Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 18
Capitulo 17 - Trying to get to you


Notas iniciais do capítulo

Eaeee gente, postando antes do dia que falei kkkk eeee, porque do atraso? Eu realmente precisava adiantar mais capitulos kkkk mas agora ja tenho até o vinte, prestes a começar o 21 então estou postando o 17, espero que gostem. Boa leitura!



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Eu sei que você está em algum lugar lá fora

Em algum lugar longe

Eu quero você de volta

Eu quero você de volta

Meus vizinhos pensam que eu sou louco

Mas eles não entendem

Você é tudo que eu tenho

Você é tudo que eu tenho

À noite quando as estrelas iluminam meu quarto

Eu sento sozinho

Falando com a Lua

Tento chegar até você

Na esperança de que você esteja do outro lado

Falando comigo também

Ou será que eu sou um tolo aqui sozinho

Conversando com a lua?

Porque todas as noites

Eu fico falando com a Lua

Tento chegar até você

Na esperança de que você esteja do outro lado

Falando comigo também

Ou será que eu sou um tolo aqui sozinho

Conversando com a lua?

(Talking to the moon – Bruno Mars)

Depois que Felicity passou novamente pela porta que a levaria até o avião eu ainda fiquei ali algum tempo, parado e com um sorriso patético no rosto. Sim, estava doendo vê-la partir, mas suas palavras ecoavam em minha mente, “eu te amo” repetidamente e diferente do que eu sempre pensei a vida toda isso não foi assustador. Foi bom saber que eu era igualmente correspondido, mas com minha maravilhosa sorte eu descobri que ela me amava e no minuto seguinte ela estava partindo.

Estou voltando novamente para o hospital agora, mas minha cabeça está a mil e meu coração ainda acelerado. Ainda sinto o cheiro de Felicity e seus lábios nos meus. Ainda visualizo seu ultimo olhar e seu ultimo sorriso para mim, não sei se agüento muito tempo longe dela. Preciso fazer algo realmente para ajudá-la, para resolver logo tudo isso e tê-la de volta, em meus braços, segura.

Quando chego em frente ao hospital tem muitos repórter ali, parece que enfim a noticia de que Moira Queen quase morreu se espalhou, respiro fundo antes de sair do carro quando eles imediatamente me vêem e correm até mim como abutres.

–Sr.Queen! – alguem diz, nome que é repetido muitas vezes.

–Sr.Queen. O que aconteceu? O que levaria sua mãe a ter um ataque do coração?

–O que o senhor faria se ela morresse, Sr.Queen?

–É algum estresse na família?

Tantas perguntas absurdas que da vontade de tapar os ouvidos e sair correndo.

–E o seu pequeno surto ontem, Sr.Queen? O senhor estava embriagado? Porque saiu correndo?

Estaco no lugar ao ouvir essa pergunta e procuro por quem perguntou. Eu tinha me esquecido desse ocorrido, não sei bem porque a pergunta me chamou a atenção, talvez por pensarem que eu estava embriagado, mas eu nunca me importei com o que achavam de mim antes. O problema era ainda ninguém me ver. Digo, ninguém da sociedade. Eu já não aparecia mais saindo com qualquer uma, ou em baladas ou abandonando a empresa como antes, eles simplesmente ignoravam as mudanças e focavam nas coisas ruins apenas.

Resolvi ignorar a tal pergunta e me virei rapidamente para seguir meu caminho.

Ao chegar no quarto de minha mãe ela e Thea novamente estavam juntas, conversando e rindo de algo e apenas observei a cena antes de me pronunciar, encantado por ver as duas voltando a se dar bem, era como se parte da minha vida estivesse novamente se concertando a medida que um pedacinho de outra parte se soltava, o pedacinho Felicity.

Quando me perceberam as duas me olharam ansiosas.

–E então? Como foi? Você conseguiu né? – Thea jogou as perguntas, abrindo um sorriso ao fazê-las, sorriso que foi diminuindo quando eu não respondi nenhuma de suas perguntas e apenas balancei levemente a cabeça negativamente. –Ah, Ollie, você não deveria ter deixado-a escapar!

Suspiro profundamente e me aproximo, beijando a testa de minha mãe e abraçando Thea.

