Dramione - Start a Fire escrita por Anne Bridgerton


Capítulo 1
Back to Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Hey people! Então, essa é minha primeira fanfic, peguem leve comigo. Espero que gostem!



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Sabe, chega a ser engraçada minha situação atual. Depois de passar anos vivendo em Hogwarts, fingindo que estava calma, mas sempre vivendo com medo do que aconteceria ao virar a esquina, do que poderia estar espreitando ás sombras, voltar á minha escola sem ter que temer nada é... Um pouco estranho.

Mas não quero lembrar daquele período. Já presenciei morte e tortura suficientes para uma vida inteira.

Claro, foram muitas mortes, mas algumas específicas deixarão marcas em todos, como o Snape, aquele seboso. Depois de Harry ter nos contado tudo o que ele escondia, comecei a me questionar por quê nós o odiávamos tanto, por quê tínhamos tanta raiva dele... Até sentirei falta das alfinetadas, do seu jeito morceguesco de desfilar pelo castelo, das aulas de poções cheias de foras e até mesmo dos pontos que ele tirava da Grifinória quando encontrava um lufano fora da cama... Hum, tudo bem, acho que nós tínhamos alguns motivos justos para querer arrancar aquele cabelo dele fio por fio... E depois atiçar fogo nele....

Uma buzina me despertou dos meus pensamentos sobre como torturar um bruxo morto; a fumaça começando a preencher o ambiente conforme o trem se aproximava. A plataforma 9¾ parecia a mesma, cheia de alunos que corriam de um lado para o outro com seus malões, se despedindo dos pais, mães se acabando de chorar, pios de corujas e barulhos de pequenos feitiços.

Mas faltava um detalhe: onde estavam Harry e Ron? E Gina? Eles sempre se atrasavam, ok, mas pra que isso tudo? Será que os Weasley mudaram de ideia sobre deixar seus filhos cursarem o último ano em Hogwarts? Não, eles teriam me avisado, certo?

Comecei a olhar ansiosa para os lados, com o meu malão aos meus pés.

Foi quando ouvi aquela voz arrastada, a voz da única pessoa que eu desejei nunca mais ter o desprazer de ver novamente:

– Sozinha Granger? O que houve? Seus “amiguinhos” finalmente perceberam o quão insuportável você é?

Obviamente, minhas preces não foram atendidas.

Girei com uma falsa calma estampada na cara, e encarei o loiro que se encontrava á minha frente.

– Isso tudo é inveja, Malfoy? Talvez eu esteja míope, mas não estou vendo seus capangas também. – fingi procurar algo ao seu redor - Pelo menos eu tenho certeza de que meus “amiguinhos” não estão em Azkaban. – enfatizei ainda mais meu desprezo no final. Ele simplesmente soltou uma risada debochada.

– Há, muito engraçado Granger. Como se eu tivesse motivos pra ter inveja de você, daqueles idiotas pobretões e o testa-rachada. Além disso, não preciso daqueles macacos piolhentos. Sou Draco Malfoy, posso convencer qualquer um a rastejar atrás de mim sem muito esforço.

– Ah, claro! Esqueci que estou falando com um dos excelentíssimos Malfoy! Por falar nisso, como vai a sua família? Tem passado mais tempo com os parentes distantes agora? Dementadores são o que não faltam onde eles estão! – sorri irônica.

Percebi que Malfoy se desnorteara um pouco com o que tinha dito. Mas isso sumiu tão rápido quanto tinha aparecido. Ele apenas deu seu irritante sorriso de lado e veio a passos largos e perigosos até mim.

Quando estava a dois palmos de distância, disse em uma voz ainda mais perigosa do que seu andar:

– Não fale do que não sabe, Granger. Pode até se achar muito esperta, mas a minha vida e a da minha família estão muito além da compreensão do seu... – olhou para a minha testa - O que quer que seja que você tenha aí dentro. – apontou minha cabeça com o queixo.

