por Draco, enquanto lágrimas escorriam por meus olhos. Gritei uma última vez, sem resultado. Abaixei minha cabeça, balançando o corpo pelo choro, enquanto aquele monstro continuava a me tocar.

O que eu havia pensado? Aquele castelo era enorme, como ele ouviria meus gritos? Aliás, e se tivesse ouvido, por que ele pensaria em me ajudar? Ele sempre tinha declarado ódio a mim, por que se daria ao trabalho de...

Não pude finalizar o pensamento, pois ouvimos uma voz masculina gritar do lado de fora da sala:

– BOMBARDA!

Segundos depois, a porta explodiu, pedaços do fora voando para todas as direções. E, em meio á poeira, Malfoy surgiu correndo na sala, com preocupação no olhar – o que me assustou um pouco.

Ele passou os olhos pelo cômodo e, quando encontrou Nott naquela posição comigo, passou de preocupado para “altamente assassino”, fazendo com que o garoto rapidamente me soltasse.

Meus braços penderam ao lado do corpo, sem forças para me cobrir. Meus olhos estavam vermelhos pelo choro, e tentava fracamente falar com Malfoy, sem fazer nenhum som.

Draco caminhou a passos fortes e largos até Nott, com sangue nos olhos e, ao alcançá-lo, o agarrou pelo colarinho e jogou longe.

Se virando para mim, tocou gentilmente em meu braço, pronunciando:

– Finite Incantatem.

Senti minha voz voltar, o bolo na garganta esparecendo. O olhei agradecida, já que me sentia fraca até mesmo para falar. Ele retribuiu o olhar, me puxando para ficar atrás dele, me protegendo.

Theodore levantava do outro lado da sala, encarando o loiro confuso.

– Sério Draco? Vai defender essa aí? Você sempre a odiou! – reclamou, exasperado. Malfoy ficou tenso, apontando a varinha para ele.

– Minha relação com Granger não é da sua conta, Nott. – cuspiu. – Mas se quer ouvir uma explicação, tudo bem, eu lhe dou: mesmo que troque minhas farpas com ela, nunca a deixaria nessa situação, sendo desrespeitada por um merda como você. Nunca deixaria de prestar ajuda á ela quando me pedisse. Nunca – fez uma pausa, respirando mais devagar. -, nunca a verei sofrer novamente sem fazer nada para protegê-la. – pegou minha mão depois de ter dito isso, calorosamente.

Me senti segura com aquele gesto, protegida. Não ligava para o fato de ser Malfoy quem estava ali me defendendo, o garoto que sempre havia me atormentado durante anos. Ou o garoto que eu havia prometido a mim mesma ignorar pelo resto da vida naquela mesma manhã. Apenas queria que ele não soltasse minha mão. Apenas queria que ele não me deixasse sozinha.

Me agarrei a seu braço com esse pensamento. Ele pareceu rapidamente surpreso com meu gesto, mas logo se recompôs. Continuou ameaçadoramente para o outro sonserino.

– Melhor ter cuidado, Nott. Se cruzar o meu caminho ou o dela novamente, fará companhia a Voldemort no inferno. – deu um passo, mas logo parou. – E VOCÊ, Pansy – gritou para o fundo da sala, onde a Buldogue tentava se esconder. -, não pense que eu não sei de seu envolvimento nisso. Nunca mais chegue perto de mim. Estou com nojo de você. – entortou a cara e saiu decidido, me puxando pela mão.

Quando já estávamos do lado de fora, senti o vento noturno em minha pele. Tremi de frio, fazendo com que Draco se virasse para mim. Percebendo que ainda estava sem blusa, retirou na mesma hora sua capa da Sonserina e me cobriu. Murmurei um “obrigada”, o que ele respondeu com um aceno de cabeça.

Seguimos o caminho para o dormitório em silêncio, os dois ainda afetados. Não conseguia acreditar no que acabara de acontecer. Quase havia sido abusada, e ainda com plateia. Me sentia suja por ter sido tocada por um ser como Nott; me sentia assustada, pois não sabia mais o que esperar daquelas pessoas; mas me sentia grata por Draco ter me ajudado. Se não fosse ele, algo pior podia ter acontecido, e prefiria nem pensar nisso.

A ronda acabaria oficialmente apenas dali a vinte minutos. Por isso, quando entramos no salão comunal dos monitores, não havia sinal de ninguém lá, então me sentei em um dos sofás. Malfoy se sentou de frente para mim, apoiado nos joelhos.

Suspirei.

– Obrigada Malfoy. Nem sei se poderei te agradecer o suficiente. Não quero nem pensar no que teria acontecido se você não estivesse lá. – passei as mãos pelo cabelo. Ele continuava em silêncio, esperando. De repente, comecei a falar: - Olha, sobre hoje de manhã... Eu me assustei com a sua atitude e achei que você estava apenas querendo se divertir comigo. Não que ache correto o que você fez, mas comparado com o que aquele monstro fez comigo hoje, acho que fui até injusta com você, já que, apesar de não ter feito aquilo querendo algo sério comigo, você não fez nada contra a minha vontade, não me forçou a nada. E eu nunca me senti tão aliviada em saber que você estava por perto. Eu... Eu não sei mais o que dizer. – abaixei a cabeça, passando a mão pelos cabelos e batendo o pé no chão, ritmadamente.

