Quando meus filhos notaram que eu estava me aproximando eles se calaram como se não quisessem que eu participasse do assunto.

- Boa noite papai. - Rachel sorriu pra mim.

- Boa noite Rachel, Jacob. - me virei para o lado do Jacob e percebi aquele olhar distante, na verdade era como se fossemos dois estranhos tentando conviver.

- Boa noite Billy. - desde que Sarah havia morrido ele jamais voltou a me chamar de pai a não ser que fosse de maneira irônica, nosso relacionamento ia de mal a pior.

Simplesmente não conseguíamos conviver e eu sabia que não estava facilitando em nada nossa convivência. Desde o acidente que resultou na morte da mãe dele que eu  passei a tratar ele em especifico de maneira diferente e se alguém me perguntar o porquê eu simplesmente não sei a resposta. Ou melhor, eu sei mais não quero assumir ela para mim mesmo.

Dizer o motivo seria como confessar a minha culpa no cartório e eu não sabia se estava preparado para isso, eu teria que me ajoelhar perante o meu filho e pedir perdão e acho que ele jamais me perdoaria por tudo que fiz a ele.

- Sobre o que vocês estavam conversando? - tentaria ser um pai melhor essa noite, alias durante a volta de La Push era nisso que pensei em que me dediquei a pensar.

- Nada importante. - Jacob respondeu rapidamente deixando claro que não queria que eu participasse do assunto.

- Falávamos sobre a namorada do Jacob. - então era esse o motivo do temor do Jacob e o que justifica o olhar que ele lançou em direção à irmã.

- Mas não precisamos continuar com esse assunto não é mesmo Rachel? - definitivamente ele tinha medo que eu fizesse ou falasse qualquer coisa.

Helen trouxe o jantar e nos serviu.

Fiquei olhando meus filhos por um momento e percebi o quão distantes éramos uns dos outros, era como estar rodeado de pessoas conhecidas mais se sentir sozinho, sim eu me sentia sozinho.

Na ânsia de superar a dor eu me fechei para vida, me fechei para o prazer de chegar a casa depois do trabalho e me deparar com meus filhos sorrindo pra mim. Tudo isso faz parte de um passado que não existe mais.

Tentaria dar o primeiro passo para mudar o que via ao meu redor.

- Estive com Edward Cullen no domingo, ah e também conheci Isabella sua esposa.

Jacob engasgou e Rachel lhe ofereceu um copo de água. Era isso Jacob tinha medo de mim, ele me via como um monstro frio e insensível e não o culpo por que foi isso mesmo que me tornei.

- Você sabia que ele desistiu de fazer as obras da escola e da creche de La Push? - perguntei curioso.

- Nessie comentou comigo, mas o Edward disse que não deveríamos nos envolver ou envolver nosso namoro nesse assunto - Jacob parecia tranqüilo e mais calmo.

Será que manter um diálogo com ele era tão difícil assim? Por que eu sentia um medo percorrer meu corpo, por que eu não podia simplesmente me sentir ao seu lado como eu me sentia ao lado da Rachel?

Por que eu sabia o quanto lhe havia feito mal e a vida cobrou isso de mim e o resultado e esse relacionamento conturbado que temos vivido desde que Sarah se foi.

- O motivo ele me deu foi justamente esse “ conflito de interesses“. - eu não havia entendido a princípio mais agora eu conseguia entender os pais da Nessie ao contrario de mim priorizavam a felicidade dela.

Eles não tentavam manipular a vida dela como eu havia feito com o Jacob desde que a mãe dele morreu. Na verdade eu sempre briguei com a Sarah achando que ela paparicava demais o Jacob e deixava a Rachel de lado e eu fazia exatamente ao contrario dela paparicava a Rachel e me esquecia do Jacob embora naquela época ainda fôssemos companheiros de certa maneira.

- A Nessie não é nenhuma interesseira, eu já lhe havia dito isso. - ele não levantava o rosto para falar comigo, seu olhar era baixo mantido no jantar que estava  a sua frente. Meu filho me odiava era isso.

- Papai eu posso me retirar? Estou revisando minha monografia.

- Claro minha filha pode ir. -sorri para minha filha e me perguntando se um dia seria capaz de voltar a sorrir para o Jacob e se ele retribuiria como a Rachel retribuía e sinceramente desejava e muito isso, já estava cansado dessas brigas e confusões que ocorriam todo final do dia nos últimos meses.

- Obrigado Helen estava delicioso o jantar. - ele sorriu para Helen e por um momento vi o sorriso da Sarah aqui tão próximo a mim.

- Não tem de que. Vou buscar a sobremesa. - ele assentiu.

Havia um silêncio que imperava na mesa nesse momento, apenas os sons dos talheres vez o outro o rompia e ambos não estávamos muitos a vontade em compartilhar esse momento junto. Lembrei-me de Sarah, do sonho onde ela dizia que Jacob estava sofrendo, que eu não estava sendo justo e da promessa que ela havia feito que jamais voltaria para me ver se eu não resolvesse isso tudo e ela realmente não estava brincando.

Perguntei como faria isso e ela me disse “ - É seu filho, trate-o como tal ele é parte de mim e se você o odeia, odeia a mim também então não há motivo algum para que eu venha lhe ver.”


- Você acha mesmo Jacob que eu odeio você? - eu precisava saber o que ele sentia para tentar saber como chegar até ele.

