Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 24
Capitulo 23 - Hey, que tal um natal?


Notas iniciais do capítulo

Eaeeee, estou aqui na luta contra os sites, na verdade eu já to começando a achar que o problema é meu computador, porque seria muita coincidência o Nyah e o Spirit estarem com o mesmo problema né? E é só comigo. Melhor eu já até salvar os capítulos das fics em outro lugar caso meu amiguinho aqui resolva que quer tirar férias. Enfim, vamos ao capitulo, boa leitura!



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Eu não poderia ir embora, nem se quisesse

Pois algo continua me empurrando em sua direção

Desde a primeira vez que nos amamos

Desde a primeira vez que nos tocamos

O toque de seus dedos

O perfume de seu corpo

Minha mente acelerada

Com a lembrança de seu sorriso

(Powerful – Major Lazer)

O quão inocente eu era por ter realmente acreditado que o pesadelo havia acabado ou estava perto de estar? Eu diria que muito, uma vez que no momento eu tenho Damien Darkh na tela do meu computador, me olhando e esperando eu dizer algo. Minha mente não havia processado que ele realmente estava fazendo contato comigo, pois até onde sei ele é o maldito chefe da H.I.V.E. quem havia ido até meu pai e feito a oferta para entrar, quem havia feito tantas maldades por ai e sendo um dos responsáveis pelo que aconteceu com minha família e agora que tenho parte dela recuperada ele simplesmente resolver fazer contato?

–Felicity? – ouço Oliver me chamar ao perceber minha tensão em frente ao computador. Só ai eu sai do estado de choque, olhando-o apavorada e erguendo a mão para que não se aproximasse. Eu não podia permitir que Damien o visse.

–Não, fica ai. – peço. Ele para no lugar, mais por meu pedido abrupto do que por obediência em si.

–Ah, isso tudo não é necessário, Felicity. Eu tenho completa ciência de seu envolvimento com Oliver Queen e se eu quisesse fazer qualquer mal a ele isso já teria acontecido, pode ter certeza. Meus planos são outros.

Ao ouvir tudo isso Oliver se aproximou e dessa vez não o impedi.

–O que você quer?

Olho preocupada em direção ao corredor, com medo de que Miles acorde e venha pra cá.

–Apenas quero lhe alertar?

–De que?

–De que você não tem controle de nada. – sua voz calma é irritante e preocupante. –Você irá perder Miles, isso é algo inevitável.

–Você não vai chegar perto dele, nunca!

–Oh, eu não preciso. Se você não perdê-lo pela justiça, irá perdê-lo de outro jeito.

–Justiça? – minha mente começa a trabalhar mais rapidamente e aperto fortemente a mão de Oliver ao entender o que ele queria dizer. –Vo-Você... – puxo o ar com força para dentro dos meus pulmões. O pesadelo continuava.

–Sim, eu estou ajudando o Sr e Sra. Mccallister.

–Não importa, eles não vão ganhar a causa, eles praticamente o compraram, isso é ilegal.

–Ah, eles compraram?

–Sim!

–Prove.

–Os papeis deles vão provar.

–Que papeis? Aqueles que dizem que a adoção foi feita de forma demorada e legal?

Cerro o punho com força, isso não podia estar acontecendo. Ele não podia estar mesmo insinuando que havia falsificado mais papeis e que aquele casal iria fingir que tinham feito tudo nos conformes.

–Não pode fazer isso, não importa o que aconteça ninguém vai tirá-lo de mim mais, nem que eu tenha que pegá-lo e sumir no mundo, ninguém nunca vai me encontrar.

–Eu vou.

É a ultima coisa que ele diz antes de enfim desligar. Era isso? Ele tinha me ligado apenas para me apavorar? Droga, não posso dizer que sua tentativa foi falha, eu realmente estou surtando.

–Hey. – Oliver segura meu rosto entre as mãos para que eu o olhe. – Não de ouvidos a isso, a justiça não vai tirá-lo de você, Felicity.

–Mesmo que não tire Oliver, mesmo que isso não aconteça. Ele disse que se não fosse pela justiça seria de outra forma, de que forma é essa? Esse cara é louco, eu não duvido de nada que ele possa fazer.

