Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 8
Capitulo 7 - Honestidade


Notas iniciais do capítulo

Eaeee gente. Consegui vir postar hoje apesar de não ter terminado de escrever mais um capitulo para ficar com 3 adiantados, mas estou acabando e vim aqui postar logo kkkk
Estou péssima da gripe, então pode ser que a correção do capitulo não tenha ficado lá essas coisas. Enfim, respirem fundo e boa leitura!



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Se eu te mostrasse meus defeitos

Se não pudesse ser forte

Diga me honestamente

Você ainda me amaria do mesmo jeito?

Você ainda ficaria do meu lado

Ou você vai me dizer adeus?

Pode me dizer agora mesmo?

Agora diga-me, você iria atrás de mim de verdade?

Você passaria sua vida inteira comigo

Você estará lá para sempre me abraçar

Está ficando tarde

Tudo que quero é alguém verdadeiro

Que não precise de muito

Preciso saber que posso confiar

Se eu te mostrasse meus defeitos

Se não pudesse ser forte

Diga me honestamente

Você ainda me amaria do mesmo jeito?

(Locked away – R.city)

Estar com um dos braços imobilizado até o cotovelo era difícil, muitas coisas se tornavam difíceis e cansativas de se fazer e dirigir é uma delas. Suspiro aliviada por Dig ter me esperado para me levar para a QC, onde Oliver estaria, para chamá-lo a ir comigo até Central City.

Durante o caminho fui pensando no caminho que eu e Oliver estávamos tomando, pensando no que eu planejava fazer quando voltássemos de Central City. Contar a verdade para ele. Ao mesmo tempo em que tenho medo de me machucar eu também tenho medo da despedida. Eu não ficaria em Starling para sempre e quando fosse o momento de partir... Iria doer. Por isso quero me empenhar ainda mais em encontrar Miles, para que Starling seja minha ultima parada.

–Dig... –Chamei em um fio de voz. Ele dividiu o olhar entre mim e a estrada por um momento.

–Sim?

–Você acha que vamos encontrar Miles? –pergunto. –Eu quero dizer... Não estou perdendo as esperanças, é só que... Quanto tempo mais vai levar? Já são onze meses. Onze meses e tudo da em uma pista sem saída. Sem respostas e sem vestígios.

John segurou uma das minhas mãos e me ofereceu um sorriso em conforto.

–Vamos encontrá-lo logo Felicity. Se depender de mim, Você não ficará longe de Miles por muito mais tempo.

Sorri fracamente sem humor e assenti com a cabeça, tentando acreditar e ser otimista com aquelas palavras.

Chegamos em frente á QC e John insistiu que me acompanharia até lá em cima. Realmente, ele não estava brincando quando disse que eu não sairia mais por ai sozinha. Ele olhava em volta como se esperasse que a qualquer minuto alguém fosse jogar uma granada em mim. Os seguranças não nos barraram e também não precisei ir á recepção, já que eu trabalho aqui. Agradeci mentalmente por isso, por conseguir manter minha surpresa.

Pareço uma boba querendo fazer todo isso apenas para convidar Oliver para ir comigo. Mas, de certo modo isso é legal, essas pequenas coisas que pessoas “normais” fazem uma pelas outras são poucas coisas que estou gostando de fazer também. Me lembrando como é bom apenas me focar em fazer uma simples surpresa para alguém.

Cheguei na sala da presidência e Dig me esperou na porta enquanto eu adentrei a sala de Oliver, parando na mesa de sua secretária. Mas sem dizer nada á ela, olhei para Oliver pela porta de vidro. Sorri quando ele me viu ali, se levantou e veio até a porta a abrindo.

–Oi. – falei.

–Felicity, o que faz aqui? Você esta de atestado.

–Bem, desde que eu tome os remédios vou ficar bem, mas não vim aqui para trabalhar. – me aproximei de onde ele estava e sorri animada pegando sua mão e a embalando lentamente para os lados. Formei um leve bico nos lábios e minha melhor expressão persuasiva.

–Eu descobri mais sobre Barry, ele mora em Central City e queria saber se você quer vir comigo.

Ele me olhou com curiosidade e as sobrancelhas se levantam.

–Hoje? Agora?

