No último capítulo de O puro sangue e a trouxa...

Quando chego vejo minha mãe em pé tremendo e olhando para o jornal, a cadeira em que ela antes estava sentada está caída no chão.

–Mamãe o que é que ouve? – Eu seguro seu braço, mas tudo que ela faz é me passar o jornal com as mãos tremendo. Assim que eu leio a notícia da primeira página o jornal cai das minhas mãos e tudo que vejo e a imagem do homem que assombra meus pensamentos todas as noites e em cima a seguinte manchete:

FUGA EM MASSA DE AZKABAN!!!

LUCIO MALFOY ESTÁ ENTRE OS FORAGIDOS!!!

(***)

MIRANDA

Uma semana depois...

Faz mais de uma semana que não vejo Draco, quando fui na sua casa semana passada, toquei a campainha e ninguém atendeu. Continuei a ir todos os dias até que finalmente desisti achando que poderiam ter viajado de última hora e ele não teve tempo de me avisar, também sei que eles não usam muito telefone, mas poxa, ele podia sei lá ter mandado uma coruja ou, qualquer outra coisa que bruxos usem para se comunicar.

Eu juro que foi a semana mais chata da minha vida, eu li todos os livros que comprei no beco diagonal, mas não descobri nada importante sobre minha capacidade de se proteger de feitiços ou de como posso ver Hogwarts. Também comi todos os doces que comprei, acho que engordei três quilos, mas perdi todos correndo atrás de sapos de chocolate.

Eu estava deitada olhando para o teto quando escuto uma batida na porta e minha mãe entra.

–Querida, não pode ficar aqui dentro a semana toda. – Ela senta na cama e pega minha mão – Porque não vai dar um passeio pela cidade? Você mal a viu desde que chegamos. – Eu estive muito ocupada com certo bruxo sem telefone, mas minha mãe tinha razão. Onde estava aquela Miranda que ama sair e se divertir?

–Tem razão mamãe – Eu me levanto e vou escolher uma roupa e escolho um vestido vinho com botas pretas e uma boina da mesma cor do vestido, combinado com o casaco.

–Tudo bem então – Ela começa a sair do quarto – Eu estou indo a joalheria, pois seu pai esqueceu a carteira... de novo – Ela revira os olhos e eu rio baixinho.

Eu vou em direção ao banheiro, mas paro em frente à janela onde Boney minha cadelinha está sentada olhando para a mesma. Abro a janela e saio para a sacada sendo seguida de perto Boney e olho diretamente para uma certa janela que como sempre está fechada e fico pensando “onde ele está”. Esquece Miranda, está na hora de dar uma voltinha no beco diagonal.

DRACO MALFOY

E lá está ela no mesmo lugar em que a vi pela primeira vez, só que dessa vez ela não acena para mim com aquele sorriso maravilhoso como sempre. Ela não consegue me ver, mas eu a vejo mesmo que seja através de uma janela.

Já faz uma semana desde que eu soube que meu pai escapou de Azkaban e naquele mesmo dia os Aurores nos fizeram uma visita.

–Acho que já sabem porque nós estamos aqui presumo? – Diz o homem que não lembro o nome e nem me importo em perguntar, tudo o que importa é minha mãe que no momento está em meus braços tremendo incontrolavelmente.

–E o que pretendem fazer? – Pergunto.

–Em primeiro lugar vamos lhes dar proteção: Feitiços, Aurores de vigia e etc. – Fala o homem tomando um gole do maldito chá que o elfo serviu –Pois achamos que Lucio possa tentar fazer contato com vocês – Essa frase fez minha mãe estremecer ainda mais em meus braços e admito que a mim também.

–Entendo – Só digo isso, pois não consigo pensar em mais nada – Mais alguma coisa?

–Sim – Ele diz se levantando – Gostaríamos que tivessem contado zero com o mundo trouxa, pois eu soube que na vizinha tem famílias trouxas e devido ao histórico do seu pai não achamos que seja seguro para eles – Ele começa a sair, mas eu me levanto e minha mãe me acompanha – E o que espera que façamos? – Ele se vira para nós

–Vocês ainda podem sair, mas usem pó de flu ou aparatem sim? – Dessa vez eu o deixo ir e ele aparata nos deixando olhando para o nada, perdidos em pensamentos.

Uma batida na porta me tira de mus devaneios e quando volto a olhar para a janela Miranda não está mais lá.

–Entre – Eu digo baixo e minha mãe entra no quarto trazendo uma bandeja de comida para mim – Não estou com fome – Ela coloca a bandeja em cima da minha mesa e vem em minha direção, parando ao meu lado.

–Querido não fique assim – Ela coloca a mão no meu ombro – Isso é para o bem dela – Eu sei, mas ela não sabe a força que eu fiz para não abrir aquela maldita porta toda vez que ela tocava exatamente as Quatro horas todos os dias.

–Alguma notícia? – Tento mudar o assunto Miranda.

–Ainda não – Ela olha para o chão e eu franzo a testa – Mas parece que o viram no beco diagonal.

Eu nem penso no que faço, quando eu vejo já estou aparatando para o beco diagonal e escutando minha mãe gritando meu nome.

MIRANDA

Depois de tomar um maravilhoso sorvete na Florean Fortescue começo a andar sem rumo pelo beco diagonal só observando os bruxos andando por aí, as crianças olhando as vitrines de Quadribol e o Draco andando em direção a uma rua escura... ESPERA AÌ!!!

–Draco? – Eu não acredito no que eu vejo – O que ele está fazendo aqui? – Começo a seguir Draco de longe enquanto ele olha de um lado para o outro sem parar. Draco continua caminhando por mais de uma hora e eu já estou com dor nos pés e morrendo de medo deste lugar. Me sinto no filme Missão Impossível. De repente ele entra em uma loja que eu não sei pronunciar o nome. Eu começo a correr e fico no canto da vitrine onde ninguém do lado de dentro conseguiria me ver.

Draco conversa com um senhor que eu nunca vi na vida, eu não consigo entender uma palavra do que estão falando, então começo a olhar pela loja que me parece mais uma loja de vodu.

– O que será que Draco está fazendo aqui? – Estava tão perdida em pensamentos que não notei o barulho de algo quebrando do lado de dentro da loja, quando eu olho vejo Draco segurando com força o senhor pelo colarinho da camisa e o puxando por cima do balcão.

Eu nunca pensei que Draco fosse capaz de uma atrocidade dessas, principalmente com um idoso. Ele começa a gritar o que parece ser uma ameaça para o velho que começa a tremer e responder desesperadamente, nessa hora Draco olha para um espelho pendurado na parede acima do balcão e vê o meu reflexo apavorado na vitrine. Começo a correr para longe daquela loja e para longe daquela mentira chamada Draco.