Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 22
Capítulo 21 - Hey, baby brother


Notas iniciais do capítulo

Eaeee gente, olha ia postar amanhã, mas não vai dar então estou postando hoje (quase não deu também já que o meu nyah ta de graça comigo então a Luzi Smoak ta me salvando e postando pra mim amem ela kkkk) achei melhor adiantar o capitulo do que atrasar. A sugestão da musica foi da LetoseLoki, obrigada pela sugestão amore, enfim, espero que gostem, Boa leitura!



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Cheguei á você sem esperança

Você me deu mais que um aperto de mão

Me segurou antes que eu caísse

Me diga que eu estou segura, você me tem agora

Você tomaria a direção

Se eu perdesse o controle?

Se eu me deitasse aqui

Você me levaria para casa?

Você diz que o tempo faz isso melhorar

Que faz isso cicatrizar

Não quero ser uma perdida para sempre

E logo não irei sentir

Como se estivesse assombrada

Você cuidaria

De uma alma quebrada?

Você me abraçaria agora?

Oh, você vai me levar para casa?

(Take me home – Jess Glynne)

__________________________________________________

Eu ainda estava ali, estática observando o sorriso de Roy. Uma mulher apareceu ao lado do homem que havia aberto a porta, parecendo perguntar algo. Meu coração martelava freneticamente em meu peito e eu mal podia sentir as pernas, as lágrimas começaram a descer e no minuto seguinte eu enfim consegui correr. Corri até a porta como se minha vida dependesse disso.

Levei as mãos à boca completamente chocada e incrédula - Ignorando o casal que me olhavam confusos - E observando mais a dentro quando os cabelos loiros e lisos acompanharam o movimento de sua cabeça, virando-se para mim. Seus olhinhos se arregalaram e ele largou o brinquedo que tinha na mão, se levantando do tapete. As lagrimas caiam mais e mais dos meus olhos e eu me ajoelhei no chão quando Miles correu até mim, passando pelas pernas do homem que tentou segurá-lo, mas sem sucesso.

Seus braços rodearam meu pescoço e eu o apertei com força, inacreditável. Seu corpinho pequeno e quente estava ali, seu coração batia forte e audível junto ao meu. Vivo, completamente vivo.

–Miles... – balbuciei em meio ao choro, afundei o rosto em seu ombro, respirando fundo incapaz de soltá-lo.

Mas o fiz, me afastando lentamente dele, apenas para olhar seu rostinho coberto de lágrimas, as bochechas vermelhas e os olhos vertendo mais e mais lágrimas, sequei-as com a mão a sua alcançou minha bochecha, fechei os olhos aproveitando o toque infantil.

Suspirei longamente e novamente abri os olhos.

–Me desculpe. – sussurrei. – Desculpe por ter demorado tanto, desculpa amor, eu... Procurei tanto.

Continuei olhando-o, esperando uma reação, esperando que dissesse algo, mas então ele sorriu. Abriu um sorriso adoravelmente banguela para mim e novamente rompi em soluções, abraçando-o e erguendo-o junto a mim enquanto me levantava.

É claro que eu tinha consciência da discussão que estava se seguindo atrás de mim, do casal com Dig e Roy. Mas eu não me importava no momento, sequer ouvia o que eles diziam. Apenas apertei mais meu irmão contra mim, ninguém mais o tiraria de mim. Ninguém.

Olhei-o mais uma vez, ainda sorria então sorri também.

–Você está tão grande. –sussurro. –Tão diferente da ultima vez. –fungo e novamente seco as lagrimas de seu rosto. –Vamos embora agora, vamos ficar juntos, vamos para casa.

Miles me olha de forma confusa e eu entendo. A “nossa casa” para ele era aquela la em Vegas.

–Uma casa nova, mas você vai gostar. –asseguro e ele assente.

–...Deixar. – enfim volto a prestar atenção na conversa.

–Essa não é a questão. –Dig rebate. –Isso não será discutido, o garoto vai conosco. Amanhã alguém vai aparecer para explicar tudo.

–Não podem fazer isso, nós vamos chamar a policia! – a mulher ameaça.

–Chama. – interfiro. –Eles vão adorar saber como vocês compraram uma criança!

