Escape escrita por Miaka


Capítulo 3
Trusting in you


Notas iniciais do capítulo

Demorou - nem tanto com base de algumas hahaha - mas saiu!
Estava tentando organizar alguns eventos da fic e parece que consegui! Espero que gostem!



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O aroma delicioso atraiu o rapaz que saia com uma toalha enrolada na cintura enquanto que, com outra, ele secava os enormes cabelos soltos, que iam pingando pelo piso frio.

Havia acabado de tomar um banho quente, o suficiente para relaxar seus músculos que estavam tão tensos depois da noite tão agitada.

Seguiu o corredor do amplo apartamento para chegar ao lugar de onde vinha aquele cheiro delicioso. Piscou surpreso ao ver Hakuryuu atrás do balcão. Os fios azulados estavam presos no alto da cabeça, mas sedosos e revoltos como eram, alguns sempre ficavam por emoldurar o rosto delicado do rapaz que nem notara que estava sendo observado.

Sob o avental que usava enquanto cozinhava, vestia um moletom preto de mangas maiores do que seus braços, sendo as vestes pertencentes a Judal. Hakuryuu tratou de arregaçá-las enquanto tinha as mãos ocupadas. Idem fez com as calças. Apesar de terem pouca diferença de altura, o mais novo era um pouco mais magro que ele.

Os olhos azuis observavam atentos o dourar do alho e da cebola cortadas em cubos absurdamente simétricos. Apenas os desviou para a panela ao lado quando o molho branco começara a ferver e ele apagou uma das bocas do cooktop que ficava sobre o longo balcão no centro da cozinha.

– É um banquete que está preparando?

A pergunta fez Hakuryuu perceber que não estava mais só.

Um sorriso de canto surgia nos lábios do jovem, que tomava a frigideira com a mão direita para sacudi-la de forma ritmada. Estava fazendo algo que lhe agradava muito. Ergueu o rosto para encarar aquele que o observava da porta com um olhar tenro.

– Presumi que estivesse com fome. - respondeu. - Disse que eu podia usar a cozinha.

– Mas não precisava se preocupar e se esforçar tanto! Já se sente melhor? - Judal seguiu até ele ainda secando os longos cabelos.

A proximidade de Judal foi capaz de perturbar a concentração de Hakuryuu.

Ele estava praticamente nu se não fosse a toalha amarrada na cintura. O peitoral definido estava exposto e, ao cruzar os braços, os músculos daquela região se comprimiram ainda mais. O aroma da comida que preparava era agora suprimido pelo doce perfume de um Judal recém-saído do banho.

– Mas olha só...

Judal se inclinou para frente e, consequentemente, para mais perto do rapaz que era mais baixo que ele. Subitamente, ao perceber o pequeno espaço que os separava, Hakuryuu sentiu as bochechas arderem.

– Você cozinha muito bem! Uau! Eu nunca imaginaria que eu tinha coisas em casa para preparar algo assim! - ele observava admirado os cannellonis já preparados sobre o balcão, ainda à espera do molho que Hakuryuu terminava. - Cozinha italiana? Uau, você realmente vem de uma família rica! Eles devem adorar ter você para cozinhar todo dia essas delicias! - Judal sorria abertamente.

Mas ao ouvir aquilo, Hakuryuu parecia ter caído em si de que tudo o que estava vivendo aquela noite, mais parecia um sonho. E a mudança em sua expressão não passou impune aos olhos de Judal. Ainda mais quando o jovem tirou o avental que usava por cima das roupas.

– Oe, o que houve? - Judal piscou os olhos vermelhos.

– Nada. - ele respondeu friamente, segurando firmemente o avental azul-bebê que encarava.

– O-oe, me desculpe! - o mais alto deu a volta na cozinha e chegou à frente de Hakuryuu. - Não devia ter falado na sua família… - ele presumiu ser o motivo da abrupta mudança de humor dele.

Hakuryuu estava tão feliz quando o encontrou na cozinha. Havia até mesmo sorriso abertamente. O que havia de errado, afinal?

– Não tem nada pelo o que me pedir desculpas. Nem me agradecer. - ele desviou o olhar. - É o mínimo que poderia fazer depois de me ajudar… Bem, acho que já está na hora de eu ir.

– O quê?! - Judal exclamou. - Como assim? Não vai almoçar comigo? Fez toda essa comida…

– Não precisa.