Antes que pudesse responder aquele insulto á minha inteligência – MINHA INTELIGÊNCIA, COMO ELE OUSA -, o desgraçado foi embora, não perdendo a oportunidade de esbarrar em meu ombro, me desequilibrando um pouco.

Fiquei olhando aquele ser excretado no mundo ir em direção ao trem. Não é possível que caiba tanta arrogância dentro daquele garoto! Ele e a família se envolveram na guerra ao lado de Voldemort, foram massacrados, humilhados, presos – e soltos daqui a alguns dias, não duvido nada -, e, ainda assim, ele age com aquela pose de superior, como se pudesse pisar em meio mundo! Eu queria era pisar na cabeça dele, esmagar aquele crânio enorme e ver se conseguia achar algum indício de neurônio lá dentro. Será que era culpa dos malditos zonzóbulos de que a Luna tanto falava?

Pela segunda vez em menos de 15 minutos, meus pensamentos psicopatas – dessa vez com um bruxo que eu realmente adoraria torturar um pouquinho – foram interrompidos por um grito inconfundível e que quase me fez gritar de volta por alívio.

– HERMIOOOOOOONEEEEEEE!!!

Me virei bruscamente, apenas para ser atacada de forma mais brutal ainda pelo abraço de Gina, que quase nos jogara debaixo da locomotiva. Começamos a rir, meio caídas no chão, meio apoiadas nas malas.

– Gina, não sei se te abraço ou te mato. – disse, tentando me equilibrar. - Ah, já sei! Por que não te enforco agora mesmo, enquanto meu braço está no seu pescoço? – brinquei, e ela riu no meu ouvido.

– Ah Hermione, o nosso atraso não pode ter sido tão grave assim. Sério, ás vezes você é dramática demais. – ela me soltou e colocou as mãos na cintura, fingindo dar uma bronca.

E foi aí que pude ver outra cabeça ruiva e um par de óculos atrás dela. Me vi em outra encruzilhada: carinho ou assassinato?

Decidi pelo meio termo.

– HARRY! RON!

Me joguei em cima dos dois e os apertei com toda a força que tinha – o que não fez muita diferença, visto que eles eram bem mais altos e fortes que eu. Droga. Queria chegar a Hogwarts logo e azarar os três por terem me deixado sozinha e ter que aguentar aquele convencido do Malfoy.

Enquanto diversas imagens de Gina pendurada pelos pés no Salão Principal e Harry e Ron dançando Y.M.C.A. em cima das mesas apareciam na minha cabeça, meus amigos me abraçavam de volta.

– Então, perdemos muita coisa? – Harry perguntou.

– Ah, nada de mais. Só o primeiro show a La Malfoy do ano. – fiz uma pequena reverência.

– O quê? – espantara-se Rony.

– Mas será possível? – Gina, atrás de mim, também parecia espantada, mas com um pouco mais de raiva na voz. – Quem ele pensa que é?

– E eu me lixando pra isso? O que eu quero saber é como ele tem a cara de pau de vir te incomodar depois de termos SALVADO A VIDA DELE! – Harry levantou os braços, exasperado.

Como sempre, bancando o irmão mais velho.

– Harry, você sabe como é o Malfoy. Acho que ele ainda não se tocou que já não é mais tão “importante” – fiz aspas com a mão, debochadamente - como era há algum tempo atrás. – peguei minha mala no chão. – Não vale a pena ficar remoendo o assunto. – “há, muito maduro. Por que eu mesma não sigo esse conselho?” – Olha, vamos só entrar no trem. Com sorte, ainda vamos encontrar uma cabine vazia.

Harry hesitou um pouco antes de nos seguir, mas acabou deixando para lá.