–Eu sei, mas... Não pude fazer nada. Ela tem que resolver uns problemas. Mas, eu vou ajudá-la e torcer para que logo ela consiga voltar.

–Problemas? Ela parecia péssima quando veio me ver. – disse minha mãe, se ajeitando sobre os travesseiros.

–Sim, problemas de familia.

–Ah, então, como é a familia dela? – arqueei uma sobrancelha para ela, não entendendo aquela pergunta. –Ah, por favor filho, quero saber mais da mulher que fez você correr por toda a cidade e aeroporto atrás dela.

–Como sabe que corri pelo aeroporto?

As duas riram e se viraram para a televisão ligada, onde tinham imagens minha correndo feito louco pelo o aeroporto, passando pelas pessoas. Eram claramente imagens das câmeras do aeroporto e não de papparazis. A jornalista falava algo sobre eu ter enlouquecido enquanto corria, e que havia o mistério do porque daquilo, uma vez que seria simples eu usar um jato e não um avião publico. Logo em seguida ela dizia que o mistério de tanta correria tinha sido descoberto e as imagens que passavam era de Felicity e eu correndo um em direção ao outro e nos abraçando e beijando como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte.

Sorrio com a imagem, eu não tinha noção da dimensão que aquilo tinha tomado, eu não havia percebido as pessoas que tinham parado para observar a cena também, muito menos outras que filmavam de longe. Por Deus, eu tinha me esquecido completamente que era Oliver Queen e que todos ali me conheciam, me esquecido das pessoas, da loucura que fiz para que a aeromoça mandasse todos descerem do avião. Eu simplesmente tinha me concentrado em Felicity apenas. Fico feliz em saber que não dava para ouvir o que nós dizíamos um ao outro, afinal os malucos que estavam atrás dela não podiam ver que dizíamos amar um ao outro ou tudo ficaria ainda mais complicado, as cenas não eram realmente um problema em relação a isso ma vez que eu e Felicity ainda nos separávamos, então ao que tudo indicava não estávamos juntos realmente.

A parte preocupante é que não sei como Felicity reagiria com toda essa atenção. A próxima cena era a que ela saia novamente pela porta e gritava por mim, o sorriso aumentou em meu rosto ao novamente me lembrar de suas palavras sussurradas em meu ouvido.

–Awn, Ollie, vocês não tão bonitinhos. – Ouço Thea dizer ao meu lado, empolgada. –Já é a quarta vez que passam essa reportagem. Esta praticamente em todos os canais.

Ainda permaneci parado, olhando para a televisão. “Eu amo você” ecoou novamente em minha cabeça, acompanhando a cena assistida de Felicity falando algo em meu ouvido que na verdade não dava para se perceber exatamente, quem não sabia o que tinha se passado lá parecia apenas um ultimo abraço.

–Oliver! – a voz de minha mãe quebrou meus pensamentos, olhei para ela, tendo a impressão de que não era a primeira vez que me chamava.

–Sim?

Ela estendeu uma mão, indicando que eu me aproximasse e eu o fiz, me sentando ao seu lado na cama.

–Sei que já me desculpei, mas...

–Mamãe. – a interrompi, sabendo que ela voltaria com aquele assunto, mas sinceramente, de coração eu já havia a perdoado, a saudades fez com que toda a magoa que eu pudesse ter para com ela depois de tudo se fosse, eu apenas queria me redimir por tudo e voltar a ser... Seu filho.

–Não Oliver, eu realmente preciso fazer algo para te recompensar. Para me desculpar de verdade.

Sorrio levemente e seguro sua mão.

–Mãe, tudo bem, quer fazer algo? Nós vamos sair, Thea, você e eu.

–Sair?

–Sim, podíamos ir... Sei la, pular de paraquedas, ir no parque e tomar sorvete, encher você e Thea de compras ou... – as duas me olham com divertimento, fazendo caretas com minhas sugestões. – Ir aquela fazenda que papai costumava nos levar no verão, lembram? Podíamos cavalgar e fazer arvorismo.

–Ah Oliver, estou velha para isso. – minha mãe argumenta.