– Você vai para a universidade à tarde, não? Então podemos ir junt…

– Eu não posso voltar à universidade! - Hakuryuu o interrompeu. - Provavelmente já tem seguranças da família me esperando lá. Sinto muito. Eu preciso pensar no que posso fazer.

– Está pensando em fugir? - Judal perguntou, recostando-se no balcão.
Hakuryuu pausou por um tempo. Sua cabeça latejava, não mais da ressaca, mas a preocupação consumia seu ser completamente.

– Se eu não quiser morrer… como meus irmãos. - Hakuryuu o encarou com um sorriso.

– Hakuryuu… - Judal engoliu a seco. Parecia tão normal para ele falar aquilo. - Seus irmãos também foram vítimas da máfia?

O mais jovem se sentou numa das duas banquetas que estavam ao lado dos dois. Evitava encarar Judal. Não queria negar nada que o perguntasse agora. Honrado como era, considerava que Judal tinha seus direitos.

– Sim… - Hakuryuu suspirou. - Há doze anos meus irmãos e meu pai morreram num incêndio criminoso na nossa empresa, que comercializava, acredite, - ele riu ironicamente. - brinquedos. O meu tio, junto da minha própria mãe foram os responsáveis. Era para eu ter morrido aquele dia também… - ele levou a mão até o lado esquerdo do rosto onde havia aquela cicatriz. - Mas eu não tive a mesma sorte que o Yuu-niichan e o Ren-niichan… Eu acabei sobrevivendo.

Judal estava atônito. A angústia na expressão de Hakuryuu era palpável. Então aquela cicatriz tão severa era sequela de uma tentativa de assassinato que havia findado a vida de seu pai e seus irmãos e… pela sua própria mãe?

Minha mãe tramou com meu tio… o qual ela também deu cabo quando ele já não a satisfazia mais sexualmente… E agora ela está se deitando com o Kouen. Eu não entendo por que me deixaram vivo! Para me torturarem tantos anos! Eu não aguento mais! Eu não tenho direito algum!

– Hakuryuu…

Estando sem palavras, Judal via as lágrimas se formarem nos olhos desiguais do rapaz. O que ele havia passado? Que tipo de vida havia vivido?

Durante muito tempo pensou que crescer sem seus pais, abandonado em orfanatos e tendo que se apoiar ao tráfico de drogas para crescer na vida havia sido algo terrível, mas… Mas agora ele via uma situação bastante pior. Sua maior dificuldade que era a falta de dinheiro, não era problema para Hakuryuu. Mas além de uma boa condição financeira, ele não tinha mais nada.

– Minha mãe me lembra constantemente que, se eu contrariá-los, ela pode matar minha irmã mais velha… - ele cobriu o rosto com as mãos, não querendo mostrar suas lágrimas. - Me… me desculpe, eu… - Hakuryuu soluçava.

Ele parecia tão frágil.

Judal não sabia o que dizer.

Ficou analisando por um tempo o rapaz cujos ombros balançavam a cada soluçar. Ele murmurava baixinho enquanto as lágrimas caíam. E Judal, por sua vez, simplesmente não entendia porque ver aquele rapaz chorar fazia com que sentisse seu peito apertar. Uma dor intensa, quase insuportável que, instintivamente, ele sabia como curar.

O choro de Hakuryuu cessou por um instante quando sentiu os braços fortes de Judal lhe abraçarem firmemente. Era como se quisesse transmitir a ele a certeza de que havia alguém do seu lado e aquela sensação era completamente nova para Hakuryuu, que tinha o par de safiras arregalado, assustado.

A única pessoa que costumava lhe oferecer raramente algum afago era sua irmã mais velha, mas nunca quando a razão de sua tristeza era todo o mal que os seus primos, melhor, irmãos agregados, faziam. Afinal, Hakuei sempre estava do lado deles. Ela sempre submissa às ideias deles e apoiando-os, afinal, via Hakuryuu como um paranoico.

Hakuryuu nada fez. Apenas cerrou os olhos para desfrutar melhor aquele abraço. Tão quente. Só naquele momento ele se lembrou de que Judal estava com o peitoral exposto, sobre o qual ele se apoiava agora. Mas ao invés de se sentir envergonhado ou tentar afastá-lo, Hakuryuu recostou a cabeça ali e ficou a ouvir as batidas certas do coração do rapaz. O que estava fazendo? No que estava pensando? Havia conhecido aquele homem ontem e estava ali, entregue a ele. Estava tão carente assim?

