Imouto escrita por Mitsue chan


Capítulo 9
Limitações


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! Como estão? Bom, não tenho avisos, então, boa leitura!



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Kakashi segurou o corpo de Kaori antes que ele atingisse o chão. Depois de horas tentando realizar um simples Bunshin no jutsu, ela havia exaurido seu chakra. Era doloroso para o ninja assistir sua imouto se esforçar tanto sem produzir resultado, continuando mesmo quando ele dizia que ela poderia parar. A três meses do teste para se tornar genin, esses desmaios por exaustão estavam se tornando frequentes. Tudo fruto do desespero de Kaori em deixar seu oniisan orgulhoso.

Com todo o cuidado ele carregou-a até e sombra de uma árvore, sentando-a no chão com as costas apoiadas no tronco. Mexeu um pouco em sua mochila até achar o pacote com seu almoço e começou a comer, esperando Kaori acordar.

A primeira coisa que viu assim que abriu os olhos e sua visão clareou foi seu oniisan terminando de posicionar a máscara sobre o rosto, no chão ao seu lado estava o recipiente vazio com restos de arroz e o hashi usado. Ela bufou em desagrado.

– Se eu tivesse acordado um segundo atrás teria flagrado você – ela disse com a voz fraca e sentindo a garganta seca.

– Eu duvido muito – Kakashi respondeu, lhe estendendo um cantil com água. Kaori o apanhou e bebeu, depois colocou o objeto no chão e seu olhar ficou triste.

– Eu – ela hesitou – Eu falhei de novo, não é?

Kakashi não respondeu, apenas a observou, esperando uma reação. Kaori desviou o olhar em um misto de fúria e constrangimento. Ficou fitando um ponto qualquer no chão enquanto uma única lágrima traiçoeira escorria por seu rosto. Com mais raiva ainda ela a limpou e começou a se mexer na intenção de se levantar e continuar seu treinamento, mas sentiu uma mão segurando seu pulso.

– Descanse um pouco – Kakashi a aconselhou – Você está nisso há seis horas seguidas.

– Mas não consegui nada! – ela retrucou, livrando-se do aperto dele de forma rude – Por isso devo continuar tentando!

– Não vai adiantar nada se você acabar com todo o seu chakra – ele disse e, percebendo que não a havia convencido, adicionou – pelo menos almoce primeiro.

Kaori estava a ponto de discutir quando seu estômago deu um ronco bem audível. Rendida, ela se sentou ao lado dele e começou a comer com brusquidão. Estava furiosa consigo mesma por não ser capaz de fazer coisas que crianças mais novas eram capazes. Será que era tão fraca assim? Não importava quantas horas ela passasse forçando cada gota de seu chakra, nada saía como ela queria e, mesmo sabendo que em questão de Taijutsu ela era bem competente, parecia que qualquer coisa além disso era impossível para ela. Pra piorar tudo, tinha seu oniisan. Não que ele a culpasse, mas o simples fato de ele ser um dos ninjas mais poderosos de sua geração já fazia com que ela se sentisse na obrigação de corresponder e até exceder as expectativas dele. Mesmo sem ser sua irmã de sangue, ainda assim carregava o nome Hatake, e jamais se permitiria ser motivo de vergonha para a única pessoa que ela realmente amava. Para quem ela devia tudo que tinha, inclusive a vida.

Depois de terminar sua refeição, Kaori colocou os restos de lado e se preparou para continuar a treinar, mas foi interrompida quando Kakashi começou a falar.

– Sabe, você me faz lembrar um amigo – ele dizia com um ar pensativo – Você se lembra do Gai, certo?

Kaori bufou com sarcasmo, se sentindo ofendida.

– O homem louco e assustador que usa roupa de ginástica? Claro, por que?

– Acho que nunca te contei a história dele – o Hatake riu e continuou, vendo a expressão curiosa no rosto de sua imouto – Quando Gai era criança ele não conseguia dominar os jutsus mais simples, assim como você. – Kaori o olhou surpresa – Claro que com o tempo ele melhorou, mas, até chegar a esse ponto, ele dedicou todos os seus esforçou no Taijutsu, chegava a ser assustador. Eu o via dar 500 voltas na quadra da Academia para cumprir um desafio que ele mesmo impôs. E sabe pra que ele fazia tudo isso? – Kakashi a olhou e a viu negar com a cabeça – Para me desafiar – os olhos de Kaori se arregalaram levemente – Eu era uma espécie de prodígio na época e Gai fez de tudo pra me alcançar. E, fico feliz em dizer, ele conseguiu.

