No último capítulo de o Puro sangue e a Trouxa...

O despertador começa a tocar, minha cabeça está latejando come se tivesse uma serra elétrica dentro dela. Eu me sento na cama e olho ao redor, meu quarto roxo de sempre, mas parece que tem algo faltando nele. Coloco a mão no peito sentindo um vazio dentro de mim. Deve ter sido por causa na notícia que recebi. Meus tios que moram e Londres e morreram a mais de um ano deixaram para nós sua fortuna e a mansão em Londres, mas seu disse ao meus que não quero morar lá, pois minha vida está aqui na Califórnia. Eles compreenderam e disseram que ficaremos na Califórnia e que poderíamos alugar a mansão para outras pessoas e eu fiquei feliz. Boney começa a bater a cabeça na minha palma e começo a fazer carinho nela. Aquele vazio continua dentro de mim e quando eu vejo começo a chorar, sem motivo algum. Deixo as lagrimas fluírem em quanto abraço minha cadelinha tentando afastar a sensação de vazio que está apertando meu coração.

(***)

MIRANDA

Depois da minha crise de choro que tive no meu quarto por motivo algum, minha vida voltou ao normal, ou melhor dizendo voltou ao quase normal. Sempre que eu estava com meus amigos ou com meus pais parecia que faltava alguma coisa. Sentia um vazio como se tivessem arrancado algo de mim que eu nem sabia que existia, mas não posso ficar no meu quarto pelo resto da minha vida então eu continuo como se nada tivesse acontecido, mas é claro que ouve mudanças.

— Mira tem certeza de que quer mesmo cortar o cabelo? Ele é tão lindo grande – Minha amiga Becca diz olhando de cenho franzido o cabelereiro com a tesoura na mão esperando o comando.

— Tenho Becca, eu preciso fazer isso – Digo olhando para o espelho e dando sinal positivo para o cabelereiro que começa a cortar meu cabelo.

— Mas por que? Primeiro quis comprar roupas novas e agora o cabelo? O que vem depois? – Eu não sei o que viria depois, mas faria qualquer coisa para que a sensação de vazio passasse.

— Não sei porque está reclamando? Você sempre disse que eu me vestia como uma criança que comeu açúcar – E era verdade, desde que conheci Becca ela vive dizendo que preciso trocar meu estilo criança açucarada para adolescente descolada.

—Não estou reclamando, mas cortar o cabelo e colocar mechas coloridas já acho demais, vai parecer um palhaço – Eu reviro os para o exagero dela.

— Não vou fazer mechas, vou fazer uma mecha e verde, e só vou aparar as pontas – Tinha que ter um pouco de cona minha vida ainda e verde parecia ser a escolha certa.

— Você que sabe é sua vida mesmo – Ela faz beicinho e cruza os braços e eu começo a rir.

— Exatamente! – Uma vida incompleta, mas minha... eu acho.

(***)

Meus pais reagiram bem a minha mudança de visual, mas minha mãe perguntou o que eu faria com minhas outras roupas.

— Vou continuar com algumas e as outras eu vou doar eu acho – Foi o que eu respondi para ela que me olhou um pouco preocupada, mas não disse nada.

Subi para o meu quarto para guardar as sacolas de compras e tomar um banho quando escuto o barulho de uma chamada no Skype.

— Deniel!!! – Eu digo quando clico em aceitar chamada.

— Hey Mira!!! – Deniel fala cheio de alegria como sempre.

— Recebi o seu presente e adorei de verdade – Coloquei a mão sobre a corrente com um dinossauro nela.

— Que bom que gostou – Ele diz.

— Gostei mesmo, nunca a tiro – Mas eu não tirava porque ela aliviava a sensação de que meu pescoço estava nu e que devia ter algo lá.

— Como vai a vida? – Ele pergunta.

— Vai indo... beeem devagar – Respondo com sinceridade, pois nunca menti para Deniel e ele nunca mentiu para mim.

— Pois o que eu tenho para lhe dizer agora vai deixar sua vida bem agitada – Diz ele com um sorriso enorme em seu rosto digital.

— E qual seria essa notícia? – Pergunto curiosa.

— Adivinha quem conseguiu uma vaga para a garota mais bela do mundo na universidade de Londres? – Eu não acredito.

— Deniel você...

— Isso mesmo!!! – Diz ele quase pulando da cadeira – Eu não sou demais?

— Você é incrível!!! –Eu nem pensava em me escrever para universidade de Londres, mas é a chance perfeita para me afastar um pouco e botar os pensamentos e o coração em ordem.

— Eu sei – Sempre convencido – Falei com o reitor e ele disse que tem uma vaga para arquitetura moderna e colonial então eu lhe indiquei e deu certo.

— Espera só até meus pais saberem que eu vou para Londres – Eu disse ansiosa para ver a reação deles.

—Nós já sabemos – Disseram meus pais entrando no quarto – A universidade ligou a alguns dias e já está tudo pronto e já organizei a passagem de avião com ajuda do Daniel.

— Mas... mas onde eu vou morar? – Eu disse ainda boba com tudo que estava acontecendo.

— Eu sugeri que morasse comigo já que não conhece ninguém aqui em Londres, mas se pai não gostou da ideia – Comecei a rir querendo saber qual foi a cara que meu pai fez quando Deniel sugeriu que eu fosse morar com ele.

— Lembra dos seus tios que morreram a alguns anos? – Eu acenei com a cabeça lembrando dos meus tios favoritos e que morreram a dois anos – Eles tinham uma mansão que deixaram para nós e dissemos que íamos vender, mas nunca apareceu nenhum comprador então desistimos. Os empregados cuidam da casa e já estão avisados que você vai chegar em três dias e Deniel concordou em dormir no quer do final do corredor, bem longe do seu – Meu pai acabou de explicar e comecei a rir – E ainda tem Becca...

— Como assim Becca? – Agora fiquei mais curiosa ainda.

— Ela vai fazer o curso de artes da universidade então só combinamos com os pais dela para ela ir junto e morar com você.

— Isso é perfeito, parece coisa do destino – Eu disse olhando dos meus pais para a tela do computador onde Deniel estava – Você vai nos pegar no aeroporto?

— Mas é claro!!! – Ele diz – Nós vemos lá então?

— Com toda certeza - Respondo animada.

(***)

Naquela noite quase não dormi pensando em morar em Londres. Eu não sei porque, mas parecia o certo a fazer. E nesse momento eu tive a certeza de que eu iria encontrar em Londres a cura para o vazio dentro de mim.