A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 27
Capitulo 26 - A princesa das ondas




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O mar continuava a sua viagem tranquilo e sereno, através do seu leito misterioso. As ondas espumosas e brincalhonas batiam suavemente no areal já aquecido pela estrela maior. Aqui e ali alguns peixinhos brilhantes saltavam fora da água para vislumbrar o firmamento azul. Albafica de Peixes continuava sentado na rocha brincando com uma linda rosa vermelha entre os seus dedos, a brisa dançava delicadamente com os seus lindos cabelos marinhos. As águas cristalinas refletiam docemente o seu belo e imponente reflexo.

Num repente maravilhoso, um poderoso e ternurento cosmo surgiu vindo das profundezas mágicas do imenso oceano encantado. Uma figura nadava em direção à praia em perfeita e impressionante sintonia com as águas. As ondas floreavam divertidas naquele corpo como se fizessem parte dele.

– A quem pertence este cosmo? – Questionou o cavaleiro absorvido por tanta delicadeza. – Que energia magnífica! – Murmurou saboreando cada doce momento.

O misterioso ser marinho aproximou-se cada vez mais do areal macio. Por fim os seus pequenos pés encontraram terra firme e quente. Sacudiu o seu lindo cabelo castanho completamente molhado do seu delicado rosto, aí Albafica pôde ver com clara nitidez que a recém-chegada era uma rapariga.

– As sereias não existem. Existem? – Perguntou o Dourado impressionado e confuso.

A jovem olhou com ternura para o oceano. Recortado na água límpida estava um belo golfinho prateado que acompanhara a nata nadadora na sua travessia.

– Vai Ariel! Eu irei mais tarde. Adeus! – Despediu-se a menina, lançando um amoroso beijo a sua companheira do Oceano. Ariel sorriu e mergulhou nas profundezas encantadas do mar reluzente.

A menina trajava um prático vestido cor-de-rosa decorado com pequenas florzinhas brancas, um bonito laço igualmente Cor-de-rosa destacava a sua fina cintura. O seu cabelo era suave e liso equiparando à pura seda de um castanho muito brilhante, atado elegantemente com uma fita da mesma cor da sua roupa. Os seus olhos eram de um azul tão profundo como o próprio mar.

– Bem, agora tenho que encontrar a entrada para o santuário de Atena. – Disse a menina começando a caminhar. – Parece que as lutas já terminaram. – Constatou com preocupação. – Tenho que ser rápida! – Disse ela começando a correr.

Ao ver a rapariga começar a correr em direção à entrada do santuário Albafica saltou com leveza da rocha e barrou o seu caminho.

– Lamento, mas não te posso deixar prosseguir em frente! – Afirmou o dourado determinado.

– Mas como alguém pode reunir tanta beleza! – Exclamou a jovem observando o cavaleiro. – Que belo! – A rapariga tentou abanar a sua cabeça para se abstrair daquela aparência fenomenal – Desculpa, cavaleiro Albafica de Peixes, mas não serás tu que me vai impedir de concretizar a minha missão. – Disse a menina de forma decidida.

– Quem és tu? – Esta pergunta irrompeu pelos finos lábios do dourado sem ele conseguir evitar.

– Eu sou a ninfa Lúccia, princesa dos mares e filha do Deus Neptuno. – Respondeu Lúccia. – Albafica eu não quero lutar contigo mas se insistires em não me deixares passar eu não tenho outra opção. – Disse ela calmamente.

– Apesar de eu conseguir compreender que o teu coração não é sombrio não te posso deixar prosseguir. Se pretendes seguir em frente tens que passar por mim. – Assegurou categoricamente o cavaleiro de Peixes. Albafica não queria combater com alguém tão delicado e tão frágil, todavia a sua posição de cavaleiro de Ouro não lhe permitia dar abébias a ninguém.

– Certo então prepara-te. Eu não vou facilitar. – Avisou Lúccia elevando o seu poderoso cosmo, banhado com a frescura oceânica. – Como poderei eu lutar contra alguém tão belo e perfeito?

O coração do cavaleiro contorceu-se dolorosamente, ele não queria lutar com a Ninfa mas não tinha outra saída. Um outro cosmo fez a sua aparição no areal silencioso, porém o cosmo do dourado era bem mais agressivo do que o da Princesa do Mar.

– Dança do Arco-íris! – Gritou Lúccia esticando uma das suas delicadas mãos. Uma luminosa rabanada de vento projetou o dourado contra as afiadas rochas marítimas. – Afoga-te nas sete poderosas cores do Arco-íris! – A explosão de cor foi de tal forma intensa que Albafica teve que cobrir o seu bonito rosto com as suas mãos para evitar ficar cego.

– Que ataque tão fatal! – Disse o cavaleiro colocando-se de pé com dificuldade.

– O seu rosto já está ferido! – Pensou a ninfa com tristeza, observando um fio de sangue escarlate brotar do rosto do seu oponente. – Deixa-me passar cavaleiro eu não te quero ferir mais. – Pediu Lúccia aproximando do dourado.

– Não te aproximes de mim! – Gritou Albafica saltando para fora do alcance da jovem Princesa. Mesmo sendo uma inimiga ele não iria permitir que ela morresse envenenada pelo seu amaldiçoado sangue.

