Imouto escrita por Mitsue chan


Capítulo 14
O verdadeiro rosto de Kakashi


Notas iniciais do capítulo

Demorei muuuuuuuuuuuuuito! Sei disso, mas não me matem, onegai. Entendam, o Enem é uma das maiores causas de assassinato de tempo livre do Brasil! Agora tenho que continuar as histórias e lidar com a minha internet lenta. Bom, aqui está um capítulo novo, depois de muito tempo de reflexão para inventar um plano pra essas crianças executarem! Enfim, espero que não tenham abandonado a fic. Boa leitura :)



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– E então? – Naruto perguntou, olhando para os outros três que estavam na sala – Qual o plano?

Eles estavam todos reunidos no quarto das meninas. Sasuke estava encostado na parede, Naruto estava de pernas cruzadas no chão e Sakura e Kaori estavam na beirada da cama.

– Pensem. Kaori-chan, quando Kakashi-sensei tira a máscara? – Sakura disse.

– Apenas pra comer, e é muito rápido – ela respondeu – Espera que todos comam e, no instante em que viramos as costas, ele já está recolocando a máscara.

– Não dá tempo – Sasuke murmurou quase que para si mesmo.

Eles se entreolharam.

– Bom – Sakura continuou – Precisamos encontrar um meio de garantir que ele não recoloque a máscara ou, pelo menos, que seja obrigado a tirá-la de novo.

Por mais alguns segundos ficaram em silêncio até que, de repente, os olhos de Kaori se iluminaram.

– Já sei! – gritou – O nee-san não suporta pimenta! Se fizermos com que ele coma algo picante ele seria obrigado a beber água.

– É uma boa ideia... mas – Naruto hesitou – Onde vamos encontrar pimenta?

– Ah, eu tenho comigo – Sakura declarou – Quando acampamos e eu preparo a janta, sempre tenho um pouco de pimenta.

– Hã? – o loiro exclamou – Desde quando você usa pimenta nos temperos? Nunca reparei.

– Ah... – por alguns instantes, a rosada gaguejou – Eu... coloco separado no prato do... do Sasuke-kun porque... sei que ele... g-gosta.

Sasuke e Sakura se encararam, um com olhos irritados e a outra extremamente vermelha.

– Ok – Kaori interrompeu o clima tenso – Já temos a arma, precisamos de uma distração.

– Humm – murmurava Naruto, com uma mão no queixo e uma expressão pensativa – E se... começássemos uma confusão, uma briga! Eu e Sasuke poderíamos fazer isso!

– Boa ideia! – a Haruno disse – Mas... Kakashi-sensei já está mais do que acostumado a ver vocês dois brigando, não causaria o mesmo efeito.

– Então eu faço isso – Kaori disse – É só o Naruto começar a falar a mesma coisa que me disse quando eu saí do banheiro e eu finjo ficar zangada.

– Yosh! – o loiro gritou – Vamos dar uma de atores, Kaori-chan.

– Esperem, ainda temos um problema – Sakura os interrompeu – Kakashi-sensei é um jonin de elite, ele sentiria o cheiro se colocássemos pimenta na comida dele. Precisamos de algo com um cheiro forte.

Ficaram pensando por alguns segundos até que uma voz inesperada quebrou o silêncio.

– Rámen. – Sasuke disse, simplesmente – Não seria nenhuma surpresa se Naruto exigisse comer rámen, o cheiro é forte o suficiente e o caldo vai dissolver a pimenta.

– Brilhante, Sasuke-kun! – Sakura disse, apaixonadamente – Você é tão inteligente!

– Humpf – O Uzumaki bufou e, logo em seguida, resmungou – Eu poderia ter pensado nisso.

– Claro que poderia – Sasuke respondeu ironicamente. Antes que eles pudessem começar a brigar, Kaori se interpôs.

– Último problema – disse – Assim que perceber a ardência ele simplesmente vai se afastar de nós para procurar água. Assim, não veremos nada.

– Não exatamente – Sakura comentou – Água não alivia a ardência da pimenta, apenas leite pode fazer isso. Até onde eu sei, só temos uma garrafa em nossos suprimentos.

Kaori franziu o cenho.

– Você traz leite na sua bagagem? Por que? – perguntou.

– Não é pra mim. Naruto só bebe isso de manhã.

– Ohh, quanta consideração sua, Sakura-chan! – o Uzumaki disse, pegando a mão da rosada.

– Não é nada demais, baka! – ela retrucou, puxando sua mão de volta e ainda dando um cascudo na cabeça do loiro. Ele ficou resmungando de dor enquanto Sakura bufava e Sasuke ficava rindo baixinho em seu canto.

