A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 2
Capitulo 1 - Sentimentos Espinhosos




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A alvorada tinha dado origem a uma manhã solarenga no santuário de Atena na Grécia. Era uma manhã como muitas outras. A rotina era sempre a mesma. Os cavaleiros de ouro treinavam arduamente preparando-se para uma eventual guerra. Os aprendizes de cavaleiro observavam com espanto e admiração a elite de Atena, sonhando um dia vir a ser como eles. As amazonas dedicavam-se igualmente ao treino para ficarem ao mesmo nível dos cavaleiros. Os servos limpavam, cozinhavam, arrumavam, costuravam, em fim, realizavam todo o tipo de tarefas domésticas para deixar o santuário sempre imaculado. Alguns perdiam a paciência em determinados templos e vociferavam frases como:

– Aquele Senhor Kardia de Escorpião faz sempre a mesma bagunça, roupa pelo chão, caroços de maçã por todo o lado é sempre a mesma coisa! Não tem juízo nenhum!

Ou ainda:

– Ai senhor Dokho é todos os dias a mesma situação! Parece que há festa todas as noites! E depois eu que limpe! Mas pronto é um cavaleiro muito jovem pode ser que mude com o tempo. Ou que o Senhor Shion o mude, vamos lá ver!

Os cavaleiros treinavam em duplas ajudando-se mutuamente para que o treino fosse o mais produtivo possível. Por exemplo: Dégel fazia dupla com Kardia, mas o escorpião sempre irritava profundamente o calmo e tranquilo aquário com as suas gracinhas infantis e a sua ausência de concentração. Shion e Dokho treinavam dedicadamente sorridentes e felizes. Regulos de Leão treinava com o seu tio Sísifo de Sagitário, o mais respeitado dos cavaleiros. Este ensinava ao jovem leão tudo o que ele precisava de saber sobre o cosmo e mais importante ainda sobre o coração das pessoas. Em fim, todos eles treinavam de forma atenta, empenhada e dedicada.

Contudo, num local pouco distante de onde os outros guerreiros treinavam, encontrava-se um homem sozinho observando o espeço em seu redor um tanto ou quanto perdido em pensamentos. Este homem era possuidor de uma beleza extrema, inimaginável, era o ser mais belo que habitava no santuário. Todavia, apesar de toda esta beleza o rosto do cavaleiro estava toldado pela tristeza, pelo sofrimento, pela angústia… mas nem assim a sua beleza era distorcida. Alguém se aproximou desta bela criatura e murmurou de forma triste e melancólica:

– Bom dia Albafica de Peixes. - Albafica sobressaltou-se e olhou em seu redor.

– Asmita de Virgem! - Exclamou percebendo quem estava a seu lado.

– Porque não estás a treinar com os outros?

– Sabes muito bem porquê! - Retorquiu Albafica

Albafica tinha sido amaldiçoado com a maldição de peixes. O seu sangue era tão venenoso que uma única gota mataria todos aqueles que o rodeassem. Então o belo cavaleiro vivia isolado de todos para que os seus amigos não corressem nenhum perigo. Decidira apenas ter a solidão como companheira. Mas tudo aquilo doía muito a Albafica e Asmita sabia bem disso.

– Todo esse sofrimento está a destruir-te a pouco e pouco Albafica.

– Não estou a sofrer! Foi uma decisão minha.

– Como alguém que está sempre sozinho pode-me dizer que não sofre? - Questionou Virgem incrédulo.

– Eu não estou sozinho, tenho as minhas rosas! - Falou Peixes impaciente.

Asmita esticou a mão tentando acariciar o ombro do companheiro, porém, este afastou-se repentinamente gritando:

– Não me toques e não te aproximes de mim!

O cavaleiro louro olhou o companheiro como se lesse o seu coração. Asmita era cego mas não precisava de ver o rosto do outro para saber o que ele sentia.

– Podes mentir para todos menos para mim Albafica. O teu coração é tão claro como a água cristalina de um rio. - Afirmou sabiamente Virgem.

– O meu coração!? - Cismou Peixes.

Asmita conseguira cativar a atenção do outro.

– Tanto sofrimento não faz bem a ninguém. Não tens que suportar tudo isto sozinho. Tu não és perigoso nem letal. Baixa o escudo, deixa que os outros te ajudem a ultrapassar os teus medos e temores. Aceita-te como és, porque os outros já te aceitaram.

Albafica ouvia atentamente o Virgem assimilando cada palavra. Asmita tinha razão em tudo o que dizia. Porém Albafica era demasiado orgulhoso para admitir que sofria por fazer da sua solidão uma companheira inseparável.

– Estás a ouvir o que estou a dizer? Abre o teu coração Albafica. Deixa-nos fazer parte da tua vida.

– Não quero saber do que tens para me dizer. Desculpa se te fiz perder tempo mas de facto não me interessa. Estou bem como estou, eu e as minhas rosas. - Afirmou categoricamente Peixes.

Asmita olhou de forma reprovadora para o belo cavaleiro, no entanto não prosseguiu o diálogo porque alguém se aproximava de forma sorrateira.

– Olá Albafica!

– Larga-me Manigold.

Albafica tentava-se libertar de um abraço que Caranguejo lhe dava Asmita interferiu.

– Larga-o já Manigold! Respeita a sua decisão!

– Oh!!! Também tenho abraços que chegam para ti lourinho!

Albafica aproveitou a distracção do recém-chegado e tentou fugir dali. Contudo o perspicaz caranguejo percebeu a tentativa e começou uma perseguição. Albafica estava em pânico. Só queria que aquilo terminasse. Sabia que Manigold era persistente.

– Deixa-me em paz.

– Não eu quero brincar contigo Peixinho! Anda cá!

Albafica corria e corria em círculos evitando o contacto do outro. Porque raio ele não o deixava em paz.

– Mas que confusão é esta? - Uma voz cortante gelou o ar.

– Fogo desliguem o ar-condicionado!

– Chega de brincadeira Manigold! - Ordenou Dégel de Aquário de forma imperativa.

– Ok, Ok um tipo já nem se pode divertir.

Dégel olhou-o com reprovação.

–O que se passa Aquário? - Questionou Asmita, aligeirando as coisas.

– Só venho informar que Atena marcou uma reunião para amanhã. Ela exige a presença de todos os cavaleiros de ouro sem excepção.

– Mas há algum problema?

– Gostaria muito de responder a essa pergunta Albafica, mas, ainda nada me foi revelado. - Explicou cordialmente Dégel.

Sem mais explicações o cavaleiro do gelo afastou-se com um aceno. Os outros três dirigiram-se cada um para os seus templos visto que o treino já tinha terminado.

Quando Albafica chegou ao décimo Segundo templo, ainda as palavras sábias de Virgem martelavam nos seus ouvidos.

– Tens toda a razão Asmita mas, a minha decisão está tomada. Dói muito mesmo, mas não importa. Eu escolhi o meu destino. - Disse Albafica olhando a sua casa vazia.

Todos os cavaleiros encontravam-se nas suas casas desfrutando um delicioso jantar, desertos para se afundarem nas suas camas e, dormirem um sono tranquilo e descansado. Contudo, essa noite não iria ser igualmente serena para todos.

Num local distante do santuário conhecido por Star Hill, encontrava-se o Grande Mestre Sage. Este olhava de forma penetrante as estrelas como se nelas lesse o futuro do mundo.


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