Sua expressão se torna lívida e o homem ao seu lado parece engolir em seco. Ela se aproxima de mim e toca o braço de Miles, como se quisesse puxa-l para si. Imediatamente dou passos para trás afastando-o dela. Sinto sua mão me segurar com mais firmeza, como se tivesse medo que eu o deixasse ir.

–Não pode fazer isso! – grita a mulher. –Ele é meu filho!

–Ele não é nada seu, não toque nele. – me afasto novamente quando ela tenta tocá-lo outra vez.

Miles me abraça mais fortemente e posso escutá-lo chorar.

–Dig, eu já vou, Oliver me leva.

Ele assente e olha para Roy que entende.

–Eu dirijo Felicity, vocês precisam descansar e não vou deixar que vá desprotegida. Confio nas habilidades de Oliver quando treinarmos juntos, até lá sou sua sombra.

Sorrio para Roy e começamos a nos afastar, seguro a cabeça de Miles em meu ombro, tapando seu ouvido tentando impedi-lo de escutar a mulher gritando por ele enquanto o homem a segurava. Sinto a mão quente de Oliver tocar a minha nas costas de Miles e o olho, ele sorri reconfortante e entrelaço nossas mãos, enfim me sentindo completa como não me sentia há muito, muito tempo.

Entramos no carro e Miles se deita, colocando a cabeça em meu colo, começo a passar a mãos entre seus cabelos e sorrio observando-o.

–Ele se parece com você. –Oliver sussurra.

Olho para ele e assinto.

–Bem, ele se parece bastante com meu pai, assim como eu. – ignoro o incomodo em meu peito ao tocar no assunto. –Mas, puxou os cabelos de minha mãe, enquanto eu tenho de pintá-los.

Oliver ri e beija o topo da minha cabeça.

–Pintado ou não, continua sendo minha Loira.

Sorrio para ele e beijo suavemente seus lábios, voltando a observar Miles depois.

Eu me sentia meio mal sim por estar levando-o desse jeito do casal que tinha adotado-o e talvez mais tarde, eu deixaria que eles se despedissem se assim Miles quisesse, mas nesse momento eu não me importei com mais nada, apenas que ele não sairia de perto de mim mais e ninguém o levaria embora.

Ao chegar enfim a meu apartamento percebo que ele dormia, tentei pegá-lo no colo, mas seu peso adormecido era muito para mim no momento e tive medo de acordá-lo. Oliver sorri e faz um leve carinho em minha mão.

–Não se preocupe, eu o levo para você.

Assinto agradecida enquanto Oliver o retira do carro. Me viro para Roy.

–Hey, vou ficar bem Oliver está comigo, você pode ir agora. Aposto que Thea esta te esperando ansiosamente. – não escondo as segundas intenções por de trás das minhas palavras.

–Tem certeza? – pergunta, evitando me olhar nos olhos parecendo constrangido, o que me faz segurar o riso.

–Sim. – me inclino na ponta dos pés e beijo sua bochecha. –Obrigada, Roy.

Roy sorri e novamente entra no carro enquanto me encaminho para dentro com Oliver.

Abro a porta rapidamente para Oliver entrar e fecho a porta enquanto ele vai até meu quarto, o sigo logo em seguida. Afasto as cobertas para que Oliver coloque Miles na cama e o cubro depois de tirar seus tênis.

Sorrio observando-o dormir aparentemente tranqüilo, parecia que eu estava presa em um dos meus sonhos onde eu o tinha de volta e a qualquer minuto eu iria acordar. O sonho se tornou mais solido quando sinto a mão de Oliver envolver a minha e circular nossos braços em volta de nós, enquanto apóia o queixo no topo da minha cabeça.

–Você está feliz?

Fecho os olhos e sorrio mais ao ouvir a pergunta, eu estava mais do que feliz. Giro em meu próprio eixo e envolvo sua cintura com meus braços, me aproximando.

–Eu já estava. – seus olhos brilham e um sorriso também cresce em seus lábios. – Mas agora, me sinto mais do que isso, é como se finalmente eu realmente pudesse... Seguir em frente, sem mais medo.

Sinto seus lábios sobre os meus, breve e calidamente.

–Que bom. – sussurra.