- Acho que você preferia que a mamãe estivesse aqui e não eu... - ele respirou fundo - E eu entendo afinal o Senhor a amava muito.

Silêncio...

Silêncio...

Silêncio...

Eu amava a Sarah, mas jamais poderia escolher entre um ou outro, era impossível fazer isso. Se Sarah tivesse sobrevivido e não o Jacob ela simplesmente hoje seria um pessoa triste e depressiva, ela teria deixado de ser a mulher que ela havia sido um dia.

- Você está mesmo feliz ao lado dessa moça? - perguntei cauteloso.

- Muito. Fazia muito tempo que eu não me sentia assim. - respostas curtas e diretas. Sem qualquer tipo de emoção, era como se ele quisesse responder tudo rápido para se ver livre de mim.

Precisava me esforçar mais, passar por cima do meu orgulho.

- Jacob... - o chamei temeroso mais eu precisava fazer isso.

- Sim. - ele levantou o rosto encontrando meu olhar sobre ele.

- Eu não odeio você e... - respirei fundo por que era difícil dizer o que eu sentia - Se tem alguém que deveria ter morrido naquele acidente, esse alguém era eu. - essa era a verdade contra a qual eu lutava se tinha alguém culpado por esse acidente esse alguém era eu.

- Mas eu não desejo isso, nunca desejei nada de ruim ao senhor, mesmo quando deixa claro que minha presença te incomoda. - havia sinceridade em sua voz, havia medo, havia angústia, havia dor. Muito provavelmente eu jamais conseguiria entender a extensão dos sofrimentos dele e eu me achando a vitima de tudo!

- Eu andei pensando em tudo que sua irmã me disse e você tem realmente medo de mim? - Jacob não emitiu nenhum tipo de reação. - Vejo que sim, você tem medo até de falar comigo!

- Sim eu tenho medo do que o senhor possa fazer ou falar... Se o senhor me xingar ou me tratar mal eu consigo agüentar, eu me viro depois com o que vou sentir, mas se o senhor agride a Nessie tudo é diferente primeiro por que ela não merece e segundo é como me ferir duas vezes mais.

- Eu entendo. - tem razão de Sarah me odiar, tem razão dela se recusar a querer ver um monstro como eu, tem razão do Jacob ter se tornado um garoto depressivo. A culpa disso tudo era minha! - Eu passei esse tempo todo imaginando maneiras de ser aceito, de ter seu amor por mim... - seus olhos estavam marejados e sinceramente um bolo se formou na minha garganta nesse momento - Eu ficava me lembrando das últimas coisas que conversei com a mamãe... - espera ele se lembrava do que havia falado com a mãe dele?

- Você se lembra de tudo que aconteceu naquele dia? - eu precisava saber disso por que muito do meu sofrimento pessoal está baseado nos sentimentos que eu sei que a Sarah carregou com ela naquele dia.

- Sim. Na verdade voltou aos poucos. - eu precisa saber de tudo, mas como poderia pedir a ele sem que o ferisse ainda mais, Deus como eu era idiota como foi que eu sobrevivi a tudo isso. Um ódio por mim mesmo passou por todas as células do meu corpo nesse exato momento.

- Mas você nunca falou nada. - tentei controlar o timbre da voz por que se eu me exaltasse agora seria comigo mesmo, mas Jacob não veria dessa maneira.

- O senhor não queria me ver na sua frente. - isso era verdade, eu me recusava a ver aquele que mais se parecia com a mulher que eu havia perdido. E quando Jacob chegou em casa eu pedi que ele não participasse das refeições em família.

- Jacob você deveria ter insistido. - por que ele não me procurou, por que ele não me xingou ah sim por que eu não dei espaço para que ele fizesse nada eu simplesmente manipulei sua vida!

- Claro a culpa é minha - ele suspirou resignado.

- Fiz de novo não é? - mas será que eu jamais aprenderia que não era acusando que eu o traria novamente pra mim! Sarah saberia o que fazer...

- Sim. Sempre me acusa. Não tem problema... Pode não parecer, mas eu entendo sua dor, eu compartilho dela e teria  sofrido ao seu lado se o senhor tivesse permitido. - apesar de tudo Jacob ainda demonstrava algum tipo de sentimento por mim.

Nossa conversa era fria e distante e definitivamente Sarah não iria aparecer aqui por muito tempo, ela se afastaria do monstro que me tornei, do homem arrogante e orgulhoso que foi incapaz de dizer ao filho que não sabia lidar com a dor, que precisava de ajuda.

- Sabe Jacob... - me levantei e caminhei até a sala de estar e percebi que ele me acompanhou e se sentou no sofá. - Eu realmente me sinto mal por tudo que eu causei a você e sinceramente me envergonharia ter que olhar nos olhos da sua mãe se ela estivesse aqui presente, ela não me perdoaria.

- Mas eu te perdoaria Billy. - olhei para ele espantado. - Eu vou sair dessa casa eu já decidi isso no momento em que você deixou claro que não aceita a Nessie, mas não irei passar minha vida culpando você por algo que tenha feito ou falado há mim um dia.

- Você pensa em deixar essa casa? - me assustei em ver o quanto sua decisão estava tomada, o quanto isso tudo já havia sido pensado e eu me perguntei onde é que eu estava que não percebi isso tudo.

Eu ficaria sozinho, Rachel tinha razão naquele dia, eu perderia não somente a Sarah mais perderia meus filhos também e neste caso a culpa seria totalmente minha.

