Dramione - Start a Fire escrita por Anne Bridgerton


Capítulo 13
Potion Class


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoas? Então, depois de muito correr, aí está o capítulo!



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Durante toda aquela semana tentamos bolar um plano, mas foi impossível. Primeiro porque eu estava meio que incerta sobre como prosseguir com Draco. Depois daquela cena no corredor, eu fiquei um pouco... Constrangida e, admito, com medo de que nos pegassem. Então eu tirei um tempo pra mim, pra pensar.

Mas, depois da primeira noite, eu quis me dar um tiro na cara. Era torturante! Torturante ficar rolando na cama, sabendo que ele estava ali tão perto, no quarto ao lado, me fazendo querer mandar minhas convicções pro inferno e quebrar a parede. Mas eu tinha que me controlar e entender o que estava acontecendo antes de, bom, partir para outras coisas.

E segundo é que não havia motivo para tanta pressa. Afinal, não havia ocorrido mais nenhum “ataque” mesmo. Estava tudo bem.

Isso é, até aquela sexta.

Andava pelos pátios do castelo acompanhada de Luna, Hannah e Harry. Estava um dia frio, e o vento soprava bem forte, fazendo meu cabelo e o cachecol voarem. Os três conversavam, enquanto eu lutava para prender os fios, quando Hannah jogou a bomba:

– Mas Hermione, o que você e o Malfoy estavam fazendo no corredor aquele dia?

Gelei. Que Merlin me ajudasse!

– C-como assim? – tentei, ridicularmente, dar uma de idiota, mas, assim... Não deu muito certo, não.

– Você sabe, no início da semana. – insistiu, claramente não notando – ou simplesmente ignorando – meu estado de pânico. Pigarreei.

– Sei, sei, mas por que a pergunta?

– Bom, porque da posição que eu estava vendo parecia que vocês estavam, sei lá... Se beijando. – deu de ombros, casualmente. Não podia falar o mesmo de Harry: parecia que ia parir ali mesmo.

– É O QUÊ? – gritou. Ferrou, ferrou, ferrou!

– Ah, não viaja Harry. Você acha mesmo que eu beijaria o Malfoy? – é por isso que eu amo minha cara de pau: ela nunca racha! – vamos deixar o “caso Malfoy” no livro de exceções.

– Claro que não! Mas se Hannah achou que vocês estavam se atracando, devia ser porque estavam bem perto, não é? – ironizou, parando de andar. Puta merda Hannah, você tinha que abrir a boca?

– Claro, porque eu acho que eu preciso estar perto de uma pessoa pra dar um tapa na cara dela, não? Que eu saiba, ainda não sou a mulher elástica!

Harry arregalou levemente os olhos em compreensão e abaixou os ombros, rendido. Engasgou um pouco antes de falar.

– Hã, eu... Ah, foi mal Mione. É que eu fico preocupado sabe, querendo te proteger, e o Malfoy já te fez tanto mal... Ah, desculpe. – passou a mão pelo cabelo.

Ok, eu não tinha contado nenhuma mentira, não é? Eu realmente tinha dado um tapa na cara de Draco, só que por fingimento mesmo, pra Hannah e Gilderoy não nos pegarem e encherem de perguntas.

Ah, que seja!

– Esquece isso, Harry. Eu ficaria do mesmo jeito se alguém soltasse do meu lado “Ei Harry, eu bem acho que vi você beijando a Cho ontem!”. Sem ofensas Hannah, você não tem culpa de nada. – acrescentei rapidamente á lufana antes que ela colocasse o modo encasulada em on com a gente que nem ela faz quando Malfoy está por perto.

Hannah balançou levemente a cabeça em compreensão. Pelo menos era o que eu esperava.

Maaaas... Como eu tenho uma macumba bem forte me rondando sabe, adivinha quem apareceu do outro do pátio vindo na nossa direção? Tcharam, Draco!... com os cabelos levemente bagunçados devido á ventania, o sobretudo preto ondulando atrás dele, parecendo um príncipe sombrio, os olhos brilhando discretamente ao me ver... Quero dizer, Draco estava vindo.