Concordo com a cabeça enquanto beijo-o mais urgentemente, enlaçando nossas línguas com desejo.

–Quer comer algo antes de dormir? – pergunta Oliver. – posso fazer algo rápido.

–Hmm. – levo as mãos em minha barriga. –você está me ganhando pelo estomago.

Ele ri baixinho.

–Talvez.

–Eu aceito. Só vou tomar um banho rápido tudo bem?

–Claro.

(...)

OLIVER

Eu estava mais do que contente por ela, foram meses e meses muitos difíceis e enfim ela tinha o irmão de volta. Não sei o que faria se algo do tipo tivesse acontecido com Thea, provavelmente faria o mesmo que ela.

Sinto meu estomago reclamar de fome e tento ser o mais rápido possível ao pegar um pouco de carne que graças a Deus Felicity tinha, a misturei com ovo mexido, arroz e alguns pedaços de bacon. Coloquei a comida em dois pratos e resolvi ir chamá-la já que fazia um tempo considerável em que ela estava no banho. Caminhei pelo corredor e vi a porta do banheiro aberta sem ninguém dentro, continuei até chegar ao quarto onde empurrei a porta devagar para não fazer barulho. Sorri observando a cena e permaneci ali. Miles estava acordado e Felicity deitada ao seu lado abraçada a ele, ela sussurrava para ele enquanto ele parecia lutar contra o sono.

–...E assim a Morte levou consigo o segundo irmão. Mas embora procurasse durante muitos anos o terceiro irmão, a Morte nunca conseguiu encontrá-lo. Só ao atingir uma idade avançada é que o irmão mais novo tirou finalmente o manto de invisibilidade e deu ao seu filho. E então acolheu a Morte como uma velha amiga, e foi com ela satisfeito e, como iguais, partiram desta vida. – termina. Nunca vou conseguir pegar essa historia inteira.

Felicity ajeita os cobertores sobre ele, ainda alheia a minha presença.

–Esta confortável? – Miles balança a cabeça concordando e se inclina, dando um beijo estalado na bochecha de Felicity que sorri abobada para o menor. Ele se acomoda e fecha os olhos, Felicity deixa baixa a luz acesa do abajur e sussurra para ele que deixara a porta um pouco aberta.

Então se levanta, enfim me notando e vem até mim, dando uma ultima olhada no irmão antes de sair do quarto e fazer como prometeu, deixando uma fresta para ele. Felicity sorri enquanto segura minha mão e caminhamos até a cozinha. Observo seus cabelos molhados pelo banho e sinto o frescor de sua pele, me limito a observá-la enquanto pega talheres e copos para nós.

–O que? – pergunta quando para em minha frente no balcão.

–Só observando o quanto você é linda. – confesso, afastando uma mecha do cabelo para de trás da orelha e fazendo um carinho suave em sua bochecha macia. Ela sorri, segurando minha mão em seu rosto e beijando a palma.

–Obrigada. – brinco fazendo uma breve reverencia enquanto rimos. – amo você Oliver. –declara.

–Eu também, Loira. – pego os talheres ao ouvir meu estomago reclamar novamente. – agora come.

–O que é isso afinal? Que mistura de comida e... – para de falar depois de provar uma quantidade. – Wow Oliver, isso esta ótimo.

–Obrigado, é claro que está.

–Convencido. – leva outra quantia de comida á boca e faço o mesmo. – Sério, com você aqui nossas vidas vai acabar sendo como episódios sem fim de Master Cheff.

Rio de sua comparação.

–Hey, não fique achando que vou ficar cozinhando para você senhorita.

–Creio que você não tem muita escolha Oliver. – se vira para mim e enlaça os braços em volta do meu pescoço. – Sou ótima em persuasão. – brinca, o sorriso crescendo nos lábios enquanto se aproxima para me beijar.

Aproximo seu corpo do meu e o meu próprio já começa a reagir, mas ela se afasta.

–Desculpe, ainda estou com fome. – explica em meio ao riso baixo, voltando-se para o prato e faço o mesmo.

–Eu também.

Um silencio confortável se seguiu enquanto comíamos.

–Estou preocupada. – confessa depois do tempo em silencio.

–Com o que?