Ela tem razão, acabou de ter um ataque do coração, claro que não vai poder sair fazendo essas coisas. Sorrio.

–Tudo bem, então você e Thea vão deixar de ser mulherzinhas... – provoco. –E vamos comprar vários potes de sorvete, nos sentar em volta da nossa piscina e conversar, jogar o tempo fora.

As duas se entreolharam considerando a oferta e eu sabia que a resposta seria um:

–Tudo bem. – responderam.

FELICITY

A viagem foi cansativa e minha cabeça estava a mil. Depois de desembarcar e me deixar hospedada em um hotel, Diggle foi para a A.R.G.U.S. Para saber mais sobre tudo, uma vez que por ser um agente qualquer um que estivesse nos vigiando não iria se importar dele entrar e sair de la e ao mesmo tempo me encontrar, já que também éramos amigos e isso era perceptivo se a pessoa tinha nos vigiado direito.

Claro que não fiquei no hotel. Depois de uma hora que cheguei simplesmente sai pela cidade me familiarizando com as coisas, os lugares, observando mais tempo o que mudou. Até que decidi pegar um taxi e ir para onde eu realmente queria ir. Minha casa. Revirei a bolsa atrás da chave e abri a porta lentamente, respirando fundo tentando não me abalar muito.

Entrei e meu coração ao mesmo tempo em que disparou, doeu com as lembranças. As fotos nos portas retratos ainda no mesmo lugar, um pouco empoeiradas, mas ainda ali. Observei mais de perto, tendo que abrir as janelas para que a luz do dia iluminasse o lugar. Peguei um porta retrato onde havia apenas Miles sozinho, ainda muito bebê. Outra onde havia meus pais no dia do casamento deles e outra onde tinha eu em minha formatura do ensino médio. A ultima daquela cômoda era uma com minha mãe e Miles, parece que eles brincavam no parquinho. Os dois estavam no balanço. Ele já estava maior, talvez dois ou três anos, um pouco antes de chegar ao cativeiro. Observei seu sorriso infantil, guardando em minha memória onde eu mal conseguia lembrar de tal ato seu, assim como o de minha mãe. Permaneci ali por algumas horas, vendo, guardando algumas coisas em caixas. Inebriada naquela bolha enorme de lembranças que eu havia criado.

Xxxxxx

Uma semana depois...

OLIVER

Seus lábios tocavam meu pescoço, seu corpo se encaixava perfeitamente ao meu e minhas mãos a tocavam ávidas e carinhosamente. Cada pedacinho, sentindo cada textura macia. Completamente inebriado com seu cheiro doce, passeei com o nariz, trilhando um caminho por seu pescoço, descendo até o vale entre os seios, enquanto suas mãos se agarravam firmemente em meus cabelos, dando leves e urgentes puxadas. Uma de minhas mãos escorregou até sua coxa e a apertou com vontade.

–Eu amo você. – congelei, abri os olhos procurando pelos dela. O som tinha soado exatamente como naquele dia, como na primeira vez que ela tinha me dito. Eram musicas para os meus ouvidos.

Senti o chão frio abaixo de mim e abri os olhos imediatamente, observei o lençol da cama todo bagunçado e constatei que eu havia caído da mesma. Meu corpo formigava, fechei os olhos ainda sentindo o toque de seus lábios, o som de suas palavras em meu ouvido. Me levantei e caminhei até a grande janela de meu quarto e abri as cortinas até o limite, olhando ao longe a cidade. Ergui os olhos, parando para observar o céu em seu forte azul escuro, brilhando com as estrelas e a lua que naquela noite estava cheia. Sorri, notando o quanto na ultima semana isso tinha se tornado freqüente, eu simplesmente olhar para a lua enquanto pensava em Felicity, pensando no que ela estaria fazendo nesse momento, dormindo ou apenas olhando para a lua assim como eu e pensando no que eu estava fazendo.

Ela não havia feito qualquer contato, apenas Diggle me mandou uma rápida mensagem há dois dias me falando que estava tudo bem. Só isso, apenas as palavras “estamos bem” nada mais. Cada dia era mais difícil, o que me fazia distrair um pouco era o tempo em que eu estava passando com minha mãe e Thea, apreciando o quão ótimo era ter novamente as duas comigo, de uma forma que eu não tinha nem mesmo antes, uma vez que eu me ocupava apenas em festas, amigos, mulheres. Tenho que agradecer Felicity por isso quando ela voltar.