– Mas… – Principiou Lúccia, no entanto a sua atenção foi desviada por uma bela rosa que apareceu na mão do dourado. – Esta rosa é tão bela como o seu cavaleiro! Mas que segredos ela esconde?

– Esta luta acaba aqui, Lúccia. Recebe a fragância das minhas rosas. Rosas diabólicas reais! – Bramiu Albafica. Várias rosas voaram triunfantemente das mãos do cavaleiro. O ar ficou imerso num perfume delicado e perigoso. – Aguarda tranquila a morte que te chama através do veneno das minhas rosas. – Disse Albafica com profundo pesar.

– Cúpula de água cristalina! – Gritou a ninfa nos limites das suas forças. Uma brilhante cúpula de água envolveu-a, protegendo-a do fatal perfume das lindas flores. O vermelho carmesim das rosas dissipou-se dando lugar ao azul profundo da água protectora de Lúccia. – Nesta defesa estão reunidas todas as forças marítimas, nada a pode transpor cavaleiro. – Explicou a jovem olhando para o belo rosto confuso de Albafica.

O dourado ficou ainda mais impressionado com as habilidades e qualidades da sua adversária. Ele estava curioso, queria saber mais a seu respeito. Queria saber os seus verdadeiros motivos para ter vindo aquele santuário tão longe de sua casa.

– Lúccia, talvez seja grande o meu atrevimento, mas gostaria de saber os verdadeiros motivos que te movem? – Arriscou Albafica esperançado.

– Bem, são bastante claros, eu estou aqui para terminar com a vida da Deusa Atena. – Esclareceu a ninfa.

– Recuso-me a acreditar que alguém com um cosmo tão bondoso e ternurento possa ter tais pensamentos e ideologias. – Garantiu o dourado, observando aquele rosto repleto de doçura e beleza.

– As aparências eludem Albafica. – Disse Lúccia, segura das suas convicções.

Os olhos dos dois combatentes cruzaram-se num momento de cumplicidade maravilhosa. Algo para além daquele injusto combate ligava os seus espíritos.

– Bem, chega! – Exclamou Albafica quebrando aquele fascinante e lindo momento.

– Sim chega! – Assentiu a Princesa dos Mares energicamente.

Com um novo elevar de cosmo Albafica fez aparecer na sua mão uma bela e mortal rosa negra. Por seu turno, Lúccia invocou um brilhante e afiado Coral prateado.

– Nada escapa aos espinhos cortantes das minhas guerreiras negras. Rosa piranha! – Gritou Albafica lançando várias Rosas Piranhas contra a ninfa.

– Não penses que será assim tão fácil! – Exclamou Lúccia, porém algumas rosas já lhe desfiguravam o rosto bonito e carinhoso. Outras cortavam os seus braços e as suas pernas. O seu divino e puro sangue manchava com dignidade o areal beijado pelo mar. – Não eu não posso perder – Praguejou ela caindo ao chão. – Coral da Corrente do Norte! – Gritou ela atirando vários corais prateados contra as adagas negras do cavaleiro. Os ataques anularam-se num lindo cenário de luz e escuridão. Alguns dos afiados corais ainda rasgaram a pele do dourado que agora também sangrava abundantemente.

Os dois oponentes jaziam deitados na areia aquecida pelo sol, recebendo os deliciosos beijos da inigualável maresia. Lágrimas de prata e sal cobriam ambos os rostos manchados de sangue tristemente derramado. Os seus corações batiam descompassadamente afundando-se naquele desespero carmesim.

A filha do Deus Neptuno rastejou corajosamente até ficar a escassos milímetros do cavaleiro. Os seus olhares voltaram a cruzar-se unindo-se de forma perfeita como o mar e o distante céu azul.

– Albafica. – Murmurou ofegante a Princesa tentando alcançar a mão do dourado.

– Não me toques afasta-te de mim! – Arquejou Albafica com dificuldade esforçando-se por se manter o mais longe possível da linda ninfa. – Uma única gota do meu sangue roubar-te-á a vida num ápice doloroso. – Explicou o defensor do Décimo Segundo templo.

– Eu já suspeitava disso. – Admitiu Lúccia de forma compreensiva. – Contudo, a tua preocupação é indispensável. O meu sangue possui propriedades divinas, logo torna-se mais forte do que o teu veneno, fica tranquilo. – Explicou ela serenamente.

Apesar de Albafica estar gravemente ferido a alegria á muito perdida e esquecida iluminou o seu espírito solitário e triste. Finalmente encontrara alguém para quem o seu sangue não era fatal. Tudo aquilo era maravilhoso até mesmo surreal, porém, ambos tinham plena consciência que existia um vasto oceano de ideologias e deveres a separá-los.

A mesma decisão surgiu em simultâneo nas suas almas. Duas flores apareceram nas mãos trémulas dos dois oponentes. Os seus cosmos quentes e poderosos cruzaram a linha que une o céu e o mar.

Qual o poder destas flores? Serão os sentimentos mais fortes do que os Deuses? Irá Albafica pela primeira vez sucumbir ao caloroso carinho humano?


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