Um Anjo em Minha Vida escrita por Patty Team Jacob


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Jacob é quem narra a fic quando for outro personagem eu colocarei...



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Cheguei da faculdade e a casa estava vazia. Fui até a conzinha e claro Helen estava por lá começando a preparar o nosso jantar.

- Oi Helen. - falei abraçando-a e lhe dando um beijo estalado na sua bochecha.

- Oi meu menino. - Helen falou enquanto eu revirava os olhos.

Fui até a fruteira, peguei uma maça e me sentei despreocupadamente em cima da bancada da cozinha. Sentia falta da presença da minha mãe por aqui. Naquele tempo tudo era completamente diferente!

- Menino!!! - exclamei. - Eu já sou um homem, sinto lhe informar, mas eu cresci. -ela riu.

- Com 18 anos. - foi à vez dela revirar os olhos.

- Claro, finalmente está chegando meu aniversário. - falei entusiasmado.

- E você vai mesmo fazer festa? - ela perguntou preocupada. - Seu pai não vai gostar nada disso.

- Nessas horas ele lembra que eu existo!!! - falei ironicamente.

- Jacob não fala assim. - claro que Helen o defenderia.

- Certo não vamos falar sobre isso. - fui em direção a porta.

- Já estava me esquecendo seu pai chega hoje no final da tarde. - me virei ficando de frente para ela. - E quer você e sua irmã presentes no jantar.

- Oh que legal. - falei rindo debochadamente. - Vamos fingir que somos uma família feliz com a chegada do papai.

Eu não podia de maneira alguma jogar minhas frustrações em cima da Helen que sempre esteve presente em nossa casa, cuidando de tudo por aqui. Graças a ela ainda tínhamos algumas coisas importantes em um lar.

Subi para o meu quarto.

Entrei, coloquei meu material na mesa de estudo. Liguei meu notebook e li apenas algumas mensagens, na verdade não li os que a Lauren me mandava com declarações de amor. Uff... Será que ela não se tocava que eu não a amava que apenas estava com ela para satisfazer um capricho do meu pai? Será que era tão complicado assim de ver isso?

O pai de Lauren era um dos sócios na empresa do meu pai e fazia o mesmo curso que eu Administração de Empresas e nossos pais acharam que seria conveniente que namorássemos. Digamos que tudo se tratava de um grande jogo do mercado financeiro e provavelmente quando o pai dela deixasse de ser interessante para os negócios, meu pai iria me dizer: “- Filho não precisa namorar essa garota, agora, por favor. - claro ele falaria, por favor. - Namore a outra.”

Entrei no chuveiro e tomei um banho rápido, afinal de maneira alguma poderia atrasar-me para o jantar em família.

Meu celular tocou. Lauren. Bufei.

- Fala Lauren. - falei rispidamente.

- Nossa Jake que humor em!!! - oh vontade de falar esse é o melhor que eu tenho disponível para você. Mas se eu fizesse isso ela com toda certeza correria para o papai para reclamar de mim, e o meu iria encher o meu saco.

- Me desculpe Lauren é que eu apenas estou cansado.

- Eu te perdôo por que eu te amo. - com essa eu tive que rir. A garota ficava com metade da faculdade na cara dura. Não que eu me importasse com isso, afinal o problema é dela que está mais falada que noticia ruim em jornal local.

- Que bom fico feliz por isso, mas... - o vontade de desligar na cara. Santa paciência vem em mim.

-  Vamos sair hoje.

- Não posso meu pai está chegando de viajem, quer todos em casa.

- E desde quando você respeita as vontades do seu pai. - deveria aproveitar e dizer desde o dia em que te aturo, mas preferi ficar quieto.

- Não quero confusão, pelo menos não por essa noite.

- Tudo bem então vou ligar para outra pessoa. - chantagem emocional dela simplesmente não rola.

- Sem problema, inclusive sugiro que ligue para o Justin, ele vai gostar de ser o cara da noite. - ela bufou.

- Tchau Jacob. - ela desligou e eu claro suspirei de alivio.

O mais engraçado disso tudo é que a garota é o maior prego do caramba, fica com todo mundo e eu nunca encostei uma mão nela. Até por que estamos juntos a coisa de um mês e a evito o quanto posso, apenas mantenho as aparências na presença do meu pai e dos pais dela. Fora isso nem rola nada. E ela ainda acha que eu a amo.