Quando ela voltar... Anseio por isso mais a cada dia e sempre quando chega a noite e o desejo por sua volta, devido aos sonhos, se torna insuportável eu apenas fico observando a lua e me lembrando de todas as vezes em que fizemos isso juntos, como se isso nos impedisse de estar completamente afastados, como se observar a lua fosse um habito que nos ligasse mesmo que inconscientemente, impedindo que nos perdêssemos completamente um do outro. Como uma promessa de reencontro.

FELICITY

Não sei bem quando foi que adquiri esse habito de ficar olhando para a lua quando não consigo dormir, o que acontece todas as noites, sempre que sonho com Oliver. Sempre que relembro de seus toques e beijos, da primeira noite que passamos juntos e também das vezes em que ficamos olhando a lua lá em cima e perguntávamos um para o outro em quem estávamos pensando. Ironicamente agora eu diria estar pensando nele, em nós. Talvez tenha sido já na primeira noite que comecei a fazer isso, a saudades apertava dentro de mim e isso refletia nos sonhos.

Logo depois eu me arrasto até a janela do hotel e fico pensando em como Oliver está, se consegue dormir perfeitamente a noite ou se olha para a lua também, lembrando-se de nós dois fazendo isso, assim como eu me lembro.

(...)

Pego meu celular tocando ao meu lado e me levanto rapidamente enquanto atendo.

–Dig?

–Felicity, queria saber se quer ir comigo visitar Roy.

–O que? Claro! – chuto os lençóis e corro até o banheiro. – Vou me arrumar.

–Tudo bem, em meia hora chego ai.

E em meia hora eu estava pronta e ansiosa, praticamente corri para fora quando Diggle chegou. Entrei no carro e coloquei o cinto. No meio do caminho decidi perguntar a ele o que eu estava me segurando para perguntar nos últimos dois dias.

–John... Você soube do Oliver?

Um sorriso aparece em seus lábios e por um momento ele divide o olhar entre mim e o caminho.

–Não muito, mas ele está bem. Dei noticias, disse que nós estamos bem. Mas parece que a imagem de vocês continua sendo mencionada nos jornais.

Levo as mãos ao rosto sentindo-o esquentar.

–Ainda não acredito que toda aquela cena apareceu em toda a cidade.

–Bem, foi uma coisa meio inédita uma garota fazer Oliver Queen correr feito louco pelo aeroporto.

Sorrio me lembrando daquele dia.

–É... Acho que foi.

–Não se preocupe, logo vamos achar Levi e seja como for se você quiser pode voltar para Starling.

Sorrio com a idéia. Acho que tenho uma idealização de sonho, uma melhor do que antes e infelizmente também distante. Meu sonho de alguns meses atrás era apenas encontrar Miles, agora eu o mudei. Quero encontrar Miles, dar uma vida para ele e também voltar para Starling e ficar ao lado de Oliver, porque eu... O amo. Quando disse essas palavras a ele eu nunca tive tanta certeza do que estava dizendo em toda minha vida. Como se o sentimento estivesse ali o tempo todo e apenas se solidificou quando eu pronunciei as palavras para expressa-lo, ainda que elas não fossem o suficiente para expressar por completo.

Chegamos em frente á pequena casa de Roy, nós mal paramos e ele já abre a porta, provavelmente estava nos esperando.

–Roy! – digo animado, quando saio do carro e chego até ele parado na porta. Roy abre os braços para que eu possa abraçá-lo e eu o faço com força. Tento ignorar a visão de sua perna ainda com a bota ortopédica, para que todas as lembranças do que houve não voltem novamente, mas é quase impossível. O som do tiro ainda soa em meus ouvidos, por isso procuro focar em seu rosto.

–Olá, Felicity. – ouço sua voz dizer, enquanto ele me abraçada igualmente firme.

–Desculpe não ter vindo antes. – falo, me separando dele. – Está tudo uma bagunça. Como você está?