–Vamos resolver uma coisa de cada vez, primeiro resolvemos isso do julgamento pela guarda dele, depois nos preocupamos com ameaças de Damien Dahrk okay?

Respiro fundo e assinto, me aproximando para abraçá-lo.

Aquela conversa ficou girando em minha cabeça por muito tempo ainda, eu mal consegui dormir, apenas ao lado da cama de meu irmão velando seu sono aparentemente tranqüilo.

(...)

OLIVER

Aproveitando que Felicity está no psiquiatra com Miles decido vir contratar um advogado da minha confiança. Laurel e eu tivemos um passado bem conturbado, mas conseguimos manter uma relação no mínimo aceitável e já vi ela ganhar várias vezes em julgamentos e definitivamente Felicity tem que ganhar essa.

O estranho é eu não estar conseguindo falar com ela, simplesmente não me atende. Será que me celular está com algum problema? Porque Tommy está na mesma, apenas não dei atenção antes, pois sempre que Tommy viaja não consigo falar com ele. Mas, sobre Laurel é realmente estranho.

Entro na delegacia e varro o local com os olhos procurando pelo capitão Lance. Demora um pouco até eu ver ele enfim aparecer.

–Capitão. – o chamo, me aproximando quando ele me vê.

–Queen. – ele não é la muito simpático comigo e não posso culpá-lo por isso. –O que faz aqui? Bateu em outro repórter?

–Não, eu vim... Vim saber de Laurel, não consigo falar com ela pelo celular.

–Talvez porque ela não queria falar com você. – continuo encarando-o, avaliando se ele falava a verdade ou se deduzia isso. –Laurel está viajando. – diz por fim.

–Pra onde?

–Não vem ao caso agora, o que quer com ela? Vocês já não tinham conversado o suficiente?

–Queria pedir um favor.

–Oh, engraçado você pensar que merece.

–Quando ela volta? - me olha incrédulo pela pergunta. -De viagem. – insisto.

–Eu não sei, ela simplesmente decidiu que queria tirar umas férias.

Passo as mãos na cabeça, tentando me conformar que precisaria ir atrás de um outro advogado e arriscar a sorte.

–Mas o que é? Do que você tanto precisa? –pergunta interessado.

Respiro fundo pensando se devo ou não explicar, mas talvez seja melhor, quem sabe ele consegue falar com Laurel e conta que vim até aqui.

–Minha namorada, - percebo seu olhar ainda mais incrédulo e impressionado, mesclado a surpresa. – Felicity, ela acabou de reencontrar o irmão desaparecido, acontece que a criança foi vitima de um trafico e o casal que o havia “Adotado” e decidiu entrar na justiça atrás de disputar a guarda. Acontece que... Nós achamos que eles falsificaram papeis para parecer que a adoção foi legal, mas eles pagaram para conseguirem ele. Eu... Não posso deixar que ela o perca novamente.

Lance me encara por longos minutos, pensativo.

–Isso é sério?

–O que?

–Tudo isso, até parece mesmo que você se importa.

–Mas é claro que me importo, ela é minha namorada.

–Bem, isso não parecia significar nada para você antes.

–É, as pessoas mudam, elas crescem. – respondo. –Bem, se Laurel não pode me ajudar agora eu vou tentar achar outro bom advogado logo, obrigada mesmo assim.

Me viro para ir embora, mas quando estou quase chegando na porta ouço-o me chamar.

–Queen. – me viro para ele e sorrio ao ver ele me estender seu celular.

(...)

FELICITY

Seguro firmemente a mão de Miles na minha enquanto andamos pelo prédio, acabando de sair do andar da psicologia infantil.

–E então? Tudo bem? – pergunto a ele que ainda estava sem falar nada. Duas semanas e ainda nada. Nem mesmo dormindo, nem uma letra.

Apenas assente com a cabeça. Sinto meu celular vibrar em minha bolsa, paro de andar e solto a mão de Miles para pegar o aparelho. Sorrio ao ver que era Oliver.

–Hey. – atendo.

–Amor, boas noticias consegui aquela advogada.

–Hmm, aquela sua amiga? – tento ignorar o desconforto que sinto ao me lembrar de como Oliver fazia questão que fosse a tal de Laís, Luana, Laura, nem mesmo me lembro mais do nome da fulana.