Troquei de roupa e me sentei na cama. Peguei o porta retrato da minha mãe e fiquei observando seu sorriso e me permitir sorrir de forma verdadeira.

- Sinto sua falta. Queria que estivesse aqui. - alisei seu rosto.

Para o meu pai eu era um rebelde sem causa. Ele dizia que é muito fácil ser rebelde quando se é sustentado por alguém. Ele sempre jogava na minha cara que eu somente estudava, porém como resolvi fazer o curso que ele queria que eu fizesse ao invés de engenharia automobilística, as coisas ficaram um pouco melhor.

Escritório, terno, gravata não era pra mim. Minha mãe sabia disso. Ela me apoiava me dando conjuntos de carros de coleção para eu montar, me levava a feiras de automóveis, enfim ela me incentivava, mas meu pai não.

Bateram na porta.

- Pode entrar. - coloquei o porta retrato no lugar.

- Oi maninho. - Rachel se sentou ao meu lado.

- Oi maninha. - falei deitando minha cabeça no seu colo.

Rachel era tudo que havia sobrado da minha mãe. Ela se parecia com ela não somente no físico, mas também nas atitudes e na maneira de amar as pessoas em torno dela.

- Sinto falta da mamãe. - falei com a voz embargada.

- Eu também, afinal faz apenas um ano que ela se foi. - assenti.

- Tudo era tão diferente. Billy parecia gostar de mim.

- Mas ele gosta, ele apenas não está sabendo lidar com a dor. Jake ele amava nossa mãe mais que tudo.

- Pode ser. Mas enfim. - dei de ombros.

- Você vai se comportar a mesa no jantar não vai? - ela fitava meu rosto enquanto mexia no meu cabelo.

 

- Tenho opção?

- Definitivamente não. - ela respondeu.

Ela se levantou me dando um beijo carinhoso.

Eu me sentia sozinho na maior parte do tempo. Seth era o meu melhor amigo e confiava muito nele, porém ele morava em La Push enquanto eu morava em Seattle. Não era longe cerca de quatro horas de carro, porém somente íamos para lá nos finais de semana, embora  ultimamente eu tenha preferido ficar por aqui mesmo. A presença da minha mãe é mais forte na reserva.

Meu pai sempre foi de família rica e minha mãe era nativa da reserva. Ele foi passar um verão por lá e eles se conheceram e se apaixonaram e nunca mais ficaram longe um do outro. Eles tinham a mesma idade que eu.

Sei que eles tiveram que enfrentar muitas coisas, afinal ela não era a esposa que meus avôs queriam para o meu pai. Ele não se importou enfrentou tudo e eles terminaram juntos. Meu pai passou a gostar da reserva tanto quanto minha mãe gostava de lá e passou a investir na região trazendo muitas melhorias para o local.

Billy Black não era uma pessoa ruim na verdade ele se tornou uma pessoa amarga, sem amor que culpa principalmente a mim pela morte da minha mãe, embora eu não tenha nada haver com isso. Mas no dia em que o carro capotou na última curva antes da First Beach eu era o único membro da família que estava no carro e quando meu pai foi me ver no hospital eu nitidamente senti algo como - Por que não você ao invés dela!

Se você me perguntar se ele disse isso na minha cara eu vou dizer que não até por que ele realmente não disse, mas tem atitudes que as pessoas tem conosco que valem muito mais que qualquer palavra dita.

XXXXXX

- Então como estão as coisas por aqui. - meu pai perguntou enquanto jantávamos em família.

- Estão bem pai, nenhuma novidade. - Rachel respondeu.

- Você não aprontou nada durante a minha ausência?- ele me fitava.

- Humm apenas alguma festas de faculdade, sabe como é. - falei ironicamente por que mesmo que eu falasse a verdade ele não iria acreditar em mim. Na verdade ele somente iria acreditar depois de confirmar com a Rachel.

- Não houve festa nenhuma papai posso lhe garantir. - Rachel me fuzilou e eu dei de ombros.

- E a faculdade? - perguntas e mais perguntas, porém em nenhum momento ele me perguntou como eu estava.

- Vai bem o prédio continua no mesmo lugar, nenhuma gripe ou insolação apesar de ficar o tempo todo ao ar livre. - respondi bufando.

- Jacob!!!

- Que foi Rachel. Desde que Billy chegou, ele só me fez perguntas onde possivelmente ele pode achar uma falha minha e ai, Boomm vai explodir em cima de mim.

