A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 26
Capitulo 25 - Lealdade




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O imponente dragão cruzou a linha imaginária do tempo, transpassou a esfera cíclica do espaço, mergulhou nos oceanos mais profundos, planou sobre o universo estelar, quebrou a brecha entre a vida e a morte, tudo isto para vir em auxílio do seu adorado e precioso aluno.

– Mestre! – Murmurou Dokho, fechando os olhos devido ao brilho intenso das lindas escamas brancas da criatura sagrada.

– Dokho, meu jovem, a lealdade dos seres humanos está em constante prova, prova essa que deve ser contornada através da coragem, honra e dignidade. Em todas as passagens temporais, tentações sedutoras e apetecíveis tentam penetrar o coração, mente e espírito com bastante perícia e destreza. – O sábio mestre olhava o seu discípulo com doçura e carinho, não o recriminando, porém tentava guiá-lo de novo ao caminho da sensatez e da lealdade.

– Mestre, eu sinto-me tão envergonhado pela minha atitude. Sinto desprezo por mim, pelo meu sujo coração e pela minha alma submissa a tentações que quase me desviaram do caminho que tanto tempo levámos a construir. – As lágrimas escorriam em torrente pelo juvenil rosto do cavaleiro. – Talvez eu não seja digno desta armadura lendária. Talvez eu não seja digno do incondicional amor da Deusa Atena. Mestre o que é que eu fui fazer? Perdoe-me! – O desgosto, o arrependimento e a vergonha afogavam mortalmente o jovem dourado nas suas profundezas traiçoeiras e geladas.

–Dokho, quando te sentires a ser puxado para o mundo das trevas e da falsidade, onde o caminho mais fácil nunca é o mais certo, procura-te aqui, aqui no teu nobre e puro coração, ele te dará a luz para não caíres no abismo escuro da tentação. – Aconselhou o reluzente dragão. – Em relação ao perdão que me suplicas, eu não te posso perdoar enquanto tu não te perdoares, meu querido discípulo.- A imagem do sábio mestre desvanecia-se aos poucos numa cortina de carinho e conforto. – Dokho segue a luz do teu coração e tudo correrá pelo melhor, coragem!

– Mestre! Não me abandone! Não me deixe aqui, eu sozinho não consigo! – Dokho chorava mais do que nunca.

– A luz do teu coração! – Ecoou a voz profunda e sábia voz do dragão quase consumida pelo tempo e pela emoção, finalmente desaparecendo atrás dos muros inteligentes da sabedoria.

Diana caminhava ansiosa de um lado para o outro, olhando o dourado de balança aprisionado na lua cheia, esperando uma resposta que tardava a surgir.

Dokho imerso em pensamentos e lembranças recordava com pesar os seus dias calorosos e felizes da sua preciosa infância. Recordava todos os puros e nobres ensinamentos que o seu amado mestre lhe incutira com tanto empenho e dedicação. Vagueava pelo árduo treino que o tornou um dos homens mais poderosos e justos que caminha sobre a terra. Um cosmo muito quente e repleto de amor veio carinhosamente abraçar o espírito desesperado do cavaleiro de Balança.

– Atena! – Murmurou o dourado reconhecendo aquele cosmo sem igual.

– Dokho, eu nunca duvidei da tua lealdade. É esse forte laço de lealdade que vos distingue de todos os restantes humanos. É essa lealdade que nos une nos momentos mais críticos e complicados. A tua lealdade jamais pode ser abalada por maus pensamentos, coragem Dokho, acredita em ti, eu acredito. – Atena falava docemente tentando impulsionar o dourado de novo para a luta.

– Sim, eu não vou fraquejar! Obrigado Atena, Obrigado Mestre! – Disse decididamente o jovem de Balança. – Vamos lá meu cosmo, encontra de novo a luz.

A deusa da Lua sentia com temor o poderoso cosmo do cavaleiro emergir radiante das suas profundezas luminosas e cheias de calor.

– Diana! – Chamou o cavaleiro. – Eu tenho uma resposta para te dar. Lamento mas creio que não é a que desejas ouvir. Jamais quebrarei o poderoso laço de lealdade e amizade que me liga à Deusa Atena e a este Santuário.

– Se é assim não me resta outra opção cavaleiro. – Disse Diana perigosamente. – Este ceptro punir-te-á pela tua estupidez e pela tua falta de gratidão. – Ameaçou a caçadora mostrando um fino e longo ceptro dourado que se materializara na sua mão esquerda.