–Sim, Laurel, ela estava viajando, mas disse que volta para lhe ajudar.

Ah, então era Laurel, eu sabia que era algo com L.

–Que ótimo Oliver, espero que isso acabe o mais rápido possível.

–Vai acabar.

–É e... – paro de falar imediatamente ao olhar para baixo ao meu lado e não encontrar Miles. Olho em volta, mas não há nem sinal dele.

–Miles? – ah meu Deus, isso não pode estar acontecendo.

–Felicity? – ouço a voz de Oliver no celular.

–O-Oliver eu te ligo depois.

–O que? Mas... – desligo o celular, sentindo meu coração disparar e o desespero começar a me dominar novamente.

–Miles! – chamo mais alto, na esperança de que não passe de um susto e ele apareça correndo novamente. Começo a andar pelo lugar, sem mais saber o que fazer. –Miles! – tento novamente.

Algumas pessoas me olham, mas não falam nada.

–Com licença senhora, precisa de algo? – me viro, encontrando uma funcionaria.

–Sim, meu irmãozinho, soltei a mão dele por... Apenas por dois minutos e ele... Sumiu.

–Clama, isso acontece muito não se preocupe, vamos achá-lo.

Talvez eu estivesse mais calma se eu fosse apenas uma mulher com uma vida normal e que estava por acaso cuidando do irmão, mas acabo de tê-lo de volta, não posso perdê-lo assim novamente.

–Miles! – continuo andando pelo local, na esperança de encontrá-lo.

–Senhora? Por acaso é ele? – a mulher que me ajudava pergunta, olho na direção em que ela aponta e suspiro completamente aliviada ao vê-lo correr em minha direção.

Me abaixo para abraçá-lo quando ele chega até mim e o ergo no colo.

–Onde é que você estava? Não pode se afastar assim de mim! Está chorando? – seco as lágrimas que escorrem de seu rosto e ele me abraça fortemente.

Olho em volta tentando achar algo anormal, mas tudo parece certo.

–Hey... Tudo bem, esta tudo bem, eu estou aqui agora.

Meu celular vibra em meu bolso e me lembro da forma em que encerrei a ligação com Oliver, ele devia estar preocupado.

Mas não era Oliver, tampouco alguém conhecido. Havia uma única mensagem que eu não precisaria ser realmente um gênio para saber quem é.

“Tão fácil como da primeira vez”

Apenas, sem assinatura ou numero, devido a clara ameaça de Damien na noite anterior eu apostava que era ele em uma clara tentativa de me amedrontar e isso realmente aconteceu por alguns minutos, mas ele estava muito enganado em me subestimar.

Coloco Miles no chão que olha rapidamente para os lados, e dessa vez eu entendi. Ele estava com medo, ele não havia simplesmente saído de perto de mim, algo havia acontecido. Eu simplesmente não posso me descuidar mais uma vez, não posso dar essa brecha a eles.

(...)

–Oliver, está tudo bem. – o tranquilizo pelo celular. – Foi apenas um susto. Sim, tenho certeza.

Deixo minha bolsa no sofá e Miles corre para o vídeo Game, ele realmente esta viciado nisso. Me encaminho para o quarto tirando os sapatos e voltando para a cozinha.

–Thea está passando ai. – avisa.

–Thea? E porque é você que está me avisando? Vai vir também? – tentei não deixar transparecer que eu queria que ele voltasse mais cedo, Oliver provavelmente o faria e isso não era uma boa coisa, uma vez que a empresa esta realmente precisando dele.

–Não agora, Loira, desculpe, vou ter que passar no departamento de ciências e ver qual as opções dos projetos que eles tem pra mim e torcer para ser algo que vai derrubar Isabel.

–Está tudo bem. – coloquei um pouco de água na panela e coloquei no fogo a fim de fazer macarrão, a coisa mais perto do comestível que aprendi a fazer. –Boa sorte, espero que encontre algo que lhe ajude. –suspiro, realmente torcendo para que ele conseguisse resolver esse problema com a QC - Vai ser legal passar mais um tempo com Thea.

–Puxa, não vai nem chorar e se lamentar? Desse jeito vou começar a ficar com ciúmes da minha irmã.