- Qual é o seu problema em garoto eu estou demonstrando preocupação, interesse por você e você somente me acusa. Pela sua atitude posso mesmo imaginar que as coisas não vão tão bem. - ele bufou e pude ver Helen no final do corredor.

- Não se preocupe papai estou indo muito bem, uns dos melhores da turma se não o melhor, não aprontei nada embora certamente você pense o contrario de mim o tempo todo. - falei sentindo uma fúria me dominar. Respirei fundo. - Seu diploma estará na sua parede para que você possa exibir a todos os seus colegas o quanto foi capaz de manipular minha vida de forma tão habilidosa.

- Aonde você pensa que vai, não terminamos ainda! - ele gritou.

- Eu já terminei.

- Você só pensa em si mesmo. Pensa que eu não vejo você se fazendo de vitima de tudo, choramingando pelos cantos como se fosse uma criança de colo. Sua mãe não vai voltar se convença disso e amadureça.

- Amadurecer ou me tornar tão amargo quanto você se tornou. E você já se deu conta de que ela não vai voltar? Já se deu conta de que seus filhos precisam de você? Já se deu conta que eu sinto falta do pai que tive um dia? Não por que você mentalmente me culpa todo santo dia por não ter sido eu a morrer naquele maldito acidente. Desculpe-me por não ter morrido no lugar dela.

- Jacob, papai se acalmem. - Rachel falou nervosamente.

- Aonde você pensa que vai.
- Respirar em algum lugar onde o ar seja um pouco mais limpo que aqui. - falei batendo a porta.

Peguei meu carro na garagem e sai sem rumo, na verdade não tinha um lugar onde eu quisesse estar, eu somente queria sair dali, sair daquelas acusações não verbalizadas mais transmitidas visualmente a cada olhar lançado na minha direção.

Quando dei por mim estava no campus da universidade. Parei o carro e respirei fundo.

 Desci.

A noite estava bonita. O céu de um azul escuro quase preto eu diria iluminado por algumas estrelas. Desejei que anjos pudessem existir. Que de alguma maneira alguém pudesse me ajudar a encontrar uma saída em meio a tudo isso.

Quando dei por mim estava em frente a uma das lanchonetes do campus. Haviam alguns jovens estudando, outros navegando na internet. Eles pareciam alheios ao mundo e eu queria isso pra mim, pelo menos nesse momento.

Entrei e me sentei. Não estava com fome, apenas queria ficar ali e me sentir normal por alguns breves minutos.

- Quer fazer seu pedido agora. - ouvi uma voz de anjo ao meu lado, a voz mais linda que eu já havia escutado em toda a minha vida.

- Humm na verdade vou querer apenas... - pedi a primeira coisa que li no cardápio. - Cappuccino gelado.

- Certo eu não demoro. - eu não sei por que motivo eu não olhei para a dona daquela voz, na verdade eu me senti envergonhado não sei...

Observei os segundos passando lentamente, eu queria que ela voltasse para poder olhar no seu rosto. A pobre garçonete não tinha idéia do quanto ouvir sua voz essa noite havia me feito bem!

- Prontinho. - ela falou colocando o copo na minha frente. - Se precisar de mais alguma coisa é só me chamar. - podia sentir a felicidade em sua voz, a leveza no falar, e isso me contagiava.

- Acho que o que eu preciso não se vende por aqui. - falei abrindo o canudo e colocando no copo.

- Ah você está com problemas. - assenti. - Humm e precisa de ajuda? - ela nem me conhecia e estava se oferecendo para me ajudar?

Levantei meu rosto e foi então que eu me dei conta que a dona da voz era realmente um anjo, um anjo de cabelos dourados que estava amarrado em um rabo de cavalo que lhe caia até as costas e que formava cachos ao final. Sua pele era branca, porém havia certo tom rosado em suas maças do rosto que demonstrava que ela era saudável e que fazia com que o contraste com sua pele a tornasse ainda mais linda. Seus olhos era de um chocolate derretido, não qualquer chocolate, na verdade um autentico chocolate produzido nos Alpes Suíços.

- Na verdade preciso de paz e um pouco de atenção. - ela sorriu pra mim e meu coração acelerou.

- Eu agora tenho que atender mais alguns clientes, mas meu turno acaba daqui dez minutos se você quiser me esperar podemos conversar claro se isso for lhe fazer bem. - ela corou.

- Seria maravilhoso. - ela sorriu novamente.