–Ele não disse nada, Oliver. Nem mesmo uma palavra desde que o encontramos. Nada.

–Hey, deve dar um tempo a ele, é muita coisa acontecendo para apenas um garotinho agüentar. Lembra de Owen? Ele também não falava quando chegou, apenas depois começou a falar algumas palavras.

–O que acha de perguntarmos de Owen para ele? Talvez ele gostasse de ter um amigo.

–Owen disse não o conhecer.

–Bem, não seria uma má coisa eles se conhecerem agora.

–É não seria nada mal.

–Vou esperar até ele se acostumar com tudo.

–Sabe o que seria legal? – pergunto.

–Hm?

–Nós fazermos um quarto super legal pra ele, sabe, com brinquedos e tudo o mais.

–Seria ótimo, se eu tivesse um emprego. Não tenho dinheiro pra isso. – argumenta, remexendo o garfo no prato já vazio.

–Bem, eu tenho, posso ajudar.

Solta o garfo e se vira para mim, tendo a reação que eu já esperava.

–Mas é claro que não. Você não tem de ficar “me sustentando” só porque namoramos Oliver, não é sua obrigação ou responsabilidade.

–Não, não é. É meu prazer ajudar vocês Felicity, faça por ele. Vai ser incrível.

–Mas...

–Vamos fazer assim, é obvio que você terá seu emprego de volta na QC, arrumamos o quarto agora e quando você puder me devolve o dinheiro, claro que não faço questão, mas se te fizer sentir melhor assim.

Ela parece refletir e enfim o sorriso começa a se desenhar em seu rosto.

–Tudo bem, mas eu vou te devolver cada centavo.

Concordo contente e me aproximo para beijá-la mais uma vez.

(...)

FELICITY

Oliver havia ido embora um pouco depois de terminarmos de comer e eu dormir pouquíssimo, agitada de mais com a idéia de ter Miles de volta, com medo que algo acontecesse no minuto seguinte que o tirasse de mim.

Observo-o acordar e sorrio.

–Hey dorminhoco. – ele sorri minimamente ainda grogue de sono. –Como você está? Bem?

Assente com a cabeça, confirmando minha observação e que ele não estava falando nada.

–Tudo bem, vamos comer algo gostoso e tomar um banho?

Faz careta e dou risada.

–Não não não. – puxo o edredom de cima dele que havia se escondido de baixo do mesmo. –Vamos tomar banho sim senhor.

Faz que não com a cabeça.

–Oh vai sim, senão sabe o que vai acontecer? – ergo a barra de sua camisa começando a fazer cócegas nele e enfim ouço sua risada, o mais perto de sua voz que escuto até agora e isso me faz parar os movimentos, emocionada por tamanha realidade. Sinto as lagrimas em meus olhos e ele nota minha mudança, colocando as duas mãozinhas em meu rosto, me olhando com preocupação.

–Estou bem, tudo bem amor. Só estou... Feliz.

Ele sorri e faço o mesmo, apertando-o contra mim. Rio e aproveito o momento o segurando firme nos braços e levando até o banheiro. Ele ri e tenta escapar dos meus braços, notando o que eu faria.

Entro no banheiro e o sento em cima do vaso, começando a encher a banheira. Penso no que faria para comer, agora que ele voltou preciso aprender a fazer algo decente e mais saudável do que lanche.

–Acho que vou ligar para Oliver.

Rio me lembrando de nossa conversa ontem, ele realmente teria que me ajudar nisso até eu aprender algo. Observo a expressão confusa de Miles e começo a tirar sua camisa enquanto a banheira enche.

–Oliver é um amigo muito legal. – não sei bem como ele reagiria se eu dissesse namorado, queria que ele visse Oliver como um amigo e talvez fosse mais fácil se ele visse Oliver como meu amigo primeiramente. –Você vai gostar dele.

Sinto sua hesitação.

–Ele estava lá ontem, te trouxe pra cama quando você babou todo em cima de mim.

Começa a negar com a cabeça, rindo arteiro como se dissesse que não havia babado.

–Ah, você babou sim, eu sai toda lambuzada do carro. – termino de tirar suas roupas e quase suspiro aliviada ao ver que não havia qualquer marca ou arranhão nele. Pelo menos nada que destacasse ou fosse recente.