– Essa vai ser a parte complicada – Sasuke surpreendeu a todos mais uma vez, falando de repente – Fazer com que ele tire a máscara na nossa frente.

– Humm – mais uma vez, Naruto assumia sua pose pensativa, até que gritou – Henge!

Todos o encararam, questionadores.

– O que? – Sakura indagou.

– É simples! – ele explicou – Eu faço um bunshin e uso o Henge no jutsu para transformá-lo em um copo de leite, aí, quando ele for beber, eu desfaço o jutsu.

O silêncio que se seguiu expressava a mais pura descrença.

– Isso... é... – Sakura gaguejou – Brilhante.

– Humpf – Sasuke resmungou, vendo o sorriso vitorioso e debochado do loiro.

– Mas... – a rosada voltou a se pronunciar – E se ele se afastar de nós? É muito mais rápido que qualquer um aqui.

– Bom... eu duvido que ele aguente muito tempo – Kaori disse – Confiem em mim. Quando o assunto é pimenta, o onee-san tem a língua tão sensível quanto a de um bebê. De qualquer maneire, poderemos cercá-lo. Mas, nessa hora, ele vai perceber que tudo foi armado, se não já tiver deduzido. Vamos receber o pior castigo de nossas vidas.

Aquelas últimas palavras ficaram suspensas no ar, enquanto cada um refletia se o castigo que receberiam iria mesmo valer a pena. Isso até Naruto se levantar em um pulo, com as mãos em punhos.

– Yosh! – gritou – Vamos conseguir! Finalmente veremos o verdadeiro rosto do kakashi-sensei!

Logo, seus companheiros se levantaram também, igualmente animados, cada um a sua maneira.

Realmente Kaori pensava São uma equipe bem incomum, assim como o onee-san disse. Com um pequeno sorriso, constatou que já havia muito tempo que não se divertia assim.

...

3 minutos... 4 minutos... 5 minutos

Com um gemido incontido, Kaori lutava contra a vontade de relaxar todos os seus músculos e despencar os 20 metros até o chão. O impacto seria bem menos dolorido e torturante do que sua situação atual.

O plano havia dado muito, MUITO errado.

~

Eles não fizeram nada até a hora do almoço, quando chegaram ao vilarejo no meio do caminho, exatamente como planejado. Depois de andarem um pouco, Kakashi fez a pergunta que daria início ao plano.

– Então, o que querem almoçar? – ele perguntou.

– Rámen! – Naruto gritou, animado.

– Tem certeza? – o Hatake disse – Já comemos isso há dois dias. Acho que os outros não gostariam de repetir.

– Por mim, tudo bem – Sakura respondeu, indiferente.

– Hn – Sasuke concordou com sua frase sem palavras.

Kakashi fitou a figura mais a frente.

– Tudo bem por você, Kaori? – perguntou.

– Humpf. Tanto faz – ela respondeu, ríspida.

Com um suspiro resignado, Kakashi procurou pela barraquinha de rámen mais próxima, a encontrando do lado esquerdo da rua principal da vila. Fizeram seus pedidos, se sentando no balcão. Kakashi estava sentado na extremidade mais a direita e, à sua esquerda estavam, nesta ordem, Sasuke, Sakura, Naruto e, o mais distante possível, Kaori.

Os pratos chegaram e eles começaram a comer normalmente, até que um grito rompeu o silêncio.

– Baka! – Kaori se levantou e deu um soco na cabeça de Naruto.

– Itai! – o loiro reclamou – Qual seu problema? Foi apenas uma pergunta!

– Ah, claro! – a Hatake retrucou com a voz carregada de sarcasmo. Então ela fez uma expressão abobalhada e imitou a voz de Naruto – “Me diga, tem certeza de que é importante o suficiente para ser escoltada por um futuro Hokage como eu?”. Pois fique sabendo que eu não ligo se você vai ser Hokage ou Senhor Feudal, porque agora você é só um pirralho baixinho e ridículo! Na verdade, é um ninja tão patético que eu duvido que você se torne sequer chunin!

Kakashi a fitou com espanto. Depois de tanto tempo em um silêncio taciturno e quase absoluto, ela explodiu em fúria. Bom, pensando bem, ela já estava com os nervos à flor da pele desde o início da viagem e, como Naruto não era exatamente o ser mais delicado da Terra, podia até entender como uma briga se desencadeara. O problema era que tanto Kaori quanto Naruto eram, praticamente, duas bombas nucleares, e não seria nada sensato deixá-los soltando fagulhas um para o outro.

