Imouto escrita por Mitsue chan


Capítulo 3
Oniisan


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Parece que vocês gostaram tanto dessa história, e eu também acho bem kawaii :3 Espero que gostem desse capítulo também. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/640225/chapter/3

Assim que a garota terminou o banho, (sem incidentes, porém com o curioso fato de ter água até no teto do banheiro) veio outro problema: roupas. Onde acharia roupas para criança em sua casa? As suas eram muito grandes, mas não podia deixá-la só de toalha. O jeito foi pedir. Kakashi morava ao lado de uma velha senhora e, pelo que ele sabia, ela era vó de um garotinho que regulava de idade com Kaori.

Infelizmente, ele nunca havia sequer cumprimentado a senhora, apesar de todos os esforços dela em criar uma relação com seu vizinho. Como consequência, ela não gostava muito dele. Isso ia ser muito humilhante.

– Espere aqui – ele disse a Kaori, então saiu.

O homem de cabelos brancos andou pela calçada até a porta à direita da sua, respirou fundo algumas vezes, e bateu. Ele ouviu um grito vindo de dentro, mandando-o esperar. Meio minuto depois a porta foi aberta por uma mulher de aproximadamente 50 anos e de rosto gentil, vestida com um vestido confortável e com os cabelos grisalhos presos em um coque frouxo. Ela secava as mãos em um pano e, quando viu quem batera, seu grande sorriso foi substituído por uma carranca. Ela fitou o jovem de postura relaxada e com as mãos nos bolsos da calça.

– Ora, quem diria. – ela ironizou – Se não é o garotinho arrogante que mora ao lado.

– Hã... – Kakashi hesitava. Ele parecia envergonhado e entediado ao mesmo tempo, o que só deixava a senhora mais zangada. – Ohayo... hã...

– Suzume! – ela gritou – Francamente, rapaz! Sou sua vizinha há nove anos!

Kakashi não sabia o que dizer. Realmente, ele nunca se importara em saber o nome de sua vizinha. Bom, o jeito era continuar.

– Gomen, Suzume-san. – ele começou – Mas preciso de um favor.

– Ah, jura? E o que seria tão importante pra fazer você me honrar com sua visita?

Eu posso derrotar um exército de ninjas assassinos, eu posso fazer isso.

– A senhora tem um neto, certo? Ele tem aproximadamente 3 ou 4 anos?

A mulher ficou confusa.

– Por que pergunta?

– Bom... – como explicar? – eu preciso de umas roupas dele emprestadas, se isso for possível.

A senhora ficou calada por um segundo.

– Nani?! – gritou.

Ele esperava essa reação dela. Que tipo de adulta recluso aparece de repente pedindo por roupas de criança? Como ele se metera naquela confusão?

– Eu tenho uma criança sob minha custódia. Ela ficará comigo por algum tempo, mas não tem roupas com ela. Preciso de algumas emprestadas até poder comprar novas.

A senhora Suzume se espantou. Um homem como aquele era responsável por uma criança? Era difícil de acreditar. Contudo, se fosse verdade, a tal criança estava em perigo e, como qualquer boa avó, ela não poderia permitir isso.

– Eu posso emprestar as roupas, – ela disse – mas quero uma prova. Vou com você. Quero ver essa criança.

Dizendo isso, ela entrou e fechou a porta, sem dar chance de o homem responder. Kakashi ficou estático. Não esperava que a mulher fosse querer ir ao seu apartamento ver Kaori. Não se sentia confortável com isso, já que odiava que invadissem seu espaço. Mas parecia que não teria outro jeito. Se pretendesse impedir que a garota passasse a noite sem roupas, deveria aceitar ter sua casa invadia. Sim, porque, para ele, aquilo era uma invasão.

A senhora Suzume apareceu cinco minutos depois trazendo uma pequena trouxa com algumas roupas infantis masculinas. Ela trancou a porta de sua casa e se virou para o jovem à sua frente.

– Então? Podemos ir?

Kakashi deu um suspiro. Lentamente rumou de volta para seu apartamento escutando os passos da mulher o seguirem. Parou em frente à sua porta e, relutantemente, a abriu. O sangue de Kakashi gelou. Kaori estava sentadinha no centro da sala, ainda enrolada na toalha. Contudo, agora ela estava com o cenho franzido, extremamente concentrada no livro em suas mãos. Um pequeno livro de capa dura e alaranjada.

Mais veloz do que a luz, Kakashi correu até ela e arrancou-o de suas mãos antes que a senhora Suzume pudesse ver, surpreendendo Kaori. Só Kami sabe o que ela faria se soubesse que uma criança estava lendo aquele livro. Bom... na verdade ele duvidava que ela soubesse ler, mas mesmo assim seria ruim.