Rio e fecho a panela, voltando para a sala e me jogando no sofá.

–Não seja tão dramático, Thea não beija como você.

–Oh, fico muito mais tranqüilo assim.

Ouço a campainha, provavelmente Thea.

–Sua irmã chegou, até mais tarde.

(...)

–Ah Felicity, por favor!

–Mas, Thea, por quê?

–Porque desde que meu pai morreu nós nunca mais fizemos um natal de verdade.

–Nunca?

–Não.

Reconsidero diante disso, eu mesma já não tinha um natal decente há muito e nem ao menos cheguei a realmente me lembrar do desse ano.

–Por favor, vai ser tão legal nós decorarmos a mansão e tudo o mais.

Rio pela ingenuidade de Thea.

–Ah Thea, por favor, se formos fazer algo com certeza sua mãe irá contratar pessoas para decorar tudo, inclusive as arvores, as comidas e tudo o mais.

–Ah ela não vai não, nossos natais foram sempre assim, podemos fazer algo diferente esse ano.

Suspiro e observo de longe Miles procurar algo na estante onde a TV estava em cima. Parecia concentrado, acho que ele gostaria de ter um bom natal. Sorrio para Thea.

–Tem certeza disso?

–É claro!

A idéia de que passaria o natal com a família de Oliver era um pouco diferente, em primeiro lugar por eu nunca ter comemorado o natal como o deles, nós comemorávamos o Hanukkah que era o “evento” por assim dizer, mais parecido com o natal, uma vez que minha família era judeu, não seguíamos todos os costumes, mas existiam algumas coisas que seguíamos e o Hanukkah era uma dessas coisas. Portanto nunca montamos a arvore de natal pinheiro ou esperávamos o papai Noel. Apesar das datas do Hanukkah depender das luas nós geralmente o comemorávamos na data de natal já que estávamos em um pais onde todos o comemoravam e eu era criança, não entendia porque não enfeitávamos nossa casa como os vizinhos e por isso meus pais decidiram por fazer o nosso Hanukkah junto com o natal do pessoal de Vegas, para que eu não me sentisse mal, colocávamos algumas luzes na porta e no jardim e montávamos nossa pequena e humilde Menorah. Miles nunca teve tempo de comemorar e entender qualquer uma das datas, ele estava conosco é claro, mas ele ainda era pequeno demais antes do seqüestro para entender o que acontecia a sua volta e acho que comemorar o natal com os Queen o faria alegre e isso era o importante para mim.

Seria melhor do que me sentar no sofá de frente para a janela e observar a cidade iluminada e não fazer absolutamente nada. Miles não gostaria disso já que ele era criança e ficaria curioso e eufórico com toda a movimentação natalina que havia na época. Até porque eu não tenho mais motivos para ficar sozinha nessa data.

Respiro fundo antes de enfim responder á Thea.

–Tudo bem então, vamos ter um natal esse ano. – Thea solta um gritinho animado o que me faz rir e vai ate a cozinha, abrindo minha geladeira.

Intrigada demais observando Miles procurar ainda a tal coisa decido por não perguntar o que ela queria com a minha geladeira parcialmente vazia, cheia apenas com coisas saudáveis e biscoitos infantis.

–Hey, Baby Brother. – ele revira os olhos para mim, coisa que percebo que ele faz sempre que o chamo assim, dou risada apenas para provocá-lo como costumava fazer mesmo em cativeiro, quando eu e minha mãe tentávamos fazer o ambiente para ele parecer o mais normal possível. – O que você tanto procura?

Ele aponta para a televisão e tenta alcançar o botão de ligar, mas não consegue.

–Porque não pegou o controle? – pergunto enquanto aperto o botão para ele.

Miles me olha e entendo que esse era o problema, ele não achava o controle. Olho confusa dele para a estante, o controle estava bem ali em cima, não estava escondido ou algo assim.

–Felicity! – me viro para Thea e Miles pega o controle da minha mão, correndo para o sofá.

Caminho até a cozinha e arregalo as olhos ao ver Thea desligando o fogão.

–Acho que isso estava queimando. – diz, um sorriso irritante do tipo Oliver Queen se formando em seu rosto.