Ela se afastou pareceu pensar em alguma coisa e voltou.

- Humm eu somente queria lhe avisar que eu não sou nenhum tipo de - ela se abaixou e sussurrou em meu ouvido. - De garota de programa. - eu nem havia pensado nisso, mas logo imaginei que ela certamente deveria levar muitas cantadas por aqui.

- Essa idéia nem passou pela minha cabeça. - ela respirou aliviada.

- Sabe como é os caras tendem a confundir tudo. - ela virou os olhos sorrindo novamente.

- Sim eu sei como é, mas posso te garantir que tudo que eu preciso é de uma boa amiga.

Ela saiu sorrindo para mim e eu me perdi no calor daquele sorriso.

Automaticamente me lembrei que eu não sorria assim de maneira tão natural desde que minha mãe se fora.

Tomei meu cappuccino tranquilamente embora estivesse começando a achar que esses dez minutos estavam demorando demais a passar.

Eu sinceramente me arrependia por ter falado daquela maneira com o meu pai. Eu era capaz de entender a dor que ele sentia, eu era capaz de sofrer ao lado dele se ele me permitisse ficar ao seu lado. Eu não queria ser o filho problema e verdadeiramente não era. Mas ele somente me afastava cada vez mais de sua vida e eu temia muito em saber que minha irmã estava muito próxima de ficar noiva. Doía-me imaginar perder ela também. Definitivamente se ficássemos somente nós dois naquela casa as coisas se tornariam insuportáveis demais.

Estava mergulhado em meus pensamentos quando senti uma mão delicada em meus ombros.

- Vou me trocar e já volto.

- Tudo bem eu espero você aqui. - sorri novamente e gostava de como isso me fazia bem.

Levantei-me e fiquei esperando perto da porta, não demorou nem cinco minutos ela apareceu de cabelos solto com aquele sorriso lindo no rosto. Reparei pela primeira vez em seu corpo agora sem uniforme. Ela usava uma calça jeans ajustada ao corpo e uma blusa básica e all star, e por um minuto me perguntei - Essa garota existe? - Sim por que ela definitivamente era o meu ideal de garota, sem aqueles saltos finos, blusas que mostravam até a alma, jeans absurdamente menor que o corpo, fora a maquiagem, ugh fiz careta ao pensar que Lauren é assim.

- Acho que fiz você esperar demais. - ela falou já próxima a mim colocando sua mochila nas costas.

- Que nada, não se preocupe com isso. - abri a porta e saímos.

- Olha eu não quero ser intrometida e prometo não perguntar nada. - ela parecia envergonhada. Coloquei minha mão no bolso e começamos a andar lado a lado. - Mas você me parecia tão triste e era possível sentir sua tristeza. - ela olhou nos meus olhos e eu a fitei.

- Tristeza tem sido o meu nome ultimamente. - abaixei a cabeça.

- Estranho por que eu vejo você todos os dias e você me parece tão feliz e tem até uma namorada. - espera ai ela me vê todos os dias? E sabe que eu tenho namorada? Bom na verdade não tenho, ou melhor... Ah deixa pra lá preferi não entrar nesse assunto apenas pensei.

- Você me vê aqui todo dia? - perguntei curioso.

- Sim eu estudo aqui também. Mas é claro que você não me notaria. - ela parecia triste com isso.

- Eu realmente devo ter estado cego nos últimos tempos. - verbalizei meu pensamento.

- Ah tudo bem não estamos aqui para falar de mim certo? - ela voltou a sorrir.

- Na verdade eu tive mais uma discussão com o meu pai hoje e a gente se magoou verbalmente é isso. - dei de ombros.

- E por que você não diz a ele que sente muito pelo que disse. - ela parecia ver tudo de maneira tão simples.

- É complicado.

- Sua relação com ele deve estar desgastada. Mas às vezes precisamos dar o primeiro passo. A gente espera que os pais saibam de tudo e praticamente os proibimos de errar, mas eles são tão humanos quanto nós e algumas vezes simplesmente erram.

- Meu pai desejaria que eu tivesse morrido no lugar da minha mãe. - falei de uma vez. - ela parou na minha frente, levou a mão até meu rosto e me acariciou.

Senti uma descarga de energia passando por mim nesse momento, era algo novo que eu nunca havia sentido em toda a minha vida. Era como se ela tivesse o poder de transmitir a paz e a alegria dela para mim.