– Me desculpe, não tenho muito o que fazer para te ajudar… - e, instintivamente, Judal depositou um beijo carinhoso no topo dos fios azulados.

– Ao se afastar um pouco, sem se desfazer do abraço, Hakuryuu corou ao receber aquele carinho.

– J-já ajudou muito. - Hakuryuu gaguejou.

– Para onde você vai, então? - Judal indagou sem ao menos saber o porquê estava perguntando aquilo.

– Eu… não posso lhe contar. - ele cerrou os olhos azuis. - Eu agradeço tudo o que fez, Judal, mas eu não posso confiar em você! Você trabalha para…

– ATÉ QUANDO VAI DIZER QUE NÃO PODE CONFIAR EM MIM?! - Judal interrompeu num rompante, surpreendendo Hakuryuu. - Você quer saber com o que trabalho, Hakuryuu? EU VENDO DROGAS! Eu só arranjei esse bico com a tua prima para arranjar um dinheiro a mais e porque ela e o Kouha vivem comprando comigo!

– Ok, você então não está do lado deles, mas pede para eu confiar em um traficante?

– EU estou confiando no filho de uma chefona da máfia que quer te ver morto!

Diante daquelas palavras, Hakuryuu engoliu a seco. Ele estava certo.

Judal estava se colocando em risco o abrigando ali. Desde aquela noite sabia que havia o envolvido em algo perigoso. Ele não precisava acolhê-lo e, no entanto, Judal havia oferecido seu lar, proteção e… carinho. Algo que Hakuryuu não se lembrava ter desde a morte de seus irmãos. Não de uma forma genuína.

– Tsc, - ele estalou a língua. - me desculpe! - Hakuryuu farfalhou os fios escuros.

O mais alto cruzou os braços e suspirou pesado. Aproximou-se novamente e puxou a cabeça de Hakuryuu para colocá-la contra seu peito novamente.

– Me desculpa, eu não queria jogar isso na sua cara… - ele sussurrou.

O rapaz ergueu o rosto e encarou os olhos vermelhos. Ele não precisava dizer nada, sua expressão dizia tudo. Mas Judal não entendeu o enigma no rosto do mais novo.

– O que foi?

– Por quê?...

– Anh?

– Por quê? Por que está me ajudando? Por que… por que está sendo tão atencioso comigo? Ninguém jamais fez isso por mim…

Foi a vez de Judal sorrir desolado e afagá-lo mais ainda. Então puxou a banqueta do lado e se sentou, ficando diante daqueles olhos azuis. Segurou as mãos do rapaz e o encarou.

– Eu te juro que também não sei. Mas…

Perto demais. Seus pensamentos se perderam e, junto deles, sua fala.

Judal observava aquele rosto fino e delicado daquele que o encarava. Seu polegar deslizando sutilmente pela mão de Hakuryuu num sobe-e-desce incessante. Foi quando a mão que apoiava sobre seu joelho alcançou o rosto do jovem, que tentou se afastar um pouco, mas se conteve, permanecendo ali.

O mais velho analisava cada detalhe que havia ali. A palma grossa de sua mão deslizando por aquela superfície macia. O que estava pensando?

Hakuryuu, por sua vez, se via encantado pelo par de rubis que tinha toda sua atenção voltada a ele. Como se pudesse sugar suas forças e torná-lo seu escravo, aquele olhar lhe desarmava completamente. Uma certa urgência surgia de forma que ele não saberia se controlar.

– Tsc, droga!

E ao franzir o cenho, Judal o puxou pelos ombros de uma só vez e abocanhou seus lábios.

Hakuryuu não teve como reagir, mas ele não queria mesmo impedir que o outro o beijasse. A banqueta na qual se sentava balançou em falso acabou fazendo com que ambos se desequilibrassem e fossem ao chão, Judal o abraçando rapidamente para que a queda de Hakuryuu fosse amortecida por seu corpo.

Os lábios não se soltaram em um segundo. Mesmo com o mais jovem por cima, tendo a oportunidade de se desvencilhar, ele não o fez. Intensificou o ato, afundando os dedos nos fios compridos e soltos do traficante. Era como se estivesse sob o poder de uma magia, uma atração sem igual que simplesmente explodira de uma forma tão intensa que precisaram consumar aquilo.

Os lábios de Hakuryuu eram absurdamente doces e ao sentir aquele sabor, Judal só teve mais e mais vontade de desfrutar daquilo. Invertendo a posição, ficando por cima, uma das mãos masculinas invadiu o moletom que o mais baixo usava. Foi quando Hakuryuu subitamente se afastou.