–Você tem coisas importantes para fazer não é? – pergunto. – É só que... Depois de hoje de manhã, pensei que devo te recompensar por estar sendo um bom amigo e depois de achar a família de Barry poderíamos passear em Central. Lá parece ter um astral tão mais animado que Starling. E então?

–Me recompensar é? – perguntou agora com uma expressão divertida e arteira no rosto.

–Sim. – assenti, já um pouco temerosa de sua expressão.

–Tudo bem, Loira. Eu vou com você. – se virou para sua secretaria. – Remarque todos os meus compromissos para hoje e amanhã, vou viajar.

–Ãnn, claro Senhor Queen.

Sorri aliviada por Oliver ter aceitado. Então ele fez algo um tanto quanto inesperado. Juntou sua mão mais com a minha e entrelaçou nossos dedos. O encarei um pouco surpresa, mas ele apenas me ofereceu um sorriso e piscou. Ele não pretendia sair comigo assim pela empresa não é? Daria o maior falatório.

Mas ele realmente parecia não se importar quando começou a caminhar comigo até a saída de sua sala. Tentei puxar minha mão, mas Oliver não permitiu.

–Só relaxa e ignore. – sussurrou perto do meu ouvido, distribuindo arrepios por minha pele.

Fiz o que ele pediu e andei uma parte do caminho até o elevador de olhos fechados. Tudo piorou quando Oliver passou o braço sobre meus ombros com nossos dedos ainda entrelaçados. Oh Deus, ele me paga.

Abri os olhos e como previsto, todos nos encaravam.

–Vou te matar. – sussurrei para Oliver que riu sem dar importância para minha ameaça.

Entramos no elevador e suspirei aliviada. Olhei para Oliver o fuzilando com o olhar.

–O que foi? Você não me impediu. – argumentou. Arregalei os olhos incrédula com sua cara de pau.

...Mas era verdade, eu não havia o impedido. Soltei sua mão, fingindo irritação e afastei seu braço de mim, parando no outro lado do elevador e cruzei os braços. Abri a boca para falar, mas Oliver avançou passos em minha direção e seus braços se colocaram cada um de um lado do meu corpo, me prendendo entre ele e a parede do elevador. As palavras não ditas empacaram em minha garganta e tudo o que eu sentia era sua respiração quente junto a minha, minha mente parecia ter travado e se concentrado exclusivamente naquele momento. Seus olhos estavam focados nos meus em puro desafio. Encarei sua boca, não sendo a primeira vez que imagino como deve ser o gosto de seus lábios e a sensação de ter sobre os meus.

Oliver quer me provocar? Sim, seus olhos denunciam isso, brilhando em um tom completamente prepotente, esperando que eu quebre essa distancia. Não... Ele quem vai implorar para me beijar. Conti um sorriso arteiro e caminhei minhas mãos para sua cintura e o puxei contra mim, colando nossos corpos propositalmente e apertei a ponta das minhas unhas no local coberto pela camisa. Oliver me olhou parecendo surpreso, mas meu olhar pareceu escurecer alguns tons. Aproximei minha boca entreaberta da dele e deixei que nossos hálitos se misturassem um pouco mais, rocei tão levemente nossos lábios que mal podíamos sentir. Eu via que Oliver estava claramente em uma luta interna consigo mesmo, de ceder ou não á provocação, de entregar o desafio que ele mesmo havia começado. Cuidadosamente sem deixar que nossos lábios tivessem muito contato puxei o lábio inferior de Oliver entre meus dentes. Foi o suficiente para ele deixar um gemido rouco escapar e tomar meus lábios nos seus. Prensando meu corpo contra o elevador, mergulhamos nossas línguas na boca um do outro, sentindo, provando e provocando.

Tudo passou a ser devagar a nossa volta, como se estivéssemos em um filme em câmera lenta e ambos pareciam ter o único objetivo de sentir. Sentir o que inconscientemente ansiávamos, era como uma criança provando chocolate pela primeira vez, totalmente doce, novo e prazeroso. Deixando o anseio absurdo à procura de mais. Nem com todo enxaguante bucal do mundo ou com todas as escovações de dente que eu teria daqui por diante me fariam esquecer como era ter o gosto de Oliver misturado com o meu. Como era a sensação desse beijo. E nesse momento eu tenho uma certeza, esse era o primeiro, mas não seria o ultimo beijo que trocaríamos.