- Sim é o que mais eu tenho pensando nos últimos tempos, eu cansei de brigas e eu não sou um garoto problema como você pensa eu não faço as coisas erradas que você pensa que eu faço eu não cuspo no prato que como, eu reconheço que se não fosse pelo senhor eu não teria carro, cartão de crédito, viagem, enfim eu não teria nada disso. Mas eu quero mais da vida eu quero ser feliz e quero que o senhor seja feliz e se ficar longe de mim o fará feliz eu me afasto não tem problema nenhum.

- Depois de tudo que eu lhe causei você ainda assim pensa no que seria melhor pra mim? -  ele assentiu.
- Depois que a mamãe desligou o telefone no dia do acidente... - ele respirou fundo e eu me sentia apreensivo por que era agora que eu saberia aquilo que eu sempre tive certeza. Sarah havia morrido me odiando, ela havia me amado a vida toda mais morreu me odiando e eu jamais poderia me desculpar pelo que havia feito a ela, essa era a dor que eu carregava dentro de mim . - Ela tinha falado com o senhor e, ela realmente ficou brava por que o senhor tinha dito que iria levar ela a La Push. - preferi me sentar para tentar controlar o remorso que sentia, que sempre senti desde que ela se foi.

- Sim eu havia prometido, mas eu não consegui sair do escritório e ela ficou brava e me ligou dizendo que iria sozinha e eu sugeri então que ela levasse você. - ainda me lembro da sua voz embargada pelo choro me acusando de não me importar com ela, de somente priorizar os negócios. Que ela havia odiado o que eu havia me tornado e por nunca cumprir o que havia prometido e que ela sentia falta de La Push e que estava pensando em voltar viver lá. Ela preferia viver sozinha no lugar que ela mais amava nesse mundo do que sozinha em meio a essa casa que eu havia dado a ela.

- A mamãe estava brava ela disse que o senhor não era mais o mesmo, que colocava a empresa na frente de tudo. Saímos em direção a La Push e dentro do carro a mamãe sorriu dizendo que não era para eu levar em consideração o que ela havia dito anteriormente por que ela o amava e você a amava muito e que ela apenas havia ficado triste.

- Ela sempre perdoava meus erros... - sacudi a cabeça como eu pude ser tão cego, como eu não pude perceber que ela teria me perdoado como eu pude culpar o Jacob por ter aceitado ir com ela.

Quando sugeri que ele fosse junto eu apostei que ele se recusaria dizendo que não queria ir a La Push e ela não viajaria já que ela tinha medo de dirigir sozinha na estrada e então eu chegaria a tempo de viajar ao seu lado.

- A última coisa que ela disse quando o carro estava capotando foi que ela amava o senhor e que eu e a Rachel deveríamos ficar ao seu lado sempre independente do que acontecesse nas nossas vidas. - Jacob estava chorando, ele não se envergonhava em mostrar enquanto eu preferia engolir o bolo que se formava na minha garganta e deixaria para chorar quando estivesse sozinho como sempre fazia.

- E vocês fizeram isso não é mesmo? Mesmo diante da pessoa que me tornei vocês dois ainda ficaram aqui. - todos haviam pensado em mim esse tempo todo!

- Sim estamos aqui, mas a Rachel está para se casar e vai viver a vida dela e por mais que ela deseje que eu fique com ela e por mais que eu tenha desejado que ela me levasse para morar com ela tudo mudou pra mim no momento em que conheci a Nessie. Ela tem sido maravilhosa e se não fosse por ela eu duvido muito que estaria aqui conversando com o senhor com essa calma.

O que foi que eu fiz com a minha família, como é que eu pude pegar as pessoas mais importantes que eu tenho na minha vida e ter banido elas do meu lado assim? Como é que eu enxerguei apenas o meu sofrimento?

- Você não me perguntou o que eu achei dos pais dela. - tentei parecer despreocupado e amistoso.

- Isso é algo que realmente está me incomodando eu sinceramente só espero que o senhor não tenha dito nada por que esse final semana eu vou ficar hospedado na casa deles e... - Jacob estava temeroso por que ele sabia do quão desagradável eu havia me tornado.

- Estava na casa do Harry e da Sue e Charlie que é o avô da menina chegou e fui apresentado formalmente a ele, embora me lembre de ter visto ele por lá algumas vezes. E no final do dia o Edward chegou com a esposa e apenas conversamos e ele ratificou exatamente o que você já havia me dito sobre a moça.

- E o senhor agora acredita por que tipo eu sei que não acredita quando eu digo, mas quando alguém o diz o senhor pelo menos ouve. - Jacob deu de ombros.

Ele tem razão eu passei muito parte desses longos meses esperando um erro que ele pudesse cometer para que justificasse eu jogar em cima dele toda a minha dor, a minha frustração.

- Faz muito tempo que essa moça gosta de você e isso foi algo que me surpreendeu. - Nessie amava o Jacob exatamente como Sarah havia me amado a história estava se repetindo e o pior é que julguei tanto as atitudes do meu pai e fiz e faço a mesma coisa com o Jacob. - A mãe dela me disse, que alias é uma mulher muito bonita e encantadora.

- E foi somente isso? - ele perguntou cauteloso.

- Foi e eles me disseram que você vai até a casa deles esse final de semana.