- Ele te disse isso? Eu sinto muito. - ela me abraçou.

Poderia ela, uma estranha se compadecer dos meus sentimentos de maneira tão verdadeira em tão pouco tempo? E como eu poderia me sentir tão à-vontade ao seu lado a ponto de desejar que o mundo simplesmente parasse nesse momento para que eu pudesse sentir o calor do seu corpo tão próximo ao meu.

- Ele não diz exatamente isso, mas ele me fere a todo instante com olhares e insinuações. - me permiti abraçá-la por um breve momento.

Seu perfume era doce, me acalmava. Era como se toda aquela angustia que eu estava sentindo tivesse evaporado.

- Olha eu tenho certeza que ele sofre muito mais por pensar assim do que você. Mas não deixe isso afetar a sua vida. Não de a ninguém o privilegio de te fazer sofrer, ou deixar de sorrir, ou de se sentir feliz. Não se deixe abater por nada daquilo que não é verdade. - ela se afastou rápido demais. Já sentia sua falta.

- Eu vou pensar sobre isso embora eu mesmo me culpe... Eu acho que tudo seria um pouco mais simples se eu tivesse morrido naquele acidente e não ela. - involuntariamente meus olhos ficaram marejados.

A garota pegou na minha mão e me conduziu até um banco que estava livre. Ela tirou a mochila das costas e me sentou ao seu lado.

- Acho que você precisa de colo. - ela falou fazendo sinal para que eu deitasse minha cabeça em suas pernas.

Deitei-me deixando meu rosto virado para ela. A garota que nem mesmo me conhecia estava me ajudando da melhor maneira que alguém poderia fazer. Ela acariciava meu rosto e deslizava a mão pelo meu cabelo sem dizer nenhuma palavra.

Era acolhedor, eu de alguma maneira me sentia amado por essa estranha que  todo dia me via e que eu nunca havia reparado nela. Como eu poderia ser tão cego. Tudo que eu precisava bem ali na minha frente e eu nem se quer havia notado.

- Obrigado. - levei minha mão tremula até seu rosto e acariciei para ter certeza que ela era real.

- Imagina eu... - a interrompi.

- Me ouviu, tentou entender o que eu estava sentindo, não tentou julgar nem a mim e nem ao meu pai. Sim, por que se fosse qualquer outro jovem mandaria eu... Ah você sabe - ela sorriu. - E torrar a grana dele.

- Eu só vejo as coisas de maneira diferente é isso. - ela deu de ombros. - Mas agora eu preciso realmente ir embora. - não ela queria me abandonar. Como assim eu precisava dela ainda, sempre precisaria. - Sabe como é ônibus tarde da noite e sozinha não creio que seja algo muito seguro de se fazer.

- Eu levo você, por favor, em agradecimento por tudo que você fez por mim.

- Não sei eu moro um pouco longe. - ela falou timidamente.

- Liga para os seus pais e diga que eu vou levar você. - me levantei do seu colo.

- Eu moro sozinha. - ela olhou suas mãos, parecia nervosa. - Não preciso avisar ninguém.

- Seus pais morreram??? - ah não queria pensar nisso, não ela.

- NÃO. - ela falou rapidamente. - Eles moram em Forks e eu vim estudar aqui então é por isso que eu moro sozinha. - que alivio até suspirei.


- Deve ser legal morar sozinha. - supus.

- Tem horas que sim, é maravilhoso, você chega em casa e não tem ninguém para torrar sua paciência e o espaço é seu. Mas por outro lado tem dias que você se sente sozinha e sempre faz refeições sozinhas, e dorme sozinha, e assiste televisão sozinha que quando percebe está falando com as paredes ou com a televisão. - ela riu e eu a acompanhei.

- Quando precisar de companhia pode me chamar. - faria companhia a ela sem o menor problema.

- Olha que eu vou cobrar. - ela sorriu timidamente.

- Espero que cobre mesmo. - ela corou ao ouvir isso.

Levantamo-nos e seguimos em direção ao meu carro. Eu estava me sentindo muito melhor e devia isso a ela.

Abri a porta do carro para que ela entrasse.

- Muito educado da sua parte. - ela sorriu e enquanto eu me derretia ela entrava no carro. Respirei fundo enquanto contornava o carro.

- Seu carro é maravilhoso. - ela observava tudo. - Eu gosto de carros, aprendi com meu pai.

- Eu também sou apaixonado por automóveis.

