A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 20
Capitulo 19 - O murchar da lótus




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Os seus lindos cabelos de ouro dançavam elegantemente ao sabor da tranquila brisa madrugadora. Continuava a serpentear imperturbavelmente entre as moradas daqueles heróis que já haviam deixado o mundo da luz, como se buscasse algo de muito importante neles. O poder que emanava daquele homem era algo nunca antes sentido, nunca antes visto, nunca antes descrito, qual é afinal a dimensão do misterioso e arrebatador poder de Asmita de Virgem?

Num outro plano, perto das enormes árvores que circundavam o cemitério encontrava-se um homem de aparência calma, serena em perfeita sintonia com a serenidade da madrugada e do próprio local, embora as suas expressões corporais e faciais demostrassem uma certa presunção, na sua cabeça de longos cabelos prateados uma nobre coroa adornada com diamantes estava pousada. Este misterioso homem olhava Asmita com toda a sua atenção, como se visse para além do seu corpo, como se visse o seu coração, e a sua alma.

– Não te atrevas a dar um único passo que seja neste terreno sagrado! – Murmurou o Virgem apercebendo-se da presença mal escondida do seu oponente. – As consequências de tal imprudente acto poderão custar-te a vida.

– Boa noite Asmita! – Saudou pomposamente o homem. – Obrigado pelo aviso, porém prefiro arriscar!

O homem cruzou impiedosamente a distância que o separava dos túmulos brancos como a neve. O poder que saía do interior daquele sujeito equiparava o de Asmita, em intensidade e perigosidade.

– Afinal quem és tu? – Perguntou Asmita, elevando-se no ar, ficando a levitar como se fosse uma leve pétala de uma linda lótus. – Que cosmo tão poderoso! – Pensou o cavaleiro analisando o seu suposto oponente.

– Faz uma vénia ao Imperador Július meu caríssimo súbdito! – Foi a pomposa resposta dada pelo homem.

– Tenho certas dúvidas em relação a quem fará uma vénia, meu caro Imperador. – Disse calmamente Asmita.

– Tanta ousadia! Como te atreves seu insignificante! Eu exijo respeito! – O cosmo do Imperador oscilou perigosamente.

– A vida é demasiado curta para fazeres exigências. Faz-me um favor, vai embora e não perturbes a paz daqueles que dormem imersos nas suas proezas terrenas. – Afirmou Asmita apontando para os túmulos serenos, onde se avistavam gravados a ouro inúmeros nomes de Cavaleiros que outrora defenderam Atena.

– Asmita, Asmita há muito tempo que o teu poder é famoso no reino de Júpiter, conhecido por todos como “ O Homem mais próximo de Deus” ou ainda como, “ A reencarnação de Buda”. Tanta grandiosidade inscrita num único homem! Chegas a ser temido até pelos Deuses. Só quero que saibas que não me interessa dessas histórias fantasiadas, eu serei o teu oponente, eu serei o homem que fará com que Asmita de Virgem não passe de uma fraude! – Gritou o homem desprezando as qualidades e capacidades escondidas nas profundezas sofredoras do Dourado.

– Então se é assim, não me resta nenhuma opção. Vamos a isto que o tempo escasseia. – Disse Asmita expandindo o seu tremendo e brilhante cosmo.

– Tanta pressa para deixares de caminhar sobre o mundo dos vivos, Virgem? – Perguntou o Imperador elevando igualmente o seu imponente cosmo.

– A morte não me assusta, é só o começo de um novo ciclo. Todavia, a minha hora ainda não veio ao meu encontro a verdadeira e pura luz ainda não me atingiu. – Asmita respirou fundo. – Ohm! Rendição Divina! – O ataque lançado pelo Virgem estava envolto em uma poderosa força acrescida.

Um luminoso feicho em forma de lótus precipitou-se pelo ar a uma velocidade alucinante mirando com precisão o Imperador. A destruição provocada pelo poderoso ataque de Asmita foi algo impressionante, provavelmente a vida do Imperador já fora ceifada, mas…

– Invocação Celestial! – Gritou uma voz determinada vinda das profundezas do ataque do Cavaleiro. A Rendição Divina foi desviada a poucos ínfimos milímetros antes de tocar Július. Este estava impecavelmente protegido por uma fortíssima muralha de escudos brilhantes como o diamante.

Apesar de não deixar transparecer, o espanto e admiração estavam traçados no bonito rosto de Asmita. Aquele homem de facto era poderoso.

– Como é gratificante o sacrifício dos meus súbditos em prol do seu senhor, obrigado meu General! – Murmurou Július olhando para os céus. – A tua morte protegeu a minha insubstituível vida.

– Espero que um dia poças compreender o verdadeiro sentido da vida humana. – Prenunciou Asmita sabiamente.

– Não te iludas, eu já compreendo o sentido da vida, tudo se resume a mim, todos os outros não passam de servos que eu utilizo consoante as minhas necessidades! – Exclamou o Imperador com um sorriso de superioridade a brilhar no seu rosto.

– É por pessoas como tu que o mundo cada vez mais se afoga no caos, no desespero e no sofrimento. É por causa de existências malignas que o bem e o mal cada vez mais estão enlaçados por um fio muito apertado. É por fracas aparições de seres humanos como tu caminharem sobre a Terra que as lágrimas sufocam os sorrisos. É por guerras desonradas como esta que as trevas trancam a luz numa prisão fria e gelada de onde quase é impossível sair. – Asmita tremia ligeiramente, porém não desmontou a sua pose descontraída continuando a levitar imperturbavelmente.

– Que discurso tão comovente! – Respingou o Imperador. – Mas a minha opinião em nada mudou não me interessa das pessoas para nada. Cada um é o que é e ninguém pode alterar esse facto.

– Eu mudei o meu destino, logo, todos os outros o podem mudar. – Asmita elevou uma vez mais o seu gigantesco cosmo. – Invocação dos espíritos malignos!

O cenário ficou pesado imerso em sombras. Um número incalculável de demónios inferiores aliados a diversas ilusões caminharam agressivamente até Július que os observava com terror. Os espíritos rodearam o adversário de Asmita prontos a carrega-lo graciosamente até à beira da colina do mundo das almas.

– Invocação Celestial! – Bramiu Július quase num sufoco arrepiante.

Uma nova arma apareceu na mão direita do Imperador, desta vez a Gladius de Brutos veio em seu auxílio. A Gladius desfez os demónios invocados por Asmita como se de fumo apenas se tratassem.

– Agora é a minha vez, prepara-te! – O Imperador avançou erguendo a Gladius pronto a atirar impiedosamente Asmita no mundo inferior.

– Kahn! – Um imponente escudo de cosmo rodeou o Virgem em todos os ângulos, partindo a brilhante arma quando ela o atingiu.

– De facto essa defesa rivaliza com a lendária defesa do povo Romano. – Admitiu a custo Július. – Porém, eu irei penetrá-la, fica ciente disso!

– O Kahn é uma defesa inquebrável. Não sejas louco morrerás assim que nela tocares. – Avisou o dourado orgulhosamente.

– Isso é o que vamos ver! Invocação Celestial!

Uma nova e furtiva adaga veio ao chamado do Imperador.

Que poderosa arma é esta? Quantos mais poderes esconde o Imperador? Qual o destino do Cavaleiro mais próximo de Deus?


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