- Nessie me convidou e ela está trabalhando em um projeto que ela quer minha ajuda. Ela esta montando um carro completamente do nada e ela me acha habilidoso e... - acabava de ver minha Sarah novamente no sorriso do Jacob e doeu fundo por que eu jamais a veria sorrir assim pra mim. - E ela gosta de me ter por perto dela e eu gosto de ficar com ela eu me sinto alguém, ela me ouve, ela briga quando não estou certo, ela me faz sorrir enfim ela é exatamente o que eu preciso na hora que eu preciso e isso a torna encantadora pra mim.
- Mas você é especial Jacob. - como eu queria dizer o quão perfeito ele era e o quão idiota eu havia sido esse tempo todo mais era difícil.

- Não para o senhor. Posso ser pra Rachel, pra Helen, pra Nessie e para os meus amigos que inclusive não conversam com a Lauren depois do que ela fez na sala de aula na frente de quase 30 pessoas.

- Ela te acusou, eu realmente não gostei de saber disso. - acho que Jacob não sabia da briga que eu havia tido com Steve pai da Lauren por causa disso.
- Mas o senhor concordou com ela, até sorriu.

- Eu ri de mim mesmo do quanto o pai dela está me criando problemas desde que se juntou ao nosso grupo, foi por causa dele que tive que voltar de La Push.

- A filha dele me cria problemas todos os dias. - ele bufou violentamente. Eu ao contrário do pai da Nessie que soube se colocar quando se tratava dos sentimentos da filha dele, misturei tudo colocando os negócios na vida sentimental do meu filho.

- Vamos ter que investigar o pai dela, ele está fazendo desvios de verbas em vários setores da empresa enfim esse assunto não lhe interessa. Na verdade você deveria dizer algo como “ Eu disse“, eu suponho!

- Não vou fazer isso, mas o senhor deveria investigar algo relacionado à desistência do Edward em relação à licitação.

- Por que o que você sabe sobre isso. - meu filho estava mais por dentro de tudo do que eu.

- Bom o pai da Lauren chantageou o pai da Nessie dizendo que se ela não desistisse de mim ele iria apresentar documentos fraudulentos que envolveriam a obra e que Edward seria acusado de super faturamento.

- Então isso é o que realmente significa conflito de interesse. - então era isso além de não querer envolver a filha nisso tudo ele também não queria se envolver com os desvios fraudulentos do Steve e sinceramente tenho que dar o braço a torce que a família da Nessie eram pessoas corretas o oposto da família da Lauren.

- Acho que é ele prefere desistir a ter que fazer algo que ele realmente não acha correto.

- Marque uma noite dessas para que a Nessie venha até aqui jantar conosco eu prometo me comportar. - dei um sorriso que esperava ser amigável.

- Ela só pode na quinta feira por que nos outros dias ela trabalha e chega tarde em casa por causa do ônibus e o apartamento dela fica do lado oposto daqui.

- Então marque na quinta feira e peça a Helen para fazer o que ela gosta de comer eu quero que ela se sinta bem aqui, acho que ela não gosta muito de mim pelo modo como ela falou comigo no seu aniversário.

- Ela não gosta da maneira como o senhor me trata ela acha que é injusto. - eu tinha que concordar com a garota realmente era injusto a maneira como eu o estava tratando.

- Você conta tudo a ela da sua vida, então vocês estão realmente juntos, quero dizer não é um namorico de jovens.

- Nosso namoro é sério e temos intimidade para conversar qualquer coisa que quisermos e ela sabe que o senhor não gosta dela, ela sabe que não é bem vinda nessa casa e ela cogitou a idéia por muitas vezes de se afastar de mim se for para o meu bem. Ela disse que jamais vai deixar de me amar, mas se for para me ver bem, se para conviver com o senhor ela tiver que se afastar de mim ela se afastaria. - meu filho em meio à dor havia se tornado um homem e eu nem mesmo percebi isso, ele falava de amor, de sua vida planejada ao qual eu não estava incluído e jamais estaria.

- Ela me parece bem madura perto da Lauren. - na verdade ela é uma cópia atual da Sarah pensei comigo mesmo.

- Sim ela é até mais madura que eu. - Jacob sorriu.

- Você não confia muito em si mesmo e é inseguro ela me disse aqui nessa mesma sala.

- Confiança em mim mesmo? Não eu não tenho eu acho que faço tudo errado a começar pelo acidente - ele olhava para as mãos e parecia nervoso - Sou inseguro demais e ela sabe disso a Rachel sabe disso até a Helen sabe disso.

- Todos que amam você não é mesmo?

- Sim minha lista aumentou. - havia ironia em sua voz. - De duas pessoas passou a ser três e já é alguma coisa e minha insegurança é tanta que eu quase perdi a Nessie antes mesmo de começar a namorar com ela.

- Como assim? - perguntei curioso.

- Não precisamos conversar sobre isso o senhor deve ter milhões de coisas para fazer e isso não é importante pro senhor. - ele não se sentia à-vontade para compartilhar da sua vida comigo.

- Eu tenho todo tempo do mundo acredite. Sua irmã me afrontou dizendo um monte de coisas difíceis de se ouvir e na mesma noite sua namorada fez a mesma coisa e detalhe eu nem a conheço direito. Acho que duas pessoas diferentes falando da mesma coisa leva qualquer um a pensar e, mas o fato de saber que sua mãe deve estar me odiando nesse momento.