Se levantando com alguma irritação ele se dirigiu até onde os dois estavam, vendo o momento em que o loiro levantou um braço para revidar. Rapidamente prendeu seu pulso de encontro com a mesa, fazendo o mesmo com Kaori.

– Já chega, vocês dois – disse com a voz controlada – Não quero saber de brigas infantis durante a viajem, me entenderam?

Os dois bufaram em desgosto, mas assentiram de leve, voltando a se sentar. Satisfeito, Kakashi voltou para seu lugar. Alguns poucos minutos depois todos já haviam terminado de comer, exceto por ele e, assim que as crianças se levantaram e se viraram para rua, Kakashi rapidamente abaixou a máscara e pôs uma porção de macarrão na boca. Quando já esta com a segunda remessa tocando seus lábios, sentiu algo estranho. Sua língua estava começando a coçar. Aquela sensação estranha se espalhou pelo resto da dela e em apenas dois segundos sua boca inteira já estava em chamas.

Pimenta

Simplesmente... odiava... pimenta!

Não entendia como alguém poderia apreciar aquela coisa agonizante e ardente! Era como se as chamas do inferno estivessem corroendo sua boca de dentro pra fora. Queria cuspir tudo no mesmo instante, e foi o que fez. Infelizmente, isso não aliviou em nada sua agonia. Rapidamente agarrou um copo de água que estava ao lado de sua tigela, continuando de costas para seus alunos, entornando tudo de uma vez, mas não adiantou nada! Na verdade, achava até que estava pior. Quanto estava a beira do desespero, embora não demonstrasse nada além de um franzir de cenho e o rosto levemente vermelho, ouviu algo que não esperava.

– Nee-san! – lentamente se virou, vendo as quatro crianças... pestes... alinhadas, com sorrisos vitoriosos nos lábios.

– Nem tente, sensei – Naruto disse – Água não funcionará!

– A única coisa que aliviará sua agonia é... – Sakura continuou.

– Leite – Sasuke completou, estendendo um copo cheio do líquido alvo.

As sobrancelhas de Kakashi se franziram com força. Não podia acreditar que estava passando por isso! Iria fazê-los pagar, mas, primeiro, precisava lidar com a ardência terrível que castigava sua boca.

Se pensasse direito, poderia ter se virado e pedido um pouco leite para o atendente da loja. Contudo, não fazia a menor ideia do quanto isso iria demorar, além de ver aquele copo tão cheio e tão tentador logo ali, na mão de Sasuke. Bom, ele era um jonin, sensei daquelas crianças, poderia facilmente tomar aquilo dele e, depois, aplicaria o castigo.

Avançou assim que viu o mínimo movimento dos olhos deles, indicando que iriam correr. Não conseguiram nem alcançar o final da rua antes que Kakashi os alcançasse, arrancando o copo da mão de seu aluno. Rapidamente se virou de costas e abaixou a máscara, mas, assim que ia beber o leite, ele explodiu no seu rosto em uma nuvem de fumaça.

Henge ele deduziu. Aquilo foi o suficiente para seu temperamento controlado explodir.

~

Pois é... Depois disso, Kakashi aproveitou a nuvem de fumaça para desaparecer e, mesmo que Sakura, Sasuke, Naruto e Kaori estivessem o mais perto possível e atentos para qualquer tentativa de fuga, o jonin simplesmente sumiu, deixando as quatro crianças plantadas, olhando o vazio.

– Droga! – Naruto praguejou – Ele foi muito rápido!

Eles ainda estavam olhando ao redor quando sentiram uma presença as suas costas. Ao se virarem a imagem colérica, embora controlada, de Kakashi fazia sombra sobre eles. Aparentemente ele já havia resolvido o problema da pimenta e agora apenas os fitava.

Infelizmente, Kaori conhecia aquele olhar. Com certeza, aquele seria o pior castigo de sua vida.

Neste exato momento eles estavam suspensos a 20 metros do chão. Kaori se mantinha suspensa pelos braços, já que não podia usar chakra, enquanto os outros três estavam de cabeça para baixo, com os pés pregados no galho, fazendo o máximo para não perder a concentração.

Lá debaixo Kakashi apenas os observava, segurando uma grande ampulheta.

– Não se preocupem! – ele gritou – Já se passaram seis minutos, faltam só mais nove!

Escutou os gemidos abafados de suas crianças e sorriu, aquele pequeno atraso na viagem valeria a pena. Olhou de relance para a ampulheta. Virou-a lateralmente e a manteve assim por algum tempo, afinal um ou dois minutos a mais não os mataria.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?