– Oh! Por Kami-sama! – a senhora gritou – Que pequenina mais linda!

Kakashi resistiu ao impulso de tapar os ouvidos para não ter que ouvir aqueles gritos esganiçados. Já Kaori tinha com um semblante confuso assustado enquanto se sentia ser levantada e arrastada para o banheiro. Do lado de fora, o ninja podia ouvir a velha senhora tagarelando sobre como gostava de crianças, como seu netinho era adorável e prometendo aparecer no dia seguinte com uma bandeja de doces caseiros.

De repente elas saíram do banheiro. Kaori agora estava vestindo uma bermuda branca e uma camisa azul escura, todas feitas para meninos. Pelo menos estava usando algo. Apesar disso, ela continuava confusa. Assim que teve tempo de perceber o que acontecia a sua volta, ela olhou preocupada para Kakashi.

– Kakashi-sama – ela murmurou, se colocando atrás dele – quem é ela?

De um segundo para o outro a expressão da senhora Suzume foi de surpresa à irritada. Aparentemente aquela criança ingrata preferia estar perto de um ninja sombrio do que de uma senhora amável como ela. Ela nem considerava que, na visão de Kaori, era apenas uma estranha que apareceu de repente, falava muito rápido e que havia praticamente enfiado a garota nas roupas que agora vestia.

– Essa é Suzume-san, Kaori – Kakashi respondeu, quase rindo da situação – ela foi gentil e emprestou algumas roupas pra você.

– Hum... arigatou. – Kaori sussurrou.

– Humpf, por nada. – senhora Suzume respondeu – Bom, não tenho mais nada para fazer aqui. Rapaz, me devolva essas roupas assim que possível.

Dito isso, ela saiu.

Kakashi lentamente se virou para a garota, tirando o livro do bolso. Ele olhou para ela de cima e disse:

– Não mexa nas minhas coisas.

Kaori pareceu assustada com o tom ameaçador do homem, então apenas assentiu com a cabeça.

– Eu não sei ler mesmo – ela tentou se explicar. Então olhou animadamente para ele e, apontando para o livro nas mãos dele, continuou – Kakashi-sama! Lê pra mim?

Os olhos dele se arregalaram.

– Claro que não!

– Por que? – Kaori questionou inocentemente.

– Porque esse livro não é para crianças.

Ela pareceu pensar sobre isso.

– Por que?

– Ora, porque... – Kakashi buscava por uma explicação plausível. Ele tinha que encontrar uma pirralha justamente na idade dos “por quês”? – Porque não, e pronto!

– Mas... Kakashi-sam-

– E não me chame assim. Não há necessidade disso. – ele a interrompeu. Não sentia que merecia todo esse respeito.

– Hã, tudo bem. Então como chamo você? – ela perguntou, então sorriu – Pode ser de Kakashi-niisan?

O ninja estreitou os olhos.

– Não. Apenas Kakashi-san está bom.

Ele deixou a garota sozinha na sala e foi tomar banho. Aquela criança o chamando de oniisan mexeu com ele. Fazia muito tempo que não tinha uma família. E ela parecia gostar muito dele. Mas isso era bobagem! Kaori ficaria com ele apenas até encontraram uma família decente para ela. Não demoraria muito e ela partiria, e tudo voltaria ao normal.

Kakashi saiu do banheiro e quase tropeçou na pessoinha parada quase grudada na porta. Ele olhou para baixo e viu os grandes olhos castanhos dela. Kaori abriu a boca para falar alguma coisa, mas parou. Ela fitava atentamente o olho esquerdo do homem, já que era a primeira vez que o via, se surpreendendo com sua cor vermelho vivo. O ninja percebeu qual era o alvo de interesse dela e se censurou por ser tão descuidado. Ótimo! Agora ela vai ter medo de mim. Mas ela não teve. Apenas o analisava com uma curiosidade inocente, mas sabia que seria falta de educação perguntar uma coisa dessas para um homem que mal conhecia. Então ela ignorou o assunto e voltou à sua pergunta original.

– Kakashi-san, onde eu vou dormir?

O ninja ficou surpreso. Ela não tinha medo dele? Bom, pra todos os efeitos, agora ele tinha mais um problema. Sua casa não estava equipada para duas pessoas, e de modo algum ela dormiria com ele. Ele foi até seu armário e tirou um saco de dormir que usava em viagens. Colocou-o no chão e... não poderia fazer uma criança dormir naquilo. Com um suspiro ele indicou sua cama para a garota.

– Você dorme ali.

Kaori assentiu e foi se deitar. Quando Kakashi já estava quase dormindo ele ouviu um sussurro:

– Boa noite, oniisan.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Comentem, recomendem! Me digam o que pensam!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imouto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.