Imouto escrita por Mitsue chan


Capítulo 18
O Último


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!



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Vão ler as notas finais, né?!

...

Aquela visão provocava tantos sentimentos em Kaori que ela não sabia qual era predominante. Medo. Receio. Solidão. Saudade. Expectativa.

Ela e seus companheiros estavam ao pé de uma montanha no extremo Norte do País da terra. Ela era extremamente íngreme e possuía plataformas rochosas em alguns pontos, mas todos muito distantes um do outro pra que Kaori pudesse usá-los para subir. Por isso, no momento em que Sasuke, Sakura e Naruto dispararam em uma corrida vertical em direção ao topo até sumirem na névoa que envolvia a montanha, usando o chakra para se firmarem, a Hatake se sentiu humilhada por não poder fazer nada além de ficar parada. Um toque gentil em suas costas chamou sua atenção e seu oniisan parou ao seu lado. Ele lhe direcionou um sorriso e se ajoelhou para que ela pudesse subir em suas costas e foi o que ela fez. Então, com sua imouto presa a si, Kakashi subiu a parede da montanha até encontrar seus alunos no topo.

No momento em que os viu, Kakashi estranhou suas expressões. Eles estavam concentrados na paisagem à frente e pareciam maravilhados e receosos ao mesmo tempo. O motivo disso logo ficou bem claro. Localizado no ponto mais alto da montanha havia um amontoado de torres que se misturavam às nuvens, parecendo um grande castelo equilibrado sobre o pico. As paredes eram de pedra e todos os telhados estavam pintados com cores frias que eram complementadas pelo céu azul ao fundo. Um vento gelado se fazia presente e balançava um estandarte que estava fincado na entrada do palácio e que era composto por um fundo branco e uma árvore negra, cujos galhos e raízes se uniam, formando um círculo. Era uma visão estarrecedora, e ainda havia mais.

Parado ao lado do estandarte estava um homem. Ele usava roupas típicas de monge nas cores branca e azul e era careca, mas sua figura não condizia com a ideia geral de uma pessoa pacífica e intelectual. Suas mãos estavam cruzadas nas costas e sua postura era autoritária, rígida, sendo complementada pelos seus traços fortes e expressão dura. Os olhava como se ainda não houvesse decidido se eram amigos ou inimigos e obviamente não temeria se a segunda opção se provasse verdadeira.

– São os ninjas de Konoha? – ele perguntou, direto, sua potente voz reverberando.

– Hai – Kakashi se adiantou e respondeu. Os olhos escuros do homem fitaram, certeiros, a figura encolhida de Kaori.

– Ela é a garota? – sem rodeios, indagou.

– Hai. Essa é Hatake Kaori, a garota que aceitou como sua pupila.

– Hm – ele bufou – É o que veremos. Tem cinco minutos para se despedir e depois deve entrar.

Dito isso, ele se virou e entrou no que deveria ser seu templo, sem apresentações, boas-vindas ou sequer um sorriso. Nem mesmo Naruto havia se atrevido a contrariá-lo.

Era só olhar para Kaori e perceber que ela estava tendo a reação óbvia. Seus olhos estavam levemente arregalados, engolia em seco e sua postura era encolhida, mas não por causa do frio. Aquele seria o homem com quem passaria os próximos anos de sua vida. Seria seu mestre.

O silêncio perpetuou por alguns segundos até Kakashi decidir quebrá-lo.

– Crianças – ele disse se dirigindo aos seus alunos – Se despeçam de Kaori.

A primeira a avançar foi Sakura e, com os olhos marejados, ela deu um sorriso.

– Foi um prazer, Kaori-chan, – ela disse – espero vê-la de novo um dia.

Sakura lhe deu um abraço e a Hatake correspondeu, parecendo querer se agarrar a qualquer coisa que pudesse tirá-la daquele lugar, mas sua amiga se afastou, dando espaço para Naruto se aproximar. O loiro parecia bastante desconfortável com o clima de despedida, então decidiu quebrar a tensão.

– Até a próxima, Kaori-chan – ele deu um grande sorriso – Da próxima vez que nos virmos, vamos lutar pra ver quem ficou mais forte e o perdedor paga uma tigela de lámen!

Ele conseguiu arrancar um singelo sorriso da garota. Kaori imediatamente se lembrou da conversa que tinha tido com Naruto e do quanto devia a ele, então curvou levemente a cabeça.

– Arigato, Naruto-kun – ela agradeceu – Por ter me escutado e me mostrado o lado bom de tudo isso.

Naruto ficou ainda mais constrangido com a reverência. Para terminar com aquela demonstração de gratidão, ele estendeu o punho fechado na direção de Kaori. Assim que ela viu isso, estendeu o próprio punho e tocou no dele.

– Até a próxima vez – Naruto disse.

– Até.