- Como você pode ter certeza que ela estaria brava? -  ele arqueou a sobrancelha.

- Por que sonho sempre com ela e naquele sábado em que fui para La Push eu sonhei com a Sarah e estávamos caminhando na First Beach e ela estava linda com um vestido branco de seda, o cabelo solto e o vento batia nela junto com os raios do sol e ela ficava ainda mais bonita. - a saudade dela doía fundo dentro de mim, eu precisa dela ao meu lado, sempre precisaria. - E ela me dizia que estava triste por que você estava sofrendo, que eu não estava dando a você a importância que você merecia. - se fechar os olhos ainda sou capaz de ouvir o som da sua voz que era igual à de um anjo.

- E depois ela fez as pazes com o senhor?

- Não ela disse que enquanto eu não resolver tudo por aqui ela não vai aparecer nos meus sonhos, disse que estou sendo castigado. - dei um sorriso torto.

- Mas hoje ela vai aparecer pode acreditar, ela não vai resistir. E o senhor cumpriu o que ela pediu, bom pelo menos conversamos por uma hora e meia sem gritos e brigas já é um começo.

- Imagino que sim. Hã ela me perguntou por que não tem fotos suas na sala como do resto da família.

- Por que o senhor mandou a Rachel tirar antes que eu chegasse do hospital e mandou inclusive que eu não participasse do jantar em família e nem ficasse circulando pela casa enquanto estivesse me recuperando do acidente.

Sim eu confesso que fiz isso. Jacob é o que eu tenho de mais próximo da Sarah e quando me vi sozinho sem ela, sem nem sequer ter podido dar a ela um último beijo por que o caixão estava lacrado eu não agüentei eu literalmente surtei e me afastei momentaneamente de tudo que me lembrava ela.

Mas eu sei que nada justifica o que eu fiz simplesmente por que nada a traria de volta pra mim.

- Jacob eu não sabia e não sei como lidar com isso... - não havia justificativa, apenas a verdade de que eu não merecia os filhos que ela havia me deixado de presente.

- Não tem problema como eu disse já teve, mas hoje não tem mais. E sobre o acidente a policia chegou a alguma conclusão? - por que ele queria saber sobre isso? Jacob não tocava nesse assunto, estranhei mais resolvi responder já que estava tentando uma aproximação com ele.

- Não, na verdade há suspeita de falha humana como sendo o motivo... - ele me interrompeu.

- Impossível por que a mamãe não estava correndo pelo contrário ela disse que queria aproveitar a vista da chegada ao lugar onde era o verdadeiro lar dela e queria que o cheiro da floresta entrasse no carro e eu ria da cara que ela fazia.

- Mas a policia disse que ela estava a mais de 120 km/h em um descida e com curva acentuada. - eu li e reli os relatórios milhares de vezes tentando entender tudo, vi e revi as fotos da pericia mantendo minha frieza exterior enquanto que por dentro eu sofria horrores.

- Mentira o carro não estava mais do que 60 km/h tanto que tinha motoristas que passavam pela gente e buzinavam por estarmos devagar inclusive Sam e Emily foram um que passaram por nós e quando viram que era a mamãe ela gritou se ela estava matando a saudade de casa e ela assentiu.

- Mas a policia disse que ninguém viu nada. - como tudo isso poderia ser verdade como ninguém havia ouvido Jacob, sim por que eu me lembrava que eles tomaram o depoimento dele no hospital. Claro o depoimento não foi considerado prova em nada já que ele estava “ mentalmente incapaz” naquele momento. Ele não respondia a todas as perguntas.

- Mentira de novo e quando começamos a fazer à última curva a mamãe tentou pisar no freio e ele estava travado ele não descia e quando ela tentou reduzir a marcha à caixa de marcha arrebentou e ela tentou usar o freio de mão e o carro travou e capotou por que ai sim a velocidade era alta e tombamos o carro. Eu não sei como fui jogado pra fora do carro, mas a mamãe não. Eu me aproximei dela, mas ela estava presa e eu não podia fazer nada... - Jacob estava ao prantos era nítido que ele estava revivendo aquilo tudo dentro dele novamente, eu queria abraçar ele dizer que tudo ficaria bem mas como eu não conseguia.

- Jacob não foi sua culpa meu fi... - o desejo de o chamar de filho gritava dentro de mim mas eu não conseguia e pior Jacob estava desesperado, acho que ele sentia tudo novamente. E eu aqui parado sem saber o que e nem como ajudar meu próprio filho.

- Eu fiquei segurando a mão dela até que ela não agüentou e morreu, eu tentei manter ela viva eu tentei mais eu não podia fazer nada. - ele deu um grito ensurdecedor, ele foi o único que viu a mãe morta e completamente desfigurada e imagino agora olhando pra ele o quanto ele sofreu.

Ele explodiu em um acesso de choro e a dor e a angústia eram evidentes dentro dele e, gritavam em minha direção me culpando por ter acrescentado ainda mais dor e sofrimento a sua própria cota.

- O que aconteceu? - Rachel apareceu no topo da escada e me olhou em tom acusatório.

- Rachel não foi minha culpa eu juro eu segurei na mão da mamãe mais ela não agüentou ela ficou presa. - ele abraçou a irmã de maneira possessiva e desesperada.

- O que o senhor falou pra ele eu já não tinha dito... - a interrompi por que pelo menos por hoje eu não era culpado de nada.