–Eu entendo. – responde com um sorriso e então cumprimenta John. –Estou ótimo, vou tirar isso em alguns dias e vou poder voltar a ativa. – conta contente. -Como vocês estão? Como está a investigação? E você Felicity? John me contou que...

Diggle pigarreia parecendo meio desesperado e da um olhar significativo para Roy que desconversa.

–Quer dizer... Nada, entrem.

Entro, mas ainda o olho desconfiada.

–John te contou o que?

–Nada, nadinha.

–Roy!

–Tudo bem.

John o olha como se implorasse para não contar.

–Desculpe, olha só como ela olha pra mim. – gesticula em minha direção e eu sorrio. –John me contou sobre o tal de Oliver.

–O tal de Oliver? – levanto uma sobrancelha e me viro para Dig. –O que ele contou exatamente?

Sinto meu celular vibrar em minha bolsa e logo vem o barulho do toque, procuro por ele e paraliso ao ver o nome no visor.

–Felicity, não. – diz John.

Olho para ele e para o celular, sem saber o que fazer.

–John... Pode ser importante, eu disse a ele sobre os riscos de me ligar e se ele o está fazendo talvez seja porque algo aconteceu. Por favor.

–Felicity, você sabe que eu não queria estar te pedindo para não fazer isso, mas é por segurança.

–Não tem ninguém aqui. – sussurro. –E posso te garantir que se conseguiram me grampear uma vez, eles não terão uma segunda chance, não com o programa que baixei. Eles deveriam temer fazer isso na verdade. John, só dessa vez.

Ele parece pensar por um segundo, o maior segundo da minha vida.

–Tudo bem.

Ele mal termina de concordar e eu já clico em atender, me afasto alguns passos em busca de um pouco de privacidade, quando os dois grandões ali ficam me encarando.

–Oliver! – meu coração dispara em ansiedade.

O outro lado da linha permanece mudo por alguns segundos e então a ligação é encerrada. Olho confusa para o celular e espero que ele ligue novamente. Clico para retornar, mas cai na caixa postal. Me viro para Diggle e ele parece tão confuso quanto eu.

(...)

A tarde com Roy foi agradável, apesar de eu não conseguir tirar Oliver da cabeça depois de sua ligação e pedir para Waller mandar um agente de Starling checá-lo. Mas foi bom rever um velho amigo para variar, ao chegar em meu quarto no hotel vou direto para o computador e passo mais uma hora rastreando Levi. Depois de não obter resultado resolvi tomar um banho e descansar.

Depois de sair do chuveiro chegou o serviço de quarto que eu havia pedido. Encarei meu enorme pedaço de lasanha sem ter vontade nenhuma de comer, suspirei pesadamente enquanto olhei meu celular e meus pensamentos viajaram novamente para Oliver e sua ligação.

Resmunguei comigo mesma. Estava tão confusa e cansada, apertei os olhos com os dedos e ao abri-los fitei o frigobar próximo a mim. Caminhei até ele e o abri, em duvida se pegava a garrafa de uísque ou tequila. Haviam outras misturadas, mas eu não queria sair por ai e acabar dormindo no banco da praça depois de aprontar um monte pela cidade, ou ir presa... Ou acabar me casando. Apesar disso opto por pegar as duas garrafas.

Nossa, será que eles sempre colocam tantas bebidas assim no frigobar? Talvez pensassem que uma alcoólatra ia se hospedar aqui. Que exagero, tem muitas outras coisas ali dentro, incrível isso ser tão pequeno e caber tantas coisas.

Não sei bem o momento em que me encontrei sentada no sofá tendo bebido ja quase a metade das duas garrafas e encarando meu celular a minha frente como se pudesse resolver todos os problemas com o ato. Tomei mais um gole considerável de uma das garrafas que pelo gosto pude identificar como a de tequila. O liquido desceu queimando, mas tendo bebido já a metade não me importei muito, quase não fazia mais careta. Eu não era muito de fazer isso, na verdade era a primeira vez que eu tentava “Afogar” os problemas, uma vez não me mataria, certo? Está na hora de ser uma pessoa normal para variar.