Assim como esperado, a despedida de Sasuke se limitou a um discreto inclinar de cabeça, então os três partiram montanha a baixo, deixando Kaori e Kakashi sozinhos. Eles se fitaram e a realidade os atingiu ao mesmo tempo. Aquela era a última vez em que se veriam em muito tempo.

– N-Niisan – Kaori gaguejou e lágrimas escorreram por seu rosto.

Kakashi se aproximou dela e, se colocando sobre um joelho, a abraçou. Por dentro, ele queria chorar como ela, queria agarrá-la e fugir dali, deixar tudo para trás e recomeçar do zero. Mas era um ninja, um sensei e, principalmente, era responsável por ela. O certe deveria ser o melhor para sua imouto, por mais que isso doesse. No mínimo, seria forte por ela, por isso não se permitia chorar.

– Não se preocupe – ele a afastou e limpou suas lágrimas com os dedos – Você é uma Hatake, se lembra? É dedicada e forte. Vai aprender tudo o que precisa e voltará para casa, onde eu estarei te esperando. Nós sairemos para comer quantos dangos você quiser, prometo. Eu aposto que, quando voltar, estará mais forte do que eu e finalmente me vencerá.

Kaori ainda chorava, mas estava mais calma depois das palavras de seu oniisan. Podia ver que ele estava sendo sincero em cada palavra, realmente acreditava que eles se veriam novamente. Ela sorriu verdadeiramente e, pela primeira vez desde que alcançara o pé da montanha, com confiança.

– É desse sorriso que eu gosto – Kakashi aprovou. Uma ideia repentina cruzou sua mente e com uma mão ele desatou o nó que prendia sua bandana em sua cabeça. Ele a estendeu para sua imouto que pegou o objeto com algo próximo de adoração e o fitou, descrente – Me devolva quando voltar.

Kaori olhou dentro daqueles olhos tão diferentes e tão carinhosos e seu coração se aqueceu. Ela aproximou seu rosto do dele e fechou os olhos, esperando.

Kakashi logo entendeu o que ela queria e, abaixando a máscara, deu um beijo em seu nariz.

– Abra os olhos – ele ordenou, e ela o fez, só para se espantar no mesmo instante. Ele não havia recolocado a máscara! O rosto de seu oniisan estava a poucos centímetros do seu e completamente descoberto! Ele era... lindo! A garota ficou em estado de choque por alguns segundos enquanto se perguntava qual era o motivo absurdo que levava o levava a cobrir a própria face daquela maneira.

– Por... Por que agora? – ela indagou, completamente maravilhada e confusa.

– Queria que você tivesse algo completo para se lembrar – ele acariciou seu rosto – Não apenas um único olho.

Aquele era o momento mais emocionante da curta vida de Kaori e, apertando a bandana de seu oniisan fortemente em uma mão, ela rodeou seu pescoço e o abraçou, chorando em seu ombro. Esse abraço seria sua última despedida e durou todo o tempo até o momento em que um som chamou a atenção de ambos. A grande porta ornamentada do tempo fora aberta e o monge surgiu, apenas seu olhar sendo suficiente para indicar que o tempo para despedidas tinha se esgotado.

Kakashi já havia reposicionado a máscara antes de a porta ser completamente aberta e agora estava de pé, fitando o outro homem nos olhos, seu olhar tão firme quando o dele.

– Cuide bem dela – pediu e o monge apenas assentiu brevemente com a cabeça.

Com um último aperto na mão de Kaori, Kakashi se afastou, caminhou até a beira da montanha e olhou para trás. Viu sua imouto parada próxima a entrada do templo, o encarando de volta. Ao mesmo tempo, ambos se viraram e partiram.

Enquanto descia a montanha, Kakashi tentava a todo custo forçar em sua mente a ideia de que continuaria indo em frente e esperaria pacientemente o dia em que sua imouto voltaria, que não cultivaria a ideia de que a havia perdido para sempre, mas desistiu quando já podia avistar seus alunos. Com um sorriso triste, concluiu:

Eu posso derrotar um exército de ninjas assassinos... mas definitivamente não posso fazer isso.

Sentiria saudades, dor, solidão, mas resistira até o fim, pois, independente de qualquer coisa, ele cumpriria sua promessa. Iria rever sua imouto.

...

Agora, leiam as notas finais!


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Notas finais do capítulo

Então, mina-san, como já deve ter ficado evidente, essa fanfic termina aqui. Mas não se desesperem! Vou escrever uma segunda história para dar continuidade, enquanto isso vou postando algumas ones descrevendo momentos diversos da criação de Kaori pra preencher o período vazio entre sua primeira infância e sua adolescência que há na fic. Eu decidi separar tudo em duas partes porque vão ser dois momentos totalmente diferentes, então achei que assim seria melhor. Espero que ninguém me odeie por isso -.-
Então, muito obrigada a todos que me acompanharam até aqui, porque vocês deixaram meu ano muito mais feliz :) e peço que permaneçam atentos, pois logo uma nova história vai começar! Feliz Ano Novo, vejo vocês na próxima! Ja ne o/