- Acredite estávamos conversando e ele estava me contado do acidente e ele ficou assim. - eu definitivamente sou um imprestável, meu filho em meio a uma crise emocional, Rachel me acusando de tudo e eu parado sem saber o que fazer.

- Calma Jacob não é sua culpa e sabemos disso. - havia um tom maternal na voz da Rachel. Minha filha amadureceu sem que lhe fosse dada outra opção.

- Mas e agora o que fazemos para ele se acalmar. - perguntei de maneira aflita e confessado que eu jamais saberia como ajudá-lo.

- Da última vez em que ele teve uma crise assim ele levou dias para se recuperar, mas ele ainda fazia o acompanhamento com a psicóloga, mas agora... - última vez? E onde eu estava na última vez que não ajudei meu filho e que psicóloga é essa que o liberou do tratamento quando nitidamente ele ainda sofre emocionalmente. Rachel parecia pensar em uma maneira de ajudar o irmão.

O celular do Jacob que estava no bolso começou a tocar de maneira insistente.

- E se formos buscar a namorada dele. - perguntei de maneira aflita mais nitidamente foi como se a voz da Sarah me dissesse para fazer isso, apenas ela poderia cuidar dele nesse momento. Jacob precisava de amor e certamente se ele ficasse com a irmã ele iria melhorar mas acho que levaria mais tempo do que se fosse a mulher que ele demonstrou amar tanto.

- Argh que celular chato. - Rachel o tirou do meu bolso e o atendeu.

Rachel parecia surpresa com quem estava do outro lado da linha até que ela disse o nome e eu entendi, afinal como essa moça poderia saber que meu filho precisava dela.

- Nessie sou eu a Rachel. - a única que poderia salvar meu filho. Respirei aliviado.

- Ele se lembrou do acidente e está tendo um crise Nessie e ele não consegue lidar com a dor é muito forte. Vamos cuidar dele não se preocupe.

- Peça a ela pra vir para cá Rachel. - pedi aflito, não queria ver meu filho assim, não era justo.

Na única noite que conseguimos conversar educadamente depois de meses, meu filho tem uma crise emocional. Definitivamente eu mesmo trataria de afastar Sarah de mim, eu não podia me permitir sonhar com ela, não depois de presenciar todas as coisas erradas que eu fiz, pela culpa que vou carregar por ter sido falho com ele.

- Nessie você se importaria de vir para cá ficar com ele? - Rachel acariciava o irmão que estava com a cabeça em seu colo e a preocupação e a dor em seu rosto era visível. Ela sofria assim como ele mas a maneira de demonstrar era diferente. Imaginei o quanto essa garota deve ter chorado nos braços do Paul, desejado que ele a levasse daqui, e posso ver isso diante da urgência dela em se casar.

- Vou mandar o James ir te buscar daqui a pouco ele chega ai. - alivio pois por mais que eu não pudesse ouvir o que a Nessie dizia, as frases da Rachel demonstravam que ela realmente faria qualquer coisa por ele como já havia me dito dias antes.

Rachel começou a chorar e eu ali sem saber o que fazer. Meus dois filhos mergulhados em uma dor que era compartilhada.

Ela desligou o celular.

- E então ela vai vir? - eu acho que sim mais queria uma confirmação, por que se ela não viesse juro que eu mesmo pegava meu carro e buscava ela pra ele, se fosse preciso me humilharia mais traria a mulher que meu filho ama pra ficar ao lado dele nem que fosse a última coisa que eu faria.

- Sim vamos pedir ao James que vá buscá-la. - alivio

- Mas ele sabe onde ela mora? - detalhe importante já que o Jacob me parecia completamente alheio a tudo e sinceramente não creio que ele conseguiria pensar em alguma coisa agora!
- Não fique aqui com o Jacob eu vou falar com ele. - Jacob se agarrou a irmã

Ele nitidamente estava sem vida, era como ter uma pessoa morta viva na sua frente. Seus olhos já vermelho de chorar, a dor ao pronunciar as palavras e o desespero que o dominava.

Eu se quer conseguia imaginar como a cena se repetia dentro da cabeça dele, mas sabia que ele estava revivendo tudo aquilo novamente.

- Não Rachel não sai daqui, por favor.

- Vou trazer a Nessie você a quer não é?

- Sim ela pode vir não pode? - ele olhou pra mim mas depois focou na irmã.

- Sim e ela disse que te ama muito e que você é importante pra ela. - ele esboçou um pequeno sorriso, é como eu imaginava apenas ela poderia fazer ele voltar e a vontade de ter ela aqui era tanta que ele soltou a irmã.

Rachel foi até a cozinha e eu fiquei aqui com ele

Mudo calado sem saber o que fazer, ele não parava de chorar e ora ou outra colocava a mão no rosto ou então fechava os olhos até que ele falou alto.

- Não foi minha culpa. - ele se culpava e a culpa disso era minha.

Coloquei minha mão em seu ombro já que não poderia abraçá-lo, tinha medo do que poderia causar tamanha aproximação, ele poderia não receber isso como algo relacionado a amor, carinho e preocupação da minha parte.

- Jacob não foi sua culpa nunca foi. - nunca esperar foi tão difícil.

- Mas eu estava lá eu... - ele não terminou de falar ele somente sabia chorar.

- Eu é quem deveria estar lá e não você. - Rachel se aproximou.