Ok, eu estava feliz de ver ele, ainda que as circunstâncias não fossem favoráveis. Mas eu também estava com muito medo de que aquele momento desse merda. Estávamos todos quietos, andando um “contra” o outro. Nos aproximávamos cada vez mais e todos continuavam quietos, e até parecia que ia dar tudo certo, mas quando Draco passou ao meu lado, Harry comentou um pouco alto demais:

– Ah, mas eu nem tinha acreditado mesmo que vocês tinham se beijado. Você é muito mais do que o Malfoy merece.

Draco estagnou ao meu lado, um pouco apavorado. Pronto, já era! Discreta, alcancei sua mão e a apertei rapidamente, tentando transmitir a ele que estava tudo bem, ninguém sabia de nada. Acho que ele entendeu o recado, porque se virou para Harry, arrogante, e soltou da forma mais canalha que pode:

– Ah, claro Potter, até porque você é o senhor perfeito, não é? Me fala, que eu estou morrendo de curiosidade, como você conseguiu uma namorada e não fez ela se suicidar ainda? – cruzou os braços, fingindo interesse. Harry riu pelo nariz.

– Pelo menos eu tenho uma namorada, Malfoy. Como vai a sua? Ah, é, esqueci – deu um tapa na própria testa -, você não tem. Acho que conquistar uma garota séria está muito além de suas habilidades.

Ok, essa doeu! Eu não sabia se ria da cara dos dois, que pareciam querer se matar ali mesmo, ou se ficava puta com o Harry por ter indiretamente me chamado de piranha... É, melhor eu ficar na minha.

– Ah, preocupado com minha vida amorosa, Potter? – Draco ironizou, e eu continuava na minha luta silenciosa para não rir. – Mas não é necessário: em breve esse problema será resolvido.

E, tão rápido que só eu vi, piscou o olho para mim e continuou seu caminho. Nesse momento meu coração deu um salto no peito, me fazendo ruborizar. Reprimi um sorriso, enquanto ouvia Harry rir atrás de mim.

– Há, ta bom. Agora alguém me fala quem seria a desesperada?

Me virei para os três, torcendo para que estivesse com cara de gente normal, ou só de gente tava bom, e dei de ombros. Desconfiava de que, se eu abrisse a boca, acabaria falando algo um pouco obsceno demais.

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Slughorn parecia tenso. Seu rosto rechonchudo não exibia o sorriso animado – e até um pouco sem-noção - de sempre, mas sim uma linha reta substituindo a boca, os olhos um pouco opacos. Estava recostado em sua mesa, observando inquieto todos entrarem e se sentarem. Todos conversavam despreocupadamente e, pelo que parecia, apenas eu havia notado a mudança no professor.

– Boa tarde, alunos. – deu um sorriso forçado. – Bom, sei que esta é a última aula do dia e todos estão mortos provavelmente. – houve alguns murmúrios de concordância. – Sim, mas nós trabalharemos numa poção cujo efeito é muito útil e, creio eu, excitante. Se chama Warm Shadow e quem a toma fica imune ao fogo durante uma hora, se tudo der certo.

Dito isso, puxou um frasquinho da mesa com um líquido vermelho-escuro e tomou. Segundos depois, apontou a varinha para si e pronunciou:

– Incendia.

Um pequeno jato flamejante lambeu o rosto do professor, que “sorria triunfante” em meio ás chamas. A demonstração não durou muito, e logo ele cessou o fogo.

– A receita está na página 313 de seus livros. Vamos misturar.

Abri meu livro e passei o olho pela receita. Era até um pouco simples, mas nunca é bom subestimar um poção, não é? Elas se vingam! – a maldita poção do morto vivo que o diga.

Já ia começar a misturar quando Horácio soltou um último aviso:

– Muito cuidado com essa poção. Se feita corretamente vai lhe proteger, mas caso algo dê errado, pode causar uma febre violenta, ou queimaduras piores do que se estivesse exposto ao fogo de um dragão.