O ar começou a faltar e o desespero pelo beijo estar chegando ao fim começou a se fazer, o que resultou em Oliver e eu intensificarmos os beijos ainda mais, sentia que a qualquer minuto a pele da minha boca poderia talvez se romper em uma linha fina pela extrema vontade com que Oliver os provava. E eu não estava muito atrás nas exigências. Com a ponta da língua deslizei por toda a extensão do lábio inferior de Oliver, enquanto nós já começávamos a nos separar.

Ar. Era a única coisa que eu precisava no momento e ele entrava desesperadamente em meus pulmões assim que Oliver e eu desgrudamos as bocas. Estávamos ofegantes e com os lábios inchados, nos olhávamos um pouco assustados por tanta intensidade em um único ato. Ainda com os corpos grudados e os números no elevador ainda mudando. Agradeci imensamente pela QC ter muito andares e por ninguém ter resolvido apertar o botão do elevador naquele momento. Como se tudo estivesse conspirando para que o beijo desse certo.

Um sorriso começou a crescer nos lábios vermelhos e inchados de Oliver e esse sorriso refletiu no meu que também crescia gradativamente. Deus, o que eu havia feito? Oliver me fez perder a cabeça. Isso não poderia se repetir, eu não poderia fazer isso com ele. Permitir que ele tivesse a esperança de ter algo comigo antes de contar toda a verdade para ele. De deixar claro que se as buscar por Miles não dessem certo eu partiria de Starling. Ele precisava saber de tudo antes de qualquer coisa a mais que pudesse surgir.

A porta do elevador enfim abriu com um apito anunciando. Oliver e eu não nos separamos bruscamente com o susto como se era esperado ele apenas envolveu novamente sua mão na minha e saímos do elevador, indo para a saída da QC.

OLIVER

(...)

Meus lábios ainda formigavam e eu ainda podia me lembrar da pressão deliciosa de nossos lábios e corpos grudados. O gosto de Felicity era mil vezes melhor do que eu tinha imaginado. Estava inquieto enquanto dirigia, pensando em quando iríamos repetir aquilo, ao mesmo tempo em que tenho receio de começar a forçar a barra por causa do que aconteceu agora a pouco. E isso me deixa mais inquieto ainda, o fato de eu estar me preocupando ainda mais. Nunca em minha vida, nem uma vez sequer eu fique com esse medo, com esse receio de fazer algo com uma garota, me preocupando tanto com o depois. Mas com Felicity eu me preocupava sim.

O clima não ficou pesado ou constrangedor. Conversamos amenidades por todo o caminho até minha casa, onde parei para trocar rapidamente de roupas e depois partimos para Central. Paramos algumas vezes para abastecer e comprar besteira para comer no caminho. De vez em quando nos olhávamos demoradamente, pensando a mesma coisa: No desejo de repetirmos o beijo.

Mesmo que estivéssemos conversando normalmente durante a viajem, percebi certa tensão em Felicity, tensão que nada tinha haver com o beijo, bem, pelo menos não totalmente por causa do beijo, mas sim por outra coisa. Ela tinha o tablet nas mãos e batucava os dedos nele em um gesto ritmado, denunciando seu nervosismo com algo. Pensei em perguntar o que era que tanto a incomodava, mas resolvi deixar pra lá por hora.

Chegamos á Central e Felicity sugeriu que fossemos direto para a delegacia e foi isso que fizemos. Desci do carro e me perguntei se Barry realmente tinha familiares aqui, quer dizer, ninguém notou que o garoto foi para uma cidade vizinha e sumiu sem dar mais noticias?

–Eu não sei mais o que fazer, pai. – ouvi uma mulher morena dizer para um dos policiais. Que por ser o mais próximo foi a quem Felicity cutucou.

–Com licença. – disse a Loira para o homem que se virou para ela. A outra garota observou com curiosidade. Felicity não parecia saber bem como começar aquela conversa.

–Boa noite. Sou Oliver Queen. – me apresentei e estendi a mão para o homem que assentiu e apertou a minha. – E essa é Felicity Smoak.

–Joe West. –disse. – Em que posso ajudá-los?

Percebi em com a garota me olhava depois de eu ter dito que me chamava Oliver Queen. Então inconscientemente escorreguei minha mão discretamente para a de Felicity de um modo que ela pensasse que eu fiz sem perceber.

–Bem, nós...