- Vamos esperar a Nessie lá em cima vem Jacob. - Rachel pegou na mão do irmão.

- Ele vai ficar bem? - estava preocupado.

- Ele sobrevive, sempre sobreviveu. Mas a dor, a angústia e o sofrimento esses são difíceis de apagar.

Eles subiram e foi minha vez de desabar, eu não agüentei e senti quando as lágrimas rolaram pelo meu rosto e sinceramente não me importava que alguém visse. Definitivamente cansei de ser alguém que eu não era e o que me impedia de subir naquele quarto era a certeza de que Jacob não me queria por perto.

- Sarah onde você está? - perguntei com um sussurro baixo. - Me desculpe por tudo que eu fiz meu amor eu vou consertar tudo eu prometo. - não sentia sua presença como sempre acontecia.

Na verdade acho que ela estava me punindo por tudo que eu havia feito, essa dor eu teria que superar sozinho, não havia ninguém que quisesse ou que ficasse ao meu lado. Eu era um homem sozinho por que eu preferi viver assim depois que minha Sarah se foi

Não sei quanto tempo se passou mas eu ouvi o barulho do carro parando na porta. Enxuguei o rosto e respirei fundo. Abri a porta antes que a Nessie pudesse bater.

Ele estava visivelmente preocupada e chorando por não saber ao certo o que havia acontecido e quando ela me olhou, havia nojo e desprezo por mim por que claro diante de tudo que o Jacob já havia lhe contado ela logo deduziu que eu teria brigado com ele.

- Jacob está no quarto dele. - foi à primeira coisa que eu disse.

- Por que maltratar ele desse jeito. Você não o quer aqui tudo bem eu levo ele pra morar comigo e juro que trabalho o dobro pra que ele não tenha que depender do seu dinheiro. - ela não gritou pelo contrário manteve o mesmo timbre de voz.

- Dessa vez não tive culpa estávamos conversando e ele se lembrou do acidente. - ela não disse nada apenas subiu correndo.

Nessie agia como a Sarah agia comigo, me lembrei de quantas vezes eu ligava pra ela depois de ter confrontado meu pai sabendo que somente ela me entenderia. Por quantas vezes ela falou grosso com meu pai exatamente como a Nessie estava fazendo comigo.

E sim ela ameaçou me levar pra a reserva para viver com ela quando ele literalmente disse que eu não era bem vindo em sua casa e apenas no leito de morte ele se desculpou comigo e o mais irônico foi que eu quem cuidou dele a vida toda.

Eu ameacei subir para ver como ele estava mais não tinha coragem e estava literalmente parado no corredor quando ouvi a porta do seu quarto abri e não deu tempo de sair dali.

- Papai? - Rachel me chamou.

- Oi filha. Eu...eu queria saber como ele está. - não tive coragem de olhar para Rachel eu estava envergonhado.

- Vai ficar bem não se preocupe. Mas o senhor não me parece bem. - ela se aproximou de mim e sinceramente não consegui suportar mais a dor e acabei chorando na frente da minha filha pela primeira vez.

- Eu não mereço vocês e se quiserem irem embora dessa casa eu não os culparei por nada e você tem razão deveria mesmo me processar por tudo que eu fiz, seria uma maneira de se vingarem de mim. - mantive a voz baixa.

- Pai não fica assim. - ela me abraçou e tal como Jacob havia feito e a apertei contra mim.

- Não ficar assim diante de tudo que eu fiz? Diante de tudo que eu falei pro Jacob esse tempo todo? - Rachel ele me odeia e a culpa é minha.  

- Ele não te odeia acredite eu sei disso, tudo que ele mais deseja e se pergunta é como fazer para que o senhor volte a amá-lo. - Rachel confirmava tudo que ele havia me dito.

- Mas eu nunca deixei de amá-lo. - me afastei da minha filha.

- Então diga isso a ele, ainda é tempo de fazer alguma coisa. Todos nós pai sofremos muito com a perda da mamãe mas nem eu ou você passamos pelo que o Jacob passou. Qual a última imagem que o senhor tem da mamãe?

- De quando eu sai pela manhã para trabalhar e ele ainda estava na cama acordando toda feliz por que iríamos para La Push passar o final de semana, apenas nós dois como uma lua de mel como ela mesma me disse.

- A minha foi de quanto eu entrei no quarto de vocês e ela estava arrumando a mala de vocês e ela estava feliz dizendo que o teria por todo um final de semana e que estava imaginando uma maneira de tomar o celular da sua mão pra que você não falasse e nem prestasse atenção em ninguém que não fosse ela. Agora papai eu te pergunto qual é a última imagem que o Jacob tem da mamãe?

- Deformada, ensangüentada, sem vida... - Rachel tinha razão ele foi o que mais sofreu.

- Sim pai é disso que eu estou falando e por mais que eu ou a Helen tenhamos tentado modificar essa imagem ele não consegue abandonar por que ele sempre acha que deveria ter feito algo por que o senhor o acusa de não ter feito. Sabe o que a Helen deu a ele de aniversário?

- Não faço nem idéia.

- Algo que o senhor tem e não usa mais. Alias o senhor é o único homem da reserva que ganhou um colar de uma mulher já que a mamãe queria que o senhor o tivesse, mas o senhor não usa  por que não é importante.

- Jacob ganhou o colar com o pingente do lobo?

- Sim ganhou e deu a Nessie. Ele a escolheu como sua companheira.