Talvez ele ligasse de novo não é? Talvez tudo estivesse bem e ele apenas queria... Falar comigo. Eu devia ligar? Talvez fosse perigoso, mas a curiosidade e a saudades estão me matando, preciso fazer isso. – estico a mão para pegar o aparelho, mas recuo novamente. – pode ser perigoso, ou não já que eu baixei o programa e... Ai, que se dane, preciso ligar para ele e saber das coisas por mim mesma, preciso ouvir sua voz, apenas preciso acalmar esse monstro da saudade que já está me matando por dentro. E se passou apenas uma semana, como seria se isso durasse meses e meses?

Pego o celular e rapidamente disco o numero de Oliver. O aparelho toca algumas vezes e enquanto isso tomo outro gole de uma das garrafas, a chamada é atendida, mas nada é dito. Novamente ouço apenas a sua respiração do outro lado e penso se devo falar algo. Abro a boca para dizer, mas minha língua aprece pesada e as coisas a minha volta giram um pouco, mesmo eu estando sentada. Claro Felicity, você não é acostumada a beber e do nada resolve dar uma doida alcoólatra, obviamente vai passar mal. Gemo só de pensar na ressaca que terei no dia seguinte, mas ainda assim meu pensamento parece retardado em relação a isso, voltando-se para Oliver no telefone.

–Oi. – falo.

–Não pensei que fosse real. – ouço sua voz arrastada dizer. Espera, arrastada?

Rio exageradamente, depois de raciocinar o que ele havia dito, como assim não pensou que fosse real?

–Como assim? – percebo minha voz tão arrastada quanto a dele e isso me faz rir mais um pouco.

–A-Achei que fosse outra pessoa e minha mente embriagada estivesse vendo seu nome no celular.

–Está bêbado, Queen?

–Você também esta, Loira. – responde. E nós dois rimos.

Porque bêbados tendem a rir de coisas o tempo todo, mesmo que não sejam engraçadas? É uma coisa para se pensar. Incrível como minha mente não para de pensar um minuto mesmo bêbada, afinal, não era esse que deveria ter o efeito da bebida alcoólica? As pessoas bêbadas bebiam para esquecer algo não? Para pararem de pensar. Parece que até nisso eu tenho efeito contrário.

–Porque estamos bêbados? – pergunto, a voz sussurrada e arrastada. Minha língua parecia se enrolar nela mesma e em meus dentes. Pesada, minha cabeça pesava e eu sabia que não demoraria muito até eu pegar no sono.

–Eu não sei, porque estamos bêbados? – sua voz assim como a minha saiu sussurrada e arrastada, mas teve um tom a mais, um tom que me fez lembrar novamente da noite que tivemos juntos.

Meus pelos se arrepiaram e tomei uma longa e profunda respiração. Fechei os olhos e lamentei não poder sentir seu cheiro também. No momento eu tinha a voz, mas não havia nem o rosto ou o cheiro. Eu poderia ter pego uma camisa sua e tirado uma fotografia nossa, eu devia ter feito isso não?

–Porque quer uma camisa minha e uma fotografia, Felicity? – Oliver pergunta e eu amaldiçôo novamente minha boca sem filtro que provavelmente pela bebedeira ficaria muito pior.

–Porque eu queria dormir sentindo seu cheiro e queira poder ver você. – confesso. Minha voz não sai mais risonha e com um tom bêbado, ainda arrastada, mas era como se eu apenas tivesse a mordido.

–Sonho com aquele dia, ele fica passando repetidas vezes em minha cabeça. – diz Oliver e franzo o cenho, forçando minha mente a raciocinar o que ele diz e compreender. –É como se eu estivesse sentindo você comigo novamente e tudo o que eu quero é ficar no sonho pra sempre, odeio acordar e perceber que não estamos juntos.

–Eu também. Me desculpe por estar tendo que ser assim, eu queria...

–Felicity. – Oliver me interrompe.

–Sim?

–Eu estou quase dormindo, já estou bêbado a algum tempo.

–Está?

–Sim.

–E você... Bebeu sozinho? Não que você tenha que responder, já que não temos nada oficial realmente, mas não que não temos também, ou não que eu não queria ter, mas eu bebi. O que também não significa que só porque eu bebi sozinha você também teria que beber, o que eu quero dizer é...