–Joe West? – Felicity se adiantou na minha frente. –Ah, achei que seria um pouco mais difícil de te achar. Temos... Uma noticia para dar, mas não sei bem como...

West franziu o cenho parecendo mais curioso.

–Geralmente eu é quem tenho que dar noticias difíceis para as pessoas. O que precisa me contar?

–É sobre uma pessoa, Barry Allan? Seu... Filho adotivo?

A garota se adiantou para a frente do pai parecendo bem mais interessada agora.

–Barry? O que tem ele?

Felicity a olhou pensativa.

–Você deve ser Iris não é? Irmã adotiva de Barry?

–Sim eu sou e meu pai é pai adotivo de Barry sim, o que tem ele?

Ela parecia preocupada e Joe tomou a mesma posição, olhando de modo apreensivo para nós, nos apressando com o olhar.

–Bem, há alguns dias atrás... – Felicity remexeu os dedos devagar da mão do braço imobilizado. Percebi esse movimento porque venho percebendo em como ela se sente praticamente culpada pelo o que houve com Allen. Apertei um pouco mais sua mão que eu segurava e ela apertou de volta, como se agradecesse o conforto. – Eu sofri um acidente de carro, um taxi entrou na calçada e iria me atingir em cheio, mas... Barry estava próximo e me salvou, ele... Foi mais atingido do que eu. – ergueu o braço machucado como que para provar seu ponto. –Ele...

A tal de Iris levou as mãos a boca e algumas lágrimas brilhavam em seus olhos.

–Barry está... M...- Balbuciou incrédula. Joe ficou pálido na hora com uma expressão indecifrável.

–Não! – Felicity se apressou em dizer. –Ele está vivo, mas... Ele... Ele está em coma.

–Coma?

Felicity assentiu e Joe abraçou Iris que começou a chorar.

–Ele... Está no hospital de Starting, mas ninguém sabia nada sobre ele. Não haviam documentos junto com ele na hora, apenas o RG. Não puderam fazer muito já que nem sabiam se ele era de Starling. A policia está procurando, mas... – Seu rosto tomou uma coloração um pouco mais avermelhada. –Bem, tentei agilizar um pouco mais as coisas, devo isso e muito mais a Barry por ter salvo a minha vida.

–Obrigada. – Disse Joe estendendo uma mão para Felicity que teve de soltar a minha para apertar a dele. E surpreendentemente ela voltou a segurar minha mão depois de cumprimentá-lo. –Vou arrumar umas coisas por aqui e Iris e eu vamos imediatamente para Starling.

–É... Se não se importar que eu pergunte, mas... Barry ficou no hospital por alguns dias e ninguém apareceu para procurá-lo ou coisa assim. Perceberam que ele sumiram, porque não o procuraram? – Felicity perguntou, parecendo ler as duvidas e as perguntas da minha própria mente.

Os dois pareceram desconcertados e por um momento pensei que ele não diria nada. Mas ele respirou fundo e pareceu se perder em lembranças por alguns minutos.

–Barry não saiu com uma situação muito amigável daqui. Ele brigou com a namorada Caitlin e conosco também. Está um pouco obcecado em encontrar o assassino de sua mãe e quis ir para Starling, mas não era um bom momento para partir e todos nós acabamos discutindo. Barry é teimoso e foi mesmo assim. Pensamos que estivesse bravo demais para atender nossas ligações. Estranhamos apenas quando não atendeu as ligações de seu chefe.

Tirei um cartão com meus contatos do meu bolso e estendi á ele.

–Quando chegarem em Starling me liguem, o hospital está bem chato com quem entra ou não para ver Barry e até provarem que são seus parentes... Bem, podemos agilizar um pouco.

Os dois assentiram.

–Obrigado, Sr.Queen.

FELICITY

–hmm, quer alugar um quarto de hotel para passarmos a noite e fazermos aquele passeio amanhã ou quer ir para casa já? – pergunto á Oliver depois que saímos da delegacia.

–Vamos alugar. –respondeu sorrindo enquanto entrávamos no carro para partir á procura de um hotel.

Três hotéis depois e nenhum tinha vaga. Porque todo mundo resolveu passar a semana em Central City?

Oliver e eu adentramos no quarto hotel naquela noite e eu já sentia meu corpo protestar querendo descanso, já que eu ainda estou me recuperando do acidente.