– Não penses que será assim tão fácil derrotar-me Diana. Eu não vou perder! – Gritou o dourado elevando o seu cosmo.

No entanto, a deusa já agitara o seu divino ceptro. – Metamorfose do ceptro Lunar! – Bramiu. Uma brilhante luz saiu da ponta da arma de diana almejando Dokho com precisão. – Agora serás para todo o sempre o macaco que animará os meus dias de caça. – Um riso fino como um punhal cortou o ar da casa de Balança.

– Desculpa mas ainda não é desta que eu vou ser um macaco! – Disse Dokho protegido por um brilhante e resistente escudo, o escudo da armadura de Balança.

– Mas, como? – Perguntou a Deusa espantada com o sucedido.

– Eu explico com todo o prazer. Este é o sagrado escudo que está incorporado na minha armadura. Este escudo é o mais poderoso de todos aqueles que existem no mundo. Por esse motivo o teu ataque não me atingiu. – Afirmou Dokho orgulhoso da sua armadura.

A expressão marcada no rosto da Deusa da Lua era assustadora, demente, ameaçadora. Deu alguns paços até que ficou junto a reluzente prisão.

– Não te esqueças que ainda continuas encarcerado na minha armadilha, não tens saída cavaleiro. – Prenunciou em voz baixa e fria. – Serás transpassado pela minha seta.

Dokho invocou a sua cintilante e magnifica lança, lanço-a determinado contra a barreira que o aprisionava. A pressão exercida pela arma lendária foi suficiente para pulverizar em partículas a Lua Cheia.

– Não, a minha armadilha não! – Berrou Diana vendo Dokho livre da sua Lua Platinada. – Agora não escaparás aos meus desejos e à minha vontade cavaleiro! – Exclamou Diana obstinada, agitando novamente o seu ceptro dourado.

Uma reluzente e fatal espada substitui a poderosa lança na mão defensora do cavaleiro. Dokho avançou em direcção à sua adversária e cortou com firmeza o caprichoso ceptro da Deusa.

– O mesmo golpe não funciona duas vezes contra o mesmo cavaleiro! – Disse o dourado elevando o seu cosmo. – Agora é a minha vez prepara-te para saboreares a lealdade de Dokho de Balança!

Porém, Diana era bastante teimosa e persistente, detestava perder em todos os sentidos. Enlouquecida pelo ódio, raiva e desejo preparou uma nova seta e lançou odiosamente contra o seu oponente.

– Nesta seta estão inscritos todos os sentimentos que nutro por ti, Dokho de Balança. Morrerás consumido pelos meus sentimentos. – Garantiu a Deusa da caça, puxando a corda que traçaria o destino do cavaleiro.

Todavia, a seta não encontrou na sua trajectória magnífica o corpo do jovem dourado, por outro lado, embateu contra a superfície polida e dourada do escudo que já protegera Dokho.

– Nunca pensei que caísses duas vezes no mesmo erro Diana. Já chega, agora diz Adeus! – Um enorme cosmo planou sobre a imensidão estelar. – Voa meu cosmo voa, nas belas asas da lealdade! Cólera dos cem dragões!

Uma centena de dragões cósmicos planaram em direcção à Deusa da Lua a uma velocidade impressionante, conduzindo-a até ao mundo espiritual. Por fim, Diana caiu desamparada no chão da casa do equilíbrio segurando ainda com firmeza o seu fiel arco junto ao seu corpo ferido e manchado de sangue.

– Talvez o caminho do amor seja demasiado complicado para mim. Obrigado por me teres ensinado isso cavaleiro, Dokho de Balança. – Disse Diana mergulhando finalmente nas profundezas da morte.

– Espero que quando voltares a reencarnar neste mundo consigas ser feliz e consigas igualmente encontrar o verdadeiro amor. – Murmurou Dokho sentando-se junto ao pilar que ainda tinha a seta cravejada.

O areal era delicadamente beijado pela bela e doce espuma das ondas do oceano. Albafica estava sentado numa rocha decorada com vários corais coloridos. O sol brilhava intensamente unindo-se num abraço perfeito com as claras e sonhadoras águas do mar. O cavaleiro estava muito bem inserido naquela paisagem fantástica e fantasiosa, parecendo ter sido ali pintado propositadamente devido à sua beleza que rivaliza perfeitamente com a praia.

Quem será o inimigo do dourado? Será mesmo um inimigo? Quais as surpresas que o próximo combate nos reservam?


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