Ele entra na banheira, começando a mexer nas várias espumas.

–Eu volto já.

Saio do banheiro e procuro por meu celular, discando o número de Oliver. Ele atende poucos toques depois.

–Hey Oliver.

–Felicity, está tudo bem? – percebo que ele sussurra.

–Sim, onde está?

–Na empresa, hm... Em uma reunião.

–Oh, me desculpa, não quis atrapalhar.

–Esta tudo bem, mas acho que vai demorar um pouco, precisa de mim?

–Não era nada muito importante, está tudo bem.

–Tem certeza?

–Sim. – volto para o banheiro com uma jarra na mão, Miles continua brincando com as bolhas.

–Tudo bem, quando eu terminar aqui te ligo.

–Tudo bem, beijo, te amo.

–Eu também. – e então ele desliga.

Miles me olha com curiosidade e sorrio, me sentando ao lado da banheira e pegando o shampoo, espelhando por sua cabeça.

–Hey, esses cabelos ficaram bem mais claros hem, o que aconteceu? Andou tingindo-o como o meu?

Ele ri, negando e pegando uma mecha do meu cabelo – com a mão toda molhada de sabão. –E analisando minha mecha.

–Tomba a cabeça pra trás e feche os olhos. – peço e ele obedece e enchendo a jarra de água despejo sobre sua cabeça, lavando o shampoo. –Isso, agora continua que vou dar um jeito de comermos algo decente.

Seco as mãos e novamente pego meu celular, hesito por um momento, mas já estava na hora de eu começar a dar esse passo. Disco o numero que graças a Deus ela fez questão que eu marcasse. Chama e na segunda vez ela já atende.

–Alo.

–OI Thea, é a Felicity... Você hm... Sabe cozinhar?

(...)

–O que acha de sairmos? – pergunto a ele depois que o visto. – Precisamos comprar mais roupas pra você. Acho que Thea vai gostar de shopping.

Thea estava vindo com a promessa de trazer comida. Ele assente, levando as mãos na barriga, parece que já tinha associado Thea com comida.

Ouço a campainha tocar e quase suspiro em alivio.

–Ela chegou.

Vou até a sala e Miles me segue, parando na cozinha enquanto eu continuo até a porta. A abro e Thea esta com um enorme sorriso enquanto segura uma sacola nas mãos.

–Graças a Deus. – a abraço e beijo sua bochecha, pegando a sacola e abrindo espaço para ela entrar.

–Então, quem é a emergência? – pergunta.

–Meu irmão, Miles. – vamos até a cozinha e paro na porta ao observar Miles pegar um prato de cada vez e colocar organizadamente em cima da mesa. Parecia realmente saber o que fazia, assim que terminou com os pratos fez com os copos.

–Ah, ele é lindo Felicity, você não tinha nos dito que tinha um irmão. –sussurra.

–É uma longa história.

Ele finalmente nos percebe e abre um sorriso tímido para Thea, se encolhendo e afastando alguns passos.

–Oi, Miles. Eu sou Thea. – se apresenta, se abaixando um pouco e estendendo a mão para ele.

Ele me olha receoso e novamente se afasta alguns passos de Thea, esgueirando-se pela parede e correndo até mim, abraçando minhas costas. Thea me olha confusa.

–Está tudo bem. – a tranqüilizo. – depois eu explico.

Me viro para Miles, nervosa por essa ser minha primeira situação como essa.

–Hey... Tudo bem? – pergunto, me ajoelhando em sua frente. Ele assente com a cabeça, mas não me olha nos olhos. –Miles, hey. Você confia em mim? – ele me olha e então assente. –Thea não vai te machucar tudo bem? Eu te prometo, ela não vai.

Olha de Thea para mim ainda parecendo meio duvidoso, então assente indo até ela e estendendo sua mão. Thea sorri e segura sua mão. Logo depois ele se senta na mesa, começando a vasculhar a sacola com comida.

–Felicity, você estava matando o coitado de fome?

–Acho que eu não. – penso novamente no casal que estava com ele, o quão bem eles cuidavam dele?

Me sento também e tiro da sacola o resto das coisas.

–Quer ir comigo ao shopping? – pergunto a ela que também se senta, mas não come.