–Ah droga. –abro a panela do que deviria ser meu delicioso – ou não tão delicioso assim – macarrão. – Como consigo fazer essas coisas? – jogo os restos queimados da comida no lixo.

–Você só é muito distraída.

Ouvimos um barulho alto e nós duas nos viramos para trás, Miles estava caído no chão e parecia ter tropeçado na caixa que estava no chão, era uma das caixas que eu havia trago de Vegas, essa ainda não tinha encontrado um lugar para ela.

–Hey. – me aproximo dele que já se levantava. – tudo bem?

Assente enquanto olha apreensivo para as coisas que haviam caído no chão. Sorrio para que não pensasse que iria brigar com ele.

–Está tudo bem, foi um acidente. - me ajoelho no chão para começar a recolher as coisas e ele faz o mesmo. Coisa que eu deveria ter impedido.

Meu coração parece parar de bater assim que ele pega um dos portas retratos, aquele em que havia ele e mamãe brincando no parquinho. Observei ele delinear com o dedo o rosto de nossa mãe e meu coração bateu ainda mais forte e dolorido, prendi a respiração por um momento, segurando as lágrimas.

Eu com certeza era a pior irmã do planeta. Havia me esquecido completamente de que ele não tinha idéia de que nossa mãe havia morrido e não entendia o que tinha acontecido com nosso pai no meio de tudo isso. Eu simplesmente havia ficado tão feliz que eu o tinha e pelo fato dele não falar nada no momento o impediu de me perguntar qualquer coisa e eu simplesmente me esqueci de um ponto tão importante. O que ele devia estar pensando por todos esses dias?

Miles me olha, o cenho franzido e me mostra a foto em um claro questionamento. Respiro fundo e olho para Thea atrás de nós, apenas observando a cena.

–Ah, eu... vou comprar alguma comida okay? – diz, pegando sua bolsa e saindo. Suspiro aliviada por ela entender esse momento, apesar de não ser completamente ciente do que houve conosco no passado.

–Vem aqui. – peço, segurando em sua mão e o levando comigo até o sofá, me sente e o puxo para se sentar em meu colo, ainda segurando o porta retrato. –sente falta dela?

Ele assente e novamente passa o dedo sobre a foto, uma lagrima de seu rosto cai em minha mão e seguro as minhas. Ele precisava de mim agora e eu não poderia me desmoronar naquele momento, ele não precisava de mais isso. O problema é que eu havia deliberadamente evitado me preparar para esse momento, talvez parte de mim não acreditasse realmente que iria encontrá-lo e quando aconteceu essa parte foi adiada.

–Miles, mamãe ela... Não esta mais aqui, como você deve ter percebido.

Ele me olhava com uma expressão de ainda incompreensão.

–Sei que sente falta dela, eu também sinto, mas isso acontece as vezes com as pessoas. Elas tem que ir embora, mesmo que não queriam. E mamãe não queria, mas ela precisou. Você entende?

Novamente ele olha para a foto, talvez ainda um pouco confuso.

–Eu prometi a ela que te acharia, que ficaríamos juntos e que cuidaríamos um do outro.

Seco sua bochechas quando ele novamente olha para mim. Parecendo estar segurando o choro.

–Ela nos amava e também sente muito por ter tido que partir. Esta tudo bem chorar e sentir saudades tudo bem?

E então ele enfim chora, de verdade. Abraçado a mim e também deixo que algumas lagrimas escapem dos meus olhos. Provavelmente algum dia ele voltaria a me perguntar, mas por hora isso foi o suficiente. Quando mais velho eu voltaria a explicar de forma mais clara, mas nesse momento ele não precisava aceitar que a vida era cruel e tirara sua mãe dele. Não dessa forma.

Sobre James, Miles sabia que havia algo errado, uma vez que víamos James as vezes, ele ia até nós antes que inexplicavelmente fossemos transportados para outro cativeiro e então ele sumiu, Miles provavelmente não se lembrava de tudo isso com detalhes, mas ele não parecia preocupado em saber sobre o pai, então devia ter algum motivo por trás disso.

(...)

Okay, em minha mente Thea estava simplesmente tentando me convencer de primeira, então qual a minha surpresa quando em sua casa haviam caixas e mais caixas de enfeites? Enorme.

Olho para ela e levanto uma sobrancelha em questionamento.