- E por que você não faz Engenharia Automobilística, digo seria melhor do que Administração. - como ela sabia disso tudo!!

- Humm digamos que estou me formando para o meu pai e não para mim entendeu? - ela assentiu. - E você faz que curso.

- Engenharia Automobilística. - choquei na hora. Eu to dizendo eu acho que bebi pelo caminho, me esqueci disso e estou tendo uma miragem só pode ser isso. - Eu sei é estranho uma garota fazer esse curso, mas eu não ligo para o que as pessoas pensam de mim. Meus pais me apóiam e eu sou feliz então. - ela deu de ombros.

- Estranho por que eu sou de La Push, bom na verdade minha mãe era e eu nunca a vi por lá e você me disse que é de Forks.

- Eu sempre estive por lá pode acreditar em mim. Eu nasci e me criei em Forks e meus verões eram em La Push, para ser mais exata na First Beach.

Para tudo onde eu estava quando ela estava passeando por lá, definitivamente eu iria investigar isso e claro contaria com a ajuda do meu amigo Seth.

Ela foi me mostrando o caminho e rapidamente chegamos. Na verdade por que estávamos de carro por que de ônibus ela certamente iria demorar um pouco mais.

Ela morava em um daqueles bairros tipicamente familiares em que os vizinhos conversam entre si, estão ali para ajudar quando você precisar. Havia algumas crianças brincando na rua. Algumas senhoras conversando animadamente.

- Agora você já sabe onde eu moro, quando quiser é só vir me visitar, embora eu ache que isso não vá acontecer afinal você é o aluno mais rico da universidade então, deve ter pessoas melhores como companhia. - ela falou timidamente olhando suas mãos.

- Está enganada, depois do Seth que é realmente meu melhor amigo e que mora em La Push você é a pessoa mais especial que eu já conheci. - ela me olhou e sorriu.

- Você não era o tipo de cara que eu imaginava.

- E como você me imaginava? - queria saber o que ela pensava sobre mim.

- Riquinho filhinho de papai que tem tudo o que quer e qualquer garota que sonhar ter, que possivelmente gasta em um dia o que eu ganho no mês como garçonete.

- Nossa... Acho que preciso rever minha imagem. - falei surpreso.

- Não, oh me desculpe isso foi rude da minha parte. - ela pegou na minha mão e eu a retive ali, acariciando sua mão com meu polegar.

- Não foi é apenas a maneira que você pensava, agora espero que tenha mudado seu conceito sobre mim.

- Totalmente. A propósito é melhor eu entrar, amanhã temos aula cedo e tenho que pegar ônibus ainda mais cedo então... A gente se vê por ai Jacob Black. - espera eu não disse meu nome em nenhum momento.

- Temos alguns problemas de informações por aqui. - falei sorrindo.

- Qual?? - ela pareceu confusa.

- Ao que parece você sabe tudo sobre mim, eu não disse meu nome e você acabou de me chamar de Jacob e sabe muita coisa sobre mim e eu não sei nada de você, você não me disse seu nome.

- Meu nome, pensei que você tivesse visto no meu uniforme de trabalho. - definitivamente preciso de oculista. To ficando cego e não sei!

- Não vi pode acreditar alias to começando a achar que preciso de oculista urgente.

- Não seja absurdo. Você apenas nunca me notou por que não tenho importância para você, afinal não é esperado que saibamos de todos que passam por nós durante o dia. Mas de qualquer modo meu nome é Renesmee Cullen, mas pode me chamar de Nessie e se quiser me sacanear pode me chamar de Ness, embora eu realmente não ligue por que as pessoas que mais amo nesse mundo me chamam de Ness e eu me sinto muito amada.

- Espero que eu seja incluído na lista das pessoas que você mais ama nesse mundo Ness. - não queria parecer inconveniente na verdade eu queria sempre poder ter ela ao meu lado.

- Quem sabe. - ela abriu a porta do carro. - Humm eu preciso da minha outra mão para sair e poder ir embora.

- Humm... Claro. - soltei sua mão embora isso fosse tudo que eu menos queria.

- Boa noite Jacob.

- Espera posso anotar seu telefone?

- A gente se encontra por ai. - ela falou enquanto fechava a porta. - Amanhã você nem vai se lembrar de mim. - ela deu de ombros.

Fiquei observando ela andar em direção a entrada do prédio. Ela cumprimentava os vizinhos de maneira tão sorridente e parecia tão feliz! Esperei ela entrar e não demorou nem um minuto percebi uma luz acender no primeiro andar e me perguntei se ali era o seu apartamento.