Estava olhando para meus pés quando a mão de Malfoy entrou em meu campo de visão, tocando meu joelho, fazendo com que parasse de bater o pé na mesma hora. Olhei para ele, que tinha um olhar compreensivo no rosto e seu sorriso de lado que, pela primeira vez, não continha nenhum traço de sarcasmo.

Era apenas um sorriso.

– Granger, você não precisa se explicar. Tudo bem que meu ego masculino ficou um pouco ofendido com sua rejeição – fez uma cara de tristeza que conseguiu fazer com que eu desse uma risadinha. Ele riu um pouco também, mas logo continuou. -, mas sua atitude foi compreensível. Acho que eu reagiria da mesma forma se, sei lá, o Potter de repente me agarrasse. – fiz uma careta com o pensamento. Ok, aquilo seria bizarro, de verdade. Malfoy se arrepiou um pouco, balançando a cabeça. – A questão é, está tudo bem. Se eu não fosse cabeça-dura, acho que eu é que estaria pedindo desculpas agora. – ri com essa declaração. Sério, Malfoy estava realmente conseguindo me animar com suas idiotices. Enxuguei os olhos e entrei no jogo.

– Wow, eu gostaria de ver essa cena: Draco Malfoy, o grande sonserino, pede desculpas á Hermione Granger, a amiga do Santo Potter. Sexta, nos cinemas. – fingi ler um letreiro com as mãos no ar, arrancando risos de Draco.

– E olha que pode até rolar entrada grátis. – olhei para ele, que dava de ombros. – Ainda sou rico, fazer o que?

– E o mais estranho desse show, senhoras e senhores: Malfoy dando entrada livre para todos verem a ruína de sua reputação de bad boy/inatingível/ “quero-ver-quem-me-tira-do-meu-pedestal”. Mas só melhora! – bati as mãos nos joelhos, olhando para ele fingindo fascinação. Ele balançou a cabeça, com modéstia.

– Sou um cara de muitas faces, Granger. Não sei por que é tão difícil de acreditar nisso.

– Ah, mas muito pelo contrário, eu acredito. Aliás, estou até curiosa sobre essas suas outras faces. – cruzei as pernas e apoiei o queixo na mão. Draco se ajeitou de um jeito um pouco estranho – lê-se afeminado - e meio sussurrou:

– Tudo bem, eu meio que tenho uma queda pelo Hagrid desde o segundo ano. Já reparou naquela barba dele? É tão atraente! – deu um suspiro dramático, me fazendo cair de vez na gargalhada. Com isso, Malfoy se perdeu a meio caminho do suspiro, se engasgando e acabou por se dobrar de tanto rir.

O único som que se ouvia era o estrondo de nossas risadas. Não sabia quando Hannah e Luna estariam de volta ou o que pensariam se vissem aquele sonserino e eu daquele jeito, agindo como... Velhos amigos.

Mas, na boa? Eu realmente não me importava.

Já secava lágrimas que saiam dos meus olhos, e a vontade de rir aos poucos ia acabando. Nós dois ainda soltávamos algumas risadinhas aleatórias, quando me levantei. Estava exausta, precisava de um banho e da minha cama. Olhei para baixo e vi que ainda usava a capa de Draco.

Estava pronta para tirá-la quando este se pronunciou:

– Não, não, pode levar ela esta noite. Acho que... Precisa mais do que eu. – fez alguns círculos em seu próprio peito, olhando para mim. Olhei para meu peito e vi que ainda estava com a blusa aberta.

Passado o choque dos acontecimentos daquela noite, o pudor voltou, fazendo com que eu me enrolasse rapidamente na capa. Dei um sorriso sem graça para ele, o qual Draco retribuiu, divertido.

– Obrigada. – ele acenou com a cabeça, então saí andando.

Subi as escadas e, com a mão na maçaneta do quarto, me virei novamente para ele, que estava de costas. – Malfoy! – chamei, fazendo com que ele se virasse quase que instantaneamente. – Sabe, você é um cara legal. Não sei por que não deixa as pessoas verem essa sua face. – sorri e entrei.

Tinha sido um dia bem conturbado. Não sabia o que tinha me levado a dizer aquilo, mas senti praticamente uma necessidade de dizer á ele que não estava mais exatamente com ódio dele – mesmo que fosse da maneira mais disfarçada possível. E eu sabia que o que tinha dito havia surtido efeito nele.

O que não sabia era que o efeito tinha sido o extremo oposto ao que deseja surtir.


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Notas finais do capítulo

Tretas, tretas, tretas...



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