Os dois, ofegantes, se encararam. Judal um tanto quanto temeroso. Será que havia desagradado ele? Estava avançando o sinal?

– Me… me desculpa, Hakury…

– Na-não, tudo bem. - ele desviou o olhar, tentando recuperar o fôlego.

– Tsc, eu não resisti. Me desculpa… Você é… - Judal corava. - muito bonito e...

Subitamente ele foi interrompido pelas risadas de Hakuryuu. Ele sorria e gargalhava com tanta intensidade, que Judal se surpreendeu. Nem de longe parecia aquele rapaz tão triste e amargurado. Hakuryuu mesmo não se continha. Abraçava a si mesmo rindo.

– Bonito? Hahaha! - ele tentava secar as lágrimas que acabavam escapando ao rir tanto. - Você é muito divertido, Judal…

– É verdade, oras! - ele cruzou os braços, ainda montado sobre o mais jovem. - Mas ei… - Judal chamou num tom sério, sem encará-lo. - eu sei que é ridiculamente cedo para falar isso, mas…

Não. Era cedo demais para aquilo. As palavras estavam bem ali, prontas para sair. Seu coração batia tão rápido. Fazia muito tempo que não sentia aquilo. E não havia dúvidas sobre o que estava sentindo, apesar de ele mesmo notar que era extremamente prematuro.

– Mas?... - Hakuryuu pedia para que prosseguisse.

– Eu gosto de você. - ele praticamente cuspiu as palavras.

Não era isso que Judal queria dizer. Queria dizer que… que o amava. Que sentia-se triste por ele. Que queria protegê-lo de qualquer um que o fizesse mal. Mas Judal mesmo não entendia como, havia conhecido aquele rapaz ontem e se sentia atraído por ele de uma forma tão intensa…

Seus devaneios e conflitos internos foram interrompidos por um novo risinho de Hakuryuu.

– Eu também gosto de você… - ele desviou o olhar.

– Então me diga para onde você vai, eu vou com você. - Judal propôs seriamente.

– Está louco? - Hakuryuu se apoiava nos quadris para se sentar no chão ao lado do rapaz. - Tem sua vida aqui, suas coisas.

– Vida? Há! Eu trafico drogas! Você acha que eu realmente tenho o quê? Uma família?

– Bem, tem um apartamento muito bom só seu… - Hakuryuu concluiu.

– Vou para onde você for. - Judal disse sem pensar duas vezes. - Mas me diga para onde vai que eu vou com você! - “Isso é loucura…”, ele pensava consigo mesmo.

Hakuryuu sorriu e encarou os olhos vermelho-sangue. Seu peito se comprimiu um pouco, mas era necessário.

– Vamos almoçar, eu vou buscar algumas coisas para adiantar minha viagem e volto para buscar você!

– Vai andar sozinho por aí? Está louco?! - apreensivo, Judal o repreendeu.

– Não é a primeira vez que saio de casa! Sei me cuidar… Apenas me espere aqui.

xxx--xxx

Ele tocou a campainha duas vezes até que a porta se abrisse e revelasse um garoto de mais ou menos 12 anos, que abriu um largo sorriso ao ver quem chegava.

– Alibaba-kun!

– Como está, Aladdin?

Alibaba correspondeu o sorriso, logo entrando naquela luxuosa residência. O garoto rapidamente fechou a porta e o loiro percebeu que a mesma se encontrava bastante silênciosa.

– Onde estão Solomon-sama e Sheba-sama?

– Ah, eles estão viajando! Mas o tio Ugo está cuidando de mim! Ele foi fazer compras, como sabia que o Alibaba-kun viria logo. - sorria. - Não se preocupe, o tio Ugo ficou responsável pelo seu pagamento na ausência deles.

Suspirando aliviado, Alibaba seguiu o garoto pela longa escada que levava ao segundo andar da casa. Era extremamente grato por ter conseguido aquele trabalho sendo um mero bolsista e mal tendo como pagar suas contas. E tudo graças à grande influência que a família Saluja possuía, fazendo com que seu falecido pai fosse amigo daquela bela família. Fazia seis meses que havia se tornado praticamente tutor de Aladdin, auxiliando-o nos estudos, em especial em matemática, sendo Alibaba um dos melhores estudantes de Economia de sua universidade.