–Sério?

–Sim, preciso comprar roupas pra ele entre outras coisas.

–E Oliver?

–Em reunião.

–Ah, então você esta me chamando como ultima opção? – sinto seu tom de falsa ofensa.

Rio e a olho.

–É claro que não... É como segunda, minha ultima opção seria Roy ou Dig. O que de qualquer jeito um dos dois terá de ir comigo.

–Roy vai conosco? – pergunta, a avalio e ela tem um falso tom desinteressado.

–Bem, eu não mostro preferência de qual dos dois vai me acompanhar, mas se você prefere que seja Roy... – provoco.

–Hey, eu não prefiro nada. Foi só... Uma pergunta.

–O que aconteceu ontem? La na Verdant quando ele foi te ajudar?

–Aconteceu? Hmm, não aconteceu nada. – desvia o olhar do meu.

–Ah, vamos, me conta.

–Nada, Felicity. – seu rosto estava corando? Era isso mesmo?

–Seu rosto discorda.

Morde o lábio inferior em nervosismo e me oferece um sorriso.

–Ta tudo bem, pode ser que tenhamos flertado muito, nos beijado e brigado depois.

–Brigado? Agora eu quero saber mais.

–Podemos falar disso depois?

–Se vocês brigaram porque quer que eu o chame para nos acompanhar?

–Depois.

Bufo impaciente, mas assinto.

–Tudo bem, mas eu vou cobrar essa conversa.

(...)

O clima estava bem estranho entre Thea e Roy enquanto andávamos, Roy havia ficado encantado com Miles, mesmo que ele tenha se encolhido exatamente como havia feito com Thea, não havia simpatizado novamente e estendido a mão em cumprimento, mas não se encolhia mais dele, tendo se soltado um pouco mais quando começamos a andar pelas lojas. Mas ele e Thea não trocaram uma palavra a mais do que um “oi”.

Sorrio ao observar a frente um brinquedo para as crianças, um mini elevador e percebi que crianças a baixo de oito anos tinham que ir acompanhada de um adulto. Abaixo para ficar na altura de Miles.

–Quer ir? – pergunto.

Ele olha o brinquedo a frente e seus olhos brilham. Então assente.

–Então vamos. – me viro para Roy e Thea. – Hey, vou levá-lo ao brinquedo.

Os dois se entreolham e Roy se adianta.

–Eu posso levá-lo para você. – se oferece.

–Hmm, Roy sem ofensa, mas... Ele ainda esta hesitante em relação a você.

–Então eu vou. – diz Thea. – Ele me adorou, não é mesmo Miles?

Olho para Miles e ele me olha e sorri, então segura em mim, denunciando que não iria com Thea. Parece que tenho um cúmplice.

Os dois semicerram os olhos para ele ao perceberem que estávamos em um complô contra eles.

–Tudo bem, traidora, vai la. – Thea rateia comigo. –Aproveite o brinquedo.

Rio e entrego minhas coisas para ela segurar.

(...)

OLIVER

Saio da reunião e sinto cada célula minha queimar de raiva, cerro os punhos buscando controle e adentro minha sala. O tempo estava acabando, dentro de poucas semanas teria a reunião definitiva em que os investidores decidiriam se eu ou Izabel ficaria com a empresa. E não sei o que fazer, eu teria que fazer um projeto ótimo, melhor que o dela e simplesmente não sei o que.

Aperto a mesa de vidro entre minhas mãos, respiro fundo e me lembro da ligação de Felicity. É, acho que não faria nada mal eu fugir um pouco de todo esse estresse, eu precisava dela para me acalmar um pouco, quem sabe ela não tinha alguma sugestão.

Pego meu celular e disco seu numero rapidamente. Toca algumas vezes e quando penso que iria cair na caixa postal ela me atende, posso ouvir alguns risos ao fundo e Felicity pedindo silencio.

–Felicity?

–Oliver! Saiu da reunião?

–Sim, onde você está?

–No shopping, com Thea, Roy e Miles.

–Em qual? Eu encontro vocês.

–Tem certeza? Oliver, não quero atrapalhar você.

–Não vai me atrapalhar, já fiz tudo o que tinha que fazer aqui.

(...)