Ao ouvir isso, meus olhos voaram na direção de Draco, que já me observava preocupado do outro lado da sala. Balancei a cabeça levemente, tentando acalmá-lo, mas a verdade é que eu mesma havia congelado.

Mas... Eu estava no meio de uma aula. Ninguém me atacaria no frente de todos, né? Por favor, ele não seria tão burro. Se tinha mesmo alguém querendo me machucar ou coisa pior, eu ficaria até indignada se esse ser fosse idiota a esse ponto.

Mas tipo... Na verdade eu devia era torcer pra ele ser tapado, porque assim seria mais fácil pra pegá-lo e... Ok, eu to ficando maluca.

Afugentando esses pensamentos, comecei meu trabalho.

*

*

*

Tudo bem, minha poção já estava verde-escura, agora tinha que por o sangue das sanguessugas. Estava pronta para dar continuidade quando Slughorn, tipo, brotou na minha frente. De boa, fiquei até com medo!

– E como está indo, Srta. Granger? – se inclinou e examinou meu caldeirão demoradamente, não esboçando nenhuma reação.

– Muito bem Sr., eu acho... – disse incerta. Eu achava que estava indo bem, mas o professor parecia que ia vomitar em cima da poção, então, sei lá. Dei de ombros e me virei para pegar o pote com o sangue. – Na verdade... – quando me virei de novo, ele já estava endireitado, com uma cara mais estranha que antes. – eu ia adicionar o último ingrediente agora... – completei lentamente, realmente assustada com as atitudes do professor.

– Hum, interessante. Vá em frente.

Deu espaço e foi examinar a poção de Padma, sentada na fila de trás. Comecei a pingar as gotas e mexer nos sentidos horário e anti-horário. Engraçado, a poção parecia mais grudenta do que antes... Eu estava tendo que impor muita força pra mexer... Putz, que merda eu tinha feito? Draco pareceu notar minha agitação e discretamente pegou sua varinha na mesa. Estava pronta para sinalizar para que ele abaixasse aquilo, quando aconteceu:

Minha concha começou a derreter, fazendo com que uma gosma prateada escorresse para dentro da mistura. Um calor subiu pelo cabo que restava, esquentando – queimando – minha mão. Soltei o cabo, observando meu caldeirão começar a tremer e borbulhar, provavelmente mais do que devia. Ai Merlin, onde estava minha varinha? Onde estava Slughorn? Meu caldeirão estava cada vez mais revolto, até que Padma gritou:

– ABAIXEM!

Segundos após o grito, o caldeirão explodiu. Procurava desesperadamente uma mesa para me jogar debaixo, quando senti alguém me empurrar e me jogar no chão, caindo em cima de mim.

– Ai meu Deus, Draco! – peguei seu rosto, que estava enterrado no meu pescoço. – Você está bem? – passei a mão por todos os lugares que eu conseguia alcançar, procurando um rombo em sua pele. Mas ele simplesmente riu.

– Sabe Hermione, eu ainda sou um bruxo. – segurou minha mão e deu um beijo na palma. Atrás dele, eu via a mistura desastrosa do meu caldeirão avançando em câmera lenta pelo ar, com fumaça saindo para todos os lados e, de repente, cair no chão.

Ah, aquele... Ah, que susto! Deixei meu corpo relaxar e deitei no chão de novo, rindo. Draco ficou ali em cima, me olhando sem entender e, do nada, começou a rir também.

No entanto, o momento durou pouco: assim que abri os olhos, dei de cara com Slughorn parado acima de nós, os olhos mais opacos do que antes. Parei de rir imediatamente, o que fez Draco levantar a cabeça.

– Professor? – perguntei, incerta. Este pegou sua varinha e apontou diretamente para mim. Estupefata, chamei-o de novo. – Professor?

Ele parecia não ouvir. Senti o loiro procurar sua varinha e, em meio àquela bagunça toda, a porta de repente foi aberta com violência, revelando a diretora McGonagall junto com Gilderoy. Ao bater os olhos em nós, a diretora gritou:

– IMPEDIMENTA!

E assim, ainda chocados, todos observaram o professor, imobilizado, se chocar contra o chão.


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Notas finais do capítulo

:)