–Ah, eu sabia que aceitaria. Se eu não convencesse, Oliver o faria.

Sinto meu rosto esquentar pela insinuação de Thea.

–Okay. – solto a mão de Miles que curioso começa a revirar as caixas cheias de enfeites.

–Bem, parece que ele adorou. Vamos começar? – ela parecia animada então sorri, gostando cada vez mais da idéia, a empolgação crescendo dentro de mim. Não era isso que eu queria? Uma vida normal, ao lado de meu irmão, Oliver e amigos? Bem, estou tendo então é melhor aproveitar e descansar minha mente dos problemas.

–Vamos começar. – concluo. Indo até a caixa que Miles revirava e também começando a pegar coisas dali.

Miles se levantou com uma pequena bola brilhante na mão e correu até a grande árvore que havia ali, enganchando o enfeite na ponta de um dos galhos.

–Bem, parece que a árvore será a primeira. – rio, olhando para Thea que assente e também ri, abrindo uma outra caixa.

(...)

OLIVER

É claro que eu havia passado as seis horas seguintes olhando o relógio, dividindo minha atenção entre o trabalho e o relógio. Incrível como nas ultimas semanas tudo o que eu queria era ir para casa, quando antes de conhecer Felicity eu fazia o máximo possível para ficar longe de la. Afundado no trabalho. Agora enfim eu havia chegado, eu sabia que Felicity estaria ali, Thea me disse, apenas não entrou em detalhes sobre o que elas estariam fazendo.

Abro a porta e minha surpresa é enorme quando encontro Roy correndo atrás de Miles, Aparentemente brincando. Minha mãe, Thea e Felicity gargalhavam de algo, Felicity estava no topo de uma escada, parecendo estar enfeitando o topo do pinheiro, enquanto minha mãe estava sentada no sofá, que se encontrava afastado de seu lugar habitual. Ela enfeitava varas de açúcar e Thea, sentada no chão, revirava algo na caixa entre suas pernas.

Olho em volta e em cima da lareira se encontravam enfeites, pelas paredes da casa, nas escadas. Elas fizeram tudo isso o dia todo? A casa tinha clima de... Natal, como não tínhamos há muito. As festas de natal que antecediam a morte de meu pai foram se tornando cada vez mais por imagem, então enfeitar a casa e fazer a festa era como mais um trabalho para a família Queen, diferente de agora que havia um clima acolhedor e festivo de verdade, familiar e... Amoroso.

–Olie! – Thea foi a primeira a me ver.

Sorrio ainda petrificado com toda aquela imagem. Algo colide fortemente contra minha perna, ou melhor. Alguém. Olho para baixo e lá está Miles, sentado no chão provavelmente por ter caído ao bater em mim, franzia o cenho e acanhava os olhos para me olhar.

–Hey amigão. Como está? – ele sorri e se levanta rapidamente, voltando a correr de Roy que havia parado, ofegante.

–Porque crianças tem tanta energia? – sussurrou ofegante.

–Hey, Miles, quer um? – vejo mamãe oferecer a ele uma das varas de açúcar e um pouco tímido ele se aproxima, pegando e sorrindo para ela. Percebo que sorrir e fazer gestos do tipo era sua maneira de agradecer ou pedir desculpas, já que as palavras ainda não faziam parte de seu costume diário.

–Isso, Sra. Queen, dê açúcar á ele. – brinca Felicity, terminando de colocar a estrela na ponta da arvore e enfim começando a descer as escadas. -Roy vai enfartar de tanto correr daqui a pouco.

–Não é pra tanto. – argumenta, sentando-se no chão ao lado de Thea. Os dois se olham e sorriem e franzo o cenho ao perceber isso. O que foi aquilo? Foi real ou eu vi coisa?

–Oliver! – me desligo dos pensamentos anteriores por um momento ao ouvir Felicity me chamar e vir em minha direção, sorrindo lindamente. Envolvo sua cintura com os braços e a aproximo de mim, depositando um longo beijo em seus lábios, saboreando-os com saudades.

Seguro sua mão e nos sentamos no sofá. Olho para Miles ainda comendo sua vara de açúcar, o cenho franzido enquanto tirava mais bolas brilhantes da caixa.