A garota ficou em silêncio. Apesar de achar Gai uma pessoa peculiar, pra não dizer bizarra, sempre soube que ele era um grande ninja. Mas não fazia ideia de que, quando criança, ele era como ela. Mas... 500 voltas? Isso era impressionante! Kakashi a observava enquanto uma nova luz brilhava em seus olhos, então decidiu lançar seu último argumento.

– Você é inteligente, imoutosan – ele disse carinhosamente – Além de ser dedicada. Se você se esforçar poderá superar seus próprios limites.

Kaori ficou refletindo. A ideia de se tornar uma ninja especialista em Taijutsu era empolgante, mas ao mesmo tempo intimidadora. Ela teria que se esforçar muito, e já duvidava de que fosse capaz. Ela balançou a cabeça como se espantasse seus pensamentos ruins. Ela estava fazendo isso pelo seu oniisan! Por ele, ela se esforçaria até que ele sentisse orgulho dela! Com esse novo objetivo em mente ela se levantou em um pulo.

– Yosh! – ela gritou – Vou fazer isso, oniisan! Você vai se orgulhar de mim, pode esperar.

Kakashi mau teve tempo de dizer que já se orgulhava dela quando Kaori segurou seus braços colocando-o de pé e pulando animadamente.

– O que eu faço primeiro, oniisan?

Ele ficou feliz ao ver que ela estava animada e pensou por um segundo.

– Comece com... 300 flexões.

A animação de Kaori evaporou como água no inferno.

C-comece com 300 flexões? – ela perguntou num sussurro quase inaudível.

– Exato – Kakashi respondeu colocando a mão carinhosamente em sua cabeça – E isso é só o começo. Em pouco tempo você vai dar 5000 voltas na Academia, assim como Gai fazia!

Agora era oficial, Kaori estava pra lá de intimidada, pra dizer o mínimo.

...

Foram várias semanas de trabalho árduo e praticamente ininterrupto. Kaori agora treinava com Kakashi, eventualmente com Gai e, surpreendentemente, com um de seus alunos. Um genin curiosamente parecido com seu mestre e que parecia ter a mesma limitação que ela. Ele era, provavelmente, o único com a idade próxima a deles que poderia vencê-la em uma luta de Taijutsu.

Apesar de seu defeito ainda ser uma incógnita para todos, Kaori estava animada como nunca e, a duas semanas de distância do teste para genins, ela quase não continha sua euforia.

Foi no fim de um treinamento, por volta das 6 da tarde enquanto os dois Hatake descansavam sob a sombra de uma árvore, que um ANBU apareceu na frente deles.

– Kakashi-sama, o Hokage deseja vê-lo.

Kakashi assentiu com um leve movimento de cabeça e, logo em seguida, o ANBU desapareceu tão repentinamente como surgiu, deixando um rastro de fumaça para trás.

– Assustador – Kaori comentou em um sussurro.

Seu oniisan deu um discreto sorriso e se levantou.

– Bom, o dever chama e nós já estávamos indo mesmo – ele disse e olhou para sua companheira esparramada na grama. Ela vinha treinando sem parar desde o nascer do sol, salvo uma pausa rápida para o almoço, e era óbvio que estava exausta. Kaori lançou um olhar sofrido para seu oniisan, ela sabia que conseguia o que quisesse com esse olhar. Kakashi soltou um leve suspiro e se apoiou sobre um joelho ao seu lado, colocando uma mão sobre aqueles cabelos exóticos de forma carinhosa - O que acha de, no caminho de volta, passarmos na barraca de dangos?

Um sorriso brilhante enfeitou seu delicado rosto e ela esticou seus braços na direção dele como se pedisse colo. Kakashi revirou os olhos e virou de costas para ela, sentindo quando sua imouto enlaçou seu pescoço com os braços e sua cintura com as pernas, se acomodando em suas costas. Assim que teve certeza de que ela estava segura ele disparou em direção a cede do Hokage.


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Notas finais do capítulo

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