–Se esse não tiver vaga, dormiremos no carro. – digo á Oliver que suspira também cansado e segura minha mão.

–Com licença, queremos saber se tem um quarto. Apenas para essa noite. – Oliver pergunta á mulher da recepção.

Ela assente com a cabeça e começa a digitar.

–Ah, temos vaga, mas para apenas um quarto. Tudo bem?

Oliver e eu nos entreolhamos e contenho minha vontade de engolir em seco. Minha mente vai rapidamente para o beijo trocado mais cedo e meu corpo todo se arrepia apenas com a lembrança. O que aconteceria se ficássemos uma noite inteira juntos no mesmo quarto? Sinceramente não sei se sou forte o bastante para resistir a algo se a cena do beijo se repetir mais uma vez e dessa vez em um ambiente fechado e completamente privado.

–Ãnn... – Oliver não parece saber bem o que dizer, vejo hesitação em seu olhar que havia... Escurecido?

Sinto minhas bochechas queimarem e me amaldiçôo por essa mania recém recuperada. Respiro fundo e tomo uma decisão, aceitando o clamor que meu corpo extremamente cansado implora.

–Aceite Oliver, está tudo bem. – garanto.

–Tem certeza?

–Sim.

A mulher digita mais um pouco e pede o cartão de Oliver que entrega. Logo já podemos ir para o quarto. Não era uma grande coisa de hotel, mas era um quarto espaçoso e aconchegante. Era o suficiente para passarmos a noite.

–Posso dormir no sofá que tem ali. –disse Oliver. Segui seu olhar e vi o que ele chamava de sofá que na verdade era um poltrona.

Não consegui segurar a gargalhada que escapou por sua sugestão.

–Tudo bem Oliver Queen, será uma boa historia para se contar á seus futuros netos. Que quando você era playboy bilionário e foi dividir um quarto com uma mulher teve de dormir em uma poltrona claramente desconfortável que tinha no quarto.

–Espera, você não vai insistir para eu dormir na cama com você, Loira? – Oliver fez uma cara de falso ofendido.

Entrei na brincadeira e coloquei minha mochila na cama, começando a procurar uma roupa confortável de dormir que eu havia trago.

–É claro que não. Você irá dormir na poltrona ué, como eu disse será uma ótima historia para se contar futuramente aos seus ne... – Não consegui terminar a frase, pois os braços de Oliver envolveram minha cintura e, surpresa, eu não pude fazer nada. Ele me ergueu e me jogou na cama macia. Esperei ansiosa e surpresa para o que viria a seguir. Mas nada aconteceu. Abri os olhos e Oliver tirava os sapatos. Fiz menção de levantar e ele me encarou vindo até mim.

–Pode deixar essa bunda ai na cama, Smoak. Nós vamos dividir. Não irei dormir em uma maldita poltrona. – reclamou enquanto se deitava ao meu lado.

Voltei a deitar e coloquei as mãos na barriga rindo, sentindo o ar faltar cada vez mais dos meus pulmões.

–Você é um riquinho mimado, Oliver. Claro que não deixarei a vossa alteza dormir na poltrona. Chega pra lá que eu ainda vou trocar de roupa. – disse me levantando e indo para o banheiro que tinha ali.

De repente tudo aquilo não era mais estranho, desconfortável, constrangedor e todos os adjetivos que eu consegui pensar quando a recepcionista ofereceu o quarto. Era apenas... Oliver. Ele não me obrigaria a nada e também não tinha necessidade de tanta desconfiança. Éramos adultos e seria apenas uma noite, não era obrigatório acontecer algo de mais e na verdade. Tenho outra coisa planejado para agora.

Peguei um copo com água e tomei os remédio que tinha que tomar para dor e afins. Saí do banheiro e Oliver estava do mesmo jeito que eu o deixei, na verdade já parecia estar caindo no sono. Peguei meu tablet na bolsa e respirei fundo antes de me juntar a ele na cama, que abriu os olhos e me encarou. Parecendo até mesmo sentir que eu abordaria um assunto sério ali.

–Oliver... Precisamos conversar. – senti o bolo se formar em minha garganta e respirei fundo uma vez mais. –Vou te contar o que estou fazendo aqui em Starling. Vou te contar tudo.

Oliver se sentou na cama rapidamente, interessado e sério.

