Você já chorou? Não, chorar pouquinho com qualquer besteira não vele! Quero dizer acabar com o seu estoque de lágrimas e ainda continuar soluçando?

Era assim que eu estava naquele dia. Aquela carta. Oh Deuses, aquela carta! Parecia que tinham pego o meu coração, amassado e cortado em pedacinhos.

Não vou dizer o que está escrito. Não vou mesmo! É muito humilhante. Eu não posso fazer isso. É tortura.

Quer saber o que aconteceu? Vou resumir:

Ele foi embora. Me deixou. Fugiu como um covarde qualquer. E deixou a merda daquela carta onde explicava o motivo, o qual eu não queria nem ao menos imaginar. Preferia ter ficado curiosa pelo resto da vida ao invés de me perguntar: "O que eu deixei de fazer? Porque ele precisou de outra?"

Preciso parar de pensar nisso. Preciso mesmo. Eu necessito seguir com a minha vida. Eu nunca dependi de homem, porque vou precisar dele agora?

"Falou como uma velha solteirona, Dona Marina!"

Merda de subconsciente!

{...}

Eu tinha chorado a minha gravidez inteira, (( N/ Mari: Não sei como o meu corpo não ficou sem água! Claro, sem contar que isso é tecnicamente impossível graças ao meu pai. -_-)), mais naquele momento, com aquela coisa inda nos meus braços, fiz um pequeno juramento que o esqueceria e dedicaria toda a minha vida e pensamentos aquela pequena.

–Qual vai ser o nome Mari?- O Jay perguntou alizando o cabelo dela.

–Lívia.

–Gostei. Bonito.

Sorri e aconcheguei um pouco mais a pequena.

{...} 16 Anos depois

Abaixei os papeis e tomei mais um gole de café.

–Eu não assino.

–Ah qual é! Porque????- Um dos administradores reclamou.

–Página 4, parágrafo 3, 4° linha.- Eu disse apontando para o local grifado e logo em seguida li a parte que me fez tomar a decisão.- "Para sempre, não importa o que aconteça."

Meu pai sorriu, claramente satisfeito com a minha atenção aos detalhes, coisa que mesmo que não pareça, tirou um grande peso de seus ombros.

Saímos da sala de reuniões e...

–Mamãe! Vovô! Podemos conversar?

–Claro querida. O que está planejando?

–Eu quero fazer intercâmbio mãe! Em Londres!

–Por que em Londres?- Disse repentinamente voltando no tempo e pensando em uma viagem que fiz com o Le...

"Não!!!! De novo não! Controle-se!!"

–Porque é bonito lá mãe! E tem umas amigas minhas que já fizeram e falaram que era muito bom!

Revirei os olhos. Eu sabia as "amigas".

"Senhorita Pipes, vamos ter uma conversinha..."

–Vamos ver... Se suas notas melhorarem, e você se tornar um pouco mais responsável ((N/ Autora: É o que a minha mãe diz gente kkkk)), ai eu posso pensar no caso...- Ela riu já sabendo que era brincadeira.- Ta querendo se livrar de mim mocinha?- Disse colocando a mão na cintura e fingindo estar chateada.

–Claro que não mãe!

Ela disse e me deu um abraço.

–Eu te amo.

–Eu também te amo Lí!

–Me senti excluido agora!

Ela puxou o avô para o abraço.

{...} P.O.V. Narrador

–Está tudo pronto. Me prometa que vai ser responsável e quando eu voltar a casa não vai estar de cabeça para baixo!

–Prometo.- Ela disse revirando os olhos.

A campainha tocou e a menina foi correndo atender, enquanto a mãe se dirigia a cozinha para beber áqua.

–Oi, soube que vocês eram Americanas e vim dar as boas vindas...

Depois disso só se ouviu o quebrar de um copo e Marina murmurrar uma coisa baixinha o assustada se apoiando no balcão para não cair.

–Leo...