- E qual a cor do lobo dele? - perguntei curioso já que o da Rachel era castanho puxando para o preto.

- Avermelhado igual ao seu e da mamãe.  

Eu me lembro da Sarah brigando com o pai dizendo que não era justo eu não ter um colar como todos os homens da tribo e claro que ele acabou fazendo o que a filha havia pedido já que ele tinha adoração por ela e por que ele dizia que eu era um homem bom e que ajudaria e muito a reserva toda no futuro.

- Será que eu posso tentar falar com ele? - parecia aquelas crianças que não sabem ao certo o que fazer, ou melhor se eu fosse uma criança saberia exatamente o que fazer.

- Siga seu coração. Eu estarei no meu quarto se precisar de mim. - Rachel beijou meu rosto.

Respirei fundo e bati na porta a abrindo logo em seguida.

- Como você está? - perguntei preocupado.

- Melhor, mas não me arrisco a dormir. - ele falou com sinceridade.

- Obrigado Nessie por ter vindo ficar com ele. - olhei para a garota que amava meu filho e que o havia acalmado, era nítido que ele estava melhor.

- Não tem o que me agradecer eu faria qualquer coisa pelo Jacob. - ela sorriu para o meu filho e acho que podia entender por que ele a amava tanto.

Me aproximei da cama lentamente e temeroso e confesso envergonhado por não saber muito bom o que fazer e como fazer.

- Vou deixar vocês conversarem. - Nessie ameaçou levantar mais Jacob a segurou a mantendo presa junto dele.

- Não precisa Nessie eu já sei que vocês compartilham a vida de vocês e que se trata de amor. - nada e nem ninguém conseguiria separar esses dois o amor deles era verdadeiro e puro demais.

Puxei a cadeira do computador e me sentei de frente pra ele.

- Jacob você não tem culpa de nada do que aconteceu, eu sei que eu disse e insinuei isso por várias vezes e Rachel tem razão você sofreu e sofre muito mais do que qualquer um nessa casa, eu sinto muito e espero que um dia você possa me perdoar por tudo que eu lhe causei. - falei de uma vez sem rodeios, era muito mais fácil assim. Me levantei e fui em direção a porta.

- A mamãe virá hoje pode acreditar. - Jacob sorriu pra mim e era verdadeiro seu sorriso. - Diga que eu a amo muito. - assenti e sai.

Quando fechei a porta e olhei pro lado Rachel estava lá parada, encostada na parede me esperando.

- E então foi difícil demais Billy. - ela falou em tom de brincadeira, querendo deixar as coisas mais leve.

- Não. - sorri pra ela. - Mas ainda está longe de estar tudo resolvido.

- Mas vão se resolver. Agora vem se deitar. - Rachel pegou na minha mão e me levou até meu quarto.

- Vá se trocar que vou esperar pelo senhor aqui. - Rachel me lembrava a Sarah em suas atitudes e Jacob fisicamente era igual à mãe.

Fui até o closet e como faço toda noite olhei para as coisas da Sarah que continuam aqui como ela deixou, nunca estive preparado para me desfazer das coisas dela, era como ter a esperança de que ela iria entrar por aquela porta e eu a abraçaria e ela diria que está tudo bem, que era um pesadelo apenas.

Me deitei na cama e Rachel assim como havia feito com o Jacob estava me aninhando em seu colo.

- Você não precisa fingir que não sofre eu escuto o senhor chorar. Meu quarto é o do lado lembra?

- Eu não finjo que não sofro por que se não eu não teria feito tudo errado nesses meses todos na verdade eu sofro errado.

- Mas nós não o culpamos por isso, somos solidários com a sua dor e poderíamos sofrer com o senhor se fosse permitido entende?

- Entendo. Será que ela vai aparecer no meu sonho hoje?

- Claro que vai ela o ama e não conseguiria ficar muito tempo longe. - ri da maneira como a Rachel falou. - Eu admiro o seu amor pela mamãe mas eu acho pai que está na hora de você começar a ver outras pessoas ela não vai voltar.

- Eu não vejo mulher nenhuma pode acreditar eu não consigo.

- É por que o senhor ainda se sente casado com a mamãe e por algum motivo tem esperança que ela volte.

- Acho que sim. Nem as coisas dela eu tirei daqui até hoje, Helen vive me falando que passou da hora de tirar tudo mas eu não consigo.

- Eu confesso que quando sinto falta dela eu venho aqui e fico perto das coisas dela.

- Acha que Jacob vai me perdoar algum dia?

- Ele já perdoou pode acreditar, Jacob apenas quer ser reconhecido como seu filho e seguir a vida dele. Nessie é o que ele tem de mais importante na vida dele hoje e se ele a perder ele não vai agüentar e eu temo o que a Lauren pode fazer com ele. Aquela uma é capaz de qualquer coisa não por que ela ame o Jacob mas por que ela não o tem como gostaria.

- Vou resolver isso não se preocupe. Eu a coloquei na vida dele então eu quem devo tirar.

Muitas perguntas ainda estavam sem respostas e a principal é se tudo que o Jacob falou é a verdade quem estaria por trás da morte da minha esposa e quem tramou tudo isso sabia que eu é quem estaria dirigindo aquele carro portanto Sarah seria lançada para fora como Jacob foi e eu teria morrido em seu lugar, então se alguém tinha que morrer naquele acidente esse alguém era eu.