OLIVER

Eu estava no mínimo surpreso. Eu esperada por tudo menos aquilo. Felicity confiava em mim nessa proporção para me contar mais sobre sua vida?

Segurei sua mão, antes que ela fizesse qualquer coisa.

–Felicity, não quero que se sinta obrigada a nada devido ás coisas que eu te disse ontem. Se não quiser me contar está tudo bem. Eu entendo.

Ela respirou fundo e pude notar que aquilo era difícil para ela e de alguma forma, saber que havia um sofrimento tão grande dentro dela fez algo se apertar em meu peito. Uma angustia e uma vontade de tirar aquela dor da minha Loira.

–Eu... E-Eu quero... Quero que você saiba. É só que... É difícil. – uma lagrima solitária escorreu por sua bochecha e eu me aproximei, passando o polegar ali e secando a lágrima.

–Então conte-me. – a encorajei.

Felicity assentiu e mexeu em seu tablet. Depois se posicionou ao meu lado e eu percebi que era um vídeo. Felicity deu play e pude ver uma versão dela mais nova. Seus cabelos estavam absurdamente pretos assim como a maquiagem em sues olhos e suas roupas. Sorri me lembrando de quando ela me disse que teve sua época gótica na faculdade. Bem, devia ser nessa época.

–Eu estava no ultimo ano da faculdade. – esclareceu meu pensamento.

No vídeo ela pegava um bebê do colo de uma mulher bonita e loira. O bebê gargalhava de alguma palhaçada que a pessoa que fazia o vídeo, aparentemente homem, fazia para ele. Os fios lisos e loiros na cabeça do bebê se movimentavam junto com seus movimentos. Ele segurou com a mão gordinha uma mecha do cabelo de Felicity, que ria tentando fazê-lo soltar.

O garotinho ria ainda mais, não se importando com o cabelo que segurava fortemente entre os dedos, pois estava muito ocupado atento no que o homem que filmava fazia.

–Pai! Para com isso! Olha, ele está puxando meus cabelos. – Felicity reclamou risonha. –Mamãe, me ajuda! – pediu para a mulher loira.

–Felicity querida, ele também não gosta de suas madeixas escuras, não é amorzinho? -A mulher brincou, mas foi ajudar Felicity a fazer o garotinho soltar seu cabelo.

–Donna, deixe a menina. – a voz de homem falou novamente e parecia ter se aproximado delas. – Desse jeito não consigo terminar o vídeo de ação de graças, vamos ter um vídeo todo bagunçado para assistir no ano que vem. – reclamou enquanto deixava a câmera de lado e a deixou filmando sozinha enquanto ia até os três e pegava o bebê no colo que como mágica soltou Felicity.

–Quantas mulheres são necessárias para dar conta do meu garotão não é, Miles? – perguntou mimando o menino.

–Hey ele fez a mesma coisa com Cooper na semana passada. – disse Donna, pelo que eu entendi a mãe de Felicity. –Falando nele Fel, porque ele não veio?

Felicity corou violentamente e eu sorri com a imagem, notando como essa reação não havia mudado nela.

–Mamãe, isso não é algo para se discutir agora. – disse envergonhada indo até a câmera e a pegando. Filmando agora apenas os três. –Serei a câmeramen esse ano... Ou girl no caso, mas não que isso tenha alguma importância exatamente, só uma mudança boba sabem, garoto... Garota e...

–Felicity! – Donna e o homem disseram juntos para chamar sua atenção e querendo imitar o pequeno Miles gritou algo que soou como o nome de Felicity, mas não foram palavras exatamente.

–Tudo bem, desculpem. Vamos lá. Não terá ninguém segurando a câmera não. – pareceu deixar a câmera no lugar novamente e se juntou aos três.

Felicity pausou o vídeo naquela imagem e me detive a observando por alguns segundos. Escutei Felicity fungar ao meu lado e a olhei. Peguei o tablet de sua mão e o deixei ali no colchão, voltando a ficar em sua frente. Muitas lágrimas escorriam por seu rosto e a angustia que senti minutos atrás apenas piorou.

–São... Minha mãe, meu P-pai e meu... Meu irmãozinho, Miles. –sua voz saiu tremula e embargada, claramente tentando controlar o choro.

–O que houve com eles?

–Mi-Minha mãe... Eu já te contei. Mas meu imãozinho Miles e meu pai... Eles... – respirou mais fundo. –Miles está desaparecido e meu pai ele...