Liguei o carro e parti para a minha casa. Podia sentir ainda os efeitos da companhia da Ness em mim. Por apenas duas horas ao seu lado eu  me senti em paz e feliz como há muito tempo eu não me sentia.

Seu perfume adocicado ainda estava ali presente no meu carro me fazendo acreditar que ela era real, não era fruto da minha imaginação.

Entrei em casa e quando estava subindo as escadas Rachel apareceu no topo.

- Jacob onde você estava? - ela perguntou entrando logo atrás de mim em meu quarto. - Jacob você andou bebendo ou fazendo algo pior?

- Não Rachel ficou maluca.

- Sei lá você me parece estranhamente feliz. - ela me fitava.

- Rachel eu literalmente conheci um anjo, lindo, perfeito...

- Jacob Black você andou fumando alguma coisa, sim por que para estar vendo anjos. - ela abaixou o tom de voz.

- Não Rachel ela é real e se chama Renesmee Cullen.

- Estranho eu já ouvi esse nome. - ela parecia pensar. - Enfim e você estava com essa garota esse tempo todo.

- Sim. Eu fui andar de carro e acabei parando no campus da universidade, entrei na lanchonete e ela me atendeu por que ela é a garçonete por lá....

- Oh então ela fez alguns favores para você, eu aqui preocupada e você farreando por ai...

- Rachel fica quieta eu vou explicar. - peguei na sua mão e a levei até minha cama. Ela sentou apoiando as costa na cabeceira e eu me deitei ao seu lado. - Como eu estava dizendo ela veio anotar meu pedido e eu ouvi sua voz e fiquei deslumbrando do quanto era suave parecia um anjo, eu pedi um cappuccino e ela percebeu que eu não estava bem e me ofereceu ajuda enfim esperei ela sair do serviço e ficamos andando pelo campus e conversando, eu desabafei com ela como eu faço com você e depois eu a levei para casa.

- Espero que ela tenha te aconselhado corretamente. - Rachel parecia preocupada.

- Sim ela o fez. Ela me disse que eu tinha que entender o Billy que ele estaria tão magoado quando eu e que eu deveria me desculpar com ele também enfim e ela me ouviu.

- Gostei da garota pelo menos me parece uma pessoa equilibrada. E ela estuda com você?

- Ela me conhece, sabia o meu nome, o curso que eu faço que tenho uma namorada - virei os olhos. - Estranho por que ela disse que passava as férias de verão em La Push e na First Beach, eu não me lembro de ter visto ela por lá ou na faculdade.

- Vai ver você nunca reparou nela pode ser isso. Agora durma bem que amanhã temos aula cedo. - ergui minha cabeça e ela se levantou.

- Rachel eu queria te pedir uma coisa. - isso era egoísmo da minha parte eu sei, mas eu confesso que neste momento eu sou o cara mais egoísta do mundo.

- Pode pedir. - ela se aproximou de mim novamente.

- Se você for se casar com o Paul promete pra mim que vai morar aqui ainda. Olha eu juro que não atrapalho a sua vida, eu prometo que fico na minha e se você tiver filhos eu cuido deles para você sair e namorar. Por favor, não me abandona nunca, você é o que eu tenho de mais próximo da mamãe e eu somente me sinto amado por você.

- Oh maninho não precisa se preocupar eu já conversei sobre isso com o Paul e com o papai e essa casa é imensa não teria sentido ir morar em outro lugar. - eu a abracei. - E mesmo que eu vá um dia, sempre haverá um quarto pra você na minha casa, eu prometo Jacob.

- Obrigado eu te amo muito Rachel.

- Eu também. Agora nada de ficar sonhando até tarde com o seu anjo. - ela beijou meu rosto e saiu.

O pedido da Rachel era completamente impossível de ser realizado. Eu fiquei olhando o teto no escuro e desenhando seu rosto mentalmente. Ouvindo sua voz, o som da sua risada, relembrando cada reação que ela teve ao meu lado, até que me veio uma idéia na cabeça.

Coloquei meu despertador para tocar uma hora mais cedo. Eu iria buscá-la para irmos à faculdade juntos.

Adormeci pensando nela... No meu anjo...


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Notas finais do capítulo

Então o que vcs acharam da fic por favor me digam se devo continuar ou não... bjs patty*_*