Entramos no trem e até que não estava tão cheio, já que nem todos os alunos estavam retornando para terminar seus estudos, então o número de pessoas estava bem menor. Mas isso não me incomodava de verdade. Meus amigos estavam lá – ainda encontrei com Luna, Neville, Parvati, Simas e Dino nos corredores – e isso era tudo que importava. Além disso, eu estava mais do que feliz por ter conseguido o cargo de monitora-chefe da Grifinória. Eu não tinha do que me queixar – Malfoy era um caso a parte.

Entramos em uma cabine e nos alternamos para trocar os uniformes. Já vestidos, deixei que os outros se acomodassem. Não fiz isso, já que não ficaria por muito tempo, apenas me sentei ao lado de Gina. A monitoria-chefe tinha sua própria cabine, chique não?

Mas eu ainda estava curiosa de quem seriam meus parceiros.

– No que está pensando, Mione? – Rony me perguntou.

– Nada de mais. Apenas em quem seriam os outros monitores.

– Eles não informam isso? – Gina se virou para mim. Neguei com a cabeça. – Então, os outros monitores também não sabem que você foi escolhida?

– Provavelmente não. Mas acho que vamos descobrir daqui a pouco, não é? – sorri para ela. Ainda tinha algum tempo antes de ir para a outra cabine, então fiquei por ali, conversando amenidades.

– Ei, quem você acham que vai assumir o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas? – Gina perguntou.

– Não faço ideia. – disse Harry, que até então estava só olhando pela janela. - Mas de uma coisa eu tenho certeza: Minerva ainda estará lá como diretora. – abriu um pequeno sorriso, no qual percebi certa mágoa, ainda que sutil. Me sensibilizei com isso: Harry ainda sentia pela morte de Dumbledore. Também, este fora como um pai para ele – além de Hagrid e Sirius. Hum, mas, tipo assim, acho que Dumbledore não tinha exatamente o perfil de pai... Talvez bistetra-vô ficasse melhor... Mas ta valendo, né?

– Claro! Aquela lá é dura que nem rocha! – replicou Rony. – Harry, eu vou te contar: o dia que aquela velha morrer, ainda vai fazer a proeza de ocupar o lugar de Merlin. Passaremos a falar: pelas barbas de Minerva! Estou ferrado em Transfiguração! – Rony colocou as mãos na cabeça, fingindo desespero. Olhei para Gina, que olhou para Harry. De repente, explodimos numa gargalhada, Rony também.

– Ai meu Deus, Ronald Weasley. - respirei, não conseguia parar de rir. – Você não faz sentido nenhum!

– Vou interpretar como elogio. – ele fez uma meia reverência.

Soltamos outra gargalhada. Ah, como eu sentia saudade daquilo: das conversas no trem, em que a única coisa a se fazer era jogar conversa fora e rir de piadas ruins.

Olhei para o meu relógio e suspirei. Já era hora de ver os outros monitores. Não queria ir exatamente naquele momento, mas tinha que cumprir com minhas obrigações.

– Ah, então - cocei atrás da cabeça -, eu tenho que ir agora. – me levantei.

– Aonde? – os três me perguntaram ao mesmo tempo. Não pude deixar de sorrir: parecia uma cena de filme, em que todos estavam com a fala combinada.

– Os monitores-chefes têm sua própria cabine. Eu tenho que ficar lá, junto com os outros. – me abaixei e peguei minha mala, que estava acomodada no canto. Gina já ia protestar, quando a interrompi. – Gina, vai ser só durante a viagem, nós encontraremos em Hogwarts depois. – ri um pouco e a abracei.

– Tudo bem. – ela me abraçou de volta. – Mas se você não aparecer de novo, eu vou cuidar pessoalmente de te caçar e te fazer sofrer por isso.

– Sim, senhora! – bati continência. Ela tentou fingir seriedade, mas riu também. – Não deixem ela cometer suicídio por saudade. – falei para Harry e Ron.

– E quem vai cuidar para que não nos suicidemos junto com ela? – Harry fez cara de dó.

– Há, há, muito engraçado. – ironizei. Mandei um beijo para os dois e saí.