Sem conseguindo mais se conter Felicity rompeu-se em um choro audível e sofrível. Não sei por quanto tempo ela ficou sem relatar essa história para alguém e obviamente não está sendo nada fácil. Me aproximei mais dela e a abracei, passando a mão em seus cabelos, tentando acalmá-la.

–Hey... Está tudo bem. Você não precisa me contar a historia toda hoje. – falei depois de alguns minutos que ela chorava.

Me separei dela apenas para olhá-la. Sequei suas lagrimas e beijei sua bochecha.

–Vamos fazer assim... Hoje você me contou essa parte e estou vendo como isso está sendo difícil, Loira. – coloquei seu cabelo que caia sem eu rosto para trás de sua orelha e lhe ofereci um sorriso reconfortante. –Quando você se sentir bem e confortável novamente então você continua a história até onde conseguir. Vamos repetir isso até você contá-la por completo. Tudo bem? – perguntei.

Felicity me encarou com aqueles olhos azuis úmidos e assentiu com a cabeça. Algumas lágrimas ainda escorriam e aquela angustia ainda estava dentro de mim. Sorri minimamente e me aproximei lentamente dela, roçando delicadamente nossos lábios em uma caricia inocente. Não havia a mesma intenção que mais cedo, esse não fora um beijo, foi apenas um roçar de lábios em um gesto de conforto. Que queria expressa o que eu não conseguia por em palavras.

Repousei meus lábios sobre os seus, sem mover, apenas a deixando sentir. Então me afastei e percebi que as lágrimas haviam parado. Felicity sorriu levemente e levou a mão ao rosto, secando-o novamente. Alarguei meu sorriso, me sentindo um pouco melhor.

–Está tudo bem, eu estou aqui. – sussurrei em seu ouvindo, enquanto passava o braço por de baixo de seus joelhos e a deitei ao meu lado, puxei as cobertas para cima de nossos corpos e a puxei para perto.

Felicity abraçou o meu corpo e deixou a cabeça encostar na curva do meu pescoço. Passei seu braço por cima de sua cintura e com a outra mão continuei fazendo movimentos no alto de sua cabeça. Sussurrando repetidas vezes que tudo ficaria bem e que eu estava ali por ela. Até que a senti cair no sono e gradativamente o mesmo aconteceu comigo.


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Notas finais do capítulo

Eaeeee gostaram? Teve primeiro beijo e mais estão por vir kkkk Estava um pouco insegura sobre esse capitulo e esse final foi absurdamente dificil de me decidir como ficaria.
Uma parte da história dela foi revelada, acreditem em mim, muita coisa aconteceu e é compreensível ela não conseguir contar tudo de uma vez, eu iria colocar, mas percebi ter ficado uma coisa meio forçada e o momento que vocês souberem de tudo vai ser em um bem melhor que esse okay? kkk esse foi apenas o suficiente para tirar um pouco o pobre Oliver (e vocês) do escuro.
A resposta que todos esperavam: SIM, MILES É O IRMÃO DELA aeeeee.
Sem mais enrolação ai vai trecho do proximo, apenas... Se preparem kkkkk

"Encostei minha cabeça no vidro do carro, olhando a paisagem lá fora. Suspirei, pela primeira vez parando para pensar... E se isso fosse outro alarme falso? Não sei se estou psicologicamente preparada para isso outra vez. Mas mesmo assim, algo dentro mim me dizia que dessa vez não seria engano, dessa vez era verdade e logo eu teria o pequeno corpinho de meu irmão em meus braços. Seguro.
E eu o faria feliz."

"-Absoluta, Loira. Agora vamos, troca essa roupa que temos muito trabalho pela frente.
—Mas e você? Vai sujar suas roupas?
—Bem, não toda ela. – respondeu. Oliver levou as mãos na barra da própria camisa e a tirou.
Entreabri a boca em choque por sua ação. Não esperava por isso. Observei todo aquele abdômen definido e senti um arrepio passar por meu corpo.
—E-E-Eu... Vou... Tro-trocar de roupa. – me virei e bati no sofá no caminho para meu quarto, me virei de frente para Oliver novamente e continuei andando de costas. –Já...Já volto.

Deus me ajude."

É isso ai kkkk comentem o que acharam do capitulo e até o próximo!! Bjsss