Procuro em volta, olhando em meio a todas aquelas pessoas esperando ver os quatro. Encontro Thea e Roy sentados em um banco sozinhos, franzo o cenho ao perceber que eles pareciam conversar sério, algo estava acontecendo ali. Avistei Felicity em seguida, segurando a mão de Miles enquanto eles saiam de um brinquedo que tinha ali. Sorrio ao notar o seu sorriso, tão brilhante em sincero. Ela estava feliz e isso me alegrava imensamente, saber que eu havia ajudado em algo. Me aproximei e Thea foi a primeira a me notar.

–Oliver! – chama.

De imediato percebo a reação de Miles que foi se aproximar mais de Felicity e se segurar nela, olho confuso para a cena, mas tento disfarçar.

–Oi. – cumprimento.

Aperto a mão de Roy e beijo a bochecha de Thea. Olho para Felicity e queria beijá-la uma vez que não faço isso desde a noite passada, mas não o farei com seu irmão ali até saber até aonde ele sabe sobre nós. Deus, até parece que o garoto já é grande e pode me bater e me ameaçar caso eu machuque a irmã dele. Sorrio com o pensamento e me abaixo para ficar de seu tamanho. Olho para Felicity que me incentiva com um aceno de cabeça e um leve sorriso.

–Hey Miles, eu sou Oliver. – ele olha para cima para ver Felicity, como se pedisse sua permissão ou perguntasse algo a ela. Volta-se para mim. Porque eu estava nervoso com sua reação? Deus, é apenas uma criança, se controle Oliver. –Como você está? Foi uma grande brincadeira de esconde- esconde hem, puxa. –ele me olha com curiosidade enquanto falo, mas um sorriso contido se desenha em seu rosto com a brincadeira. -Bem, eu nunca fui muito bom nesse jogo, mas parece que o ganhei pelo menos uma vez na vida. Acho que gostei de ter ganhado essa.

Ainda assim ele não diz nada ou esboça qualquer nova reação.

–Felicity me falou sobre você, ela me botou muito medo dizendo que eu teria que pedir a sua permissão se quisesse me aproximar dela, porque você é o irmão. Mas não sei... Não me parece tão assustador.

O medo de estar fazendo algo errado se esvairá quando ele saiu de trás da proteção invisível de Felicity e até mesmo soltou sua mão, endireitando a postura e me olhando de forma séria. Deu alguns passos ficando a frente dela e me segurei muito para não rir da cena, fingindo uma falsa expressão de medo.

–Wow, agora sim, estou assustado. – pigarreio e aliso minha camisa, fingindo nervosismo enquanto observo ele parecer se segurar para não rir. –Então, Sr.Miles eu poderia namorar a bela senhorita atrás do senhor, sua irmã?

Ele leva a mão ao queixo em uma falsa expressão pensativa e depois da de ombros assentindo. Ouço Thea e Roy rindo atrás de mim.

–Okay, muito obrigada. – aliso novamente minha camisa e finjo me preparar outra vez. –Podemos ser amigos, Miles? – estendo minha mão para ele que a analisa. Então sorri e noto um dente faltando, ele estende sua mão e segura a minha. Estranho o contato de sua mão incrivelmente pequena, eu não tinha muito contato com crianças, mas talvez e não fosse tão ruim nisso como sempre pensei que fosse.


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Notas finais do capítulo

Eaeee gostaram? Gente, próximo capitulo só domingo de novo e infelizmente não vou conseguir colocar muitos trechos dos próximo hoje, desculpa, mas ainda tenho mesmo que arrumar coisas do 22, só que como da ultima vez conforme vou respondendo os comentários vou colocando trecho okay, hoje vai ter apenas um. Enfim, espero que tenham gostado, comentem! Bjsss.
“-Oliver, o que você...?
—Xi... – peço, fechando a porta atrás de mim. – Só queria ver como você estava. – digo, pegando o esparadrapo que ela havia tirado da caixinha e segurando seu dedo, começando a enrolar o curativo nele.
—Mesmo? – pergunta em um tom deixando claro que não acreditava.
—Sim. – Insisto, terminando o curativo e sorrindo para ela. Coloco uma mão de cada lado de corpo, prendendo-a entre mim e a pia.”