Após a morte de seu pai, fora descoberto um grande golpe que seus irmãos caíram e todas as suas propriedades foram tomadas pela família Ren. Alibaba, então, tinha duas opções: ou se casava com Kougyoku e tentava retomar algo da família, se unindo aos mafiosos que haviam lhe tirado tudo, ou tentava viver uma vida digna sendo um mero tutor para ao menos pagar sua vaga na república em que morava.

Ele havia escolhido a segunda opção… e não estava sendo nada fácil.

Mas quem dera se seus problemas fossem só esses.

– E a Mor-san? Tem falado com ela? - Aladdin perguntou assim que chegaram aos seus aposentos.

Alibaba suspirou pesado antes de depositar todos os livros que trazia abraçados ao seu peito sobre a escrivaninha que ficava no centro do amplo quarto.

– Graças a Deus não!

– Parece desanimado… - ele tentou esboçar um sorriso.

– Morgiana está no fundo do poço, Aladdin. Está se prostituindo novamente e pra quê? Para comprar drogas! Sinceramente, tudo o que eu queria era ajudar ela. Atualmente eu desisti dela… Tenho mais coisas com o que me preocupar...

Pois se para Morgiana, Alibaba era o grande amor de sua vida que havia sido forçado a se casar com outra para recuperar os negócios da família, para ele, Morgiana era apenas uma grande amiga. O noivado com Kougyoku só havia tirado sua oportunidade de se unir a quem realmente desejava e que tanto lhe preocupava.

– Fala do Hakuryuu-oniisan?

Aladdin falava informalmente. Sendo seu pai reitor da universidade na qual Alibaba e Hakuryuu estudavam, ele tinha livre acesso e acabava sabendo praticamente de todas as fofocas de lá.

– Sim… - Alibaba suspirou pousando o queixo sobre os dedos cruzados. - Ele me mandou uma mensagem no celular ontem e parece que está tendo problemas de novo…

– Alibaba-kun gosta tanto do Hakuryuu-oniisan… - o garoto comentou num tom que evidenciava um certo ciúme. - Mas se não falar nunca, o Hakuryuu-oniisan nunca saberá, Alibaba-kun.

– Como vou dizer que estou apaixonado por ele se preciso me casar com a prima dele que é uma mafiosa? E a família dele que está me coagindo com todas essas dívidas que adquirimos o odeia! - o loiro massageava as têmporas.

– Calma, calma. - Aladdin afagou seu ombro. - Tenho certeza de que você dará um jeito.

Foi quando o telefone que Alibaba havia deixado sobre a mesa vibrou. Azuis e dourados pairaram sobre o aparelho e se entreolharam ao ver o nome daquele que estava ligando.

Suspirando, o mais velho pegou o celular e o atendeu.

– Alô? - Alibaba fingiu que não sabia quem falaria do outro lado.

– Alibaba? - a voz grossa indagou do outro lado.

– A-ah! - o loiro gaguejou. - Kouen… - ele fingiu simpatia. - como está, meu querido futuro cunhado?

– Não interessa. - o ruivo era direto e nem um pouco agradável. - Sabe onde está Hakuryuu?

– Hm? - Alibaba piscou. - Não, eu não faço ideia.

– Ele não esteve na faculdade essa manhã? - Kouen indagou.

– Não o vi, creio que ele não foi. Até ia perguntar se ele estava b…

Foi quando as portas do escritório de Kouen se abriram e revelaram um afoito Koumei que trazia dois papéis em suas mãos. O irmão mais novo gesticulou para que seu irmão e chefe desligasse a ligação, o que trouxe um sorriso de satisfação aos lábios do ruivo.

– Esqueça. Já tenho o que quero.

E apenas dizendo aquilo, Kouen desligou o aparelho e ansiou pelas notícias que seu caçula trazia.

– E então? - perguntou a Koumei, que ainda tentava recuperar o fôlego.

– Conseguiram detectar a compra de uma passagem para Londres no nome do Hakuryuu. - ele informou.

– Ótimo! - Kouen sorriu abertamente, algo tão raro. - Mandem nossos melhores atiradores para finalizar esse serviço.


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Notas finais do capítulo

Uffa! Peço desculpas pelo capítulo ter sido um pouco longo demais! Mas eu realmente queria desenvolver mais o juhaku! E acho que muitos não esperavam o alihaku também!
Espero que tenham gostado! *__* Aguardo comentários, sugestões, críticas, sempre tudo é muito bem-vindo e adoro para poder melhorar sempre a história! ^^



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