–Olha pra ele. – sussurro para Felicity. –Algo esta errado.

–Errado? – pergunta, mas o observa.

–Sim, olhe bem.

–Hmm, ele está sempre com a testa franzida.

–E com os olhos apertados. – sinto minha voz sair risonha, satisfeito por ter chego em uma conclusão primeiro que ela.

–Oh não. – ri e joga a cabeça para trás. –Baby brother vem cá. – chama e ele faz um bico irritado enquanto se levanta. Não gostava quando Felicity o chamava assim e seguro o riso.

Felicity olha em seus olhos e leva os dedos para sua testa, desfazendo o vinco que havia ali.

–Você consegue ver?

Ele parece confuso com sua pergunta, mas assente lentamente.

–Quantos dedos tenho aqui? – pergunto, indicando um dois com os dedos.

Felicity bate em minha barriga em repreensão.

–Ai, o que foi?

–Não seja bobo, isso não adianta em nada, pessoas que precisam de óculos apenas não vêem direito, não são cegos, é claro que ele está vendo quantos dedos você está mostrando.

Se vira para ele novamente e sorri docemente.

–Sente dor de cabeça as vezes? – pergunta. Novamente ele assente. –Vou levá-lo ao médico, talvez precise de óculos.

Ele nega freneticamente com a cabeça e Felicity ri.

–Eu também neguei os meus por semanas, mas acredite, melhora quando você os aceita.

Ele logo volta para o que estava fazendo e Felicity suspira ao meu lado.

–Sei que não deveria ficar pensando, mas... As vezes a preocupação vem de repente. – sussurra para mim. Thea e minha mãe pareciam alheias em uma conversa entre as duas. –Estou preocupada com a audiência, com o que Darhk pode ter tramado.

–Hey... Não se preocupe, ele não vai vencer essa, ele é seu irmão e já disse que ninguém vai tirá-lo de você. Vai dar tudo certo e se não der... – faço uma breve caricia em sua bochecha. – Eu estarei com você. –ela sorri e suspira, segurando minha mão na sua.

–Bem, pelo menos eles marcaram para depois do natal, será o primeiro que passarei com ele, o primeiro de verdade, com festa e decoração.

A campainha toca e me levanto para atender, depositando um breve beijo em sua bochecha.

Caminho até a porta e a abro.

–Hey, Queen! – diz animado. Não sei bem se foi pelo choque de vê-lo de repente ou por sua companhia parada bem ao seu lado.

–Tommy! –ouço a voz animada e estridente de Thea atrás de mim. –E, Laurel...


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Notas finais do capítulo

Eaeee, mas Miles ainda não falou? É isso mesmo produção? Kkkk sei que está todo mundo esperando por isso, mas calma que vai rolar. E o próximo é o capitulo de Natal que está me dando um trabalhinho que vocês não imaginam kkkk espero que isso signifique que vai ficar bom o suficiente, pois é, ainda não terminei de escrevê-lo, falta o finalzinho e por isso os trechos serão menores kkkk só pra deixar o gostinho mesmo.
E ai meu Deus, Laurel existe e Tommy ainda ta vivo kkkk resolveram dar o ar da graça novamente, isso... é uma boa coisa? Hahah talvez.
Enfim, ai vai os trechos e até semana que vem.
“-Espera, Porque a casa está... assim? – pergunta Tommy, interrompendo minha linha de raciocínio e enfim observando os enfeites a nossa volta.
—Hmm, teremos natal esse ano. – esclarece Oliver.
—Verdade? – ele parecia uma criança animada. –Já estava na hora dos Queen voltarem com a festança!”

“Rimos quando ele surpreendentemente da continuidade aos passos e nos gira varias vezes pelo lugar, ainda de mãos dadas, comigo ainda segurando firmemente em seus ombros e com o olhar ainda fixo um no outro. Parecíamos flutuar por toda a sala. Oliver guiava toda a dança, soltando uma das minhas mãos me fazendo ir e voltar de encontro ao seu corpo.”

“-Feliz Hanukkah, querida.
—Feliz Hanukkah. – respondo.”

P.S.: Postei nova One semana passada ( esqueci de avisar capitulo passado) https://fanfiction.com.br/historia/660413/ThesecondIlookedather/



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