–Se eu bebi com alguma loira gostosa e fingi que fosse você?

–Minha mente não tinha ido tão longe. – murmuro.

–Não, eu não o fiz.

–Ah.

–Como eu disse... Estou quase dormindo, o que é um saco. Queria poder passar as próximas horas falando com você. Quero você de volta. Pode cantar pra mim?

–Cantar?

–Sim, eu queria dormir ouvindo sua voz.

–Não se pede para uma pessoa bêbada cantar. Eu não me lembro de musica alguma agora e provavelmente não conseguira cantar qualquer letra. Você acabaria tendo pesadelos.

O outro lado da linha fica muda e me pergunto se ele já dormiu. Respiro fundo e penso um pouco.

–Tem essa história que eu contava frequentemente ao meu irmão, ele adorava. Quer ouvir?

–Eu adoraria. – responde.

–Espere um pouco.

Olho para a garrafa ao meu lado e a fecho, fazendo o mesmo com a outra. Me levanto do sofá e vou até a janela, dando uma breve olhada para a lua antes de fechar acortina e correr até o quarto, onde posicionei travesseiros ao meu lado e deitei, abraçando-os.

–Bem. – comecei. – Era uma vez três irmãos que andavam por uma estrada tortuosa á meia noite. – sorrio me lembrando de como Miles não gostava quando eu contava “ao anoitecer” e sim “ a meia-noite”. - A certa altura, os irmão chegaram em um rio muito fundo para atravessar a pé e muito perigoso para atravessar a nado. Mas, esses irmãos eram dotados em magia, então apenas balançaram suas varinhas e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas. Estavam em meio dela, quando foram bloqueados por uma figura encapuzada. Era a morte. E ela falou...

Continuei a história até a parte em que a morte dava relíquias aos irmãos, então me entreguei ao meu próprio sono, pensando que no dia seguinte quando eu acordasse faria de tudo para encontrar Levi o mais rápido possível e voltar para o lugar onde eu pertencia, onde eu queria e precisava estar: Nos braços de Oliver.


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Notas finais do capítulo

Eaeee gostaram? Gente relaxa que a tortura da separação dura muito não okay kkk aguentem ai, alias, estamos cada vez mais perto de saber o que afinal aconteceu com Miles, paciência kkkk.
Bem, comentem e digam o que acharam, o próximo capitulo provavelmente sai terça ou quarta okay, bjss e ai vai os trechos:

"-O que fazia?
—Damian Darhk me mandou. – responde despreocupadamente, se acomodando mais a cadeira.
—Para fazer o que?
Axel se endireita na cadeira e olha pelo vidro e sinto como se o vidro não existisse, como se ele estivesse olhando diretamente para mim, pois meus olhos encontram bem os dele, como se realmente soubesse que eu estava ali.
—Para atrair Felicity Smaok pra cá."

"-Temo que o Sr.Smoak esteja planejando uma fuga."

"Me viro e caminho para fora do local, pegando meu celular e discando o número de Oliver. Chama algumas vezes até ele enfim me atender.
—Oliver! – minha voz sai em um tom desesperado.
—Felicity? Aconteceu alguma coisa?
Me sinto mal por ligar para ele, pela primeira vez sóbria, e o assunto ser pedir um favor dessa dimensão.
—Preciso de um favor."

"-Oliver... – sussurra.
Enfim deixo que o sorriso se forme em meus lábios e consigo me mover, caminhando devagar até ela, ainda com medo de que fosse mentira. Me aproximo o máximo que posso e levanto uma mão em direção ao seu rosto, tocando com minha palma sua bochecha macia. Felicity fecha os olhos e deita levemente a cabeça em minha mão como se apreciasse o toque. Uma única lágrima escorre por sua bochecha e sinto suas mãos segurarem cada lado da camisa em minha cintura. Apertando o tecido fortemente, sorrio quando ela abre novamente os olhos.
—Você esta aqui. "

P.S.: Minha amiga pediu por favor para que eu divulgasse aqui o primeiro video do canal dela no youtube, seria legal vocês passarem para dar uma olhada, bjsss.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=gTN9zepdqdg&feature=youtu.be



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