Então, sabe aquilo que eu tinha dito sobre ter um número bem menor de alunos? Bom, acho que não estava TÃO menor assim, já que os corredores ainda conseguiam ficar abarrotados. Para conseguir passar só o meu corpo já era difícil, com o meu malão então, foi um parto! Mas ainda assim, consegui passar.

Quando cheguei à ala da Sonserina, não havia tantas pessoas do lado de fora, facilitando minha vida. Finalmente, aquele pessoal fazia algo de bom pra mim. “Demorou, hein?”, pensei, revirando os olhos.

Mas foi só eu ter esse pensamento que um desocupado saiu da sua cabine sem nem se dar ao trabalho de olhar para os lados e trombou em mim. Me desequilibrei – eu estava me desequilibrando muito, que macumba era aquela? - e já ia cair no chão, quando senti a pessoa me segurar. Eu não sabia se gritava ou agradecia, e acabou que nem precisei me decidir, pois assim que vi quem era, a resposta veio instantaneamente:

– Qual o seu problema Malfoy? – puxei minha mão, que ele segurava. – Por que não olha por onde anda?

– Eu? Por que você não olha? E o que diabos você está fazendo aqui? – e o canalha tirou um lenço das vestes, já da Sonserina, e fez a maior cerimônia pra “limpar” a mão com que havia me tocado. Ah, aquele...

– Sabe, acho que o que eu faço ou deixo de fazer não é exatamente da sua conta. – peguei minha mala de volta e saí andando. Qual era o problema daquele projeto de ser humano? Ele sai dando as caras no corredor sem mais nem menos e a culpa era de quem estava passando? Aquela doninha estava era precisando de um choque de realidade, como estava! Aliás, seria muito divertido, imagina a cena: prender o Malfoy em uma cadeira, amarrado nos pulsos e tornozelos, cheio de fios e um capacete de metal na cabeça. De repente, o carrasco aparece e fala com uma voz assustadora: “Draco Malfoy, você não pode fazer o que quiser, na hora que quiser. Tem que respeitar filas, parar de comer criancinhas antes de dormir e, por Merlin, parar de ter essa cara de doninha, que chega a ser vergonhoso”. Ele solta um grito e o cara desce a alavanca do choque..."

Um sorriso apareceu no meu rosto ao imaginar a cena. Só então, notei uma presença atrás de mim. Virei, esperando ver qualquer um, menos aquele loiro de novo!

– Mas o que você quer agora? – virei para ele com as mãos nos quadris e cara de poucos amigos.

– Como assim? Eu só estou andando! – ele me olhou confuso. Bufei e continuei meu caminho, mas voltar a me concentrar em outros pensamentos foi impossível, porque ele continuava ali, apenas alguns passos atrás. Estava quase chegando aonde devia, e ele ainda estava lá, e a cabine dos monitores ficava no extremo do trem. Onde ele estava indo?

Irritada, virei de novo.

– Mas que droga! Vai ficar me seguindo ou o quê? – joguei as mãos pra cima.

– Por Merlin, Granger! Desde quando é você que começa pegando no meu pé? Tudo bem, você está emocionada por eu estar próximo de você, já entendi. - ele sorriu. - Pena que eu não possa dizer o mesmo.

– Ah, claro! Então, faz o seguinte: por que você e essa sua massa oxigenada que você chama de cabelo não saem de perto de mim e vão dar o ar da graça em outro lugar? Como no seu antro de cobras da Sonserina? – cruzei os braços e amarrei a cara. Só continuaria meu caminho quando ele sumisse dali.

– Eu acho que não poderei atender ao seu pedido, já que a minha cabine FICA NESSA DIREÇÃO! – ele apontou para o final do corredor, onde as únicas cabines que restavam eram a dos professores e a dos monitores-chefes... Não, essa sacanagem não estava acontecendo comigo!

Essa sacanagem não podia estar acontecendo comigo!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?